sexta-feira, 13 de agosto de 2010
A outra face da dor
(Imagem-Google Imagens)
Escrito em 09/01/2001
A dor impõe sua presença e se aloja em forma de angústia em todo o meu ser.
Faz-me olhar para os dias com óculos de lentes anêmicas.
Arrasto-me nas manhãs calmas, tardes longas e noites angustiantes que fazem parceria com pesadelos, eliminando os sonhos.
A dor faz ninho em minha alma insinuando morada permanente.
Ela se faz minha sem a minha concessão.Insinua-se de forma sedutora e me faz viajar em barcos que transitam em águas turbulentas.
No ponto culminante da tempestade, vislumbro um navio que, embora distante, faz sinalização para que eu vá até ele.
Troquei a dor pela indecisão!
Analisei os riscos de me jogar em águas desconhecidas, ponderei as consequências e ,enfim, resolvi atravessar as águas para o novo espaço interior.
Ao me atirar, as águas já não eram tão turbulentas. A questão era o ponto de referência que eu costumava enxergar.
No outro momento, percebi as ondas como crianças alegres e irreverentes pulando sobre meu corpo.
O que eu enxergava como ameaça era apenas afagos e aplausos pela minha decisão de me jogar no infinito.
Então, aprendi a arte de não expulsar a dor.
Aprendi a transformá-la em ponto de partida para experimentar uma outra face da vida.
Maria Helena Mota
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Minha cara amiga, graças que sorriso de dor só serve como ponto de partida para o presente com sorrisos de felicidade, de dias melhores,...Parabéns pelas suas reflexões. Forte abraço.
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