quinta-feira, 22 de março de 2012
Cenas do cotidiano
(Imagem-Google Imagens)
Passava
Distraidamente
E quase não percebi
Um ser humano sentado
Em frente a um edifício
Próximo a minha residência
Esperando a hora do lixo
Carrocinha no acostamento
"Sonhava"
Com as surpresas do dia
Já trazia algumas peças
No estoque que selecionara
Em outra parada na calçada
Dei "Bom dia" e um sorriso
E ele quase não respondeu
De susto
Acostumado a invisibilidade
Tal qual alma penada
O meu cumprimento
Foi como um choque
De realidade
Ali sentado
Queria ser o primeiro
A fazer a busca do que fora
Descartado
Por outro ser humano
Superior
Na escala dos valores materiais
E eu passei
Mas fiquei perdida
Naquele lugar desencantado
Refleti
Ponderei
E sofri
Enfim
Uma conclusão
Ele não precisa apenas
Do meu compadecimento
Só a atitude
Vai amenizar o sofrimento
Que paira no universo
A cada esquina da vida
Vaguei
Divaguei
Chorei lágrimas internas
Por ele
Por mim
Pelo mundo...
Maria Helena Mota Santos
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Helena,
ResponderExcluirSempre que abusamos da caridade
não ficamos sós.
Desatamos o nó
do nosso coração
deixando-o sem fechadura
enquanto perdura
a miséria encaputada,
ou explícita, como acabas
de anunciar.
As migalhas apanhadas à sucapa
ganha pão de quem nada tem
de seu.
Tu e eu,
pouca podemos fazer,
mas ignorar não é digno
do que somos,
muito menos ,do que devíamos ser.
Fazer o bem
sem olhar a quem.
dar, dar,...
colher
lágrimas grávidas de esperança.
"colher
ResponderExcluirlágrimas grávidas de esperança."
Fiquei extasiada e sem palavras diante da profundidade da sua poesia. O verso acima me capturou para o lugar dos sonhos no qual a esperança se veste de realidade! Sua poesia é de uma beleza rara, meu amigo!