(Imagem-Google Imagens)
Saudade
da saudade que se vai
para o tempo do passado
que já ficou muito pra trás
Saudade
da saudade que se foi
lá pro lado do poente
onde um dia o sol se pôs
Saudade
da saudade dos sorrisos
que ecoam lá no túnel
de um lugar bem impreciso
Saudade
da saudade de um carinho
que faz reflexo lá no peito
e se hospeda num cantinho
Saudade
da saudade dos momentos
que como tapetes mágicos
voaram na mão do vento
Saudade
da saudade que virá
dos momentos do presente
que não posso eternizar
Maria Helena Mota Santos
22/10/2011
segunda-feira, 30 de abril de 2012
domingo, 29 de abril de 2012
Carência
(Imagem-Google Imagens)
Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz
Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão
Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois
Maria Helena Mota Santos
Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz
Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão
Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois
Maria Helena Mota Santos
sábado, 28 de abril de 2012
O que é a vida?
(Imagem-Google Imagens)
A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia
A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo
A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora
A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer
Maria Helena Mota Santos
09/01/2011
A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia
A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo
A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora
A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer
Maria Helena Mota Santos
09/01/2011
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Novo tempo
(Imagem-Google Imagens)
O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu
Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu
O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar
Não tinha mais tempo
pra esperar
a vida passar
Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia
Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria
Maria Helena Mota Santos
O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu
Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu
O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar
Não tinha mais tempo
pra esperar
a vida passar
Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia
Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 26 de abril de 2012
Tudo está normal
(Imagem-Google Imagens)
Tudo está normal
E nada igual
A ciranda vem
E a ciranda volta
Mas o que foi
Não mais é
E se for
Será de outra cor
Tudo está normal
E nada igual
A vida leva adiante
Abre horizontes
Ao olhar para trás
Já não há tudo o que ficou
A paisagem
É furta-cor
Maria Helena Mota Santos
22/09/2011
Tudo está normal
E nada igual
A ciranda vem
E a ciranda volta
Mas o que foi
Não mais é
E se for
Será de outra cor
Tudo está normal
E nada igual
A vida leva adiante
Abre horizontes
Ao olhar para trás
Já não há tudo o que ficou
A paisagem
É furta-cor
Maria Helena Mota Santos
22/09/2011
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Cada manhã
(Imagem-Google Imagens)
Em cada manhã
cortinas se abrem
independente
de palco
ou plateia
É a chance
de contracenar
com a vida
É a chance
de não ficar
no modo
de espera
Em cada manhã
sente-se o pulso
pausado
ou acelerado
do desfile das horas
É a chance
de contracenar
com o tempo
É a chance
de escrever
e reescrever
sua história
Maria Helena Mota Santos
Em cada manhã
cortinas se abrem
independente
de palco
ou plateia
É a chance
de contracenar
com a vida
É a chance
de não ficar
no modo
de espera
Em cada manhã
sente-se o pulso
pausado
ou acelerado
do desfile das horas
É a chance
de contracenar
com o tempo
É a chance
de escrever
e reescrever
sua história
Maria Helena Mota Santos
terça-feira, 24 de abril de 2012
A dor do querer
(Imagem-Google Imagens)
A dor
ainda tem pele
que se levanta
na simples voz
de um querer
É um corte
invisível
que expõe ferida
como cúmplice
do sofrer
A dor
é como um passo
para o novo
que chegou
É ferida
que se abre
pra curar
um desamor
A dor
é necessária
pra ganhar
os matizados
É o ardor
de um desalento
É o portal
do aprendizado
Maria Helena Mota Santos
A dor
ainda tem pele
que se levanta
na simples voz
de um querer
É um corte
invisível
que expõe ferida
como cúmplice
do sofrer
A dor
é como um passo
para o novo
que chegou
É ferida
que se abre
pra curar
um desamor
A dor
é necessária
pra ganhar
os matizados
É o ardor
de um desalento
É o portal
do aprendizado
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 23 de abril de 2012
Retrato pintado
(Imagem-Google Imagens)
Talvez eu não seja
este retrato
que você pintou
carregado de tintas
das cores
da perfeição
Não sou isso tudo
não
Sou tinta suave
que às vezes
desbota
e precisa do retoque
do tempo
Sou tinta de brisa
que às vezes
passa
como um tufão
derrubando polimentos
Sou um retrato
sem moldura
livre
para os traços
e detalhes
dos momentos
Pinto-me de verde
de lilás
de cinza
de amarelo
e do que é
sincero
Talvez eu seja parte
de tudo
que penso
que sou
Talvez eu seja
uma parte
de tudo
que você pensou
Talvez seja um pássaro
ou quem sabe
uma flor
Não sou isso tudo
não
Mas tenho a essência
do amor
Maria Helena Mota Santos
Talvez eu não seja
este retrato
que você pintou
carregado de tintas
das cores
da perfeição
Não sou isso tudo
não
Sou tinta suave
que às vezes
desbota
e precisa do retoque
do tempo
Sou tinta de brisa
que às vezes
passa
como um tufão
derrubando polimentos
Sou um retrato
sem moldura
livre
para os traços
e detalhes
dos momentos
Pinto-me de verde
de lilás
de cinza
de amarelo
e do que é
sincero
Talvez eu seja parte
de tudo
que penso
que sou
Talvez eu seja
uma parte
de tudo
que você pensou
Talvez seja um pássaro
ou quem sabe
uma flor
Não sou isso tudo
não
Mas tenho a essência
do amor
Maria Helena Mota Santos
domingo, 22 de abril de 2012
Acordei!
(Imagem-Google Imagens)
Acordei!
Uma sensação inédita me indicava inércia e solicitava apatia.
A cama me convidava a permanecer nela neste dia que acordou anêmico e sem sol.
Acionei a força motriz da minha vida, a determinação, e me levantei para brincar com a vida e colher a minha rosa diária.
A minha canção interna entoava uma música serena que me acalmava e me fazia cultivar a fé nessa nova faixa da trilha sonora da minha vida.
Com a opção de seguir em frente, uma energia salvadora se apoderou de todo meu ser e alimentou as minhas asas e os meus ruídos com o combustível do otimismo.
Agora, ainda na primeira parte do dia, sinto-me exuberante diante da passarela que se apresenta para o desfile.
Não escutei só aplausos!
Mas os aplausos ininterruptos enganam a consciência do que se é e anestesia o que se pode ser.
Não recebi só flores!
Mas receber sempre flores sem espinhos nos dá a falsa impressão de que a vida é um mar de rosas.
As flores nos chegam como recompensas por enfrentar espinhos.
A flor sem o espinho não traz a completude!
Vejo na minha passarela diária algumas passagens cheias de novos obstáculos com as medalhas de novas aprendizagens.
Vejo no meu olhar interno uma vontade de seguir adiante desbravando novos caminhos e criando novas passagens.
Estou cada dia mais viva, mais intensa e mais feliz com a passarela que se abre a cada dia.
Maria Helena Mota Santos
19/08/2010
Acordei!
Uma sensação inédita me indicava inércia e solicitava apatia.
A cama me convidava a permanecer nela neste dia que acordou anêmico e sem sol.
Acionei a força motriz da minha vida, a determinação, e me levantei para brincar com a vida e colher a minha rosa diária.
A minha canção interna entoava uma música serena que me acalmava e me fazia cultivar a fé nessa nova faixa da trilha sonora da minha vida.
Com a opção de seguir em frente, uma energia salvadora se apoderou de todo meu ser e alimentou as minhas asas e os meus ruídos com o combustível do otimismo.
Agora, ainda na primeira parte do dia, sinto-me exuberante diante da passarela que se apresenta para o desfile.
Não escutei só aplausos!
Mas os aplausos ininterruptos enganam a consciência do que se é e anestesia o que se pode ser.
Não recebi só flores!
Mas receber sempre flores sem espinhos nos dá a falsa impressão de que a vida é um mar de rosas.
As flores nos chegam como recompensas por enfrentar espinhos.
A flor sem o espinho não traz a completude!
Vejo na minha passarela diária algumas passagens cheias de novos obstáculos com as medalhas de novas aprendizagens.
Vejo no meu olhar interno uma vontade de seguir adiante desbravando novos caminhos e criando novas passagens.
Estou cada dia mais viva, mais intensa e mais feliz com a passarela que se abre a cada dia.
Maria Helena Mota Santos
19/08/2010
sábado, 21 de abril de 2012
Aquarela
(Imagem-Google Imagens)
Caem-me cores
de colores
na minha tela
de plantão
Caem-me tintas
aquarelas
no caminho
da solidão
Caem-me papéis
bem decorados
com enredos
desfocados
Caem-me ideias
desconexas
à espera
dos meus cuidados
Caem-me sentimentos
tão variados
para encenar
no meu tablado
Caem-me silêncios
tão conturbados
como pausas
nos intervalos
Caem-me vidas
desprovidas
de um nexo
programado
Caem-me suportes
que dão norte
pra continuar
minha viagem
Maria Helena Mota Santos
Caem-me cores
de colores
na minha tela
de plantão
Caem-me tintas
aquarelas
no caminho
da solidão
Caem-me papéis
bem decorados
com enredos
desfocados
Caem-me ideias
desconexas
à espera
dos meus cuidados
Caem-me sentimentos
tão variados
para encenar
no meu tablado
Caem-me silêncios
tão conturbados
como pausas
nos intervalos
Caem-me vidas
desprovidas
de um nexo
programado
Caem-me suportes
que dão norte
pra continuar
minha viagem
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Preciosidade da vida
(Imagem-Google Imagens)
Não havia muito o que levar
do que armazenara na vida
só levava a plena certeza
de que a incerteza
era a pauta de cada dia
Aprendera com a vida
que na virada da esquina
podia se ultrapassar fronteiras
e em questão de segundos
mudar uma vida inteira
Não havia muito o que levar
do que se vangloriara na vida
só levava a esperança
que a desesperança se desfaria
na valsa de cada dia
Aprendera com a vida
a sua maior lição
que o bem mais precioso
é a presença do amigo
que se adota como irmão
Maria Helena Mota Santos
Não havia muito o que levar
do que armazenara na vida
só levava a plena certeza
de que a incerteza
era a pauta de cada dia
Aprendera com a vida
que na virada da esquina
podia se ultrapassar fronteiras
e em questão de segundos
mudar uma vida inteira
Não havia muito o que levar
do que se vangloriara na vida
só levava a esperança
que a desesperança se desfaria
na valsa de cada dia
Aprendera com a vida
a sua maior lição
que o bem mais precioso
é a presença do amigo
que se adota como irmão
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Lugar

(Imagem-Google Imagens)
Cansei de sair
Cansei de ficar
Preciso encontrar
Um novo lugar
Lugar em que possa
Andar sem ter medo
E que plantar sonhos
Seja um direito
Lugar em que as rosas
Sejam o meu ninho
E a pauta do dia
Seja muito carinho
Lugar em que amigo
Seja como um irmão
Que não desalente
Nenhum coração
Lugar que me acolha
Com meu universo
Lugar bem quentinho
Que caiba num verso
Maria Helena Mota Santos
Maria Helena Mota Santos
05/08/2011
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A criança e eu

(Imagem-Google Imagens)
Uma criança
Me chamou
Pra cirandar
Puxou minha mão
E me emprestou
O seu olhar
Disse-me:-Vem!
Eu vou mostrar
O que é a vida
Sente ao meu lado
Respire fundo
Não se aflija
Solte o corpo
Libere a mente
E se permita
Solte os grilhões
Não se acorrente
Isso é a vida
Só quem é livre
Pra cirandar
Com os momentos
Já descobriu
Como se cura
Um sofrimento
Venha comigo
Olhe pro sol
Veja as nuvens
Elas cirandam
Com a cor do céu
Não se confundem
Olhe pro mar
Sinta a areia
Pule as ondas
Tenha coragem
De se soltar
Não se esconda
Agora sorria
Dê uma gargalhada
Invente uma dança
E mergulhe fundo
Na sua alma
De criança
Faça piruetas
Sinta a brisa
Vamos correr
E nesse embalo
Vai descobrir
O que é viver
Maria Helena Mota Santos
terça-feira, 17 de abril de 2012
Quantas vezes...

(Imagem-Google Imagens)
Quantas vezes fico entre o sonho e a realidade buscando vislumbrar uma outra dimensão!
Quantas vezes me pergunto se a realidade é o que está diante dos meus olhos ou se é o que eu não consigo enxergar!
Quantas vezes fico agarrando sonhos e vou voando com eles para não colocar os pés descalços no chão gelado!
Quantas vezes olho para o céu e vejo as estrelas invisíveis através das nuvens carregadas de escuridão!
Quantas vezes olho sem ver e ouço sem escutar porque fui raptada para um lugar ali adiante que me puxa para o que era antes!
Quantas vezes sou como uma adolescente irreverente mudando o que está pronto para ter o prazer de descobrir o caminho das possibilidades!
Quantas vezes pego borboleta pelo prazer de soltá-la para contemplar o seu voo!
Quantas vezes choro sorrindo e sorrio chorando!
Quantas vezes me pego cantando uma canção que traduz meu pranto!
Quantas vezes acordo a alegria e adormeço a tristeza para aproveitar a chance da vida!
Quantas vezes sou coadjuvante no meu palco e plateia de mim mesma!
Quantas vezes sou tantas outras que não cabem em mim!
Quantas vezes sou inverno no verão e primavera no outono !
Quantas vezes me olho e me espanto com o tamanho da emoção que me faz pulsar amor...amor...amor...
Maria Helena Mota Santos
05/01/2011
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Rastro

(Imagem-Google Imagens)
Com o olhar no horizonte
O meu rastro vou deixando
Numa dança leve e solta
Meus passos vou ensaiando
Vou desenhando meu rastro
Com traços firmes e leves
Não importa se o caminho
É cheio de areia ou de neve
Se vou pintar o meu rastro
Uso as cores da alegria
Mesmo que tenha que usar
A tarja preta de algum dia
Vou criando um novo rastro
E um novo passo se inicia
Dançando em outro compasso
Eu enfrento as travessias
Com força e determinação
Sigo em minha companhia
Ao encontrar os meus pares
Sinto uma grande euforia
Sigo a seta da esperança
Sigo a seta da alegria
Sigo a seta da amizade
E o amor é o meu guia
Maria Helena Mota Santos
domingo, 15 de abril de 2012
Minhas cores

(Imagem-Google Imagens)
Se eu não sei
as minhas cores
As cores do mundo
se confundem
com os matizes
do meu eu
Sou da cor
que me pintaram
quando pra aqui
me embarcaram
pra cumprir
uma missão
Sou da cor
da esperança
da alegria
e da constância
Sou da cor
do coração
Se eu não sei
as minhas cores
As cores do outro
se confundem
com os matizes
do meu eu
Sou da cor
que me pintaram
Pra combinar
com o cenário
da possível
atuação
Sou da cor
que pulsa em mim
Cor alegre
Cor vibrante
Sou da cor
do meu jardim
Maria Helena Mota Santos
sábado, 14 de abril de 2012
Em companhia de si mesmo

(Imagem-Google Imagens)
Já não há mais vazio no lugar desocupado
Uma presença invisível faz companhia à solidão
Já não há mais solidão na companhia de si mesmo
A agradável intimidade abre um monólogo eficaz
Já não há mais busca incessante e intempestiva
A pausa entra no palco se vestindo de estratégia
Já não há mais dor que esperneia dentro d’alma
A tristeza se acalma com o desfecho da história
Já não há mais pressa de chegar lá no futuro
O presente é o bastante pra recriar cada momento
Já não há mais medo de perder uma batalha
A vitória é muito mais do que ganhar uma partida
Já não há mais medo de enfrentar a dor da morte
Pois morrer é escutar o pulso e não sentir mais emoção
Já não há mais medo de perder a liberdade
Pois ser livre é ter asa pra buscar o infinito
Já não há mais medo de viver intensamente
Pois a vida é um espetáculo sem roteiro e sem “script”
Maria Helena Mota Santos
29/04/2010
sexta-feira, 13 de abril de 2012
Antagonismos

(Imagem-Google Imagens)
Foi quando percebi o todo que descobri a minha exclusividade.
Foi quando estava no meio da multidão que percebi a minha solidão.
Foi quando pensei que estava em terra firme que o chão tremeu.
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.
Maria Helena Mota Santos
25/04/2010
quinta-feira, 12 de abril de 2012
O voo do papel

(Imagem-Google Imagens)
No chão, em frente a um prédio, uma pichação: TE AMO.
Num salão de festa, no mesmo prédio, as cadeiras esperam, "pacientes", pelos convidados.
No céu nuvens bordadas insinuam esboços humanos se amando.
Dois pássaros passam brincando de esconde-esconde como meninos arteiros.
Um adolescente passa cabisbaixo, provavelmente, pensando o que fazer sábado à noite.
Uma jovem senhora passa puxando pelo braço seu filho “doentinho”.
Vários carros passam em fila, na avenida, como se tivessem marcado a hora do encontro.
Pessoas passam arrastando as sandálias com a falta de pressa do sábado.
A tarde fica sonolenta e o divagar ,do poeta, é inevitável e sem pressa.
O poeta fica na letargia do tempo, da rua, da avenida e da cidade.
Assume o embalo calmo das pessoas que passam na rua.
Assume o palpitar macio do pulso da rua que ecoa no coração da cidade.
O poeta quer olhar pra rua e não quer olhar na sua própria avenida.
Assume a dinâmica do movimento que não para, embora pareça lento.
Resolve emprestar o seu olhar pra vida cirandar como quiser e quando quiser.
Subitamente, um papel sai do chão e voa e volta e, depois, cai para voar de novo.
O papel desperta um fascínio no poeta que resolve acompanhar sua trajetória.
O papel traz de volta um brilho “travesso” no seu olhar e desperta a criança adormecida.
O poeta resolve sair de si e divagar nos braços da sua alma pueril.
Deixa-se guiar pelas asas do papel que sobe ou desce conforme a direção do vento.
Assume a condição de papel, que o vento leva, e põe sua alma nessa vida itinerante e imprevisível.
Não sabe quando vai parar e o quanto vai aprender, nessas passagens, nos braços do vento.
Vai se deixando levar , sem controle, esquecendo o que acontece na periferia.
Vai sentindo a leveza de ser papel e voar, cair, voar, cair...voar!
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Não há solidão

(Imagem-Google Imagens)
Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja abraço
Que seja abrigo
Em qualquer hora
Quando for preciso
Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja sorriso
Que seja esperança
E que seja um ombro
Em qualquer circunstância
Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que seja escuta
Que seja palavra
E seja uma bússola
Na íngreme estrada
Não há solidão
Enquanto existir amigo
Que retire dos pés
Os grandes espinhos
E enfeite de flores
O nosso caminho
Maria Helena Mota Santos
terça-feira, 10 de abril de 2012
Recomeço

(Imagem-Google Imagens)
Só agora
Pude ver
A beleza do caminho
Que desenha o meu rastro
Só agora
Pude entender
Que é preciso ir adiante
Pra salvar o que se foi
O que se foi
Faz-se presente
Na via paralela
Em companhia da saudade
O que se foi
Revestiu-se de lembrança
Que aquece o caminho
E antecede o recomeço
O que virá
Trará um início de etapa
Sem o vício da rotina
Que relativiza sentimentos
O que virá
Trará a magia da mudança
Que acende emoções
No pulsar do coração
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Amor infinito

(Imagem-Google Imagens)
O infinito
não é estanque
Por isso o amor
é infinito
E voa
pelos corações
em voo rasante
em voo alto
em voo sem direção
em voo sem razão
Aterrissa
no coração dos amantes
e faz a regra
virar exceção
Aterrissa no coração dos pais
e faz o incondicional
ser condição
Aterrissa na solidão
e faz ser só
não ter razão
Ah
O amor
que me deu vida
e me arrebatou
Ah
O amor
que dormiu semente
e amanheceu flor
Ah
O amor
Que dure
e perdure
no infinito
E que seja sempre
o eco
do meu grito
Maria Helena Mota Santos
A ilha dos sentimentos

(Imagem-Google Imagens)
Sentir-se só na imensidão de um universo.
Sentir-se repleto de companhias e sem nenhum movimento em volta.
Sentir-se com passos letárgicos que não vão a lugar algum.
Sentir-se andando em círculo com uma ilusão de linha reta.
Sentir-se sozinho de si e dos outros.
Sentir-se como uma ilha cercada de lágrimas por todos os lados.
Sentir-se como uma dor infinita que cabe em um minuto.
Sentir-se como um tempo que não volta.
Sentir-se como uma embarcação que segue independente da dor e da vontade.
Sentir-se fortemente frágil.
Sentir-se como o pulsar da vida nas veias do sentimento.
Sentir-se assim, paradoxalmente, pleno de dor e sorrindo para o espelho da vida.
Maria Helena Mota Santos
05/04/2010
domingo, 8 de abril de 2012
Renovação

(Imagem-Google Imagens)
Antecipei-me
ao nascer do sol
Para aquecer
gotas de orvalho
Acumuladas
na madrugada fria
E no novo domingo
o sol apareceu
De tanto esperar
quase perco a hora
De vê-lo nascer
do ventre da aurora
Vesti roupa nova
para um novo dia
A roupa antiga
já não me servia
Foquei o horizonte
cheia de energia
Renovei o ontem
e encontrei o agora
Salvei os meus sonhos
e deletei as dores
Que já não me servem
e causam dissabores
E assim vestida
de renovação
Atravessei o rio
e busquei outra via
Para pintar de cores
o meu novo dia
Maria Helena Mota Santos
sábado, 7 de abril de 2012
Palavra

(Imagem-Google Imagens)
Era apenas uma palavra
Que adormeceu verso
E acordou poesia
Fez-se estrofe
E espalhou alegria
Palavra embalada
Palavra adormecida
Palavra sonhada
Palavra sentida
Palavra poética
Palavra feliz
Palavra serena
Palavra mágica
Palavra afável
Palavra amiga
Era apenas uma palavra
Que sugou o néctar
De uma flor
E se tornou um jardim
Enfeitou as estradas
Desencadeou emoções
Falava do sim
Falava do não
Falava do céu
Falava do mar
Falava da tristeza
Falava da alegria
Falava de bonança
Falava de paz
Falava de paixão
Falava de amor
E era apenas
Uma palavra
Maria Helena Mota Santos
22/11/2010
sexta-feira, 6 de abril de 2012
Oração do amanhecer

(Imagem-Google Imagens)
Senhor
Neste dia que amanhece
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente deste dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor
Amém
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Despedida

(Imagem-Google Imagens)
O coração acordou cheio de sentimento.
Não é dor nem é prazer
mas conforta!
É como se uma força invisível
virasse minha cúmplice
e colocasse uma película
que imunizasse a dor.
É como se um anjo pegasse na minha mão
e dissesse: vamos!
E ao abrir os olhos
cheia de uma energia especial
congelei esse sentir para não perdê-lo.
E agora estou dançando com as letras
tentando reproduzir os passos da dança
que esse sentimento me despertou.
É um momento que é uma nota de partida
Como se alguém dissesse: vá!
Já chega!
Está bom!
Despeça-se!
O outro portal é logo ali
Você não precisa carregar essa bagagem
Tire as roupas velhas
Tire as roupas apertadas
mesmo se doer
Faça uma faxina
Deixe só o que é salutar
Deixe os empecilhos no caminho
A hora é de seguir seus passos
A hora é de se despedir das sombras
Dê a mão ao seu Anjo da guarda
e em companhia de si mesma
e dos seus pares
Vá!
Fui!
Maria Helena Mota Santos
11/07/2010
quarta-feira, 4 de abril de 2012
Um olhar

(Imagem-Google Imagens)
Um olhar
espelho de muitas faces
que mostra o que se quer ver
Um olhar
óculos da natureza
com graus de valores infinitos
Um olhar
uma emissão de raios
que atinge quem está em volta
Um olhar
uma centelha de luz
ou um raio na escuridão
Um olhar
válvula de escape da alma
um espião do universo
Um olhar
ciranda de sentimentos
onde a alma faz seu pouso.
Maria Helena Mota Santos
09/07/2010
terça-feira, 3 de abril de 2012
O silêncio de um grito

(Imagem-Google Imagens)
O silêncio de um grito
abafado
Faz um eco e acorda
a solidão
Faz redemoinho nas emoções
tão reprimidas
E se transforma
em caminho para a saída
É um silêncio que fala mais
do que as palavras
Faz do olhar a vitrine
do seu verbo
Faz do corpo o movimento
da sua cena
E se encharca de uma energia
quase plena
É o silêncio que antecede
uma atitude
E se reúne com o momento
do presente
E faz mímica para a vida
que está em volta
E é a chave que para o novo
abre a porta
Maria Helena Mota Santos
30/11/2011
segunda-feira, 2 de abril de 2012
Linha do tempo

(Imagem-Google Imagens)
Não teço
cada dia
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento
Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste
Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio
Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci
Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço
Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e pra novo dia
eu amanheço
Maria Helena Mota Santos
domingo, 1 de abril de 2012
Verdades

(Imagem-Google Imagens)
Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer
Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição
Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!
Maria Helena Mota Santos
09/08/2011
Assinar:
Postagens (Atom)