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sábado, 30 de novembro de 2019

Quantas vezes


Quantas vezes fico entre o sonho e a realidade buscando vislumbrar uma outra dimensão!
Quantas vezes me pergunto se a realidade é o que está diante dos meus olhos ou se é o que eu não consigo enxergar!
Quantas vezes fico agarrando sonhos e vou voando com eles para não colocar os pés descalços no chão gelado!
Quantas vezes olho para o céu e vejo as estrelas invisíveis através das nuvens carregadas de escuridão!
Quantas vezes olho sem ver e ouço sem escutar porque fui raptada para um lugar ali adiante que me puxa para o que era antes!
Quantas vezes sou como uma adolescente irreverente mudando o que está pronto para ter o prazer de descobrir o caminho das possibilidades!
Quantas vezes pego borboleta pelo prazer de soltá-la para contemplar o seu voo!
Quantas vezes choro sorrindo e sorrio chorando!
Quantas vezes me pego cantando uma canção que traduz meu pranto!
Quantas vezes acordo a alegria e adormeço a tristeza para aproveitar a chance da vida!
Quantas vezes sou coadjuvante no meu palco!
Quantas vezes sou tantas outras que não cabem em mim!
Quantas vezes sou inverno no verão e primavera no outono !
Quantas vezes me olho e me espanto com o tamanho da emoção que me faz pulsar amor...amor...amor...

Maria Helena Mota Santos

05/01/2011

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Proeza


Não sou tudo que pareço
Nem para o bem
Nem para o mal
Sou apenas uma alma leve
Que na brisa se aquece
E na tempestade emudece

Não sou o tudo
Nem sou o nada
Não sou o acaso
Nem o previsível
Sou apenas uma proeza
Que na vida se instalou
Sem ser dona das certezas

Não sou o erro
Nem o acerto
Não sou a lágrima
Nem o sorriso
Sou apenas uma emoção
Que dá asas à canção
Que pulsa no coração

Não sou perfeita
Nem sou um anjo
Não sou infalível
Nem sou incrível
Sou apenas a esperança
Que com os dias faz sua dança
Na leveza de uma criança

Maria Helena Mota Santos

05/12/2011

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Animal de estimação: uma esperança!


Num domingo à noite, dia 14 de agosto de 2010, estava no meu quarto assistindo ao programa Fantástico e percebi entrando pela porta, que dá acesso à varanda, um inseto.

Após o susto, percebi que era uma esperança! Acionei logo o meu lado supersticioso, quase inexistente, e repeti o que todo mundo diz: bom presságio!

O inusitado é que ela adotou o meu quarto como o seu lugar preferido. Vive comigo até hoje me levando a desenvolver um afeto por ela.

Quase chorei, quando percebi que ela perdeu uma patinha! Mas a lição maravilhosa que ela me deu é inesquecível: ela continuou realizando todos os seus movimentos e buscando seus objetivos.

Por vezes, acompanha-me até à sala de televisão e, às vezes, faz com que eu grite quando pula em mim! Meu filho vem correndo ver o que aconteceu! Pareço uma criança!

Uma das minhas maiores aflições foi como alimentá-la. Ficava discutindo com meu filho sobre o que esperança comia. Ele olhou na internet e disse: folha verde.

Então, tiramos umas folhinhas de uma planta e percebemos que ela nem deu atenção. Conversando com minha cabeleireira, ela disse: dê alface. Assim o fiz! Pelo menos ela ficou em cima da folha de alface por um longo tempo. Não sei se ela se alimentou ou a fez de cama. Mas está sobrevivendo!

A partir da esperança, comecei a refletir sobre os episódios fortuitos que fazem diferença no cotidiano. Hoje, eu e meu filho, andamos em casa " pisando em ovos" com receio de machucá-la! Ele me diz: mãe, você se apegou a ela! Mas, aqui pra nós e a torcida do Flamengo, ele também!

A lição mais importante : para nos sentirmos acompanhados não se faz necessária apenas a presença de pessoas, mas de qualquer ser vivo que nos escolha e que seja aceito por nós.

Mais uma vez a grande conclusão: NUNCA ESTAMOS SOZINHOS!

Maria Helena Mota Santos

21 08 2010

domingo, 24 de novembro de 2019

Voando feliz


Se minha lágrima cai respinga no mundo
Se um sorriso se abre enxuga o respingo
Se eu sou tão pequena em relação ao Universo
Com o fermento do amor cresço até o infinito

Se eu ando calada ouço as vozes de dentro
Se eu ando falando o silêncio se instala
Se eu sou obra inédita e de mim não há réplica
Eu preciso ter fé pra vencer a batalha

Se uma estrela cadente se muda do céu
Se eu faço um pedido pra chuva passar
Se a estrela descer enxugando as gotas
Eu já tenho certeza que o sol vai raiar

Se eu estou num cantinho bem particular
Se vislumbro um mundo que vou conquistar
Se na selva não há animais predadores
Vou mudando de pele e me deixo guiar

Se uma luz me aponta um caminho no mundo
Se uma voz de comando me manda partir
Se eu sou ser alado sem pressa e sem medo
Vou voando feliz num mundo sem fim

Maria Helena Mota Santos

21/05/2010

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Eu sou


Eu sou
Uma brisa suave
Que pousou no acaso
E se fez gente

Eu sou
Um tom solitário
Que pousou num acorde
E se fez canção

Eu sou
Um sentimento profundo
Que pousou em um verso
E se fez poesia

Eu sou
Um barquinho de papel
Que remou pelo mar
E se fez infinito

Eu sou
Uma pétala ao vento
Que pousou num jardim
E se fez flor

Eu sou
Um pedacinho de saudade
Que pousou num coração
E se fez amor

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 19 de novembro de 2019

O novelo e a vida


Meu novelo caiu ladeira abaixo
Nas pedras do caminho se enroscou
Eu desci correndo ao seu encontro
Nem a dor da descida me parou

Sentei nas pedras do caminho
E peguei o novelo com cuidado
Peguei fio por fio com muita calma
Para consertar os fios embaraçados

Olhei minha vida ladeira acima
E o novelo era todo organizado
Mas foi a partir da sua queda
Que obtive um novo aprendizado

Não sabia desembaraçar esses nós
Que a descida da ladeira acrescentou
E nas tentativas de erro e acerto
Desfiz os nós que a dor em mim deixou

Das pedras eu fiz uma construção
Pra me abrigar das possíveis ventanias
Pois a vida não é só paz e bonança
É uma ciranda de tristeza e alegria

O pódio nem sempre está no alto
Há pódios que se instalam na descida
É subindo e descendo as ladeiras
Que se ganha resistência e sobrevida

Maria Helena Mota Santos

13/02/2010


segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Um sopro de vida


Se no fio ainda pousa um pássaro
Se as pessoas ainda caminham na rua
Se as luzes ainda estão acesas
Se o céu ainda tem a cor azul
Se o sol ainda aquece com seus raios
Se a lua ainda mostra as suas fases
Se o dia ainda amanhece e anoitece
Se o coração ainda abriga sentimentos
Se as pessoas ainda se abraçam
Se os amigos sinceros ainda existem
Se a confiança ainda está em pauta
Se o amor ainda paira pelo ar
Se as árvores ainda crescem e frutificam
Se o pensamento ainda é livre pra sonhar
Se ainda há um sopro de vida

Ainda dá tempo
Da tristeza se revezar com a alegria
Do medo se revezar com a coragem
Da raiva se revezar com o perdão
Do conflito se revezar com a união
Da desilusão se revezar com a esperança
Da apatia se revezar com a ação
Do pessimismo se revezar com o otimismo
Do desencanto se revezar com o sonho
Da guerra se revezar com a paz

Porque a vida é a respiração que amanhece
É cada batida que no coração acontece
É cada sonho que no ser se estabelece
É cada desejo transformado em prece

Maria Helena Mota Santos

sábado, 16 de novembro de 2019

Sou assim


Eu não vejo a luz da vida
Pela lente da tristeza
Extraio de cada fato
A essência da beleza

E se as lágrimas transbordam
Faço o esboço de um sorriso
Acalento as minhas dores
E busco ajuda se preciso

Não desperdiço a luz do sol
Que a minha alma enxerga
Concentro-me no privilégio
De estar em paz na terra

Não coloco a tristeza
Num patamar superior
Decepções são enfrentadas
Com o antídoto do amor

Foi assim que aprendi
A viver a vida cada dia
Nas asas de uma criança
Encho meu mundo de magia

Maria Helena Mota Santos

14 01 2013

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Gratidão


Tive tanto
Tenho tanto
Que a vida tira
E ainda sobra

Sobram essências
de jasmim
Sobram as rosas
no jardim

Sobram sorrisos
de mãos dadas com a alegria
Sobram imaginações
que acionam as fantasias

Sobram lágrimas
que hidratam as emoções
Sobram notas
que invadem as canções

Sobram dores
de metamorfoses salvadoras
Sobram versos
de poesias redentoras

Sobram réstias
pela luz que vem das frestas
Sobram coragens
precursoras das viagens

Sobram nostalgias
que acionam as saudades
Sobram amores
que eternizam as paisagens

Maria Helena Mota Santos

fev de 2013


domingo, 10 de novembro de 2019

Encontro marcado


O mundo desaparece
As vozes silenciam
E tudo se resume
A uma só companhia

Os sentidos se entrelaçam
Em clima de comunhão
Os olhos tocam a alma
E invadem o coração

O encontro está marcado
Numa estrada sem fronteira
A história de um instante
Vale por uma vida inteira

Não há nada que atrapalhe
Ou que cause sofrimento
Tudo é da cor do amor
No recorte do momento


Maria Helena Mota Santos

sábado, 9 de novembro de 2019

Retrato pintado


Talvez eu não seja
este retrato
que você pintou
carregado de tintas
das cores
da perfeição

Não sou isso tudo
não
Sou tinta suave
que às vezes
desbota
e precisa do retoque
do tempo

Sou tinta de brisa
que às vezes
passa
como um tufão
derrubando polimentos

Sou um retrato
sem moldura
livre
para os traços
e detalhes
dos momentos

Pinto-me de verde
de lilás
de cinza
de amarelo
e do que é
sincero

Talvez eu seja parte
de tudo
que penso
que sou

Talvez eu seja
uma parte
de tudo
que você pensou

Talvez seja um pássaro
ou quem sabe
uma flor

Não sou isso tudo
não
Mas tenho a essência
do amor

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Não sei dizer


O que dizer
se não se tem palavras
se em cada brecha
entra uma sensação?

O que dizer
de sentimentos novos
que sem pedir licença
invadem o coração?

O que dizer
da insensatez
do momento novo
que invade o agora?

O que dizer
do olhar no espelho
que vê invertida
uma mesma história?

O que dizer do sim
com a máscara do não
e da atemporalidade
que invade o ser?

O que dizer
da linha da vida
que traz um passo a menos
a cada amanhecer?

O que dizer?...
Ah... Não sei dizer!

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Sou eu!


Sou ingênua?
Sou menina?
Sou um acorde
com tom da cor da inocência?
Sou um verso
que atrai os reversos?
Sou alvo fácil
por ser um abraço infinito?
Sou uma criança
que na mulher fez morada?
Sou um cálice
de bebida doce ou amarga?
Quem sou eu?
Sou o que penso
ou sou um poema inexato?
Sou uma pessoa feliz
ou sou carente de um abraço?
Quem sou eu?
Sou uma pausa
ou sou um lugar infinito?
Quem sou eu?
Uma asa sem pássaro
ou um pássaro sem ninho?
Um mar bem revolto
ou um coração em desalinho?
Quem sou eu?
Um eu sem você
ou um você com ausência?
Quem sou eu?
Neste vale que se perde de mim
e me traz um sofrer sem fim?

Maria Helena Mota Santos

28/10/2011

domingo, 3 de novembro de 2019

Carência


Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz

Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão

Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois

Maria Helena Mota Santos

30 12 2012

sábado, 2 de novembro de 2019

Amor infinito


O infinito
não é estanque
Por isso o amor
é infinito
E voa
pelos corações
em voo rasante
em voo alto
em voo sem direção
em voo sem razão
Aterrissa
no coração dos amantes
e faz a regra
virar exceção
Aterrissa no coração dos pais
e faz o incondicional
ser condição
Aterrissa na solidão
e faz ser só
não ter razão
Ah
O amor
que me deu vida
e me arrebatou
Ah
O amor
que dormiu semente
e amanheceu flor
Ah
O amor
Que dure
e perdure
no infinito
E que seja sempre
o eco
do meu grito

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

O voo da poesia


De repente
Tudo ficou tão desigual
Que ao olhar para a vida
Nada parecia real

De repente
As certezas eram incertas
E o que era privado
Ficou de portas abertas

De repente
As asas caíram no chão
E o pássaro ferido
Conheceu a solidão

De repente
O mundo entorpeceu e girou
E mostrou o outro lado
Das peripécias do amor

De repente
Era tão natural
Se encharcar de tempestades
E nadar contra o mal

De repente
Aconteceu uma magia
O pássaro pegou as asas
E voou com a poesia

Maria Helena Mota Santos

02 07 2013