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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Cotidiano


(Google Images)

Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando, e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

O que é a vida?



(Google Images)

A vida é um hábito
De se enxergar
O que se vê todo dia
É embarcar
Em cada porto
Em busca de uma travessia

A vida é um baile de máscara
Que só se revela
No espelho noturno
É uma rua encantada
Onde um mágico invisível
Aponta o mundo

A vida é tudo isso
E tudo aquilo
Que se vê agora
É tudo que poderá vir
Com o pôr do sol
Ou com a aurora

A vida é o que foi
O que é
E o que poderá ser
É uma ciranda que volta
Vestida de esperança
A cada amanhecer

Maria Helena Mota Santos

09/01/2011

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Delicadeza


(Google Images)

Prefiro ser a delicadeza
que vê em cada ser um cristal divino
mesmo que esteja em forma de pedra bruta

Prefiro ser a delicadeza
de um coração sensível e afável
que vê no outro um companheiro na vida

Prefiro ser a delicadeza
que não julga só pelas aparências
e que procura a pedra preciosa de cada ser

Prefiro ser a delicadeza
do perdão que enxerga na luz e na sombra
oportunidades de sabedoria e redenção

Prefiro ser a delicadeza
de uma amizade sincera e incondicional
nessa íngreme estrada de flores que é a vida

Maria Helena Mota Santos

29/09/2010

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Verso em flor


(Google Images)


Era pra ser uma poesia
Versificada no pra sempre
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente

E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço

E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim

A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou

E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor

Maria Helena Mota Santos

20/10/2013

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Grafiteiros da saudade



(Google Images)

Fiz grafite na janela
Com matizes de saudade
Fiz rabiscos de um sonho
Sem objetivar realidade

Na linha mestra de uma asa
Esbocei um pássaro livre
Que me levava urgente
A lugares imperdíveis

Fiz grafite irreverente
De momentos distraídos
Fiz o meu eu se desnudar
E caminhar sempre comigo

Esbocei o improvável
Na linha imprecisa do tempo
Desmascarei as certezas
E passeei contra o vento

Fiz grafite no coração
Com matizes de alegria
Dei alforria à solidão
Parti em minha companhia

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Em companhia da alegria



(Google Images)

Capturei a alegria
Que passava sorrateira
Lá na terra da infância
E a fiz minha companheira

Desde então ela me segue
Ancorada num sorriso
Quando cai um temporal
Ela se torna meu abrigo

Às vezes fica implícita
Num momento de tristeza
Mas logo reaparece
Mostrando sua beleza

Ela espanta o pessimismo
E algema a solidão
Sempre tenho companhia
Num cantinho do coração

Às vezes cai numa lágrima
E se transforma em sorriso
Nessa ciranda perfeita
Faz da vida um paraíso

Eu a percebo em toda parte
No céu, na terra e no mar
Em cada momento vivido
E no meu coração a pulsar

Maria Helena Mota Santos