quinta-feira, 26 de junho de 2025
Até que a morte os separe!
Ele a levava com um carinho imenso
Quase todos os dias
Seus passos lentos e trôpegos
Faziam com que ela marcasse passo
Tinha sido acometida por um AVC
Um dos braços estava paralisado
O seu rosto não tinha mais simetria
Sua fala já não tinha mais sons audíveis
Mas ele a levava todos os dias para ver o sol
Levava consigo uma cadeira de praia
E fazia da praça, em frente ao seu prédio, o seu mar
Ajudava-a a se sentar na cadeira
E ficava ali por um bom tempo
Para que ela pudesse se banhar de sol
Um dia fizera um pacto com ela
“Na alegria, na tristeza
Na saúde, na doença”
E hoje cumpria de uma forma
Que enternecia meu olhar
Observava-os nessas passagens
E esse carinho me inspirava
A acreditar no amor incondicional
No verdadeiro amor
Aquele amor que não se alimenta
Apenas de novos momentos
Mas da renovação
Diante das fases da vida
Diante dos obstáculos
Diante do imprevisível
Aquele amor verdadeiro
Que é companhia
Mesmo quando o outro
Só tem o silêncio
Para dizer suas palavras
Aquele amor infinito
Que pode acontecer
Em qualquer momento
Em qualquer lugar
No coração dos amantes
No coração dos pais
No coração dos amigos
No coração da humanidade
Aquele amor que transcende
E toca no coração de Deus
Maria Helena Mota Santos
17/11/2011
quarta-feira, 18 de junho de 2025
Antagonismos
Foi quando estava no meio da multidão que percebi a minha solidão.
Foi quando pensei que estava em terra firme que o chão tremeu.
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.
Maria Helena Mota Santos
março/2010
Foi quando acreditei que estava no fim que tudo começou.
Foi quando me abri em sorrisos que as lágrimas jorraram.
Foi quando mais confiei que conheci a decepção.
Foi quando só tinha amor no peito que a dor apareceu.
Foi quando abri os braços para o mundo que precisei ser acolhida.
Foi quando estava no deserto que apareceram os amigos.
Foi quando estava em pedaços que começou a construção.
Foi quando quase morri que olhei de frente pra vida.
Foi quando tinha motivos para odiar que encontrei razões para amar.
Maria Helena Mota Santos
março/2010
domingo, 8 de junho de 2025
Imprecisão
Trago em mim
tantas pessoas
que encontro
e desencontro
As que enxugam
lágrimas
As que acionam
prantos
Trago a luz
e a escuridão
A linha reta
e a contramão
Nem sempre só
sou solidão
Fico sozinha
na multidão
Trago a dor
dilacerante
E morro em vida
por um instante
Se pulso forte
sou emoção
Se estou letárgica
sou imprecisão
Trago a incerteza
do que virá
Mas abro as asas
para voar
Nem sempre sou
o que pensei
Ando em busca
do que não sei
Maria Helena Mota Santos
que encontro
e desencontro
As que enxugam
lágrimas
As que acionam
prantos
Trago a luz
e a escuridão
A linha reta
e a contramão
Nem sempre só
sou solidão
Fico sozinha
na multidão
Trago a dor
dilacerante
E morro em vida
por um instante
Se pulso forte
sou emoção
Se estou letárgica
sou imprecisão
Trago a incerteza
do que virá
Mas abro as asas
para voar
Nem sempre sou
o que pensei
Ando em busca
do que não sei
Maria Helena Mota Santos
18/02/2012
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