Licença Creative Commons
O Blog é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Baseada no trabalho presente em http://www.pintandoosetecomavida.blogspot.com.
.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sonho


(Imagem-Google Imagens)

Adormeci no colo da noite
E sonhei na madrugada
Sonhei voando pelos ares
E mudando minha estrada

Retirei as flores murchas
E podei a minha dor
Adubei todo terreno
Com o fertilizante do amor

Fui colhendo alguns frutos
Fui dividindo com o mundo
Percebi dentro de mim
Um amor muito profundo

Fui visitar novos lugares
Eram lindas as paisagens
Percebi que o importante
É seguir para as viagens

Dei a mão para um irmão
Que perdeu uma das asas
Foi uma alegria tão intensa
Que meu corpo trepidava

Eu me sentia tão feliz
Com a nova companhia
Que fiquei fortalecida
Para uma nova travessia

Fomos voando até o céu
Compartilhando nossas asas
Uma felicidade muito intensa
Dentro de mim se instalava

E quando enfim eu acordei
Senti que ainda tinha asas
Tinha um olhar tão colorido
Que tudo em sonho transformava.


Maria Helena Mota

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Em companhia de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

Já não há mais vazio no lugar desocupado
Uma presença invisível faz companhia à solidão

Já não há mais solidão na companhia de si mesmo
A agradável intimidade abre um monólogo eficaz

Já não há mais busca incessante e intempestiva
A pausa entra no palco se vestindo de estratégia

Já não há mais dor que esperneia dentro d’alma
A tristeza se acalma com o desfecho da história

Já não há mais pressa de chegar lá no futuro
O presente é o bastante pra recriar cada momento

Já não há mais medo de perder uma batalha
A vitória é muito mais do que ganhar uma partida

Já não há mais medo de enfrentar a dor da morte
Pois morrer é escutar o pulso e não sentir mais emoção

Já não há mais medo de perder a liberdade
Pois ser livre é ter asa pra buscar o infinito

Já não há mais medo de viver intensamente
Pois a vida é um espetáculo sem roteiro e sem “script”

Maria Helena Mota

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Transmutação


(Imagem-Google Imagens)

Coração em primavera
Olhos cheios de lua
Sorriso cheio de sol
Poros cheios de amor
Mente cheia de graça

O pensamento voa
Pede passagem ao tempo
E viaja numa águia
Catando letras no espaço
Formando palavras nas alturas
Criando poesia no horizonte

A viagem é mágica
Com sabor de vida
Com sabor de humanidade
Com sabor de divindade
Com sabor de liberdade

Momento inabalável
Momento indefinível
Momento imensurável
Momento imperdível

As portas se abrem
Para as possibilidades
Para as viagens
Para a aventura
Para os desafios
Para o infinito
Para a metamorfose

Maria Helena Mota

terça-feira, 27 de abril de 2010

Mirante


(Imagem-Google Imagens)

Um pedacinho do mundo é meu mirante
Nele olho o que se passa na vida
Vejo a vida na morte
Vejo a morte na vida
Vejo os que matam o corpo
Vejo os que matam a alma
Vejo o que anda em círculo
Vejo o que anda em reta
Vejo o que pula obstáculo
Vejo o que fica na inércia
Vejo o que anda e fica
Vejo o que para e segue
Vejo o que enfrenta a dor
Vejo o que provoca a dor
Vejo o que ama o outro
Vejo o que ama a si mesmo
Vejo o que olha e não enxerga
Vejo o que não enxerga e vê
Vejo a lágrima na face
Vejo a lágrima na alma
Vejo os pássaros que cantam
Vejo os pássaros que calam
Vejo as flores que se abrem
Vejo as flores que murcham
Vejo o sol que acorda
Vejo o sol que adormece
Vejo a vida em verso
Vejo a vida em reverso
E nesse pedacinho do mundo
Sou uma percepção aumentada
Vivo escutando o inaudível
Vivo enxergando o invisível
Sou da sensibilidade
Sou da humanidade
Sou da canção
Sou da poesia
Sou da fantasia
Sou da realidade
Sou da dor
Sou do amor
Sou apenas um olhar
Num mirante da vida

Maria Helena Mota

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um sopro de vida


(Imagem-Google Imagens)

Se no fio ainda pousa um pássaro
Se as pessoas ainda caminham na rua
Se as luzes ainda estão acesas
Se o céu ainda tem a cor azul
Se o sol ainda aquece com seus raios
Se a lua ainda mostra as suas fases
Se o dia ainda amanhece e anoitece
Se o coração ainda abriga sentimentos
Se as pessoas ainda se abraçam
Se os amigos sinceros ainda existem
Se a confiança ainda está em pauta
Se o amor ainda paira pelo ar
Se as árvores ainda crescem e frutificam
Se o pensamento ainda é livre pra sonhar
Se ainda há um sopro de vida
Ainda dá tempo
Da tristeza se revezar com a alegria
Do medo se revezar com a coragem
Da raiva se revezar com o perdão
Do conflito se revezar com a união
Da desilusão se revezar com a esperança
Da apatia se revezar com a ação
Do pessimismo se revezar com o otimismo
Do desencanto se revezar com o sonho
Da guerra se revezar com a paz
Porque a vida é a respiração que amanhece
É cada batida que no coração acontece
É cada sonho que no ser se estabelece
É cada desejo transformado em prece

Maria Helena Mota

domingo, 25 de abril de 2010

Momento


(Imagem-Google Imagens)

Um olhar
Um gesto
Um carinho
Um toque
Um sorriso
Uma emoção
Um abraço
Um momento
Momento mágico
sem precisar de trapaça
Momento que se eterniza
sem ficar para sempre
Momento infinito
que relativiza o tempo
Momento que ilumina o dia
sem precisar de um sol
Momento que veste de cores
o preto e branco da vida
Momento que se enche de amor
e deixa um rastro de luz
Momento que desperta a vida
e enche de flores o deserto
Momento que é uma melodia
e se faz canção todo tempo
Momento de amizade
Momento de paixão
Momento de ternura
Momento de compreensão
Momento de perdão
Momento de união
Momento de paz
Momento de amor

Maria Helena Mota

sábado, 24 de abril de 2010

Introspecção


(Imagem-Google Imagens)

E no silêncio
Vou encontrar minhas palavras
Vou traçar minha rota
Vou desenhar meu destino

E no silêncio
Vou viajar com o tempo
Vou descansar no seu colo
Vou esperar seus desfechos

E no silêncio
Vou caminhar pelas nuvens
Vou enfrentar tempestades
Vou recuperar minha paz

E no silêncio
Vou falar sem palavras
Vou enxergar no escuro
Vou fazer barulho sem som

E no silêncio
Vou me colocar pelo avesso
Vou encontrar meu endereço
Vou expressar meu amor

E no silêncio
Vou buscar meu infinito
Vou ser um poema bonito
Vou acender minha luz

Maria Helena Mota

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Asas


(Imagem-Google Imagens)

Asas são braços invisíveis que nascem nos corações alados.
Asas são refúgios itinerantes que abrigam as mentes sem fronteiras.
Asas são caminhos infinitos transitados por seres caleidoscópicos.
Asas são pontos luminosos que clareiam a escuridão do caminho.
Asas são pensamentos sem censura e sem grilhões.
Asas são possibilidades de caminhos nos atalhos da vida.
Asas são chaves sem fechaduras que abrem as portas do universo.
Asas são olhares sem vertigens que se encantam com as alturas.
Asas são oásis nos desertos da vida.
Asas são pássaros livres que habitam dentro da alma.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Colcha de retalhos


(Imagem-Google Imagens)

Cada dia a vida oferece um retalho colorido
ou em preto e branco.
Cada retalho vai formando uma colcha
marcada pela singularidade de cada ser.
De cada dia cai:
retalho de alegria
retalho de tristeza
retalho de euforia
retalho de desafio
retalho de perdas
retalho de ganhos
retalho de decepção
retalho de dor
retalho de cura
retalho de realização
retalho de conquista
retalho de aventura
retalho de inércia
retalho de otimismo
retalho de compaixão
retalho de paixão
retalho de amor
retalho de felicidade
retalho de possibilidades.
Cada um compõe sua colcha de retalhos
imprimindo sua marca e retratando
sua história.
Cada um vai costurando sua colcha
com as linhas:
da sua índole
da sua ética
da sua generosidade
da sua fidelidade
da sua sensibilidade
da sua criatividade
do seu respeito
do seu senso crítico
da sua ponderação
do seu bom senso
do seu coração.
Cada colcha é uma obra inédita
com as cores da humanidade
que veste o mundo de fantasia.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Extremos


(Imagem-Google Imagens)

Para se viver bem
não é preciso seguir muitas regras.
É preciso receber cada momento com leveza
e espontaneidade.

Para se viver bem
É preciso não desprezar os sentimentos
mas, reconhecê-los como necessários ao crescimento.

Para se viver bem
Não é preciso viver nos extremos
Mas encontrar a justa medida para o equilíbrio.

Para se viver bem
É preciso descomplicar as complicações da vida.
É não deixar de perceber as cores do universo
mesmo que os olhos já não as distingam tão bem.

Para se viver bem
É preciso seguir em frente
mesmo diante dos obstáculos.

Para se viver bem
É necessário cirandar no compasso do tempo
com a melodia do amor.

É não deixar que:
A tristeza vire depressão
A alegria vire euforia
A sabedoria vire arrogância
O amor vire obsessão.

Maria Helena Mota

terça-feira, 20 de abril de 2010

Antagonismos


(Imagem-Google Imagens)

Foi quando percebi o todo que descobri a minha exclusividade.
Foi quando estava no meio da multidão que percebi a minha solidão.
Foi quando pensei que estava em terra firme que o chão tremeu.
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.

Maria Helena Mota

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Construção


(Imagem-Google Imagens)

Antes que a terra trema
E o mundo venha ao chão
Vou refazer os alicerces
E fazer nova construção

Antes do abalo sísmico
Antes da trepidação
Antes que o caos se instale
Vou buscar uma solução

Mas se o tremor chegar
Vou salvar o que restou
Recordações e histórias
De quem por aqui passou

Vou enxugar as lágrimas
De quem está desamparado
Vou distribuir sorrisos
Pra quem está desencantado

E nesse mundo caótico
Vou amenizando a dor
Doando a quem precisa
Muita paz e muito amor

Vou colher muitas flores
Do jardim que vou plantar
Vou cobrir o chão de rosas
Pra toda essa gente pisar

Maria Helena Mota

domingo, 18 de abril de 2010

Um peixe na minha história.


(Imagem-Google Imagens)

Depois de muita chuva,
um lindo domingo de sol!
Que coisa boa!
Fui à praia para uma caminhada.
Comecei a andar,
e vi algo se debatendo.
Ah!
Um peixe naufragou!
Fiquei aflita.
Parei para ajudá-lo.
As ondas iam e vinham,
mas ele não tinha força para ir.
Precisava de ajuda!
Ui!
Que receio de pegá-lo!
E se ele me morder?
Mas esse peixe não morde!
Fui ver se arranjava um graveto.
Nada!
Tentei empurrá-lo com o pé.
Não deu!
Medo!
Que vergonha!
Um peixe tão pequeno!
Fui andando e olhando para trás.
De repente, alguém faria o que eu não fiz.
Andei com o peixe, à tiracolo, no coração.
Uma angústia...
Um peso...
Na volta tinha uma esperança:
não encontrar o peixe morto.
Fui me aproximando do lugar...
Uma apreensão tomava conta de mim.
Será que o peixe morreu?
Será que alguém o salvou?
Para minha alegria,
o peixe não estava mais lá.
A onda o levou?
Alguém o salvou?
Não sei!
Provavelmente, nunca saberei.
Aquele minuto não voltará.
E eu não fiz a diferença na vida do peixe.
A única coisa que pude fazer,
foi congelar o peixe numa poesia,
e mostrar para o mundo a minha agonia,
num lindo domingo de sol!

Maria Helena Mota Santos

sábado, 17 de abril de 2010

Caminhos


(Imagem-Google Imagens)

Que cada um componha a sua história ilustrada ou borrada.
Que cada um percorra sua estrada de caminhos ou de atalhos.
Que cada um plante suas sementes de árvores ou de ervas daninhas.
Que cada um enfrente sua sombra ou fique privado da luz.
Que cada um pinte sua tela diária com as tintas do livre arbítrio.
Que cada um se encontre ou estacione nos desencontros da vida.
Que cada um plante flores ou distribua espinhos.
Que cada um desempenhe seu papel no palco do cotidiano.
Que cada um componha a trilha sonora para embalar os seu dias.
Que cada um imprima suas pegadas nas calçadas da vida.
Que cada um seja uma melodia na sinfonia do universo.

Maria Helena Mota

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Renascer


(Imagem-Google Imagens)

Ainda dá tempo de recuperar o encanto e seduzir a vida por aí afora.
O frescor que vem de dentro hidrata os poros e favorece a segunda pele.
A criança interior coloca o olho na fechadura e faz festa com as novas possibilidades de pintar o sete com a vida.
E a porta da alma se abre após um tempo de clausura nas teias do sofrimento.
A alma leve e esbelta levita e apura o olhar na visão do ângulo das alturas.
As lições aprendidas entram no portal da sabedoria e favorecem viagens mais seguras.
O amor intacto ,na sua essência, alimenta o olhar embevecido e deslumbrado com a beleza da vida.
Cada dia traz o renascer e as possibilidades infinitas de gastar cada segundo.
O próximo dia é utopia que se transformará em realidade quando entrar no portal do agora.
E os dias se desenrolam e se desvelam e se tornam história.
E a história ganha uma nova página cada dia.
E a cada dia é escrita uma poesia do cotidiano com as tintas do sentimento.
E a vida continua fascinante e alicerçada no passo do hoje e no mistério do amanhã.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 15 de abril de 2010

As flores da alma


(Imagem-Google Imagens)

Levei minha alma para passear num jardim
E a enfeitei com as mais lindas flores
Deitei-a na relva da cor da esperança
E a deixei relaxada por um longo tempo
Coloquei-a no colo e fiz cafuné
E ela dormiu no embalo dos seus melhores sonhos
Depois foi despertada pelo canto dos pássaros
E sorrindo e bem leve se espreguiçou longamente
A chuva hidratou partes ressecadas pela poeira do tempo
E o vento levou os ciscos acumulados pela vida
O sol enviou seus raios para clarear suas sombras
E ela recebeu a visita de uma imensa alegria
Sentia-se refeita do cansaço dos dias
E se vestiu de fortaleza para as próximas batalhas
Pôs-se então a bailar numa dança sutil
E dançou... Encantou...E partiu

Maria Helena Mota

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Simplicidade


(Imagem-Google Imagens)

A vida é plena na simplicidade
Dos pequenos gestos
Dos olhares puros
Das palavras verdadeiras
Da suavidade do toque
Do sorriso espontâneo
Do afagar das mãos
Do abraço aconchegante
Do beijo singelo
Do cuidado carinhoso
Do papo amistoso
Da amizade fiel
Da cumplicidade no silêncio
Da doação sem limite
Do andar sem pressa
Do olhar pra natureza
Do contemplar o firmamento
Do sentir compaixão
Do ajudar o irmão
Da busca da liberdade
Do conviver com a diferença
Do amor incondicional
Do encanto e da magia
Do tornar a vida uma poesia.

Maria Helena Mota

terça-feira, 13 de abril de 2010

Gotas do dia


(Imagem-Google Imagens)

Cada dia é uma gota
No reservatório da alma
Cai gota de alegria
Cai gota de tristeza
Cai gota de saudade
Cai gota de decepção
Cai gota de superação
Cai gota de emoção

Quando as gotas se acumulam
E os sentimentos transbordam
Há torrentes de alegria
Há torrentes de tristeza
Há torrentes de saudade
Há torrentes de paixão
Há torrentes de amor

Quando chega uma frente fria
E tempestades iminentes
As gotas do dia transbordam
E desalojam a saudade
E as emoções de qualquer idade

Quando os raios caem na alma
E clareiam o que há na sombra
Vêm à tona sem controle
As emoções já esquecidas

E se cada gota que cai
É uma nota de partida
Há de se cuidar com carinho
De cada gotinha de vida

Maria Helena Mota

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Passarinho


(Imagem-Google Imagens)

Sonhei que eu era um belo passarinho
E com minhas asas eu podia passear
Sobrevoando eu cheguei até o céu
E adormecida comecei a despertar

O meu corpo era leve como uma pluma
Os pensamentos eram serenos e sutis
Se minha vida fosse vista desse ângulo
Nenhum motivo me faria infeliz

Fui às nuvens e aparei gotas de chuva
Fui ao sol e peguei luz pra me guiar
Fiquei feliz com a imensidão do infinito
E nenhum limite conseguia me parar

Percebi do alto os canteiros bem floridos
Os espinhos quase não dava pra notar
Pois a vida lá no palco das alturas
Só dava passagem pra beleza desfilar.

Fui para o passado embalada no presente
E viajei para o futuro em disparada
O passarinho me colocou venda nos olhos
Pois essa estrada não estava liberada.

O passarinho me pediu pra ter mais calma
Pois o futuro é uma obra inacabada
Se quiser muita luz no seu caminho
Distribua muito amor na sua estrada.

Maria Helena Mota

domingo, 11 de abril de 2010

Na dança dos dias


(Imagem-Google Imagens)

No tamborilar dos dedos
No acorde dos pensamentos
Na melodia da alma
Na dança dos dias
Outro momento pede passagem

No ocaso da dor
No acaso das possibilidades
Na lente do novo olhar
A vida pede uma chance

No palpitar das entranhas
No sangue que circula nas veias
Na dor que precisa ir
Na saudade que quer assumir
Uma nova tela se desenha

Na indignação que queima
No limite da solidão
Na busca da explicação
Uma reação se acende

Vou pro mundo
Vou pra vida
Vou pro horizonte
Vou pro Universo
Vou pro amor
Vou pra metamorfose
Vou viver

Maria Helena Mota

sábado, 10 de abril de 2010

O caminho da minha estrada


(Imagem-Google Imagens)

Foi quando não tinha nada que enxerguei tudo
Foi quando enxerguei tudo que percebi o vazio
Foi quando percebi o vazio que encontrei o espaço
Foi quando encontrei o espaço que enxerguei a vida
Foi quando enxerguei a vida que comecei a viver
Foi quando comecei a viver que olhei para o sol
Foi quando olhei para o sol que conheci a alegria
Foi quando conheci a alegria que percebi o luar
Foi quando percebi o luar que enxerguei as estrelas
Foi quando enxerguei as estrelas que percebi o céu
Foi quando percebi o céu que entendi o meu mundo
Foi quando entendi o meu mundo que percebi quem eu sou
Foi quando percebi quem eu sou que comecei a andar
Foi quando comecei a andar que conquistei o meu passo
Foi quando conquistei o meu passo que enfrentei obstáculo
Foi quando enfrentei obstáculo que desenhei minha paisagem
Foi quando desenhei minha paisagem que percebi o horizonte
Foi quando percebi o horizonte que entendi o infinito
Foi quando entendi o infinito que conheci o amor.

Maria Helena Mota

sexta-feira, 9 de abril de 2010

O parto nosso de cada dia


(Imagem-Google Imagens)

No início de cada manhã
há de se assumir a gravidez dos sentimentos
e não provocar aborto no que é indesejado.

No início de cada manhã
há de se assumir o embrião do ventre da alma
e encará-lo como parte do seu ser.

No início de cada manhã
há de se acompanhar os sinais que vêm de dentro
e acompanhar preventivamente a gestação
para facilitar o trabalho de parto.

No início de cada manhã
há de se escutar os ruídos da alma
com as contrações que vêm de dentro
e facilitar a dilatação dos sentimentos.

No início de cada manhã
há de se aceitar a dor presente
e acarinhá-la para facilitar a passagem
que levará a outro canal da vida.

No início de cada manhã
há de se agradecer por estar pulsando
e abraçar com carinho a dor ou alegria
como parte vital dessa grande travessia.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O amor


(Imagem-Google Imagens)

O que é o amor senão
Uma amizade sem limite
Um sofrimento prazeroso
Uma comunhão na diferença
Um esperar desesperado?

O que é o amor senão
Um caminhar sem um padrão
Um palpitar no infinito
Uma doação sem ter estoque
Um levitar na multidão?

O que é o amor senão
Um lugar do paraíso
Um coração em disparada
Uma chuva de sorrisos
Uma saudade acompanhada?

O que é o amor senão
Um deserto com oásis
Um labirinto com passagem
Uma felicidade indefinida
Uma essência colorida?

O amor é lágrima revertida em alegria
É viagem sem destino e sem roteiro
É desatino que equilibra as travessias.
É a magia que encanta o mundo inteiro.


Maria Helena Mota

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A dor e a esperança


(Imagem-Google Imagens)

Quando a dor se veste de esperança
Ela entra no palco mascarada
A dor encena um sorriso bem aberto
E a sua fala é otimista e humorada

Mas quando a realidade a desnuda
E os espinhos dilaceram as feridas
O sangramento é intenso e hemorrágico
E faz da dor o seu ponto de partida

Percorre o corpo com a rapidez de uma águia
E as lembranças aparecem de repente
Os momentos de imediato entram no palco
E o passado toma conta do presente

A dor tapa o sol, tapa lua e as estrelas
Mas não tapa a vontade de lutar
Pois se cada dia vem montado em um sol
Há de um dia esse sol pra dor brilhar

Maria Helena Mota

terça-feira, 6 de abril de 2010

Fotografia de uma reflexão


(Imagem-Google Imagens)

Olha um cachorrinho ali! Todo branquinho!
Não sei se é macho ou fêmea mas já rotulei de macho!
Machismo exacerbado!
O cachorrinho cheira o lixo, sai correndo e faz xixi numa parede toda limpinha.
Sai correndo pela calçada e encontra uma caixa de lixo e cheira de novo.
Late para um cachorro maior que passa sem se dar conta do seu tamanho.
Sorte dele que o cachorro estava na coleira e com o dono, senão...alguém iria apanhar.
Mas , alheio, continua sua aventura sem se preocupar com os riscos.
E cachorro se preocupa?
Quem sabe?
Passa por um homem com um carrinho de picolé.
Ele para e late! Será que quer comprar um picolé?
E ele tem dinheiro?
Esses cachorros de hoje! São tão modernos! Tão irreverentes!
Sai correndo! Claro que sem o picolé!
Depois desaparece da minha visão , mas continua na minha presença.
Começo a divagar sobre vida de cachorro.
Catar lixo, cheirar lixo, fazer xixi ao relento , comer sobras e andar errante.
Liberdade ou pobreza?
E o cachorro socialite?
Desfila no carro com seu dono, dorme em quartinho cinco estrelas, tem roupas de grife, comidinhas de marca, reservatório pro seu xixi....
Sorte dele! Nasceu com o “bumbum” virado pra lua.
Eta!Agora passa uma criança!
Espera aí!
Mexeu no mesmo lixo! Catou objetos! O quê? Está comendo?
Comendo o quê? Coisas do lixo!
Que paradoxo!
Será que estou delirando?

Maria Helena Mota

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A ilha dos sentimentos


(Imagem-Google Imagens)

Sentir-se só na imensidão de um universo.
Sentir-se repleto de companhias e sem nenhum movimento em volta.
Sentir-se com passos letárgicos que não vão a lugar algum.
Sentir-se andando em círculo com uma ilusão de linha reta.
Sentir-se sozinho de si e dos outros.
Sentir-se como uma ilha cercada de lágrimas por todos os lados.
Sentir-se como uma dor infinita que cabe em um minuto.
Sentir-se como um tempo que não volta.
Sentir-se como uma embarcação que segue independente da dor e da vontade.
Sentir-se fortemente frágil.
Sentir-se como o pulsar da vida nas veias do sentimento.
Sentir-se assim, paradoxalmente, pleno de dor e sorrindo para o espelho da vida.

Maria Helena Mota

domingo, 4 de abril de 2010

Tornado


(Imagem-Google Imagens)

O céu ficou amarelo de medo quando o tornado chegou.
Embora, morasse nas alturas, ele temia pelos que estavam abaixo de si.
Tirou os seus óculos escuros e pediu ajuda ao sol que se escondeu
por detrás das nuvens que imperavam gloriosas e cantavam sua vitória perante a regularidade.
E o céu viu tudo que aconteceu do mirante privilegiado das alturas.
Sentiu em si as dores do mundo e, em particular, algumas dores.
Chorou pelo que perdeu o abrigo, construído por muitos anos, para um vento que antes era brisa.
Chorou por aqueles que não conseguiam chorar porque a dor transcendia ao limite normal da realidade.
Chorou pelos que saquearam sem piedade os que agora tinham tão pouco.
Chorou pelo que ficou na solidão após perder o que tinha de mais bonito na vida.
Chorou pelos que não foram atingidos pelo tornado e não deram a mão ao desabrigado.
Chorou pela lágrima invisível do guerreiro que ultrapassou seu egoísmo para acalentar a dor do outro.
Chorou sensibilizado ao ver o ferido levantando outro ferido.
Chorou pelos que hoje olhavam com perplexidade para o passado que estava tão próximo e parecia tão distante.
As lágrimas do céu chegaram até Deus que chorou lágrimas divinas e , piedosamente, enviou bons tempos para minimizar a força do tornado.
Cansado do livre arbítrio dado aos humanos, Ele tomou as rédeas da vida e entrou no palco para abrir novos caminhos.
E, com a sua mão mágica e poderosa, colocou esperança em cada coração atingido para que cada um, de acordo com a sua fé, retomasse a vida rumo a uma nova construção.

Maria Helena Mota Santos

sábado, 3 de abril de 2010

Oração do amanhecer


(Imagem-Google Imagens)

Senhor
Nesse dia que amanhece
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente desse dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia.
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor.
Amém

Maria Helena Mota

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O dia em câmera lenta.


(Imagem-Google Imagens)

O dia amanheceu em silêncio profundo.
Era possível escutar o som dos pensamentos que povoavam a mente.
Os murmúrios do mundo eram perceptíveis de uma forma nítida e amplificada.
Era possível escutar a queixa e a gratidão das batidas do coração.
Era possível olhar para si mesmo com uma lupa e enxergar pontos cegos.
Era possível sentir a palpitação da dor de uma forma exacerbada.
Era possível sentir a alegria com seus tambores entoando canções felizes.
Era possível sentir a solidão na sua forma mais solitária.
Era possível trazer o som do passado e dançar com o presente.
Era possível sentir compaixão pela dor e paixão pela alegria.
Era possível olhar para o céu e enxergar além do firmamento.
Era possível transformar o impossível e recriar o quadro congelado pelo tempo.
Era possível mesclar a dor com a alegria e experimentar a serenidade.
Era possível sair de si e ir passear em outras paragens transformando realidade em sonho.
Era possível imaginar o inimaginável e voltar o tempo para resgatar parte da história.
Era possível exercitar a esperança na desesperança da vida.
Era possível viver na sua versão mais plena e infinita.
Era possível voar e aterrissar em pleno ar.
Era possível até voar com as asas do sonho e morar no infinito.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Um poema para Quel


(Imagem-Google Imagens)

Homenagem ao casamento de Raquel e Celso que acontecerá às 20:30 h em São Paulo.


Imagino a emoção que você sente nesse dia inesquecível.
Tudo é da cor da alegria e da felicidade.
Olhar para o céu é perceber estrelas em pleno dia.
É enxergar uma lua linda e grande caminhando ao lado do sol.
É perceber o pote de ouro do arcoíris mesmo que esteja imperceptível para outros olhos
É ver passar uma cauda colorida de um cometa.
É enxergar Deus piscando o olho e dizendo: serão felizes para sempre!
É apanhar pétalas de rosas que caem o tempo todo do céu , como chuva de bênçãos.
É perceber as nuvens como floco de algodão doce.
É imaginar a cor do céu como a cor da sua felicidade.
Imagino a emoção que você sente ao olhar para dentro de si.
É uma completude que jamais tinha imaginado existir como sucessora dos sofrimentos inevitáveis da vida.
É uma sensação de poder que a reveste de fada que ,com sua varinha de condão, encanta tudo a sua volta.
É uma plenitude tão grande que o coração pulsa no compasso do amor que sai por todos os poros.
Imagino a emoção que você sente ao tocar na mão do seu par e perceber que você encontrou a senha perfeita para a entrada no portal da felicidade.
Imagino a emoção que você sente ao fazer com que um dia primeiro de abril se transforme na mais pura expressão da verdade.
Imagino a emoção que você sente ao vislumbrar um futuro repleto de cumplicidade, carinho, paixão, ternura, companheirismo e , sobretudo, amor.
Imagino-a como uma pluma colorida encantando o universo com a leveza da sua felicidade.

Maria Helena Mota