segunda-feira, 30 de janeiro de 2012
Morrer em casa
Uma linda e profunda poesia do meu amigo e poeta João Paulo Corumba.
Amanheci sorrindo com dentes mortos
Traído por uma confiança ingênua
Fui acordado pelas mágoas maternas
Estas são para formular lições
Estas são da vida!
Pendurei meu sonho numa estante
Que era um delírio de viver sozinho
Sair do meu mundo, sair de certos muros!
A fonte secou calada
Quis conhecer o mundo e morri em casa
Sem olhar os escândalos, os incêndios noturnos....
As mulheres em trânsito, as crianças dos outros....
Os homens de negócio, e mais algum caos social....
Lá estava eu de olhar esburacado
Sem um fio paterno para obedecer
Só com uma herança bruta de se fechar
Um dia quero morrer longe de casa
E deixar um bilhete como se fosse retrato
Dessa vez com um sorriso pálido
Inconformado com a descoberta do mundo.
João Paulo Corumba
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É bom ler sempre os poemas de alguém que que admiramos. Mas, gosto mesmo da sua simplicidade de poetizar.
ResponderExcluirAbraço