sexta-feira, 28 de maio de 2010
Adolescer
(Imagem-Google Imagens)
Cerram-se os ouvidos
Sobressaem-se os gritos
Ira muda no olhar
Ao escutar voz de comando.
Fortalecem-se em grupo
Cantam a liberdade
Lutam contra a forma
E endeusam a irreverência.
Ouvidos pedem ruídos
Cada vez mais altos
Para não escutar
A sua pioneira dor
Dor de crescer
Dor do adolescer.
Dor de ter que se definir
Sozinho
Na solidão de muitos.
Quem sou?
O que serei?
Voz interior dilacerante
Que puxa para o contato
Para o desacato de si mesmo
E dos outros.
Sem tato
Sem porto seguro
Vão desabrochando
No jardim da selva da vida.
Nem todos conseguem
Abrir-se em flor.
Alguns ficam
Eternamente plantados
No jardim
Prisioneiros dos espinhos
Da vida.
Maria Helena Mota
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