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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Minhas cores



(Google Images)

Se eu não sei
as minhas cores
As cores do mundo
se confundem
com os matizes
do meu eu

Sou da cor
que me pintaram
quando pra aqui
me embarcaram
pra cumprir
uma missão

Sou da cor
da esperança
da alegria
e da constância
Sou da cor
do coração

Se eu não sei
as minhas cores
As cores do outro
se confundem
com os matizes
do meu eu

Sou da cor
que me pintaram
Pra combinar
com o cenário
da possível
atuação

Sou da cor
que pulsa em mim
Cor alegre
Cor vibrante
Sou da cor
do meu jardim


Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

A hora da dor



(Google Images)

Um corpo estendido no asfalto quente... Uma moto ao lado... Pessoas em volta.. Alguém se foi... Eu fico perplexa... Faço esta poesia para aliviar a minha dor por ter encontrado um irmão anônimo que não mais posso conhecer.


De repente
Nada faz sentido
E a vida parece
Uma grande ilusão

Corpo pelo avesso
Sonhos desfeitos
E seu passo futuro
Não tem direção

Celular exposto
Intimidade à mostra
Em pleno alvoroço
Toma-se decisão

Alguém será avisado
Que a hora é de pranto
E a lágrima sentida
Substituirá o seu canto

Eu sou tanta dor
Que busco uma saída
A poesia me salva
E eu sigo minha vida

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Saudade infinita


(Google Images)

Tenho saudade
De um tempo
Que não sei
Se é desse tempo
Ou de algo
Que herdei

É uma saudade
Tão plena
Que me deixa
Em vigília
E ao mesmo tempo
Serena

A saudade é
Bem quietinha
Faz-me bocejar
Em sonhos
E adormecer
Na fantasia

É saudade
Que não tem tempo
E não traz recordação
É sentimento quentinho
Que aconchega
O coração

Maria Helena Mota Santos

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Meu tempo




(Google Images)

A poesia que se segue foi inspirada num sonho que tive a noite passada(21/02/2014)!
Ela não foi escrita apenas por mim mas por mistérios que moram no inconsciente quando a noite apaga a luz!


Não quero perder
Meu tempo
Vivendo o tempo
Do outro
Não quero
Fazer suas contas
De ganhar
Ou de perder
De acertar
Ou de errar

É tudo tão relativo
Pelo ângulo
Que se vê
Que às vezes
Penso que ganha
Quem acaba
De perder

Quero aproveitar
Meu tempo
No meu tempo
A cada dia
Cuidando
De aproveitar
Cada passo
Que me guia

Não cheguei
Pra ser juíza
Nesse júri
De ilusão
Pois sou vítima
Ou sou algoz
A depender
Da ocasião

Não cheguei
pra ser juíza
de um júri
acidental
que olha apenas
um lado
de um bem
que vence um mal

Não cheguei
Pra ser juíza
De um júri
Que não há réu
Pois estamos
Quase sempre
Invertendo
De papel

Mas percebo
Além da conta
E o meu olhar
Me sinaliza
Que há mistérios
Insondáveis
Nas passagens
Dessa vida

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A noite da alma


(Google Imagens)


Na calada da noite
Fala a voz da minha alma
Que insone flutua
Na inquietude da calma

No silêncio ensurdecedor
A alma perambula aflita
Busca motivos concretos
Para embalar essa vida

As marcas ficam visíveis
As indagações reaparecem
As sombras viram fantasmas
E no palco se aquecem

A noite é um cenário
Para o implícito atuar
Pois a luz do dia esconde
O que a escuridão quer mostrar

A noite retira a máscara
Que a alma usou pelo dia
Pois há de querer descanso
Para disfarçar a agonia

E o corpo quer dormir
Mas a alma quer vigília
E nessa briga pacata
Tem início um novo dia

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Até que a morte nos separe


(Google Imagens)

Ele a levava com um carinho imenso
Quase todos os dias
Seus passos lentos e trôpegos
Faziam com que ela marcasse passo
Tinha sido acometida por um AVC
Um dos braços estava paralisado
O seu rosto não tinha mais simetria
Sua fala já não tinha mais sons audíveis
Mas ele a levava todos os dias para ver o sol
Levava consigo uma cadeira de praia
E fazia da praça, em frente ao seu prédio, o seu mar
Ajudava-a a se sentar na cadeira
E ficava ali por um bom tempo
Para que ela pudesse se banhar de sol
Um dia fizera um pacto com ela
“Na alegria, na tristeza
Na saúde, na doença”
E hoje cumpria de uma forma
Que enternecia meu olhar
Observava-os nessas passagens
E esse carinho me inspirava
A acreditar no amor incondicional
No verdadeiro amor
Aquele amor que não se alimenta
Apenas de novos momentos
Mas da renovação
Diante das fases da vida
Diante dos obstáculos
Diante do imprevisível
Aquele amor verdadeiro
Que é companhia
Mesmo quando o outro
Só tem o silêncio
Para dizer suas palavras
Aquele amor infinito
Que pode acontecer
Em qualquer momento
Em qualquer lugar
No coração dos amantes
No coração dos pais
No coração dos amigos
No coração da humanidade
Aquele amor que transcende
E toca no coração de Deus

Maria Helena Mota Santos

17/11/2011

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Verdades


(Google Imagens)


Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer

Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição

Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!

Maria Helena Mota Santos

09/08/2011

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Rio do dia


(Google Imagens)


A vida

É uma película sutil
revestida de sonhos
com realidades latentes

É uma fronteira tênue
entre sanidade e loucura
entre alegria e tristeza

É um barco que navega
entres mares e rios
e eventuais chuvas e lágrimas

É uma rota programada
nos ponteiros de uma bússola
sem garantir direção

É navegar o rio do dia
remando sem ter certeza
se fará a travessia

Maria Helena Mota Santos

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O encanto de ser


(Google Imagens)

Tinha as asas de um pássaro e pousou perto do céu
Escolheu uma estrela e a trouxe pra sua estrada
Pegou uma nuvem branca e se deitou sobre ela
Brincou com o sol e bronzeou os seus dias
Esperou pela lua e a fez iluminar suas noites
Encontrou um cometa e embarcou na sua cauda
Encantou-se com Saturno e usou o seu anel
Encontrou um arco-íris e ganhou um pote de ouro
Viu o esboço de Deus e desenhou sua fé
Tinha os olhos coloridos e enxergou o invisível
Escolheu ver as cores nos quadros neutros da face
Pegou uma varinha mágica e encantou corações
Brincou com a incerteza e enfrentou a viagem
Esperou a alegria e dispensou a tristeza
Encontrou um atalho e preferiu um caminho
Encantou-se com a vida e enfrentou os percalços
Encontrou um anjo e herdou sua leveza
Viu o esboço de Deus e desenhou seu amor

Maria Helena Mota Santos

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Entre nuvens


(Google Imagens)

“Com o sol que estava fazendo hoje, quem diria que ia chover?”
Ao escutar este murmúrio no mundo foi inevitável essa divagação:
A imprevisibilidade é a marca registrada do estar no mundo.
Percebo que estou embaixo de um céu que me serve de útero.
Eu sou embrião da eternidade.
Alguém do outro lado, certamente, está grávido de mim.
A minha contagem começou a ser regressiva desde que fui concebida.
Sou itinerante e estou em viagem permanente.
O meu parto acontecerá ,inevitavelmente, em um dia impreciso.
O parto de lá pra cá se chama VIDA e o de cá pra lá se chama MORTE.
Mas é tudo face da mesma moeda.
Só sei que um dia terei que partir sem a minha prévia autorização.
Ficarei em "coma" para a vida e presente na lembrança das pessoas que amei.
Mas as marcas que deixarei não foram feitas só pelo caminho do amor.
Há pessoas que ficarão marcadas pelo caminho da dor que causei.
O quanto ficará de mim aqui quando me for?
Ficará a alegria ou a tristeza que semeei?
As lágrimas que fiz cair ou as lágrimas que enxuguei?
A desunião que provoquei ou a reconciliação que intermediei?
A inimizade que disseminei ou a amizade que cultivei?
A dor que causei ou as feridas que curei?
Não sei o quanto de mim terei doado quando me for.
Só quero que as pessoas de mim se lembrem,
como um ser humano que, acima de tudo, amou!

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A flor da amizade


(Google Images)

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na solidão
Regada com toda lágrima
Que verteu do coração

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na euforia
Regada com meu sorriso
Que verteu da alegria

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei no desalento
Regada com a esperança
Que verteu do sofrimento

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na adversidade
Regada com todo apoio
Que verteu da amizade

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na gratidão
Para dar a cada amigo
Que me afaga o coração

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Amores e Amores


(Google Images)

Não tenho medo dos amores que se consumam e que se consomem com o tempo.
Tenho medo dos amores que não acontecem fora do coração e nos acompanham, ao longo da vida, queimando no íntimo do ser.
Tenho medo dos amores que não são consumidos pelo cotidiano e crescem puro como na idealização de um sonho.
Tenho medo dos amores que tal como uma sombra acompanham as nossas relações e espreitam a nossa cama.
Tenho medo dos amores que estão entre as relações, mas não se tem como provar porque não é uma traição de fato.
Tenho medo dos amores que ficam intactos no ser e se alimentam e se acendem a cada olhar reacendendo com a chama do tempo.
Tenho medo dos amores velados que nunca serão revelados nem desvelados.
Tenho medo dos amores perfeitos que invalidam o verdadeiro amor que conhece o cotidiano das dores e aflições.
Tenho medo dos amores que se apresentam como salvação nas crises e que aparecem como algo inatingível e infindável.
Tenho medo do amor fruto proibido porque resiste ao longo dos dias.
Tenho medo dos amores que se escondem, na maioria das vezes, usando a máscara da amizade.
Não tenho medo da traição que se efetiva e que atrai uma atitude.
Tenho medo da traição velada que nunca se tem certeza da sua existência e transcende as leis da justiça.
Tenho medo dos amores sem amarras , sem superego e sem fronteiras
Tenho medo do amor platônico que é encoberto pelo medo da realidade.
Não tenho medo da traição que é inerente ao ser humano.
Tenho medo da traição perfeita porque tem álibi e não tem culpa.
Tenho medo dos amores que tiram o ser amado da sua presença sem tirá-lo do seu lado.

Maria Helena Mota Santos

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Na ciranda do tempo


(Google Images)

Penso que há um tempo, no tempo, para viver tudo que der tempo.
Penso que já foram derramadas todas as lágrimas estocadas para esse tempo.
Penso que é hora de limpar os resquícios da tempestade e arrumar um novo tempo.
Penso que é preciso treino para transformar derrotas em vitórias, com o tempo.
Penso que há uma senha, a ser descoberta, para entrar num outro portal do tempo.
Penso que tudo depende de como se reage ao enfrentar cada estação do tempo.
Penso que passado, presente e futuro brincam, de realidade e sonho, todo tempo.
Penso que a semente que se planta, inevitavelmente, será fruto com o tempo.
Penso que perder ou ganhar é pura questão de tempo.

Maria Helena Mota Santos

20/02/2010

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Christianne e Omar, que o amor seja a senha dos seus dias!



Como não falar de amor num dia que nasceu na cor do sorriso?
Como não falar de amor ao homenagear a minha sobrinha amada Christianne(Chris) e Omar que celebram hoje o dia do seu enlace matrimonial?
Como não falar de amor ao lembrar da ternura que encanta a alma da minha doce e amada sobrinha?
Como não me emocionar com a união de um casal tão especial?
Escolhi uma poesia que escrevi com o coração para desejar a vocês que o amor esteja sempre em pauta no dia a dia e que seja sempre o suporte em todas as circunstâncias da vida!
Que o amor seja infinito e seja a chama que aqueça os seus dias!


O amor

O que é o amor senão
Uma amizade sem limite
Um sofrimento prazeroso
Uma comunhão na diferença
Um esperar desesperado?

O que é o amor senão
Um caminhar sem um padrão
um palpitar no infinito
uma doação sem ter estoque
um levitar na multidão?

O que é o amor senão
Um lugar do paraíso
Um coração em disparada
Uma chuva de sorrisos
Uma saudade acompanhada?

O que é o amor senão
Um deserto com oásis
Um labirinto com passagem
Uma felicidade indefinida
Uma essência colorida?

O amor é lágrima revertida em alegria
É viagem sem destino e sem roteiro
É desatino que equilibra as travessias.
É a magia que encanta o mundo inteiro.

Maria Helena Mota Santos


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Máscara

(Google Images)


Entro no quarto
A máscara cai
O riso se veste de pranto
A fala se veste de silêncio
Os passos se vestem de inércia
O cansaço se veste de apatia
O dia se veste de noite

O teatro acabou
O palco mudou de lugar
A peça agora é só minha
Sem coadjuvantes
Só com ator principal

Acendo a luz no escuro
Sento num outro tablado
E uso uma lupa pra enxergar
As letras minúsculas do meu íntimo.

Os sentimentos bailam soltos
Sem fronteiras
Sem amarras
Sem censura
Sem medo
Sem ponderação

Só eu sou ator
Só eu sou plateia
Só eu sou o julgador
Só eu sou choro
Só eu sou riso
Só eu sou aplauso

Aparecem cenas novas
Cenas que não quero rever
Cenas esquecidas
Cenas preferidas
Cenas de lembranças
Cenas de esperança
Cenas de amor

No palco da madrugada
Vou compondo essa peça
De capítulos diários
De companhia
De solidão
De dor
De recordações
De alegria
De amor
De paz
De esperança
De vida.

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Adoção


(Google Images)


Eu adoto rosas
E as trago para um jardim
Liberto-as dos vasos
E as coloco na terra
Onde elas ganham asas
Enfim

Eu adoto rosas
E todos os seus espinhos
Elas me retribuem
Com cores
E me afagam
com carinho

Eu adoto rosas
Independente da sua cor
Adubo-as com a esperança
De que o mundo
Um dia
Seja um jardim repleto
de amor

Maria Helena Mota Santos

03/08/2013

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A dor que salva


(Google Imagens)

Gosto da dor que dói
mas é livre
A pior dor é
a que fica em coma
porque rouba a alegria
e a vontade de viver

Gosto da dor que dói
mas transmuta
A pior dor é
a que paralisa
e deixa impotente
para a travessia

Gosto da dor que dói
mas é digna
A pior dor é
a que se arrasta
por não se saber asa
pronta para voar

Gosto da dor que dói
mas é semente
A pior dor é
a que não se abre em flor
e jaz no canteiro inerte
do desamor

Maria Helena Mota Santos

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Amanheci assim

(Google Images)

Amanheci assim
tão pequenina
que não sou vista
em nenhuma esquina
Meu coração transcende
e se agiganta sobre o corpo
O vento me roça
e sinto frio até no osso

Amanheci assim
com tanta sutileza
que não perco de vista
a real beleza
Dos poros da vida
percebo as sementes
Que se fazem frutos
docemente

Amanheci assim
tão desigual
que não sei a proporção
do sentimento atual
Da vitrine da alma
puxo parte de mim
E compartilho com o mundo
o que ainda não conheci

Amanheci assim
tão humanamente real
que me misturo ao mundo
de uma forma original
Ouço os gritos inaudíveis
e com eles me envolvo
Sou sorrisos e lágrimas
Sou a emoção do novo

Maria Helena Mota Santos

16/03/2012

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Indagações


(Google Images)

O que dizer?
Nem sempre se tem palavras

Quando calar?
Nem sempre se tem silêncio

Quando seguir?
Nem sempre se tem estrada

O que fazer?
Nem sempre se tem clareza

Pra onde ir?
Nem sempre há um lugar

Como ajudar?
Nem sempre se tem a forma

Quando mudar?
Nem sempre se tem coragem

Quando amar?
Sempre que o coração pulsar

Maria Helena Mota Santos

23/12/2010