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Baseada no trabalho presente em http://www.pintandoosetecomavida.blogspot.com.
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domingo, 31 de outubro de 2010

Um Anjo me salvou


(Meu amigo LUPO)

Sabe aquele dia que ao abrir os olhos você se encara de frente no espelho da alma?
Sabe aquele dia que a alegria fica dormindo enquanto você desperta?
Sabe aquele dia que a alma colorida assume só a cor cinza e não se percebe outras cores ao redor?
Sabe aquele dia que o sol parece anêmico e que os sons absorvidos só lhe traduzem melancolia?
Sabe aquele dia que você não se reconhece porque borrou a maquiagem?
Sabe aquele dia de faxina interior que lhe aciona muita água e pensamentos indesejáveis?
Sabe aquele dia que se desenha como um quadro triste sem possibilidades de retoque?
Era pra ser assim, o meu domingo, se não fosse ele.
Ele me levou com seu rastro luminoso e sua força de pensamento até um link onde ele Espelhava Amigos.
Fui lá de coração aberto buscando um alento para a o meu dia.
Afinal, temos muita sintonia!
E eis que me deparo com um desses afagos inesquecíveis que fazem com que se mude de direção com as torrentes de alegria.
Com uma varinha de condão, o meu amigo LUPO ,transformou tudo ao meu redor em cores imperdíveis. Ele acordou a minha alegria! Pois estou numa postagem, Seis pessoas queridas, em um dos seus blogs, como uma pessoa especial!
Agora já me encaro no espelho da vida com lágrimas sorridentes.
Meu Anjo Humano, o mundo é muito melhor porque você existe!
Muito obrigada!

Maria Helena Mota Santos

Leiam o blog de LUPO
http://reflexosespelhandoespalhandoamigos.blogspot.com

sábado, 30 de outubro de 2010

Na contramão da vida


(Google Images)


Andava na contramão da vida
Seu obstáculo era o sinal verde
A sua esperança era vermelha
Com água e poeira desenhava o sonho
Olhava nos olhos
Dos que não queriam olhar
Vivia nos sonhos
Dos que tinham pressa de passar
No tilintar das moedas
Na humilhação da mão estendida
Desenhava seu futuro
Estava ali
Não por acaso
Não tinha outro lugar
Estava exposto a julgamentos
Estava exposto a xingamentos
Estava exposto a preconceitos
Acionava divagação
Acionava irritação
Acionava reflexão
Muitas opiniões eram ouvidas
Mas havia uma teoria mais forte
A sociedade não poderia alimentar essa prática
Mas a mesma sociedade não oferecia suporte
Então ficava ali naquela luta diária
Entre os mais fracos e os mais fortes

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Até que a morte os separe


(Imagem-Google Imagens)

Ele a levava com um carinho imenso
Quase todos os dias
Seus passos lentos e trôpegos
Faziam com que ela marcasse passo
Tinha sido acometida por um AVC
Um dos braços estava paralisado
O seu rosto não tinha mais simetria
Sua fala já não tinha mais sons audíveis
Mas ele a levava todos os dias para ver o sol
Levava consigo uma cadeira de praia
E fazia da praça, em frente ao seu prédio, o seu mar
Ajudava-a a se sentar na cadeira
E ficava ali por um bom tempo
Para que ela pudesse se banhar de sol
Um dia fizera um pacto com ela
“Na alegria, na tristeza
Na saúde, na doença”
E hoje cumpria de uma forma
Que enternecia meu olhar
Observava-os nessas passagens
E esse carinho me inspirava
A acreditar no amor incondicional
No verdadeiro amor
Aquele amor que não se alimenta
Apenas de novos momentos
Mas da renovação
Diante das fases da vida
Diante dos obstáculos
Diante do imprevisível
Aquele amor verdadeiro
Que é companhia
Mesmo quando o outro
Só tem o silêncio
Para dizer suas palavras
Aquele amor infinito
Que pode acontecer
Em qualquer momento
Em qualquer lugar
No coração dos amantes
No coração dos pais
No coração dos amigos
No coração da humanidade
Aquele amor que transcende
E toca no coração de Deus

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Se houver amanhã


(Imagem-Google Imagens)

Se houver amanhã um capítulo inédito vai ao ar
Com cenas que não se pode ensaiar

Se houver amanhã uma luz pode acender
Para não deixar o dia escurecer

Se houver amanhã pode se achar uma saída
Para o labirinto das causas perdidas

Se houver amanhã a esperança pode aparecer
Para quem não consegue crer

Se houver amanhã há de novos sonhos se plantar
Para passarela da realidade enfeitar

Se houver amanhã há de se aprender com os pássaros
Que mesmo com asas quebradas buscam o espaço

Se houver amanhã...


Maria Helena Mota Santos

28/10/2010

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A partida da dor


(Imagem-Google Imagens)

Fiz um carinho na minha dor e ela me sorriu
Disse-me que não estava doendo tanto
E que eu não me preocupasse com ela
Pois brevemente ela entraria em toque de recolher
Nas asas da luz do sol de qualquer amanhecer
E a veria se espreguiçando no luar durante a noite
Só não garantia se controlar nas madrugadas frias
Pois gostava de sair para passear no silêncio
Pediu-me que eu a deixasse partir
Pois fazia tempo que eu a mimava e a pegava no colo
Disse-me que tinha crescido tanto que era hora de seguir a estrada
Que ela estava tomando vários compartimentos da minha morada
E sua partida daria lugar para o intercâmbio de outros sentimentos
Quem sabe, um dia, ela voltaria em forma de alegria?
Eu disse pra ela que não era simples assim
Eu precisaria perdê-la por partes
Ela não sabia mas ela me fazia companhia
E acionava lágrimas que lavavam os ciscos da alma.
Fizemos um trato: cada uma se esforçaria para se desligar da outra
E, um dia, eu chegaria em casa e perceberia que ela se foi
Mas ela retornaria, provavelmente, em forma de flor
E assim fizemos um pacto na noite
E estamos em trabalho de parto para sua partida

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Desencontro


(Imagem-Google Imagens)

Olhou para trás
Não reconheceu as paisagens
Não encontrou as lembranças
Não encontrou seu passado

Olhou para frente
Não vislumbrou um caminho
Não encontrou seu projeto
Não encontrou seu futuro

Olhou para si
Não escutou os seus passos
Não encontrou sua bagagem
Não encontrou a si mesmo

Olhou para dentro
Não escutou pulsação
Não encontrou sua paz
Mas encontrou a esperança

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Se eu pudesse


(Imagem-Google Imagens)

Se eu pudesse pegar uma estrela
Pra acender o seu olhar
Eu pegaria

Se eu pudesse voltar o tempo
Pra mudar a sua história
Eu voltaria

Se eu pudesse lhe defender
Das decepções e das tristezas
Eu defenderia

Se eu pudesse lhe imunizar
Das mazelas dessa vida
Eu imunizaria

Como não posso lhe isentar
Das tristezas dessa vida

Como não posso lhe proteger
Das armadilhas da estrada

Como não posso impedir
As tempestades do caminho

Eu lhe dou por toda vida
O meu amor e o meu carinho

E a certeza de que meu coração
Será sempre o seu ninho

Maria Helena Mota Santos

domingo, 24 de outubro de 2010

Acordar cada dia


(Imagem-Google Imagens)

Acordar cada dia
Espreguiçar-se pro ontem
Reinventar o presente
E seguir pro horizonte

Acordar cada dia
Saber-se finito
E transformar cada hora
Num momento bonito

Acordar cada dia
E se olhar num espelho
Abrir um bonito sorriso
Dar-se um abraço perfeito

Acordar cada dia
Seguir sempre em frente
E se embalar em um sonho
Com o papel do presente

Acordar cada dia
E dançar no espaço
Numa sincronia perfeita
Com o seu próprio passo


Maria Helena Mota Santos

sábado, 23 de outubro de 2010

Rédeas de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

É preciso
Ter nas mãos
As rédeas de si mesmo
E lapidar a pedra bruta
Dos pensamentos
Impulsivos
Que correm soltos
Sem cabrestos
Buscando a liberdade
E o paraíso
E caem em queda livre
Soltando as feras
E experimentando
O abismo

É preciso
Ter nas mãos
A bússola de si mesmo
Pra desviar do que for
Labirinto ou atalho
Ajustar o que for preciso
Pra seguir novo caminho
Caminhar como adulto
Nas mãos livres
De uma criança
E correr solto
Nas mãos do vento
Em busca
Da esperança

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A história é assim


(Imagem-Google Imagens)

A história é assim
Um enredo que não tem fim
E que pode findar a qualquer hora

A história é assim
Uma certeza incerta
E uma saída em cada fresta

A história é assim
Um desbravar de vontade
Sem ter saciedade

A história é assim
Um começo esperando o fim
E um fim sem aviso prévio

A história é assim
Todos na mesma viagem
Diferentes destinos na bagagem

A história é assim
Vários mapas disponíveis
Levando a lugares imprecisos

A história é assim
Revezamento constante
De quem vai e de quem chega

A história é assim
Parceiros de todas idades
Em busca da eternidade

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A lição da chuva


(Imagem-Google Imagens)

Voltava para casa, hoje, após uma caminhada matinal
e fui surpreendida por uma chuva inesperada.
Daquelas chuvas que nem o canal do tempo faz previsão.
Acelerei os passos e procurei um abrigo.
Quando lá cheguei encontrei outras pessoas
que nem tinham agendado comigo naquela hora.
Estávamos ali, juntas, quase nos tocando, por um acaso.
Aproveitei o momento para observar as minhas reações internas
e as que eu podia perceber ou inferir nas pessoas.
Olhei primeiro para o lugar mais confortável:
O lado de fora!
Olhar pra si é sempre mais difícil!
Umas pareciam inquietos.
Outras mostravam irritação.
Algumas se impacientavam e saíam se molhando.
Outras, como eu, pareciam observar o momento,
talvez, com receio de acionar recordações melancólicas.
A chuva tem o poder de trazer aquela nostalgia latente.
Resolvi então olhar com mais atenção a chuva que caía.
E percebi que ao cair no chão, os pingos não escorregavam,
ao contrário, faziam círculos harmônicos.
Os pingos numa dança belíssima em pista molhada,
com uma bela sincronia, rodopiavam de mãos dadas.
Estavam lado a lado com outros círculos mas não se misturavam.
Cada grupo era companheiro mas não perdia sua identidade.
Fiquei assim em torno de dez minutos e aprendi uma grande lição.
Nas alturas ou no chão se pode fazer da vida uma bela canção.

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Naquele dia


(Imagem- Google Imagens)

Olhando pro céu naquele dia
Eu tive a plena certeza
De que a certeza não existe
Na neblina que embaçava o sol
Percebi uma cortina improvável
Embaçando o meu olhar
E ofuscando a minha luz

Olhando pro céu naquele dia
Eu tirei a conclusão
De que é melhor ter saudade
Do que conviver com a ausência
Pois sentir saudade aproxima
Mas a presença da ausência
Faz distante quem está perto

Olhando pro céu naquele dia
Eu percebi claramente
Que em alguns momentos da vida
O silêncio é cheio de palavras
E as palavras são cheias de silêncio
E cada ação implica uma reação
Que cala fundo no coração

Olhando pro céu naquele dia
Eu desenhei o meu destino
Entre as nuvens que passavam
Planejei minhas viagens
Pra esperança dei passagem
Embarquei num pé de vento
E fui conhecer outra paisagem

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Da minha janela


(Imagem-Google Imagens)

Num domingo melancólico
Daqueles da cor da inércia
Chego na janela
Pouso meu olhar sobre o nada
E sem me dar conta
Percebo uma cena inusitada
Daquelas que não se tem certeza
Se um dia testemunhará
Outra igual
Um cachorro grande
Deitado no meio da rua
Aparentemente indefeso
Faz sua greve particular
Sem bandeiras
Ou palavras de ordem
Obstrui a rua estreita
E faz dela a sua propriedade
Um carro se aproxima
E precisa parar
O motorista desce
Tange o cachorro
E ele nem levanta a cabeça
Continua esticado
Faz a cena
Não estou nem aí
O motorista fica no meio da rua
À mercê da vontade do cachorro
Um outro carro se aproxima
E um motorista irritado
Mesmo num dia de domingo
Buzina assustadoramente
O animal não sai do lugar
O primeiro motorista
Bate palmas
Fala
Enquanto o outro buzina
Até que consegue fazê-lo
Levantar a cabeça
Olhar
E calmamente
No seu ritmo
Sem nenhum latido
Sem reclamações
Levanta-se
Olha pra todos
E sai
Em busca do seu destino
E ilustrando o meu dia
De domingo

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Menção Honrosa



Quero compartilhar com vocês a alegria de ter recebido uma menção honrosa pela seleção de duas poesias num Concurso Nacional para fazer parte de uma Antologia Poética que será publicada no mês de novembro de 2010.
Obrigada pelo carinho de todos vocês que acompanham meu caminho poético.
A vitória é nossa!

Eis uma das duas poesias selecionadas:


Malabarismo

Olha a moça! Com malabarismo, levando seu cesto, entoa uma canção.
Olha a moça! Morrendo de frio no meio da chuva do seu coração.
Olha a moça! Com seu cobertor, cobrindo seu mundo, não perde o gingado.
Olha a moça! Cabelo molhado e os pés bem cansados do sapateado.
Olha a moça! Olhar no presente, o futuro distante, mas tem fantasia.
Olha a moça! Visitar a cidade, conhecer as paisagens, é o que mais queria.
Olha a moça! Com grande equilíbrio desfila na vida carregando seu pote.
Olha a moça! Que mata a sede, ajuda o vizinho e faz o que pode.
Olha a moça! Vestido pintado, do dia suado de tanta labuta.
Olha a moça! Ficar sem comida, sem água da chuva é o que lhe assusta.
Olha a moça! Que quando nasceu já foi escolhida a sua profissão.
Olha a moça! Não tem depressão porque no sertão não tem disso não.
Olha a moça! Que olha pro céu e fica perplexa ao ver um avião.
Olha a moça! Que brota bonita , é a paisagem mais linda que há no sertão.

Maria Helena Mota Santos

domingo, 17 de outubro de 2010

Eu sou


(Imagem-Google Imagens)

Eu sou
Uma brisa suave
Que pousou no acaso
E se fez gente

Eu sou
Um tom solitário
Que pousou num acorde
E se fez canção

Eu sou
Um sentimento profundo
Que pousou em um verso
E se fez poesia

Eu sou
Um barquinho de papel
Que remou pelo mar
E se fez infinito

Eu sou
Uma pétala ao vento
Que pousou num jardim
E se fez flor

Eu sou
Um pedacinho de saudade
Que pousou num coração
E se fez amor

Maria Helena Mota Santos

sábado, 16 de outubro de 2010

Nas asas de um Anjo


(IMAGEM-Google Imagens)

Ontem eu viajei
Nas asas de um Anjo
Passei a noite divagando
Lá no céu
Por entre as nuvens
Conheci a amplidão
Peguei estrelas
E apaguei a escuridão

Ontem me fiz divina
Conheci a perfeição
Não levei dores
Fui nas asas da emoção
Escutei uma música
Sobre seus tons eu viajei
Fui além da vida
E no amanhã me encontrei

Ontem me vesti de pluma
E conheci o invisível
Fui a sutileza
E escutei o inaudível
Tirei os pés do chão
Nada impediu minha subida
Pra conhecer novo lugar
Em outra vida

Ontem fui infinito
Meu horizonte conheci
Deletei as dores
Só os amores eu salvei
Uma outra vida
Nesta vida alcancei
Despertei do sonho
E pra outro dia acordei


Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Gotas de vida


(Imagem- Google Imagens)

Cada gota caía e deslizava
Na face suave como a brisa
Não era alegria
Nem tampouco era tristeza
Não era paz
Nem tampouco era revolta
Não era sonho
Nem tampouco realidade
Não era o nada
Nem tampouco era o tudo
Não era oásis
Nem tampouco era deserto
Não era dor
Nem tampouco era prazer
Era apenas o orvalho
Que caía sem saber
Eram apenas gotas de vida
Que anunciavam o amanhecer

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

No trilho do coração


(Imagem-Google Imagens)

A última dor descarrilou
No trilho do coração
Caiu no vagão do mundo
E ficou sem direção

Desmaiou na brusca queda
E com amnésia despertou
Olhou pra si com outros olhos
As lembranças não encontrou

Conheceu o marco zero
Conheceu a apatia
Não sabia de onde veio
Nem ao menos pra onde ia

Despojada de conceitos
Aprendeu novos valores
Foi contratada num jardim
E aprendeu a plantar flores

Aprendeu com o sorriso
Aprendeu com a compaixão
Aprendeu com a esperança
Aprendeu a ser perdão

A última dor trocou o nome
Agora se chama alquimia
Transforma seu sofrimento
Em grande sabedoria


Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O despetalar do dia


(Imagem-Google Imagens)

E se no dia que amanhece
Nada for da cor do ontem?

E se no dia que amanhece
Não houver nenhuma cor?

E se no dia que amanhece
A cor da tristeza desbotou?

E se no dia que amanhece
A cor da alegria chegou?

E se no dia que amanhece
O improvável aconteceu?

E se no dia que amanhece
A semente plantada floresceu?

Cada dia é uma pétala
Que deixa rastro na estrada
Cada ser compõe uma flor
Com as pétalas descartadas


Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Feliz dia da criança


(Imagem-Google Imagens)

A criança saiu pela porteira
Fez travessuras na estrada
Para a tristeza disse: estátua!
E saiu em grande disparada

Deu voz ao ser inanimado
E contracenou com a fantasia
Com uma varinha de condão
Transformou tudo em magia

Rodopiou leve e solta
Sorriu pra tudo que encontrou
Fez das árvores seu trapézio
E tudo num palco transformou

Cobriu a estrada de algodão doce
Em uma nuvem se sentou
Pintou o dia de arco-íris
Tudo em volta se alegrou

Muitos balões ela estourou
E a felicidade liberou
Ao encontrar com as pessoas
Cirandou, cirandou, cirandou


Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Poço de luz


(Imagem-Google Imagens)

A verdade
Caiu em gotas
No poço perene da ilusão
Gotas corrosivas
Que faziam círculos
Circundando as certezas
E contaminando a pureza
A água de cor clara
Ficou furta-cor

O dia escureceu
A água desestabilizada
Escondeu-se no fundo
E lá quietinha
Chorou em turbilhão
Queria escorregar
Pra outra fonte
Mas no fundo do poço
Não tinha saída

Até que percebeu
Um feixe de luz
Piscando
Imunizando
Abrindo caminho
Para cima
Para o alto
E avante

E a água
Seguiu a luz
Chegou à borda
E transbordou
Para o recomeço
Para seguir outro córrego
Até encontrar um rio

Maria Helena Mota Santos

domingo, 10 de outubro de 2010

Ausência


(Imagem-Google Imagens)

Fez-se presente
Na ausência
Roubou a cena
Sem estar no palco
Contracenou
Sem atuar
E se escondeu
Pra se mostrar

Fez-se passado
Na presença
Atuou
Sem contracenar
Fingiu ser plateia
E aplaudiu
Mas se escondeu
Pra disfarçar

Fez-se futuro
Em outro show
Um palco móvel
Contratou
Encena alegria
Encena a dor
E diz que busca
O amor

Maria Helena Mota Santos

sábado, 9 de outubro de 2010

Canal do tempo


(Imagem-Google Imagens)

O canal do tempo anunciou
Tempestade iminente
Com chuva torrencial
E tufão inevitável

Mas o hábito de ser sol
Fez a chuva se esconder
A tempestade fenecer
O tufão arrefecer

Raio de luz se fez presente
E não deixou a inundação
Transformar-se em enxurrada
E no rio do caminho transbordar

E o sol nasceu bonito
Desfilando com seus raios
Aqueceu a luz do dia
E só à noite ele partiu

Mesmo assim ficou presente
No reflexo do luar
Coadjuvando com a lua
Foram no mar se encontrar

E dançaram toda noite
Numa alegria contagiante
E fizeram companhia
Pros corações itinerantes

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Obrigada Betty Gaeta


(Imagem-Google Imagens)

Acordei
Coração pulsando
Respiração tranqüila
A visão perfeita
Os pés em movimento
Tudo perfeitamente igual

Na varanda
Um lindo sol
O céu azul
Flores
Pássaros
Pessoas seguindo
Um dia pra viver
Sem pressa
Sem pretensões

Na caixa de e-mail
A surpresa
Afagos
Em forma de mensagens
Vindas de partes distantes
Trazendo pra mim
Alegria
Emoção
Lágrima
Sorriso

Eis que descubro
O primeiro elo da corrente
Betty Gaeta
Amiga que conheço
Pelo lado mais importante
O do coração


Obrigada, minha querida amiga, pela postagem da poesia PARTES DE MIM no seu blog.
As palavras, nesse momento, são insuficientes para expressar tamanha emoção.
Obrigada pelos novos amigos que ganhei através de você.
Um beijão!

Blog de Betty: http://gostodistonew.blogspot.com

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bailando com a vida


(Imagem-Google Imagens)

Cada um no seu passo
Na conquista de um compasso

Cada um no seu universo
Dentro de um espaço

Cada um com a bagagem
De tudo que recolheu

Cada um com a essência
Do perfume que exala

Todos debaixo do céu
Sujeitos aos seus limites

Todos caminhando juntos
Mesmo em caminhos inversos

Todos sujeitos ao tempo
Mesmo que não haja tempo

Todos com a mesma sina
Mesmo em diversos destinos

Todos bailando com a vida
Mesmo sem passo e sem ritmo

Todos caminhando para o futuro
Em direção ao fim do túnel

Maria Helena Mota Santo

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Asas da alma


(Imagem-Google Imagens)

Apropriar-me de quê?
Apropriar-me de quem?
Se nem tenho controle total sobre mim
E posso ser resgatada a qualquer instante!

Orgulho pra quê?
Arrogância por quê?
Se o que enfeita a alma
São as flores do amor!

Sentir-me superior por quê?
Humilhar o outro pra quê?
Se somos nivelados pela vida
E só diferenciados pela alma!

Se só tenho o agora
Se sou itinerante no mundo
Se o tempo continua seu rumo
Sinto-me eterna em cada segundo

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Trem da vida


(Imagem-Google Imagens)

Perdeu o trem que o levava aos mesmos lugares
Trocou a passagem que abria os mesmos caminhos
Olhou com outros olhos as velhas paisagens
Olhou com outros olhos para as mesmas pessoas
Olhou pro céu e viu desenhos nas nuvens
Olhou pro sol e percebeu um sorriso
Olhou pra si e percebeu novos adornos
Olhou pra estrada e desenhou novos passos
Abriu um caminho para novas passagens
Ousou andar por outras paisagens
Ousou mostrar emoções latentes em si
Ousou desafiar seus próprios limites
Ousou desbravar
Ousou aprender
Ousou mudar
Ousou viver

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pegadas do meu ser


(Imagem-Google Imagens)

Nasci na direção do vento
Cresci em direção ao horizonte
Vivo na imensidão do infinito

Sou pouco palavra
Sou muito silêncio
Sou a roda que gira
Sou a reflexão ambulante
Sou um pedaço do tudo
Sou um mosaico de partes
Sou uma mão estendida
Sou o aconchego do abraço


A felicidade eu não busco
Ela mora em mim
Porque a percebo
Em cada sorriso
Em cada lágrima
Em cada desilusão
Em cada afago
Em cada respiração
Em cada flor
Em cada espinho
Em cada irmão

Sou pouco razão
Sou muito emoção
Sou uma poesia
Sou uma canção
Sou um livro alado
Sem rótulo e sem capa
Sou um pedacinho de infinito
Aterrissado nas asas

Maria Helena Mota Santos

domingo, 3 de outubro de 2010

Ecos de um amigo


(Imagem-Google Imagens)

Divagações...
Chegam velozes
Oriundas do universo
E de mim mesmo
Divagações...

Um pensamento
Uma lembrança
Atração poética

O movimento
Espanta o verso
Tão irreverente
Tão suave como sou

Na prontidão
Na obviedade
O subjetivo não chega
A razão veta a emoção

O momento
O medo
A coragem
A reflexão
O inusitado
O imprevisível
A lágrima interna
A nostalgia da noite
A imprecisão dos fatos
A escolha
A consequência
O desbravar a estrada

São emoções
Sentimentos torrenciais
Reais
Paradoxais

Por que eu?
Estou grávido de palavras
Inquieto na calma
Sofro no fundo do eu
Grito no silêncio
Na dor das contrações
Da poesia

A palavra flui!
Espanto-me!
Obra prima?
Não acredito!
Sou poeta?

Mesclo passado e presente
A euforia e a apatia
A lua e o sol
A flor e o cacto
A guerra e a bonança
O efêmero e o eterno
O viver e o morrer

São tantas emoções
São tantas escolhas
São tantas partidas
São tantas poesias

Não és minha, poesia!
Não te mereço
És de outrem
Dos que te acalentam
Sem esforço
Dos que não escondem
A imensidão da dor
E a infinitude do amor

Rendo-me
Desbravo
Deixando meus versos escritos
Nas pegadas do caminho
No universo de mim mesmo
A descoberta:
Sou poeta da vida!
Sou poeta do amor!

Maria Helena Mota Santos

sábado, 2 de outubro de 2010

Pétalas


(Imagem-Goolge Imagens)

Joguei pétalas no mundo
E o perfume voltou pra mim
Por entre espinhos
Enxerguei as flores
Por entre pedras
Enxerguei caminhos
Por entre selvas
Enxerguei um ninho
Por entre tempestades
Enxerguei o sol
Nas plantas podadas
Enxerguei os brotos
Nas partes perdidas
Encontrei os rumos
Nos dias sem sol
Enxerguei estrelas
Nas calçadas do mundo
Encontrei irmãos
Em cada verso escrito
Encontrei direção
Sou uma poesia
Sempre em construção

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Companhia


(Imagem-Google Imagens)

Convencionaram
Que não sente
Que não fala
Que não escuta
Que não tem alma

Convencionaram
Que é brinquedo
Que é apático
Que se compra
Que é pueril

Não sente mas me dá carinho
Não fala mas me escuta
Não anda mas me acompanha
Não tem alma mas me faz bem

Fica ao meu lado quando choro
Sinto que adora quando sorrio
É cúmplice dos meus segredos
Faz vigília quando estou insone

Acho que você é um presente
Enviado por um anjo do céu
Através das mãos de um amigo
Que trouxe você pra mim

Maria Helena Mota Santos