sábado, 20 de março de 2010
A caravana do tempo
Burlei o tempo e capturei um momento bonito que passava.
A caravana do tempo , lá na frente, virou-se para olhar o que ficara no passado.
Viu-me com o seu momento bonito prisioneiro nas minhas mãos.
Não pôde mais voltar porque o tempo não sabe andar de ré.
O tempo seguiu em marcha lenta na esperança de que o momento o alcançasse.
Mas o momento já tinha ficado congelado na minha história.
E eu vibrei com a minha astúcia e habilidade de enganar o tempo.
Comecei a andar , depois do tempo, pra que ele não me fizesse cobranças.
Um dia acordei cansada daquela valsa lenta imposta pelo ritmo de quem fica na inércia.
Para não encontrar o tempo, criei uma passarela, por cima do seu caminho, e tentei ultrapassá-lo.
Seria outra astúcia! E, finalmente, burlei novamente o tempo!
E eu fiquei à frente do tempo impondo o meu ritmo e as minhas regras.
Fiquei fora das convenções, dos padrões, do compasso, do comodismo, da mesmice......blá, blá, blá.
Muito bonitinho, muito avançado, muito “papo cabeça”, muito alto astral, muita liberdade...Mas, cansei!
Não estava feliz em estar na linha de frente do tempo.
Sentei um pouco no caminho e esperei ,pacientemente, o tempo , que me desse tempo, de ser alcançada novamente pelo tempo.
Queria, apenas, o tempo de viver no presente , degustando os sabores da vida, sem pressa de viver o momento seguinte.
Aprendi com o tempo que tudo dá tempo se não houver desperdício de tempo na tentativa de burlar o tempo.
E aí virá um bom tempo pra celebrar todo tempo.
Maria Helena Mota
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É bom esperar o tempo, o tempo certo para ler os escritos de alguém que traduz coisas da vida que só quem tem o olhar especial consegue exergar.
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