domingo, 2 de maio de 2010
Somatização
(Imagem-Google Imagens)
A febre extrapola a alma e invade o corpo.
As lágrimas internas vazam pela cavidade ocular.
Sem controle
Sem ponderação
Sem censura
Sem pudor
A hora é oportuna para deixar vazar.
Lágrimas desse momento
Lágrimas acumuladas ao longo do tempo.
Elas se misturam
E uma torrente causa dilúvio.
Alívio!
A coriza se instala e violenta a pele.
A pele se fere e se torna solidária à alma.
A febre aumenta.
Sinaliza a necessidade de ser cuidada.
Carinho à vista
Aconchego na cama
Remedinho para o corpo
Afago para a alma
Lanchinho bem nutritivo
Carinha de dengo
Que se passa?
Revolução interna?
Mecanismo de defesa?
Pedido de socorro?
Uma virose da alma?
Difícil se precisar o subjetivo.
O corpo apenas fala.
Não suporta mais calar.
Está em erupção.
Sinalizou por muito tempo
E sua linguagem não foi decifrada.
Mas é imprescindível que fale.
Que se mostre
Que reclame
Que grite
Que reivindique
Que seja escutado
Que seja cuidado
Para seguir o curso da viagem.
Maria Helena Mota
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