domingo, 23 de maio de 2010
A máscara
(Imagem-Google Imagens)
Entro no quarto
A máscara cai
O riso se veste de pranto
A fala se veste de silêncio
Os passos se vestem de inércia
O cansaço se veste de apatia
O dia se veste de noite
O teatro acabou
O palco mudou de lugar
A peça agora é só minha
Sem coadjuvantes
Só com ator principal
Acendo a luz no escuro
Sento num outro tablado
E uso uma lupa pra enxergar
As letras minúsculas do meu íntimo.
Os sentimentos bailam soltos
Sem fronteiras
Sem amarras
Sem censura
Sem medo
Sem ponderação
Só eu sou ator
Só eu sou plateia
Só eu sou o julgador
Só eu sou choro
Só eu sou riso
Só eu sou aplauso
Aparecem cenas novas
Cenas que não quero rever
Cenas esquecidas
Cenas preferidas
Cenas de lembranças
Cenas de esperança
Cenas de amor
No palco da madrugada
Vou compondo essa peça
De capítulos diários
De companhia
De solidão
De dor
De recordações
De alegria
De amor
De paz
De esperança
De vida.
Maria Helena Mota
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