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quarta-feira, 30 de abril de 2014

Sem fronteiras



Nas primeiras gotas
Do sentimento
Que vaza
Vejo o esboço
De uma asa
Refletido
No olhar
Vejo alturas
Sem vertigens
E embarco
Sem fronteiras
E a emoção
Deste momento
Vale
Por uma vida
Inteira

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 29 de abril de 2014

A rosa e o botão


(Google Images)

Meu jardim era um dos mais lindos
Várias flores cresciam formosas
Veio um vento inesperado e veloz
E feriu a mais linda das rosas

O vento forte levou-a consigo
Perplexa olhei as pétalas no chão
Agachei-me e apanhei uma a uma
Transformei-as em um lindo botão

Para livrá-lo da força do vento
Coloquei um selo de proteção
Guardei-o com cuidado e carinho
Num cantinho do meu coração

Mesmo o botão não sendo a rosa
Contento-me em ter dela a lembrança
O botão que a partir dela surgiu
É o que me faz ter na vida esperança

O meu jardim continua bonito
Mas há silêncio ao entardecer
As outras flores têm saudade da rosa
E não conseguem dela se esquecer

Maria Helena Mota Santos

domingo, 27 de abril de 2014

Despertar


(Google Images)

Adormeço
Com as palavras
E acordo
Toda poesia
Espreguiço-me
Em versos
E desperto
Minha fantasia

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Jasmim


(Google Images)

Uma florzinha no cabelo
Com perfume de jasmim
Traz o cheiro da lembrança
De uma história sem fim

A florzinha muito terna
Vestia-se de timidez
Mas era a mais singela
Dos jardins que encontrei

Vestia-se toda de branco
Pequenina e notável
Não havia quem passasse
E seu perfume não levasse

E no seu suave perfume
Deixava linda mensagem
Com a linguagem de amor
De ternura e de amizade

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 22 de abril de 2014

Desafio


(Google Images)

O que dizer diante de um labirinto?
O que dizer diante do que não sei se sinto?
O que dizer diante do que pressinto?
O que dizer diante de uma interrogação?
Que sentimento colocar numa canção?
Como falar de asas pra quem está numa prisão?
Só se eu falar das asas da imaginação
E cada dia for uma nota de uma canção
E a interrogação se transformar em exclamação
E não trilhar os caminhos da previsão
E voar livre independente do que sinto
E encontrar a saída do labirinto
E de braços abertos voar para o infinito

Maria Helena Mota Santos

domingo, 20 de abril de 2014

Divina Companhia

(Imagem-Google Images)


Salpicou felicidade
Pelos caminhos que passou
Muitas lágrimas sofridas
Com alegria enxugou

Foi palavras no silêncio
De carinho transbordou
Com seu olhar compassivo
Muita tristeza dissipou

Com a sua mansidão
Encantava os amigos
Era um abraço quentinho
Que servia de abrigo

Com a pureza de criança
Era um riso itinerante
Se encontrava obstáculos
Seguia sempre adiante

Num dia de pouco sol
O seu ciclo terminou
Com um sorriso de adeus
Bateu asas e voou

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Silêncio


(Google Images)

Eu escutei o silêncio
Quando o barulho
Cessou
Era possível
Ouvir o vento
E o desabrochar
De uma flor

Eu escutei meu barulho
Quando o silêncio
Chegou
Era possível
Ouvir as vozes
E o palpitar
Do amor

Maria Helena Mota Santos

Oração do amanhecer


(Google Images)

FELIZ PÁSCOA PARA TODOS

Senhor
Neste dia que amanhece
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente deste dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor
Amém

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 15 de abril de 2014

Aquarela


(Google Images)


Caem-me cores
de colores
na minha tela
de plantão
Caem-me tintas
aquarelas
no caminho
da solidão

Caem-me papéis
bem decorados
com enredos
desfocados
Caem-me ideias
desconexas
à espera
dos meus cuidados

Caem-me sentimentos
tão variados
para encenar
no meu tablado
Caem-me silêncios
tão conturbados
como pausas
nos intervalos

Caem-me vidas
desprovidas
de um nexo
programado
Caem-me suportes
que dão norte
pra continuar
minha viagem

Maria Helena Mota Santos

17/11/2011

domingo, 13 de abril de 2014

Esperança

(Google Images)

Se eu me acordo
A esperança chegou
Quando abro os olhos
Só enxergo quem sou

Quando levanto
Parto em busca de mim
Se encontro a dor
Sei que viver é assim

Sou passarinho
Sou errante no mundo
Se paro na estrada
Sinto um tédio profundo

Nasci com asas
E tenho a alma alada
Não sou da inércia
Meu caminho é a estrada.

Se firo os pés
Nas pedras do caminho
Fica mais claro
Que o mundo é meu ninho

Os obstáculos
São canções de ninar
E nessa vida
Meu destino é lutar

Maria Helena Mota Santos

05/05/2011

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Versos inversos


(Google Images)

Nada melhor
do que acordar
em pensamentos
e adormecer
em palavras
sonhando em versos
nos inversos
que permeiam
o universo

Nada melhor
do que olhar
e perceber
as linhas
e entrelinhas
que subliminarmente
atravessam
as miragens
do viver

Nada melhor
do que se acompanhar
da própria companhia
sem se apartar
de outros partes
que fazem ecos
e se aconchegam
nos confins
da solidão

Nada melhor
do que ter amigos
e cúmplices
que emprestam asas
nas travessias
nas alegrias
e nas agonias
que embriagam
o coração

Nada melhor
do que ser
a essência
que não se partiu
nem se feriu
com as quedas
imprescindíveis
do caminho
da imensidão

Maria Helena Mota Santos

30/10/2011

quarta-feira, 9 de abril de 2014

A lição da chuva


(Google Images)

Voltava para casa, hoje, após uma caminhada matinal
e fui surpreendida por uma chuva inesperada.
Daquelas chuvas que nem o canal do tempo faz previsão.
Acelerei os passos e procurei um abrigo.
Quando lá cheguei encontrei outras pessoas
que nem tinham agendado comigo naquela hora.
Estávamos ali, juntas, quase nos tocando, por um acaso.
Aproveitei o momento para observar as minhas reações internas
e as que eu podia perceber ou inferir nas pessoas.
Olhei primeiro para o lugar mais confortável:
O lado de fora!
Olhar pra si é sempre mais difícil!
Umas pareciam inquietas.
Outras mostravam irritação.
Algumas se impacientavam e saíam se molhando.
Outras, como eu, pareciam observar o momento,
talvez, com receio de acionar recordações melancólicas.
A chuva tem o poder de trazer aquela nostalgia latente.
Resolvi então olhar com mais atenção a chuva que caía.
E percebi que ao cair no chão, os pingos não escorregavam,
ao contrário, faziam círculos harmônicos.
Os pingos numa dança belíssima em pista molhada,
com uma bela sincronia, rodopiavam de mãos dadas.
Estavam lado a lado com outros círculos mas não se misturavam.
Cada grupo era companheiro mas não perdia sua identidade.
Fiquei assim em torno de dez minutos e aprendi uma grande lição.
Nas alturas ou no chão se pode fazer da vida uma bela canção.

Maria Helena Mota Santos

21/10/2010

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Delicadeza


(Google Images)


Prefiro ser a delicadeza
que vê em cada ser um cristal divino
mesmo que esteja em forma de pedra bruta

Prefiro ser a delicadeza
de um coração sensível e afável
que vê no outro um companheiro na vida

Prefiro ser a delicadeza
que não julga só pelas aparências
e que procura a pedra preciosa de cada ser

Prefiro ser a delicadeza
do perdão que enxerga na luz e na sombra
oportunidades de sabedoria e redenção

Prefiro ser a delicadeza
de uma amizade sincera e incondicional
nessa íngreme estrada de flores que é a vida

Maria Helena Mota Santos

29/09/2010

sábado, 5 de abril de 2014

Cotidiano


(Google Images)

Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Paixão

(Google Images)

Alguém se apaixonou por mim
Alguém que andava ao meu lado
Mas só conseguia me ver
Por um espelho quebrado

Alguém se apaixonou por mim
Alguém que às vezes me acusava
De não ser boa o suficiente
Para amar e ser amada

Alguém se apaixonou por mim
Alguém que nasceu comigo
Mas me pegava pela mão
Só pra mostrar o labirinto

Alguém se apaixonou por mim
E já morava no meu ser
Mas buscava outras companhias
Apenas por medo de sofrer

Alguém se apaixonou por mim
E era eu mesma no espelho
Feliz só pela minha companhia
Sem precisar do consentimento alheio

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Saudade infinita


(Google Images)

Tenho saudade
De um tempo
Que não sei
Se é desse tempo
Ou de algo
Que herdei

É uma saudade
Tão plena
Que me deixa
Em vigília
E ao mesmo tempo
Serena

A saudade é
Bem quietinha
Faz-me bocejar
Em sonhos
E adormecer
Na fantasia

É saudade
Que não tem tempo
E não traz recordação
É sentimento quentinho
Que aconchega
O coração

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 1 de abril de 2014

Corrida da vida


(Google Images)

Respire fundo!
Pode começar a hora que você quiser!
A partida começa na rua da saudade.
E a chegada é lá na rua da esperança.
No percurso, hidrate-se com lembranças.
E não esqueça do bloqueador da tristeza.
Use as roupas leves da alegria.
E proteja os pés contra a monotonia.
E para dar mais energia durante o percurso,
Não esqueça da pitadinha de sonho.
Corra! Mas não perca o compasso.
Pise! Mas deixe bons rastros.
Beba o líquido da moderação.
E embale tudo com uma canção.
Promova abalos sísmicos nas camadas internas.
E após a acomodação das falhas causadas pela erosão da dor,
Entre nos escombros e traga o troféu de si mesmo.
Após o resgate, siga a seta, vire a outra esquina
E aguarde instruções para a próxima corrida da vida.

Maria Helena Mota Santos

16/03/2010