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sábado, 29 de março de 2025

Verso em flor


Era pra ser uma poesia
Versificada no pra sempre
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente

E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço

E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim

A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou

E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor

Maria Helena Mota Santos
20/10/2013

domingo, 23 de março de 2025

Presença


Para esquecer
Nem sempre
É preciso ausência
Esquece-se
Mesmo
Na presença
Pois lembrar
É mais do que ver
É enxergar
No coração
A quem
Não se quer
Esquecer

Maria Helena Mota Santos

30 03 2014

quarta-feira, 19 de março de 2025

São José e o Sertanejo

 Homenagem ao dia de São José!

O sertanejo olha para o céu
Catando nuvens alvissareiras
Que tragam uma tromba d’água
Pra ter colheita de primeira

Entoa cânticos e vai orando
Andando com o pé no chão
Se São José não mandar chuva
Será um ano de aflição

Acorda com uma euforia
Que na luz do sol pode morrer
Porque pra ele o dia lindo
É quando começa a chover

Ele fica o dia todo
Olhando para as alturas
Pois se hoje tiver chuva
Será um ano de fartura

E entre terços e novenas
Seu destino vai desfiando
Se chover tem sobrevida
E boa colheita todo o ano

Se não bastasse o sacrifício
Tem uma promessa pra fazer
Faz um sorteio de uma fruta
Que passa o ano sem comer

Se cair chuva vai ter festa
Tem samba de roda e forró
Mas se o sol prevalecer
Fica triste que dá dó

E São José seu Protetor
Teve com Deus uma conversa
Pedindo que mande chuva
Pra que hoje haja festa

Maria Helena Mota Santos

sábado, 8 de março de 2025

Não sei dizer


O que dizer
se não se tem palavras
se em cada brecha
entra uma sensação?

O que dizer
de sentimentos novos
que sem pedir licença
invadem o coração?

O que dizer
da insensatez
do momento novo
que invade o agora?

O que dizer
do olhar no espelho
que vê invertida
uma mesma história?

O que dizer do sim
com a máscara do não
e da atemporalidade
que invade o ser?

O que dizer
da linha da vida
que traz um passo a menos
a cada amanhecer?

O que dizer?...
Ah... Não sei dizer!

Maria Helena Mota Santos

(15/08/2011)