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segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Construção



(Google Images)

Antes que a terra trema
E o mundo venha ao chão
Vou refazer os alicerces
E fazer nova construção

Antes do abalo sísmico
Antes da trepidação
Antes que o caos se instale
Vou buscar uma solução

Mas se o tremor chegar
Vou salvar o que restou
Recordações e histórias
De quem por aqui passou

Vou enxugar as lágrimas
De quem está desamparado
Vou distribuir sorrisos
Pra quem está desencantado

E nesse mundo caótico
Vou amenizando a dor
Doando a quem precisa
Muita paz e muito amor

Vou colher muitas flores
Do jardim que vou plantar
Vou cobrir o chão de rosas
Pra toda essa gente pisar

Maria Helena Mota Santos

19/04/2010

domingo, 17 de dezembro de 2017

Miragem




(Google Images)

Eu amo a miragem
que saiu da imagem
que um dia se quebrou

Eu amo as partes
que catei do chão
e refiz com muito amor

Eu amo o possível
que do impossível
se salvou

Eu amo as chegadas
que se originam
das partidas de um amor

Eu amo porque amo
o que seria
um desamor

Eu amo o fim
que dá início
a nova história de amor


Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Dezembro chegou!



(Google Images)

A cada estrela
uma lembrança
desse tempo
e do tempo da infância

A cada luz
uma fantasia
que anestesia a tristeza
e aciona a alegria

A cada melodia
um acesso à nostalgia
dos tempos de outrora
e cheios de magia

A cada dezembro
explodem emoções
umas trazem euforia
outras trazem solidão

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Carência




(Google Images)

Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz

Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão

Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Corrida da vida


(Google Images)

Respire fundo!
Pode começar a hora que você quiser!
A partida começa na rua da saudade.
E a chegada é lá na rua da esperança.
No percurso, hidrate-se com lembranças.
E não esqueça do bloqueador da tristeza.
Use as roupas leves da alegria.
E proteja os pés contra a monotonia.
E para dar mais energia durante o percurso,
Não esqueça da pitadinha de sonho.
Corra! Mas não perca o compasso.
Pise! Mas deixe bons rastros.
Beba o líquido da moderação.
E embale tudo com uma canção.
Promova abalos sísmicos nas camadas internas.
E após a acomodação das falhas causadas pela erosão da dor,
Entre nos escombros e traga o troféu de si mesmo.
Após o resgate, siga a seta, vire a outra esquina
E aguarde instruções para a próxima corrida da vida.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Imprecisão



(Google Images)

Trago em mim
tantas pessoas
que encontro
e desencontro

As que enxugam
lágrimas
As que acionam
prantos

Trago a luz
e a escuridão
A linha reta
e a contramão

Nem sempre só
sou solidão
Fico sozinha
na multidão

Trago a dor
dilacerante
E morro em vida
por um instante

Se pulso forte
sou emoção
Se estou letárgica
sou imprecisão

Trago a incerteza
do que virá
Mas abro as asas
para voar

Nem sempre sou
o que pensei
Ando em busca
do que não sei


Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Meu coração



(Google Images)

Meu coração
se partiu em cores
e coloriu a estrada
dos dissabores

Meu coração
pulsou melodia
quando as notas frias
eram de agonia

Meu coração
escreveu poema
quando a paisagem
não era amena

Meu coração
surpreendeu minh'alma
quando pulsou amor
na íngreme estrada

Meu coração
é o melhor de mim
coordena os meus sentidos
para um amor sem fim

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Medos


(Google Images)


Meus medos
já não são medos
São coragens
disfarçadas
São sinais
de uma mudança
No percurso
da estrada

Meus medos
já não são medos
São disfarces
de um novo tempo
São desafios
na vida impostos
Pra pintar
novos momentos

Meus medos
já não são medos
São asas
de proteção
São versos
do meu reverso
Que faz pulsar
o coração

Maria Helena Mota Santos

11/12/2011

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Partida



(Google Images)

Partiram
ou se tornaram
invisíveis?

Partiram
ou transmutaram
para outra dimensão?

Uns partem
e ficam
mais perto

Outros partem
e deixam
um deserto

Alguns partem
sem partida
andam sem rumo na vida

Outros partem
e não se vão
porque ficam no coração


Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Liberdade



(Google Images)


Pare tudo
Eu quero descer
Quero sentir o prazer
De andar sem rumo e sem pressa
Da alvorada até o anoitecer

Pare tudo
Eu quero crescer
Quero sentir a minha dor
Sem escondê-la no escuro
Até a luz reaparecer

Pare tudo
Eu quero viver
Quero sentir o gosto de chuva
Quero me inundar de esperança
Até o sol se acender

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Setembro chegou



(Google Images)

Hoje acordei com gosto de setembro
Quero fazer primavera em mim
Vou cuidar do meu terreno
Para que as flores brotem
No meu jardim


Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Eu sou



(Google Images)

Eu sou
Uma brisa suave
Que pousou no acaso
E se fez gente

Eu sou
Um tom solitário
Que pousou num acorde
E se fez canção

Eu sou
Um sentimento profundo
Que pousou em um verso
E se fez poesia

Eu sou
Um barquinho de papel
Que remou pelo mar
E se fez infinito

Eu sou
Uma pétala ao vento
Que pousou num jardim
E se fez flor

Eu sou
Um pedacinho de saudade
Que pousou num coração
E se fez amor

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Um sopro de vida



(Google Images)


Se no fio ainda pousa um pássaro
Se as pessoas ainda caminham na rua
Se as luzes ainda estão acesas
Se o céu ainda tem a cor azul
Se o sol ainda aquece com seus raios
Se a lua ainda mostra as suas fases
Se o dia ainda amanhece e anoitece
Se o coração ainda abriga sentimentos
Se as pessoas ainda se abraçam
Se os amigos sinceros ainda existem
Se a confiança ainda está em pauta
Se o amor ainda paira pelo ar
Se as árvores ainda crescem e frutificam
Se o pensamento ainda é livre pra sonhar
Se ainda há um sopro de vida

Ainda dá tempo
Da tristeza se revezar com a alegria
Do medo se revezar com a coragem
Da raiva se revezar com o perdão
Do conflito se revezar com a união
Da desilusão se revezar com a esperança
Da apatia se revezar com a ação
Do pessimismo se revezar com o otimismo
Do desencanto se revezar com o sonho
Da guerra se revezar com a paz

Porque a vida é a respiração que amanhece
É cada batida que no coração acontece
É cada sonho que no ser se estabelece
É cada desejo transformado em prece

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Cores da vida


(Google Images)


Estou à procura de uma cor
Que transforme uma tela
Dando um toque especial
De uma linda aquarela

Procuro uma cor marcante
Talvez seja a mais bela
A cor que enfeita o mundo
Quando se está na primavera

Quero uma cor estonteante
Que realize uma alquimia
Que traga em si a mistura
Da tristeza com a alegria

Quero a cor da cor dos olhos
De quem traz amor no coração
Quero a cor que de tão bela
Inspire a mais bela canção

A cor que eu tanto procuro
Nem é quente nem é fria
É a mistura de todas as cores
Que enche o mundo de magia

Maria Helena Mota Santos

26/11/2011

terça-feira, 1 de agosto de 2017

O parto nosso de cada dia



(Google Images)

No início de cada manhã
há de se assumir a gravidez dos sentimentos
e não provocar aborto no que é indesejado.

No início de cada manhã
há de se assumir o embrião do ventre da alma
e encará-lo como parte do seu ser.

No início de cada manhã
há de se acompanhar os sinais que vêm de dentro
e acompanhar preventivamente a gestação
para facilitar o trabalho de parto.

No início de cada manhã
há de se escutar os ruídos da alma
com as contrações que vêm de dentro
e facilitar a dilatação dos sentimentos.

No início de cada manhã
há de se aceitar a dor presente
e acarinhá-la para facilitar a passagem
que levará a outro canal da vida.

No início de cada manhã
há de se agradecer por estar pulsando
e abraçar com carinho a dor ou alegria
como parte vital dessa grande travessia.

Maria Helena Mota Santos

09/04/2010

domingo, 23 de julho de 2017

Miragem



(Google Images)

Eu amo a miragem
que saiu da imagem
que um dia se quebrou

Eu amo as partes
que catei do chão
e refiz com muito amor

Eu amo o possível
que do impossível
se salvou

Eu amo as chegadas
que se originam
das partidas de um amor

Eu amo porque amo
o que seria
um desamor

Eu amo o fim
que dá início
a nova história de amor


Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 14 de julho de 2017

A vida


(Google Images)

A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia

A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo

A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora

A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer

Maria Helena Mota Santos

09/01/2011

sábado, 17 de junho de 2017

Banho de chuva


(Google Images)

O céu se derrama
Em lágrimas
Chorando o sol
Que se escondeu

Meu sentimento
Contrasta
Com a terra seca
Que se inunda

Eu sou criança
Só com vontade
De tomar banho
De chuva

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Novo tempo


(Google Images)

O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu

Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu

O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar

Não tinha mais tempo
para esperar
a vida passar

Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia

Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Vida em poema



(Google Images)

No passado só pude ser
quem eu fui
Não há sombra
que não traga
o reflexo de uma luz

Se de um poema
eu hoje sou um verso
Fui concebida
nos caminhos
adversos

Se sou riso
foi na lágrima
que ancorei
Vivo pintando
cada dia de uma vez

Sou a nota da canção
que não tem fim
Faço a sinfonia
do grande amor
que mora em mim

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 16 de maio de 2017

Adoção



(Google Images)

Eu adoto rosas
E as trago para um jardim
Liberto-as dos vasos
E as coloco na terra
Onde elas ganham asas
Enfim

Eu adoto rosas
E todos os seus espinhos
Elas me retribuem
Com cores
E me afagam
com carinho

Eu adoto rosas
Independente da sua cor
Adubo-as com a esperança
De que o mundo
Um dia
Seja um jardim repleto
de amor

Maria Helena Mota Santos

domingo, 14 de maio de 2017

Feliz dia das Mães!


(Google Images)

Um dia
Numa terra bem distante
Deus acordou pensativo
Cheio de reticências
Após ter criado o mundo
Os animais
A natureza
O homem e a mulher

Sentia que sua criação
Não estava completa
Precisaria colocar
Um sentimento no mundo
Que fosse antídoto
Para as dores
Para os sofrimentos
Para a solidão

A quem proporcionar
Tal poder
De gerar um sentimento
Tão infinito?

A quem proporcionar
O poder
De gerar nas entranhas
O amor incondicional?

Após pensar por um tempo
Criou um ser
Dentro de um outro ser
A quem chamou de MAMÃE

E para que o dom
Fosse extensivo
A todas as mulheres
Deu a cada uma
Esse poder maternal
De gerar um ser
No próprio ventre
Ou no ventre do mundo

E só assim descansou
Por saber
Que no mundo
Há um Anjo incansável
Que faz plantão
Em cada esquina
Da vida

Seja dia
Seja noite...


Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Espetáculo



(Google Images)


Às vezes penso
que viver
é sonho
e se eu acordar
perderei o espetáculo
dos enredos
que escrevi

Às vezes penso
que moro
num palco
e se não atuar
perderei meu papel
e serei
só plateia do que fui

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 9 de maio de 2017

Antagonismos



(Google Images)

Foi quando percebi o todo que descobri a minha exclusividade.
Foi quando estava no meio da multidão que percebi a minha solidão.
Foi quando pensei que estava em terra firme que o chão tremeu.
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.

Maria Helena Mota Santos

março/2010

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Meu filho




(Google Images)


Pousou em minhas mãos
Fez pulsar meu coração
Fez florir a realidade
Que nos sonhos eu plantei

Pintou meu olhar de brilho
Suavizou o meu sorriso
E me fez colocar sentido
Na estrada do viver

Suas asas tão crescidas
Já não cabem em minhas mãos
Só conseguem se amoldar
No cantinho do coração

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Cores do ser



(Google Images)

Cada ser traz uma cor
Que permeia este momento
E com um infinito matizado
Vai bordando o firmamento

Cada ser borda um ponto
Com a cor que traz em si
E faz a mistura das cores
Pela alquimia do sentir

Cada ser é uma aquarela
Com as cores que buscou
Uns pintam com cores frias
Outros pintam a cor do amor

São cores amanhecidas
São cores adormecidas
Cores que enfeitam cada hora
Cores que enfeitam cada vida

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Aquarela



(Google Images)

Caem-me cores
de colores
na minha tela
de plantão
Caem-me tintas
aquarelas
no caminho
da solidão

Caem-me papéis
bem decorados
com enredos
desfocados
Caem-me ideias
desconexas
à espera
dos meus cuidados

Caem-me sentimentos
tão variados
para encenar
no meu tablado
Caem-me silêncios
tão conturbados
como pausas
nos intervalos

Caem-me vidas
desprovidas
de um nexo
programado
Caem-me suportes
que dão norte
pra continuar
minha viagem

Maria Helena Mota Santos

21/04/2012

sábado, 8 de abril de 2017

Aprendi com a vida



(Google Images)

Aprendi tanto
e
tão pouco
diante do que está disposto
nas infinitas possibilidades
da vida

Aprendi a olhar
e ver
nas entrelinhas do viver
e
que é no silêncio
que se constroem as armadilhas

Aprendi a sentir
sem falar
o que está a me espreitar
e
que no escuro
posso enxergar melhor a luz

Aprendi a andar
sem caminhar
só pelas vias do pensar
e
que as palavras
têm subterfúgios inimagináveis

Aprendi a amar
sem condição
sem obstruir o coração
e
que amores vêm
e amores vão

Aprendi a abrir as asas
sem direção
voando com o coração
e
que eu sou
um poema em construção


Maria Helena Mota Santos


14/11/2011

sábado, 1 de abril de 2017

Verdades



(Google Images)


Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer

Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição

Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!

Maria Helena Mota Santos

09/08/2011

domingo, 26 de março de 2017

Em companhia de si mesmo



(Google Images)

Já não há mais vazio no lugar desocupado
Uma presença invisível faz companhia à solidão

Já não há mais solidão na companhia de si mesmo
A agradável intimidade abre um monólogo eficaz

Já não há mais busca incessante e intempestiva
A pausa entra no palco se vestindo de estratégia

Já não há mais dor que esperneia dentro d’alma
A tristeza se acalma com o desfecho da história

Já não há mais pressa de chegar lá no futuro
O presente é o bastante pra recriar cada momento

Já não há mais medo de perder uma batalha
A vitória é muito mais do que ganhar uma partida

Já não há mais medo de enfrentar a dor da morte
Pois morrer é escutar o pulso e não sentir mais emoção

Já não há mais medo de perder a liberdade
Pois ser livre é ter asa pra buscar o infinito

Já não há mais medo de viver intensamente
Pois a vida é um espetáculo sem roteiro e sem “script”

Maria Helena Mota Santos

29/04/2010

quarta-feira, 22 de março de 2017

Voando feliz



(Google Images)

Se minha lágrima cai respinga no mundo
Se um sorriso se abre enxuga o respingo
Se eu sou tão pequena em relação ao Universo
Com o fermento do amor cresço até o infinito

Se eu ando calada ouço as vozes de dentro
Se eu ando falando o silêncio se instala
Se eu sou obra inédita e de mim não há réplica
Eu preciso ter fé pra vencer a batalha

Se uma estrela cadente se muda do céu
Se eu faço um pedido pra chuva passar
Se a estrela descer enxugando as gotas
Eu já tenho certeza que o sol vai raiar

Se eu estou num cantinho bem particular
Se vislumbro um mundo que vou conquistar
Se na selva não há animais predadores
Vou mudando de pele e me deixo guiar

Se uma luz me aponta um caminho no mundo
Se uma voz de comando me manda partir
Se eu sou ser alado sem pressa e sem medo
Vou voando feliz num mundo sem fim

Maria Helena Mota Santos

21/05/2010

segunda-feira, 20 de março de 2017

Miragem



(Google Images)

Eu amo a miragem
que saiu da imagem
que um dia se quebrou

Eu amo as partes
que catei do chão
e refiz com muito amor

Eu amo o possível
que do impossível
se salvou

Eu amo as chegadas
que se originam
das partidas de um amor

Eu amo porque amo
o que seria
um desamor

Eu amo o fim
que dá início
a nova história de amor


Maria Helena Mota Santos

07/05/2012

quinta-feira, 16 de março de 2017

Meu coração


(Google Images)


Meu coração
se partiu em cores
e coloriu a estrada
dos dissabores

Meu coração
pulsou melodia
quando as notas frias
eram de agonia

Meu coração
escreveu poema
quando a paisagem
não era amena

Meu coração
surpreendeu minh'alma
quando pulsou amor
na íngreme estrada

Meu coração
é o melhor de mim
coordena os meus sentidos
para um amor sem fim

Maria Helena Mota Santos

14/05/2012

sexta-feira, 10 de março de 2017

Meu sonho


(Google Images)

O meu sonho
é seguir sonhando
e pintando cores
no meu dia a dia

Tenho o sonho
de sonhar
com a realidade
vestida de fantasia

O meu sonho
é flutuar
nas asas leves
da poesia

Tenho sonho
de escrever
versos de amor
todos os dias

O meu sonho
é não me opor
ao sonho
que se insinua

Tenho sonho
de plantar
e regar a flor
de cada rua

O meu sonho
é levitar
e conhecer
o infinito

Tenho sonho
de deixar o mundo
bem mais pertinho
do paraíso


Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 8 de março de 2017

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher


(Google Images)


Era uma vez
Uma menina
Que no mundo
Desembarcou
Trouxe em si
A essência
Da sutileza
E do amor

Era uma vez
Uma menina
Que no universo
Levitou
Para aprender
A voar com Anjos
E espalhar
Pétalas de flor

Era uma vez
Uma menina
Que com o infinito
Se mesclou
Para aprender
A não ser estanque
E uma nova pele
Resgatou

Era um vez
Uma menina
Que tinha em si
A cor do amor
Foi crescendo
E com o tempo
Em Mulher
Se transformou

Maria Helena Mota Santos

sábado, 4 de março de 2017

Partes de mim



(Google Images)


Partes de mim estão livres
E fazem redemoinho
No vento das emoções

Partes de mim são aladas
E se emparelham com o tempo
Nas asas da imaginação

Partes de mim são partidas
Que enfrentam tempestades
Em busca de um novo sol

Partes de mim são como águias
Que voam sempre mais alto
Em busca do infinito

Partes de mim são casulos
Que preparam o momento
De ser borboleta no mundo

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 2 de março de 2017

Imprecisão


(Google Images)


Trago em mim
tantas pessoas
que encontro
e desencontro

As que enxugam
lágrimas
As que acionam
prantos

Trago a luz
e a escuridão
A linha reta
e a contramão

Nem sempre só
sou solidão
Fico sozinha
na multidão

Trago a dor
dilacerante
E morro em vida
por um instante

Se pulso forte
sou emoção
Se estou letárgica
sou imprecisão

Trago a incerteza
do que virá
Mas abro as asas
para voar

Nem sempre sou
o que pensei
Ando em busca
do que não sei


Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Cotidiano


(Google Images)

Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando, e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O que é a vida?



(Google Images)

A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia

A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo

A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora

A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer

Maria Helena Mota Santos

09/01/2011

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Delicadeza


(Google Images)

Prefiro ser a delicadeza
que vê em cada ser um cristal divino
mesmo que esteja em forma de pedra bruta

Prefiro ser a delicadeza
de um coração sensível e afável
que vê no outro um companheiro na vida

Prefiro ser a delicadeza
que não julga só pelas aparências
e que procura a pedra preciosa de cada ser

Prefiro ser a delicadeza
do perdão que enxerga na luz e na sombra
oportunidades de sabedoria e redenção

Prefiro ser a delicadeza
de uma amizade sincera e incondicional
nessa íngreme estrada de flores que é a vida

Maria Helena Mota Santos

29/09/2010

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Verso em flor


(Google Images)


Era pra ser uma poesia
Versificada no pra sempre
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente

E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço

E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim

A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou

E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor

Maria Helena Mota Santos

20/10/2013

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Grafiteiros da saudade



(Google Images)

Fiz grafite na janela
Com matizes de saudade
Fiz rabiscos de um sonho
Sem objetivar realidade

Na linha mestra de uma asa
Esbocei um pássaro livre
Que me levava urgente
A lugares imperdíveis

Fiz grafite irreverente
De momentos distraídos
Fiz o meu eu se desnudar
E caminhar sempre comigo

Esbocei o improvável
Na linha imprecisa do tempo
Desmascarei as certezas
E passeei contra o vento

Fiz grafite no coração
Com matizes de alegria
Dei alforria à solidão
Parti em minha companhia

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Em companhia da alegria



(Google Images)

Capturei a alegria
Que passava sorrateira
Lá na terra da infância
E a fiz minha companheira

Desde então ela me segue
Ancorada num sorriso
Quando cai um temporal
Ela se torna meu abrigo

Às vezes fica implícita
Num momento de tristeza
Mas logo reaparece
Mostrando sua beleza

Ela espanta o pessimismo
E algema a solidão
Sempre tenho companhia
Num cantinho do coração

Às vezes cai numa lágrima
E se transforma em sorriso
Nessa ciranda perfeita
Faz da vida um paraíso

Eu a percebo em toda parte
No céu, na terra e no mar
Em cada momento vivido
E no meu coração a pulsar

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Meu retrato



(Google Images)


Abandonei um par de lentes
Que ganhei lá no passado
Com elas eu via o esboço
Do meu retrato borrado

As lentes do meu passado
Tinham manual de instrução
Que prometia com o tempo
Aperfeiçoar minha visão

Usando as duas lentes
Tive meu olhar viciado
Eu seguia só uma reta
Nem olhava para o lado

Um dia lá pela noite
No colo da solidão
Meus olhos indignados
Fizeram revolução

Foram noites mal dormidas
E dias mal acordados
Mas a rebelião aconteceu
E as lentes se ajustaram

Olhei nos olhos do tempo
E com alegria percebi
Um retrato bem pintado
Que a vida fez de mim

Nunca tinha me visto antes
Da forma que vejo agora
Sou um retrato pintado
Com as tintas de cada hora

Hoje busco as minhas tintas
Pra pintar os novos quadros
Vivo nas asas do universo
Criando meus matizados

Maria Helena Mota Santos

03/12/2010

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Linha do tempo


(Google Images)

Não teço
cada dia
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento

Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste

Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio

Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci

Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço

Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e para o novo dia
eu amanheço

Maria Helena Mota Santos

02/04/2012

sábado, 14 de janeiro de 2017

O encanto de ser


(Google Images)


Tinha as asas de um pássaro e pousou perto do céu
Escolheu uma estrela e a trouxe pra sua estrada
Pegou uma nuvem branca e se deitou sobre ela
Brincou com o sol e bronzeou os seus dias
Esperou pela lua e a fez iluminar suas noites
Encontrou um cometa e embarcou na sua cauda
Encantou-se com Saturno e usou o seu anel
Encontrou um arco-íris e ganhou um pote de ouro
Viu o esboço de Deus e desenhou sua fé
Tinha os olhos coloridos e enxergou o invisível
Escolheu ver as cores nos quadros neutros da vida
Pegou uma varinha mágica e encantou corações
Brincou com a incerteza e enfrentou a viagem
Esperou a alegria e dispensou a tristeza
Encontrou um atalho e preferiu um caminho
Encantou-se com a vida e enfrentou os percalços
Encontrou um anjo e herdou sua leveza
Viu o esboço de Deus e desenhou seu amor

Maria Helena Mota Santos

sábado, 7 de janeiro de 2017

O voo do papel


(Google Images)


No chão, em frente a um prédio, uma pichação: TE AMO.
Num salão de festa, no mesmo prédio, as cadeiras esperam, "pacientes", pelos convidados.
No céu nuvens bordadas insinuam esboços humanos se amando.
Dois pássaros passam brincando de esconde-esconde como meninos arteiros.
Um adolescente passa cabisbaixo, provavelmente, pensando o que fazer sábado à noite.
Uma jovem senhora passa puxando pelo braço seu filho “doentinho”.
Vários carros passam em fila, na avenida, como se tivessem marcado a hora do encontro.
Pessoas passam arrastando as sandálias com a falta de pressa do sábado.
A tarde fica sonolenta e o divagar ,do poeta, é inevitável e sem pressa.
O poeta fica na letargia do tempo, da rua, da avenida e da cidade.
Assume o embalo calmo das pessoas que passam na rua.
Assume o palpitar macio do pulso da rua que ecoa no coração da cidade.
O poeta quer olhar pra rua e não quer olhar na sua própria avenida.
Assume a dinâmica do movimento que não para, embora pareça lento.
Resolve emprestar o seu olhar pra vida cirandar como quiser e quando quiser.
Subitamente, um papel sai do chão e voa e volta e, depois, cai para voar de novo.
O papel desperta um fascínio no poeta que resolve acompanhar sua trajetória.
O papel traz de volta um brilho “travesso” no seu olhar e desperta a criança adormecida.
O poeta resolve sair de si e divagar nos braços da sua alma pueril.
Deixa-se guiar pelas asas do papel que sobe ou desce conforme a direção do vento.
Assume a condição de papel, que o vento leva, e põe sua alma nessa vida itinerante e imprevisível.
Não sabe quando vai parar e o quanto vai aprender, nessas passagens, nos braços do vento.
Vai se deixando levar , sem controle, esquecendo o que acontece na periferia.
Vai sentindo a leveza de ser papel e voar, cair, voar, cair...voar!

Maria Helena Mota Santos