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quinta-feira, 18 de julho de 2013

A dupla face do eu

(Imagem-Google Imagens)


Agora as duas faces são reconhecidas.
Uma constante briga acontece entre as duas que são antagônicas e paradoxalmente harmoniosas.
Uma não é completa sem a outra. Dançam e lutam na valsa do dia a dia.
Uma traz consigo a inquietação e o movimento para a mudança.
A outra traz o gozo e a gostosa inércia de um sentimento de poder e de prazer perante a vida. Com ela a vida baila numa permanência que parece viver a constância.
É gostoso sentir o equilíbrio das duas.
Na ponte que serve de intermediação entre as duas, há um vazio tão cheio que não cabe dentro do espaço da vida do momento.
É um vazio tão forte que a vida não se desenha como obra mutável, mas como quadro definitivo e irremediável.
Mas a dor chega para movimentar o prazer.
É um doer tão constante que parece ficar sobre um patamar no gráfico da vida.
É um momento já conhecido mas assim como um camaleão parece trazer nova roupagem que intercepta o caminho das águias.
Crê-se que é impossível voar e transpor o muro que levaria a um outro possível caminho.
Mas a coragem chega e leva o ser nas suas asas para enfrentar a travessia.
Ao transpor a ponte o ser se reveste de vitória e experimenta o sentimento de poder e acredita que nenhuma força fará com que experimente o fel contido nos dias da tela da vida.
É uma força tão indescritível que faz o ser perder a medida da proporção do que realmente é.
É o beber na taça de Deus e pensar ter se tornado um deus no olimpo da vida.
É por vezes um engano e uma traição a sua condição humana.
Mas acontece o encontro!
O encontro das duas faces traz o real e o pódio sem poder, mas com propriedade sobre a vida.
Traz a sabedoria e o despertar para uma visão especial do céu da Alma sem o engano da constância de céu sem nuvens e trovoadas.
É o despertar sem idade e sem tempo.
É o troféu dos que ousam fundir os sentimentos antagônicos da Alma.
É um alvorecer com sol e chuva mesclados, transformando-se numa maravilhosa sinfonia do ser.

É pois a arte... É pois a vida...

Maria Helena Mota Santos

28/06/2010

2 comentários:

  1. Olá Maria Helena, eu de novo por aqui!
    O trilhar das suas nuances do escrito é realmente uma boa lição para quem ainda tem dúvidas sobre o que deverá ser o seu EU.
    Muito bem escrito e merece e muito uma boa reflexão.
    Abraço

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  2. Olá, Lu Cidreira! Você já é parte deste blog e está sempre presente! Obrigada pelo comentário generoso e pela companhia poética! Abraço!

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