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sábado, 8 de março de 2025

Não sei dizer


O que dizer
se não se tem palavras
se em cada brecha
entra uma sensação?

O que dizer
de sentimentos novos
que sem pedir licença
invadem o coração?

O que dizer
da insensatez
do momento novo
que invade o agora?

O que dizer
do olhar no espelho
que vê invertida
uma mesma história?

O que dizer do sim
com a máscara do não
e da atemporalidade
que invade o ser?

O que dizer
da linha da vida
que traz um passo a menos
a cada amanhecer?

O que dizer?...
Ah... Não sei dizer!

Maria Helena Mota Santos

(15/08/2011)

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Paradoxo


É quando não se tem quase nada pra dar
que brota o melhor que se tem.

É quando as cortinas se fecham
que o espetáculo de si mesmo acontece.

É quando o barco afunda
que se descobre nadadeiras invisíveis.

É quando se está à beira do abismo
que se descobre os pés voadores.

É quando se está na escuridão da noite
que as estrelas se tornam visíveis.

É quando cai chuva torrencial
que o sol aparece mais quente.

É quando a vida traz as dores
que se descobre a força que se tem.

Maria Helena Mota Santos

07/02/2010

sábado, 15 de fevereiro de 2025

A dor do mundo


Ainda sinto
O mundo doer
Em mim
E por sentir
A dor do mundo
Ainda vivo
Porque viver
É mais que anestesiar
Dores
E inventar amores
Viver é palpitar
Sorrisos
E lágrimas
É sobretudo
Não perder as asas

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Aprendi com a vida


Aprendi tanto
e
tão pouco
diante do que está disposto
nas infinitas possibilidades
dessa vida

Aprendi a olhar
e ver
nas entrelinhas do viver
e
que é no silêncio
que se constroem as armadilhas

Aprendi a sentir
sem falar
o que está a me espreitar
e
que no escuro
posso enxergar melhor a luz

Aprendi a andar
sem caminhar
só pelas vias do pensar
e
que as palavras
têm subterfúgios inimagináveis

Aprendi a amar
sem condição
sem obstruir o coração
e
que amores vêm
e amores vão

Aprendi a abrir as asas
sem direção
voando com o coração
e
que eu sou
um poema em construção


Maria Helena Mota Santos


14/11/2011

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Entrelinhas


Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
de cada dia que se faz noite
e de cada noite que se faz dia?

O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde a noite apaga a luz
e o dia acende a noite?

Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
de cada estrela cadente
que se cansa do lugar?

O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o lugar que era ausente
ganha um brilho reluzente?

Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
do instante que é passado
quando há pouco era presente?

O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o futuro se faz presente
pra ser arquivo no passado?

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Inusitado


Não era por ali
Mas fui
Se era pra ficar
Segui
Aviso de perigo
Não li
Nasci com asas
Parti

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Feliz Ano Novo!


Era uma vez um ano desvendado que se preparava para partir....O seu ciclo estava chegando ao fim.
Era a hora da travessia! Ele estava pleno e seguro de que precisaria ceder o espaço para o novo. Já não fazia sentido repetir os papeis no palco da vida!
Percebeu que o novo protagonista estava tão perto que já podia ser visto quase na linha de chegada. Sobravam-lhe poucas horas...
Um foi em direção ao outro! Precisariam cumprir o ENCONTRO MARCADO!
No último segundo, os dois se abraçaram e houve uma explosão de euforia que representava não só alegria mas, sobretudo, a esperança de novos momentos, de novos desafios, de novas possibilidades de escrever uma nova história!
E o ano novo ficou perplexo com tanta comemoração na sua chegada!
Era tudo novo...Ele estava sozinho... O ano velho tinha soltado a sua mão...
Olhava, embevecido, as pessoas acenando, brindando, cantando, sorrindo, chorando, saudosas, amando... pulando sete ondinhas... colocando flores no mar...
Quanta emoção! Era tudo tão intenso!
E foi naquele momento que se deu conta da sua grande responsabilidade ao entrar na vida daquelas pessoas.
Percebeu que precisaria superar seu antecessor porque a multidão tinha grandes expectativas.
Mas ele já sabia que a felicidade é um exercício diário e não necessariamente uma mudança de calendário...
Como faria para ser intitulado de um ANO BOM, na sua hora de partir, se algumas pessoas não atingissem suas expectativas?
Entendeu que precisaria, suavemente, colocar o pé no chão e fazer de cada dia, da sua passagem, uma nova oportunidade de cada ser escrever uma página da sua história valorizando cada sentimento que entrasse em pauta!
E no seu primeiro dia, ele estava letárgico, sonolento... “de ressaca”! Foram muitas emoções!
Sabia que precisaria de delicadeza... Era recém-nascido!
Percebeu as cortinas de um novo tempo que se abria e ele podia ler:

Bem-vindo 2025



Maria Helena Mota Santos