Licença Creative Commons
O Blog é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Baseada no trabalho presente em http://www.pintandoosetecomavida.blogspot.com.
.

domingo, 30 de agosto de 2015

Folhas caídas

(Google Images)

Acordou e esboçou um sorriso com pausa
Daqueles que se pode ler nas entrelinhas
Que a sua origem não foi a alegria
Mas o desafio da superação de uma dor

Levantou e andou com passos bem lentos
Daqueles que a sombra fica quase letárgica
Que se percebe a falta de horizonte
Originada de um período de ocaso

Reagiu e balbuciou “Tudo bem”
Daquele que não se traduz energia
Mas que se percebe a falta de certeza
Do que virá num futuro bem próximo

Superou-se e falou "Vou vencer”
Com a força de quem encara sua dor
E que se percebe uma vibração positiva
Própria de quem quer sair da inércia

Seguiu, olhou em volta, e viu as folhas caídas
Ergueu os olhos e olhou o topo da árvore
Até perceber que as folhas se renovam
Então, com esperança, continuou a viagem

Maria Helena Mota Santos

07/11/2010

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Feliz dia do Psicólogo


(Google Images)


SER PSICÓLOGO

Ser Psicólogo
é fazer poesia das emoções sem necessariamente ser poeta.

Ser Psicólogo
é trabalhar com o verso e o reverso na tentativa de equilibrar o poema interno de cada ser.

Ser Psicólogo
é ser um facilitador na busca de equilíbrio nas crises previsíveis e imprevisíveis da vida.

Ser Psicólogo
é, sobretudo, ser escuta empática de um coração que pulsa no compasso de emoções indesejáveis.

PARABÉNS A TODOS OS PSICÓLOGOS PELO SEU DIA!

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Estações


(Foto: Hugo Mota)

Sinto a dor da folha que cai
antes do seu tempo
de outono
E ainda verde sucumbe
sem propósito
pelas mãos dos passantes
do caminho

Sinto a dor da flor que cai
antes do seu tempo
de primavera
E ainda botão sucumbe
sem propósito
pelas mãos dos passantes
do caminho

Sinto a dor da natureza que chora
antes do seu tempo
de inverno
E Sem poder demarcar
as estações
aguarda o seu tempo
de verão

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O voo do papel


(Google Images)

No chão, em frente a um prédio, uma pichação: TE AMO.
Num salão de festa, no mesmo prédio, as cadeiras esperam, "pacientes", pelos convidados.
No céu nuvens bordadas insinuam esboços humanos se amando.
Dois pássaros passam brincando de esconde-esconde como meninos arteiros.
Um adolescente passa cabisbaixo, provavelmente, pensando o que fazer sábado à noite.
Uma jovem senhora passa puxando pelo braço seu filho “doentinho”.
Vários carros passam em fila, na avenida, como se tivessem marcado a hora do encontro.
Pessoas passam arrastando as sandálias com a falta de pressa do sábado.
A tarde fica sonolenta e o divagar ,do poeta, é inevitável e sem pressa.
O poeta fica na letargia do tempo, da rua, da avenida e da cidade.
Assume o embalo calmo das pessoas que passam na rua.
Assume o palpitar macio do pulso da rua que ecoa no coração da cidade.
O poeta quer olhar pra rua e não quer olhar na sua própria avenida.
Assume a dinâmica do movimento que não para, embora pareça lento.
Resolve emprestar o seu olhar pra vida cirandar como quiser e quando quiser.
Subitamente, um papel sai do chão e voa e volta e, depois, cai para voar de novo.
O papel desperta um fascínio no poeta que resolve acompanhar sua trajetória.
O papel traz de volta um brilho “travesso” no seu olhar e desperta a criança adormecida.
O poeta resolve sair de si e divagar nos braços da sua alma pueril.
Deixa-se guiar pelas asas do papel que sobe ou desce conforme a direção do vento.
Assume a condição de papel, que o vento leva, e põe sua alma nessa vida itinerante e imprevisível.
Não sabe quando vai parar e o quanto vai aprender, nessas passagens, nos braços do vento.
Vai se deixando levar , sem controle, esquecendo o que acontece na periferia.
Vai sentindo a leveza de ser papel e voar, cair, voar, cair...voar!

Maria Helena Mota Santos

domingo, 16 de agosto de 2015

Para sempre


(Google Images)


O "para sempre"
pode durar
até amanhã
E o "nunca"
pode acabar
neste momento

A vida segue
modificando
os paradigmas
O que era óbvio
nas mãos do tempo
desmistifica

E as promessas
às vezes se perdem
nas mãos do vento
Que torna vulnerável
a senha confiável
de um momento

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Metamorfose da dor


(Google Images)

O que é a dor
Senão um aperitivo
Do amor
Um pré-requisito
Da experiência
Um trilhar no túnel
Da sabedoria?

O que é a dor
Senão um encontro
Com o avesso
Com o lado imperfeito
E com o quadro pintado
Sem cor?

O que é a dor
Senão um linimento
Que provoca ardor
E aponta caminho redentor?

O que é a dor
Senão a bússola do homem
Em busca de um caminho profundo
Precursora dos grandes versos
E mãe de todos os poetas?

O que é a dor
Senão um passaporte
Para o mundo
Que toca bem lá no fundo
Trazendo à tona
O néctar do SER?

O que é a dor
Senão o caminho inverso
Da mediocridade
Que dá cor
A qualquer saudade
Sem escolher idade?

Sem idade
Chega a dor
Trazendo histórias
Cantadas e encantadas
De amor.

Maria Helena Mota Santos

sábado, 8 de agosto de 2015

Feliz dia dos pais (09/08/2015)


(Google Images)


FELIZ DIA DOS PAIS


Pai
Sabe aquela estrela que você apontou pra mim?
Eu a peguei lá no céu e hoje trouxe só pra você.

Pai
Sabe aquela flor que você colheu pra mim?
Eu tirei suas pétalas e hoje enfeitei seu caminho.

Pai
Sabe aquele dia que você enxugou minhas lágrimas?
Eu as transformei em alegria para encantar o seu dia.

Pai
Sabe aquele carinho que você me dá todo dia?
Eu peguei um a um e transformei em amor infinito.

Pai
Sabe aquele sol que você me fez ver após a chuva?
Eu o transformei em holofote para iluminar a sua estrada.

Pai
Sabe aquele dia que você foi plateia quando eu era palco?
Hoje eu me tornei sua plateia e sou só aplausos.

Pai
Sabe aquela prece que você me ensinou a recitar?
Eu a enderecei hoje a Deus para seu caminho guiar.


Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Florzinha


(Google Images)


Se eu fosse uma florzinha
Bem pequena e delicada
Moraria em um jardim
Não pensaria em mais nada

Iria só enfeitar vidas
E alegraria os ambientes
Seria cúmplice dos amantes
E viveria sorridente

Eu transformaria o orvalho
Em bolinhas de sabão
Para alegrar as criancinhas
Que me carregassem na mão

Pegaria cada pétala
E enfeitaria o caminho
De quem tivesse bem triste
E se sentisse sozinho

Não me prenderia aos jarros
Seria uma flor itinerante
Conheceria as estradas
E chegaria ao horizonte

Maria Helena Mota Santos

08/11/2011