quinta-feira, 30 de dezembro de 2021
Novo Tempo
O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu
Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu
O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar
Não tinha mais tempo
para esperar
a vida passar
Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia
Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 24 de dezembro de 2021
Linha do tempo
cada dia
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento
Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste
Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio
Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci
Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço
Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e para o novo dia
eu amanheço
Maria Helena Mota Santos
09 09 2014
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento
Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste
Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio
Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci
Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço
Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e para o novo dia
eu amanheço
Maria Helena Mota Santos
09 09 2014
terça-feira, 14 de dezembro de 2021
Entrelinhas
Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
de cada dia que se faz noite
e de cada noite que se faz dia?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde a noite apaga a luz
e o dia acende a noite?
Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
de cada estrela cadente
que se cansa do lugar?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o lugar que era ausente
ganha um brilho reluzente?
Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
do instante que é passado
quando há pouco era presente?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o futuro se faz presente
pra ser arquivo no passado?
Maria Helena Mota Santos
de cada dia que se faz noite
e de cada noite que se faz dia?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde a noite apaga a luz
e o dia acende a noite?
Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
de cada estrela cadente
que se cansa do lugar?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o lugar que era ausente
ganha um brilho reluzente?
Quem poderá me dizer
o que há nas entrelinhas
do instante que é passado
quando há pouco era presente?
O que será que acontece
na fronteira do encontro
onde o futuro se faz presente
pra ser arquivo no passado?
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 2 de dezembro de 2021
Meu sonho
O meu sonho
é seguir sonhando
e pintando cores
no meu dia a dia
Tenho o sonho
de sonhar
com a realidade
vestida de fantasia
O meu sonho
é flutuar
nas asas leves
da poesia
Tenho sonho
de escrever
versos de amor
todos os dias
O meu sonho
é não me opor
ao sonho
que se insinua
Tenho sonho
de plantar
e regar a flor
de cada rua
O meu sonho
é levitar
e conhecer
o infinito
Tenho sonho
de deixar o mundo
bem mais pertinho
do paraíso
Maria Helena Mota Santos
no meu dia a dia
Tenho o sonho
de sonhar
com a realidade
vestida de fantasia
O meu sonho
é flutuar
nas asas leves
da poesia
Tenho sonho
de escrever
versos de amor
todos os dias
O meu sonho
é não me opor
ao sonho
que se insinua
Tenho sonho
de plantar
e regar a flor
de cada rua
O meu sonho
é levitar
e conhecer
o infinito
Tenho sonho
de deixar o mundo
bem mais pertinho
do paraíso
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 22 de novembro de 2021
Caminhos
Se era para andar
andei
Se era para pausar
pausei
Nos limites da vida
avancei
Se era para chorar
chorei
Se era para sorrir
gargalhei
Emoções conflitantes
superei
Se era para contestar
contestei
Se era para relevar
relevei
Caminhos antagônicos
trilhei
Se era para amar
amei
Se era para odiar
perdoei
Sem fugir da realidade
sonhei
Maria Helena Mota Santos
Se era para pausar
pausei
Nos limites da vida
avancei
Se era para chorar
chorei
Se era para sorrir
gargalhei
Emoções conflitantes
superei
Se era para contestar
contestei
Se era para relevar
relevei
Caminhos antagônicos
trilhei
Se era para amar
amei
Se era para odiar
perdoei
Sem fugir da realidade
sonhei
Maria Helena Mota Santos
14 06 2020
domingo, 14 de novembro de 2021
Presença
Nem sempre
É preciso ausência
Esquece-se
Mesmo
Na presença
Pois lembrar
É mais do que ver
É enxergar
No coração
A quem
Não se quer
Esquecer
Maria Helena Mota Santos
30 03 2014
É preciso ausência
Esquece-se
Mesmo
Na presença
Pois lembrar
É mais do que ver
É enxergar
No coração
A quem
Não se quer
Esquecer
Maria Helena Mota Santos
30 03 2014
sábado, 6 de novembro de 2021
Espetáculo
Às vezes penso
que viver
é sonho
e se eu acordar
perderei o espetáculo
dos enredos
que escrevi
Às vezes penso
que moro
num palco
e se não atuar
perderei meu papel
e serei
só plateia do que fui
Maria Helena Mota Santos
e se eu acordar
perderei o espetáculo
dos enredos
que escrevi
Às vezes penso
que moro
num palco
e se não atuar
perderei meu papel
e serei
só plateia do que fui
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 1 de novembro de 2021
Possibilidades
Do
Sempre
não sou
Do
Nunca
muito menos
Sou
das possibilidades
e das vulnerabilidades
da inconstância
da vida
Sou
do inusitado
indeterminado
conquistado
Não sou
estanque
Meu caminho
é adiante
Certamente
Não sou do caminho
do meio
Sentimentos antagônicos
permeio
Extraio vida
da sobrevida
Com versos
e rimas
curo as minhas
feridas
Maria Helena Mota Santos
não sou
Do
Nunca
muito menos
Sou
das possibilidades
e das vulnerabilidades
da inconstância
da vida
Sou
do inusitado
indeterminado
conquistado
Não sou
estanque
Meu caminho
é adiante
Certamente
Não sou do caminho
do meio
Sentimentos antagônicos
permeio
Extraio vida
da sobrevida
Com versos
e rimas
curo as minhas
feridas
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 28 de outubro de 2021
Poetizei
Sem saber
Que não seria
Fui
Sem saber
Que não queria
Quis
Sem saber
Que não viria
Esperei
Sem saber
Que era fugaz
Eternizei
Sem saber
Que era verso
Poetizei
Maria Helena Mota Santos
Fui
Sem saber
Que não queria
Quis
Sem saber
Que não viria
Esperei
Sem saber
Que era fugaz
Eternizei
Sem saber
Que era verso
Poetizei
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 20 de outubro de 2021
Verso em flor
Era pra ser uma poesia
Versificada no pra sempre
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente
E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço
E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim
A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou
E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor
Maria Helena Mota Santos
20/10/2013
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente
E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço
E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim
A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou
E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor
Maria Helena Mota Santos
20/10/2013
domingo, 10 de outubro de 2021
inusitado
Não era por ali
Mas fui
Se era pra ficar
Segui
Aviso de perigo
Não li
Nasci com asas
Parti
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 1 de outubro de 2021
Falar ou Calar?
Se eu calo as vozes me sufocam
Se eu falo o silêncio me atordoa
Falar?
Calar?
O que é falar?
O que é calar?
Se às vezes falo muito no silêncio
e digo pouco com as palavras?
Como dizer no tempo certo
o que é pra se dizer?
Como calar no tempo certo
o que não é pra se falar?
Onde está o justo equilíbrio?
Que elo existe na fronteira
do falar e do calar?
Elo do bom senso?
Elo da experiência?
Elo da sabedoria?
Elo da generosidade?
Elo da empatia?
Elo do amor?
O que é falar?
O que é calar?
Maria Helena Mota Santos
Falar?
Calar?
O que é falar?
O que é calar?
Se às vezes falo muito no silêncio
e digo pouco com as palavras?
Como dizer no tempo certo
o que é pra se dizer?
Como calar no tempo certo
o que não é pra se falar?
Onde está o justo equilíbrio?
Que elo existe na fronteira
do falar e do calar?
Elo do bom senso?
Elo da experiência?
Elo da sabedoria?
Elo da generosidade?
Elo da empatia?
Elo do amor?
O que é falar?
O que é calar?
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 22 de setembro de 2021
Estações
Que o sol nunca se deite
Sem provocar o meu sorriso
Que a chuva por mim não passe
Sem roubar as minhas lágrimas
Que a primavera deixe em mim
O rastro de muitas flores
Que o outono me dê a chance
De renovar a minha vida
Quero ser cada momento
De atitude ou de silêncio
Quero viver as estações
Sem perder a intensidade
Quero marcar o meu caminho
Com sementes bem cuidadas
Para florir no tempo certo
E enfeitar toda estrada
Maria Helena Mota Santos
Sem roubar as minhas lágrimas
Que a primavera deixe em mim
O rastro de muitas flores
Que o outono me dê a chance
De renovar a minha vida
Quero ser cada momento
De atitude ou de silêncio
Quero viver as estações
Sem perder a intensidade
Quero marcar o meu caminho
Com sementes bem cuidadas
Para florir no tempo certo
E enfeitar toda estrada
Maria Helena Mota Santos
quinta-feira, 9 de setembro de 2021
Menina
Ainda sou aquela menina
que encontrou a sua imagem
num grande baile de máscaras
num grande baile de máscaras
Ainda sou a saudade
que se despediu da infância
sem se desfazer dos brinquedos
Ainda sou a liberdade
de pés descalços na vida
em busca de terra desconhecida
Ainda sou aquela menina
vestida da cor do sonho
acordada na realidade
Ainda sou menina peralta
que desfaz caminhos prontos
pra não perder a cor dos dias
Ainda sou menina sorriso
que acha sempre uma graça
Nas teias tecidas na vida
Maria Helena Mota Santos
que se despediu da infância
sem se desfazer dos brinquedos
Ainda sou a liberdade
de pés descalços na vida
em busca de terra desconhecida
Ainda sou aquela menina
vestida da cor do sonho
acordada na realidade
Ainda sou menina peralta
que desfaz caminhos prontos
pra não perder a cor dos dias
Ainda sou menina sorriso
que acha sempre uma graça
Nas teias tecidas na vida
Maria Helena Mota Santos
domingo, 29 de agosto de 2021
A catadora de luz
Seguia revirando a vida, em escombros, e encontrando sobreviventes em lugares improváveis.
Levava na mão uma lamparina acesa que contracenava com a sua luz própria.
Desbravava pântanos para encontrar alicerce em terreno movediço.
Andava nos "becos e guetos" de si mesma para compreender
os que viviam na escuridão.
As mazelas da vida não lhe acionavam efeitos colaterais.
As dificuldades lhe davam asas para sobrevoar e encontrar nova direção.
Era imunizada contra o ódio e muito vulnerável ao amor.
O amor a deixava em um estado febril, em êxtase!
Mesmo em dias de “asas tortas” ,ela voava em missão de salvamento.
Seguia catando luz nas tempestades e na escuridão.
Seguia iluminando as sombras e distribuindo luz.
Havia uma luz que não precisava ser encontrada.
Essa luz era parte do seu coração iluminado pelo amor.
Maria Helena Mota Santos
Desbravava pântanos para encontrar alicerce em terreno movediço.
Andava nos "becos e guetos" de si mesma para compreender
os que viviam na escuridão.
As mazelas da vida não lhe acionavam efeitos colaterais.
As dificuldades lhe davam asas para sobrevoar e encontrar nova direção.
Era imunizada contra o ódio e muito vulnerável ao amor.
O amor a deixava em um estado febril, em êxtase!
Mesmo em dias de “asas tortas” ,ela voava em missão de salvamento.
Seguia catando luz nas tempestades e na escuridão.
Seguia iluminando as sombras e distribuindo luz.
Havia uma luz que não precisava ser encontrada.
Essa luz era parte do seu coração iluminado pelo amor.
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
A dor do mundo
Ainda sinto
O mundo doer
Em mim
E por sentir
A dor do mundo
Ainda vivo
Porque viver
É mais que anestesiar
Dores
E inventar amores
Viver é palpitar
Sorrisos
E lágrimas
É sobretudo
Não perder as asas
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 9 de agosto de 2021
Quem eu sou?
Quem eu sou?
Não sei não!
Posso mudar
no próximo minuto
a minha própria
definição.
Quem eu sou?
Não sei não!
Sou passarinho
Sou borboleta
E algumas vezes
fico no chão.
Quem eu sou?
Não sei não!
Sou sol brilhante
Sou chuva forte
Sou metamorfose
das estações.
Quem eu sou?
Não sei não!
Não sou estanque
Sou verso e rima
Sou melodia
de uma canção.
Maria Helena Mota Santos
16/11/2011
Posso mudar
no próximo minuto
a minha própria
definição.
Quem eu sou?
Não sei não!
Sou passarinho
Sou borboleta
E algumas vezes
fico no chão.
Quem eu sou?
Não sei não!
Sou sol brilhante
Sou chuva forte
Sou metamorfose
das estações.
Quem eu sou?
Não sei não!
Não sou estanque
Sou verso e rima
Sou melodia
de uma canção.
Maria Helena Mota Santos
16/11/2011
sábado, 17 de julho de 2021
Indagações
O que dizer?
Nem sempre se tem palavras
Quando calar?
Nem sempre se tem silêncio
Quando seguir?
Nem sempre se tem estrada
O que fazer?
Nem sempre se tem clareza
Pra onde ir?
Nem sempre há um lugar
Como ajudar?
Nem sempre se tem a forma
Quando mudar?
Nem sempre se tem coragem
Quando amar?
Sempre que o coração pulsar
Maria Helena Mota Santos
23/12/2010
Quando calar?
Nem sempre se tem silêncio
Quando seguir?
Nem sempre se tem estrada
O que fazer?
Nem sempre se tem clareza
Pra onde ir?
Nem sempre há um lugar
Como ajudar?
Nem sempre se tem a forma
Quando mudar?
Nem sempre se tem coragem
Quando amar?
Sempre que o coração pulsar
Maria Helena Mota Santos
23/12/2010
quinta-feira, 8 de julho de 2021
Transparência
Sem máscara
Sem caleidoscópio
Sem subterfúgio
Sem brincar de esconder
Quero encarar o que dói
O que cicatrizou
A ferida que apenas fechou
Mas desperta a cada pesadelo
Quero dançar comigo mesma
Na sinfonia do momento
Sem valsa encobrindo samba
Sem samba encobrindo valsa
Quero bailar no salão da vida
Vida Real sem fronteiras
Vida sem grilhões
Quero dar o grito certo
No lugar certo
Quero sonhar
Sem me esconder de mim
Quero ir
Quero vir
Quero falar palavras presas
Quero falar de pensamentos
De sofrimento
De alegria
Quero escutar o companheiro
Sem misturá-lo comigo mesma
Quero passear com o amigo
Sem interferir no seu mundo
Quero ser eu
Sem pedir desculpas
Quero ser autêntica
Quero partir do mundo um dia
Sem a sensação de agonia
Ao descobrir que vivia
Uma utopia
Maria Helena Mota Santos
08/05/2010
sexta-feira, 2 de julho de 2021
Pássaro livre
A palavra que me prende
é a mesma que liberta
Vou deixar a porta aberta
e meu pássaro vai fugir
E de posse do meu mundo
vou voar sempre mais alto
Numa terra bem distante
cuja lei é o infinito
Vou cair sem proteção
sem me prender em nenhum laço
E se a chuva me molhar
vou me aquecer em um abraço
E beberei todos seus pingos
e saciarei meu infinito
E se o sol não aparecer
eu o pintarei no meu sorriso
E farei lá no horizonte
o suporte de uma rede
E balançando o meu mundo
vou saciar a minha sede
Maria Helena Mota Santos
13 10 2012
quinta-feira, 24 de junho de 2021
Partes de mim
Partes de mim estão livres
E fazem redemoinho
No vento das emoções
Partes de mim são aladas
E se emparelham com o tempo
Nas asas da imaginação
Partes de mim são partidas
Que enfrentam tempestades
Em busca de um novo sol
Partes de mim são como águias
Que voam sempre mais alto
Em busca do infinito
Partes de mim são casulos
Que preparam o momento
De ser borboleta no mundo
Maria Helena Mota Santos
No vento das emoções
Partes de mim são aladas
E se emparelham com o tempo
Nas asas da imaginação
Partes de mim são partidas
Que enfrentam tempestades
Em busca de um novo sol
Partes de mim são como águias
Que voam sempre mais alto
Em busca do infinito
Partes de mim são casulos
Que preparam o momento
De ser borboleta no mundo
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 16 de junho de 2021
Cores do ser
Cada ser traz uma cor
Que permeia este momento
E com um infinito matizado
Vai bordando o firmamento
Cada ser borda um ponto
Com a cor que traz em si
E faz a mistura das cores
Pela alquimia do sentir
Cada ser é uma aquarela
Com as cores que buscou
Uns pintam com cores frias
Outros pintam a cor do amor
São cores amanhecidas
São cores adormecidas
Cores que enfeitam cada hora
Cores que enfeitam cada vida
Maria Helena Mota Santos
11 11 2011
sexta-feira, 11 de junho de 2021
O amor
Uma amizade sem limite
Um sofrimento prazeroso
Uma comunhão na diferença
Um esperar desesperado?
O que é o amor senão
Um caminhar sem um padrão
Um palpitar no infinito
Uma doação sem ter estoque
Um levitar na multidão?
O que é o amor senão
Um lugar do paraíso
Um coração em disparada
Uma chuva de sorrisos
Uma saudade acompanhada?
O que é o amor senão
Um deserto com oásis
Um labirinto com passagem
Uma felicidade indefinida
Uma essência colorida?
O amor é lágrima revertida em alegria
É viagem sem destino e sem roteiro
É desatino que equilibra as travessias.
É a magia que encanta o mundo inteiro.
Maria Helena Mota Santos
08/04/2010
Um sofrimento prazeroso
Uma comunhão na diferença
Um esperar desesperado?
O que é o amor senão
Um caminhar sem um padrão
Um palpitar no infinito
Uma doação sem ter estoque
Um levitar na multidão?
O que é o amor senão
Um lugar do paraíso
Um coração em disparada
Uma chuva de sorrisos
Uma saudade acompanhada?
O que é o amor senão
Um deserto com oásis
Um labirinto com passagem
Uma felicidade indefinida
Uma essência colorida?
O amor é lágrima revertida em alegria
É viagem sem destino e sem roteiro
É desatino que equilibra as travessias.
É a magia que encanta o mundo inteiro.
Maria Helena Mota Santos
08/04/2010
sexta-feira, 4 de junho de 2021
Cotidiano
Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando, e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.
Maria Helena Mota Santos
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando, e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 31 de maio de 2021
Incógnita
Era pra ser apenas uma pausa
Na eternidade do sentimento
Era pra ser apenas um flash
No raio infinito que circunda a luz
Era pra ser apenas um momento
Na longa estrada do horizonte
Era pra ser o que se foi sem ser
E se dissipou sem acontecer
Era pra ser o retorno do caminho
E o início de um caminho novo
Era pra ser a incógnita na equação da vida
E a exatidão na indecisão da estrada
Era pra ser a força da fragilidade do instante
E a sensatez na efemeridade da euforia
Era pra ser uma demão nas tintas do amor
Numa obra de arte que o tempo desbotou
Maria Helena Mota Santos
2013
sexta-feira, 28 de maio de 2021
Paradoxo
Que se vestiu
De fortaleza
Congelou
Suas lágrimas
E engessou
Sua tristeza
Maria Helena Mota Santos
De fortaleza
Congelou
Suas lágrimas
E engessou
Sua tristeza
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 17 de maio de 2021
Pássaro ferido
Vi um passarinho morto no chão e fiquei comovida.
Hoje passei pelo mesmo lugar e ele continuava ali: inerte, repisado e solitário.
Trouxe-o no coração e o transformei em poesia!
Ontem
Enquanto andava
Vi um passarinho no chão
Morto para a esperança
Inerte para a ilusão
Hoje
Enquanto andava
Vi o passarinho no chão
Ninguém reclamou sua ausência
Sua parceira é a solidão
Um dia teve asas
E viu o céu de pertinho
Hoje conheceu o chão
E a dor de ser sozinho
Voa meu passarinho
Com as asas do pensamento
Encontre seu paraíso
Muito além do firmamento
E se força não tiver
Para além do chão voar
Na minha casa tem um jardim
Onde você pode descansar
Maria Helena Mota Santos
16/01/2012
Trouxe-o no coração e o transformei em poesia!
Ontem
Enquanto andava
Vi um passarinho no chão
Morto para a esperança
Inerte para a ilusão
Hoje
Enquanto andava
Vi o passarinho no chão
Ninguém reclamou sua ausência
Sua parceira é a solidão
Um dia teve asas
E viu o céu de pertinho
Hoje conheceu o chão
E a dor de ser sozinho
Voa meu passarinho
Com as asas do pensamento
Encontre seu paraíso
Muito além do firmamento
E se força não tiver
Para além do chão voar
Na minha casa tem um jardim
Onde você pode descansar
Maria Helena Mota Santos
16/01/2012
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Raios de sol
Acredito que ao nascer comprei um estoque de raios de sol para gastar nos dias nublados da vida.
Abrindo-me em sorrisos fui caminhando pelas estradas e bifurcações da vida.
Encontrei pelo caminho situações e pessoas que me acrescentaram pelo amor ou pela dor.
Hoje num dia pálido e chuvoso, em pleno verão, não consigo encontrar o meu estoque de raios de sol.
Olho pra dentro, mexo e remexo, contorço-me, vou para lá e para cá ,no canto da alma, e meu estoque parece que acabou, sem aviso prévio.
Concentro-me, mentalizo luz, aciono palavras iluminadas, e as nuvens continuam insistindo em ficar.
Nada se traduz como prenúncio de claridade.
Coloco lentes coloridas, sorrio e abro os braços, num ângulo de cento e oitenta graus, para abraçar a vida.
Olho para o céu na esperança de novas cores e ele permanece da cor da tristeza.
Contorço-me! Não caibo em mim.
Não é da minha natureza essa tristeza intensa que queima no meu peito como fogo ardente em estado de combustão.
Espero! As horas não passam! O telefone não toca! A vida está em coma!
O tempo parece infinito diante do meu desejo de que ele passe rápido.
Vislumbro um novo ano em pleno janeiro da vida.
Saio correndo de mim e vou buscar raios de sol nas calçadas da vida, nas amizades, no amanhecer de cada dia.
Encontro a luz em lugares inesperados.
Nos passantes solitários, nos olhares tristes, na dor da despedida, num olhar pueril, no sorriso inocente de uma criança, num gesto amigo e delicado, na vida....
Resolvi sair do meu caos e passear no caos do mundo e, certamente, renovarei meu estoque de raios de sol.
Maria Helena Mota Santos
04/02/2010
Encontrei pelo caminho situações e pessoas que me acrescentaram pelo amor ou pela dor.
Hoje num dia pálido e chuvoso, em pleno verão, não consigo encontrar o meu estoque de raios de sol.
Olho pra dentro, mexo e remexo, contorço-me, vou para lá e para cá ,no canto da alma, e meu estoque parece que acabou, sem aviso prévio.
Concentro-me, mentalizo luz, aciono palavras iluminadas, e as nuvens continuam insistindo em ficar.
Nada se traduz como prenúncio de claridade.
Coloco lentes coloridas, sorrio e abro os braços, num ângulo de cento e oitenta graus, para abraçar a vida.
Olho para o céu na esperança de novas cores e ele permanece da cor da tristeza.
Contorço-me! Não caibo em mim.
Não é da minha natureza essa tristeza intensa que queima no meu peito como fogo ardente em estado de combustão.
Espero! As horas não passam! O telefone não toca! A vida está em coma!
O tempo parece infinito diante do meu desejo de que ele passe rápido.
Vislumbro um novo ano em pleno janeiro da vida.
Saio correndo de mim e vou buscar raios de sol nas calçadas da vida, nas amizades, no amanhecer de cada dia.
Encontro a luz em lugares inesperados.
Nos passantes solitários, nos olhares tristes, na dor da despedida, num olhar pueril, no sorriso inocente de uma criança, num gesto amigo e delicado, na vida....
Resolvi sair do meu caos e passear no caos do mundo e, certamente, renovarei meu estoque de raios de sol.
Maria Helena Mota Santos
04/02/2010
segunda-feira, 3 de maio de 2021
A rosa e o botão
Meu jardim era um dos mais lindos
Várias flores cresciam formosas
Veio um vento inesperado e veloz
E feriu a mais linda das rosas
O vento forte levou-a consigo
Perplexa olhei as pétalas no chão
Agachei-me e apanhei uma a uma
Transformei-as em um lindo botão
Para livrá-lo da força do vento
Coloquei um selo de proteção
Guardei-o com cuidado e carinho
Num cantinho do meu coração
Mesmo o botão não sendo a rosa
Contento-me em ter dela a lembrança
O botão que a partir dela surgiu
É o que me faz ter na vida esperança
O meu jardim continua bonito
Mas há silêncio ao entardecer
As outras flores têm saudade da rosa
E não conseguem dela se esquecer
Maria Helena Mota Santos
29 06 2013
Veio um vento inesperado e veloz
E feriu a mais linda das rosas
O vento forte levou-a consigo
Perplexa olhei as pétalas no chão
Agachei-me e apanhei uma a uma
Transformei-as em um lindo botão
Para livrá-lo da força do vento
Coloquei um selo de proteção
Guardei-o com cuidado e carinho
Num cantinho do meu coração
Mesmo o botão não sendo a rosa
Contento-me em ter dela a lembrança
O botão que a partir dela surgiu
É o que me faz ter na vida esperança
O meu jardim continua bonito
Mas há silêncio ao entardecer
As outras flores têm saudade da rosa
E não conseguem dela se esquecer
Maria Helena Mota Santos
29 06 2013
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Gratidão
Tive tanto
Tenho tanto
Que a vida tira
E ainda sobra
Sobram essências
de jasmim
Sobram as rosas
no jardim
Sobram sorrisos
de mãos dadas com a alegria
Sobram imaginações
que acionam as fantasias
Sobram lágrimas
que hidratam as emoções
Sobram notas
que invadem as canções
Sobram dores
de metamorfoses salvadoras
Sobram versos
de poesias redentoras
Sobram réstias
pela luz que vem das frestas
Sobram coragens
precursoras das viagens
Sobram nostalgias
que acionam as saudades
Sobram amores
que eternizam as paisagens
Maria Helena Mota Santos
fev de 2013
sexta-feira, 16 de abril de 2021
A dor do mundo
O mundo doer
Em mim
E por sentir
A dor do mundo
Ainda vivo
Porque viver
É mais que anestesiar
Dores
E inventar amores
Viver é palpitar
Sorrisos
E lágrimas
É sobretudo
Não perder as asas
Maria Helena Mota Santos
Em mim
E por sentir
A dor do mundo
Ainda vivo
Porque viver
É mais que anestesiar
Dores
E inventar amores
Viver é palpitar
Sorrisos
E lágrimas
É sobretudo
Não perder as asas
Maria Helena Mota Santos
segunda-feira, 12 de abril de 2021
Pássaro livre
é a mesma que liberta
Vou deixar a porta aberta
e meu pássaro vai fugir
E de posse do meu mundo
vou voar sempre mais alto
Numa terra bem distante
cuja lei é o infinito
Vou cair sem proteção
sem me prender em nenhum laço
E se a chuva me molhar
vou me aquecer em um abraço
E beberei todos seus pingos
e saciarei meu infinito
E se o sol não aparecer
eu o pintarei no meu sorriso
E farei lá no horizonte
o suporte de uma rede
E balançando o meu mundo
vou saciar a minha sede
Maria Helena Mota Santos
13 10 2012
Vou deixar a porta aberta
e meu pássaro vai fugir
E de posse do meu mundo
vou voar sempre mais alto
Numa terra bem distante
cuja lei é o infinito
Vou cair sem proteção
sem me prender em nenhum laço
E se a chuva me molhar
vou me aquecer em um abraço
E beberei todos seus pingos
e saciarei meu infinito
E se o sol não aparecer
eu o pintarei no meu sorriso
E farei lá no horizonte
o suporte de uma rede
E balançando o meu mundo
vou saciar a minha sede
Maria Helena Mota Santos
13 10 2012
segunda-feira, 5 de abril de 2021
Verdades
Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer
Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição
Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!
Maria Helena Mota Santos
09/08/2011
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer
Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição
Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!
Maria Helena Mota Santos
09/08/2011
terça-feira, 30 de março de 2021
Eu quase sei
que não mais quero
o que tanto tempo
esperei
Não quero o morno
o intervalo
de uma vida
que não planejei
Eu quero o ocaso
renascendo
sob a luz
do amanhecer
Eu quero a flor
de toda cor
que a cada espinho
me faz crescer
Eu quero a rima
imperfeita
e entoada
no meu canto
Eu quero as partes
encontradas
e libertadas
em cada pranto
Maria Helena Mota Santos
27/07/2012
o que tanto tempo
esperei
Não quero o morno
o intervalo
de uma vida
que não planejei
Eu quero o ocaso
renascendo
sob a luz
do amanhecer
Eu quero a flor
de toda cor
que a cada espinho
me faz crescer
Eu quero a rima
imperfeita
e entoada
no meu canto
Eu quero as partes
encontradas
e libertadas
em cada pranto
Maria Helena Mota Santos
27/07/2012
segunda-feira, 22 de março de 2021
Inusitado
Não era por ali
Mas fui
Se era pra ficar
Segui
Aviso de perigo
Não li
Nasci com asas
Parti
Maria Helena Mota Santos
Se era pra ficar
Segui
Aviso de perigo
Não li
Nasci com asas
Parti
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 19 de março de 2021
Homenagem ao dia de São José!
O sertanejo olha para o céu
Catando nuvens alvissareiras
Que tragam uma tromba d’água
Pra ter colheita de primeira
Entoa cânticos e vai orando
Andando com o pé no chão
Se São José não mandar chuva
Será um ano de aflição
Acorda com uma euforia
Que na luz do sol pode morrer
Porque pra ele o dia lindo
É quando começa a chover
Ele fica o dia todo
Olhando para as alturas
Pois se hoje tiver chuva
Será um ano de fartura
E entre terços e novenas
Seu destino vai desfiando
Se chover tem sobrevida
E boa colheita todo o ano
Se não bastasse o sacrifício
Tem uma promessa pra fazer
Faz um sorteio de uma fruta
Que passa o ano sem comer
Se cair chuva vai ter festa
Tem samba de roda e forró
Mas se o sol prevalecer
Fica triste que dá dó
E São José seu Protetor
Teve com Deus uma conversa
Pedindo que mande chuva
Pra que hoje haja festa
Maria Helena Mota Santos
Catando nuvens alvissareiras
Que tragam uma tromba d’água
Pra ter colheita de primeira
Entoa cânticos e vai orando
Andando com o pé no chão
Se São José não mandar chuva
Será um ano de aflição
Acorda com uma euforia
Que na luz do sol pode morrer
Porque pra ele o dia lindo
É quando começa a chover
Ele fica o dia todo
Olhando para as alturas
Pois se hoje tiver chuva
Será um ano de fartura
E entre terços e novenas
Seu destino vai desfiando
Se chover tem sobrevida
E boa colheita todo o ano
Se não bastasse o sacrifício
Tem uma promessa pra fazer
Faz um sorteio de uma fruta
Que passa o ano sem comer
Se cair chuva vai ter festa
Tem samba de roda e forró
Mas se o sol prevalecer
Fica triste que dá dó
E São José seu Protetor
Teve com Deus uma conversa
Pedindo que mande chuva
Pra que hoje haja festa
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 12 de março de 2021
A lição da chuva
e fui surpreendida por uma chuva inesperada.
Daquelas chuvas que nem o canal do tempo faz previsão.
Acelerei os passos e procurei um abrigo.
Quando lá cheguei encontrei outras pessoas
que nem tinham agendado comigo naquela hora.
Estávamos ali, juntas, quase nos tocando, por um acaso.
Aproveitei o momento para observar as minhas reações internas
e as que eu podia perceber ou inferir nas pessoas.
Olhei primeiro para o lugar mais confortável:
O lado de fora!
Olhar pra si é sempre mais difícil!
Umas pareciam inquietas.
Outras mostravam irritação.
Algumas se impacientavam e saíam se molhando.
Outras, como eu, pareciam observar o momento,
talvez, com receio de acionar recordações melancólicas.
A chuva tem o poder de trazer aquela nostalgia latente.
Resolvi então olhar com mais atenção a chuva que caía.
E percebi que ao cair no chão, os pingos não escorregavam,
ao contrário, faziam círculos harmônicos.
Os pingos numa dança belíssima em pista molhada,
com uma bela sincronia, rodopiavam de mãos dadas.
Estavam lado a lado com outros círculos mas não se misturavam.
Cada grupo era companheiro mas não perdia sua identidade.
Fiquei assim em torno de dez minutos e aprendi uma grande lição.
Nas alturas ou no chão se pode fazer da vida uma bela canção.
Maria Helena Mota Santos
21/10/2010
Daquelas chuvas que nem o canal do tempo faz previsão.
Acelerei os passos e procurei um abrigo.
Quando lá cheguei encontrei outras pessoas
que nem tinham agendado comigo naquela hora.
Estávamos ali, juntas, quase nos tocando, por um acaso.
Aproveitei o momento para observar as minhas reações internas
e as que eu podia perceber ou inferir nas pessoas.
Olhei primeiro para o lugar mais confortável:
O lado de fora!
Olhar pra si é sempre mais difícil!
Umas pareciam inquietas.
Outras mostravam irritação.
Algumas se impacientavam e saíam se molhando.
Outras, como eu, pareciam observar o momento,
talvez, com receio de acionar recordações melancólicas.
A chuva tem o poder de trazer aquela nostalgia latente.
Resolvi então olhar com mais atenção a chuva que caía.
E percebi que ao cair no chão, os pingos não escorregavam,
ao contrário, faziam círculos harmônicos.
Os pingos numa dança belíssima em pista molhada,
com uma bela sincronia, rodopiavam de mãos dadas.
Estavam lado a lado com outros círculos mas não se misturavam.
Cada grupo era companheiro mas não perdia sua identidade.
Fiquei assim em torno de dez minutos e aprendi uma grande lição.
Nas alturas ou no chão se pode fazer da vida uma bela canção.
Maria Helena Mota Santos
21/10/2010
quarta-feira, 3 de março de 2021
A máscara do eu
Para atrair a alegria
Andei pelo mundo
E me fiz fantasia
Coloquei uma máscara
Que meu rosto escondeu
Caminhei pela vida
Buscando o meu eu
O eu rebuscado
De tanta inferência
O eu maltratado
Pela obediência
O eu remexido
Pelas dores sentidas
O eu naufragado
Nas lágrimas contidas
Escutei minha voz
E de frente me olhei
Eu era tão simples
E me compliquei
Agora sou várias
Nenhuma delas sou eu
Preciso encontrar
O que em mim se perdeu
Tirei minha máscara
E no espelho me olhei
Examinei o meu rosto
E não me encontrei
No reflexo do espelho
Encontrei uma menina
Que não mais chorava
Que não mais sorria
Peguei-a no colo
E embalei o seu sonho
Ela mora comigo
E não mais a abandono
Maria Helena Mota Santos
23/11/2010
Andei pelo mundo
E me fiz fantasia
Coloquei uma máscara
Que meu rosto escondeu
Caminhei pela vida
Buscando o meu eu
O eu rebuscado
De tanta inferência
O eu maltratado
Pela obediência
O eu remexido
Pelas dores sentidas
O eu naufragado
Nas lágrimas contidas
Escutei minha voz
E de frente me olhei
Eu era tão simples
E me compliquei
Agora sou várias
Nenhuma delas sou eu
Preciso encontrar
O que em mim se perdeu
Tirei minha máscara
E no espelho me olhei
Examinei o meu rosto
E não me encontrei
No reflexo do espelho
Encontrei uma menina
Que não mais chorava
Que não mais sorria
Peguei-a no colo
E embalei o seu sonho
Ela mora comigo
E não mais a abandono
Maria Helena Mota Santos
23/11/2010
terça-feira, 16 de fevereiro de 2021
Não sei dizer
O que dizer
se não se tem palavras
se em cada brecha
entra uma sensação?
O que dizer
de sentimentos novos
que sem pedir licença
invadem o coração?
O que dizer
da insensatez
do momento novo
que invade o agora?
O que dizer
do olhar no espelho
que vê invertida
uma mesma história?
O que dizer do sim
com a máscara do não
e da atemporalidade
que invade o ser?
O que dizer
da linha da vida
que traz um passo a menos
a cada amanhecer?
O que dizer?...
Ah... Não sei dizer!
Maria Helena Mota Santos
se em cada brecha
entra uma sensação?
O que dizer
de sentimentos novos
que sem pedir licença
invadem o coração?
O que dizer
da insensatez
do momento novo
que invade o agora?
O que dizer
do olhar no espelho
que vê invertida
uma mesma história?
O que dizer do sim
com a máscara do não
e da atemporalidade
que invade o ser?
O que dizer
da linha da vida
que traz um passo a menos
a cada amanhecer?
O que dizer?...
Ah... Não sei dizer!
Maria Helena Mota Santos
terça-feira, 2 de fevereiro de 2021
Perspectiva
e que o comum parecerá raro.
Chegará o dia em que é preciso derrubar o muro
e experimentar o descampado.
Chegará o dia em que se estranhará a estranheza
diante de tudo que se desejou.
Chegará o dia em que se acordará atordoado
e pensará que a realidade é sonho.
Chegará o dia em que se buscará a parte perdida
do quebra-cabeça de si mesmo.
Chegará o dia em que se pensará ser outra pessoa
no reflexo do espelho da vida.
Maria Helena Mota Santos
16 08 2010
e experimentar o descampado.
Chegará o dia em que se estranhará a estranheza
diante de tudo que se desejou.
Chegará o dia em que se acordará atordoado
e pensará que a realidade é sonho.
Chegará o dia em que se buscará a parte perdida
do quebra-cabeça de si mesmo.
Chegará o dia em que se pensará ser outra pessoa
no reflexo do espelho da vida.
Maria Helena Mota Santos
16 08 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
Oração do amanhecer
Neste dia que amanhece
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente deste dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor
Amém
Maria Helena Mota Santos
Entrego o controle da minha vida
A chave das minhas decisões
A lamparina que clareia a escuridão
A caneta que escreve minha história
As sandálias que alicerçam os meus passos
As emoções que acionam meus sentimentos
Senhor
Que eu possa andar pelos caminhos do perdão
Que nenhum sentimento me insinue escuridão
Que eu transite no portal da compreensão
E que eu seja um ombro amigo e irmão
Senhor
Que o passado me traga sabedoria
Que eu viva o presente deste dia
Que cada palavra seja uma nota de alegria
Pra transformar meu futuro em sinfonia
Senhor
Que meu ouvido seja surdo para a maldade
Que minha mão seja instrumento da caridade
Que eu não seja cego pra perceber a dor
Que eu olhe a vida com as lentes do amor
Amém
Maria Helena Mota Santos
03 04 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2021
Cores do ser
Que permeia este momento
E com um infinito matizado
Vai bordando o firmamento
Cada ser borda um ponto
Com a cor que traz em si
E faz a mistura das cores
Pela alquimia do sentir
Cada ser é uma aquarela
Com as cores que buscou
Uns pintam com cores frias
Outros pintam a cor do amor
São cores amanhecidas
São cores adormecidas
Cores que enfeitam cada hora
Cores que enfeitam cada vida
Maria Helena Mota Santos
E com um infinito matizado
Vai bordando o firmamento
Cada ser borda um ponto
Com a cor que traz em si
E faz a mistura das cores
Pela alquimia do sentir
Cada ser é uma aquarela
Com as cores que buscou
Uns pintam com cores frias
Outros pintam a cor do amor
São cores amanhecidas
São cores adormecidas
Cores que enfeitam cada hora
Cores que enfeitam cada vida
Maria Helena Mota Santos
11 11 2011
segunda-feira, 4 de janeiro de 2021
Novo tempo
O novo tempo
cansou de esperar
e envelheceu
Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu
O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar
Não tinha mais tempo
para esperar
a vida passar
Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia
Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria
Maria Helena Mota Santos
e envelheceu
Enquanto esperava
colheu sabedoria
e renasceu
O sábio tempo
não mais esperava
o tempo mudar
Não tinha mais tempo
para esperar
a vida passar
Apenas andava
Apenas sabia
plantar todo dia
Plantava esperança
Plantava amor
Plantava alegria
Maria Helena Mota Santos
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