sábado, 30 de maio de 2015
O dia em pauta
(Google Images)
Cada dia cai como um laço envolvente nas "teias" do cotidiano
Cada dia chega como um convite para um baile de máscaras
Cada dia nasce para os atores da vida independente do seu “script”
Cada dia segue no seu compasso sem a chance da espera
Cada dia nasce e segue na valsa da alegria ou da dor
Cada dia dança e impõe sua marcha sem prévia autorização
Cada dia leva para o lugar da imprevisibilidade
Cada dia é de todos e de ninguém
Cada dia é um elo de uma corrente sem fim previsível
Cada dia reflete o olhar caleidoscópico dos seres coloridos
Cada dia é uma invenção e uma reinvenção
Cada dia é labirinto de uma vida sem desfecho anunciado
Cada dia é um canteiro de obras de um edifício incerto
Cada dia é um projeto sem garantias
Cada dia é uma senha pra vida ou um xeque-mate
Cada dia é luz ou sombra
Cada dia nasce com novas tintas para os quadros borrados pelo tempo
Cada dia é um pincel que redesenha o passado
Cada dia é o prenúncio do futuro incerto
Cada dia é o resgate do passado com as armas do presente
Maria Helena Mota Santos
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Viagem infinita
(Imagem-Google Images)
O que se leva para uma viagem
onde a bagagem não é aceita?
Leva-se os sonhos sonhados
ou realidades desfeitas?
O que se leva para uma viagem
que não se tem companhia?
Leva-se uma seleção musical
ou a trilha sonora da vida?
O que se leva para uma viagem
sem um retorno marcado?
Leva-se o coração tatuado
ou o aconchego de um abraço?
O que se leva para uma viagem
cujo transporte é a solidão?
Leva-se as melhores lembranças
ou a amizade no coração?
O que se leva para uma viagem
cujo destino é o infinito?
Leva-se lembranças de outrora
ou a senha do paraíso?
Maria Helena Mota Santos
terça-feira, 19 de maio de 2015
Dá-lhe poesia!
(Imagem-Google Images)
Poderia me vestir
de apatia
a cada agonia
que me acometesse
de dor
nesta doce travessia
Poderia me vestir
de tristeza
e tratar
com aspereza
quem incomodasse
a minha solidão
Poderia me vestir
de julgamentos
e sem piedade
condenar cada passante
que viesse
na minha contramão
Preferi me vestir
de poesia
que retrata
minha dor
ou alegria
neste espaço
que me leva
a redenção
Maria Helena Mota Santos
sábado, 16 de maio de 2015
Indagações
(Google Images)
O que dizer?
Nem sempre se tem palavras
Quando calar?
Nem sempre se tem silêncio
Quando seguir?
Nem sempre se tem estrada
O que fazer?
Nem sempre se tem clareza
Pra onde ir?
Nem sempre há um lugar
Como ajudar?
Nem sempre se tem a forma
Quando mudar?
Nem sempre se tem coragem
Quando amar?
Sempre que o coração pulsar
Maria Helena Mota Santos
23/12/2010
terça-feira, 12 de maio de 2015
O reverso do caminho
(Google Images))
Só enxergou o verso
Quando ficou em reverso
Só enxergou a flor
Quando sentiu o espinho
Só quando enfrentou o escuro
Que enxergou as estrelas
Só quando soltou o seu grito
Que escutou os seus ecos
Só quando seguiu adiante
Que olhou para trás
Só entendeu o oásis
Quando conheceu o deserto
Só quando engravidou de si mesmo
Que renasceu para a vida
Maria Helena Mota Santos
Só enxergou o verso
Quando ficou em reverso
Só enxergou a flor
Quando sentiu o espinho
Só quando enfrentou o escuro
Que enxergou as estrelas
Só quando soltou o seu grito
Que escutou os seus ecos
Só quando seguiu adiante
Que olhou para trás
Só entendeu o oásis
Quando conheceu o deserto
Só quando engravidou de si mesmo
Que renasceu para a vida
Maria Helena Mota Santos
sábado, 9 de maio de 2015
Feliz dia das Mães!
(Imagem-Google Images)
HOMENAGEM A TODAS AS MÃES, VISÍVEIS E INVISÍVEIS!
Um dia
Numa terra bem distante
Deus acordou pensativo
Cheio de reticências
Após ter criado o mundo
Os animais
A natureza
O homem e a mulher
Sentia que sua criação
Não estava completa
Precisaria colocar
Um sentimento no mundo
Que fosse antídoto
Para as dores
Para os sofrimentos
Para a solidão
A quem proporcionar
Tal poder
De gerar um sentimento
Tão infinito?
A quem proporcionar
O poder
De gerar nas entranhas
O amor incondicional?
Após pensar por um tempo
Criou um ser
Dentro de um outro ser
A quem chamou de MAMÃE
E para que o dom
Fosse extensivo
A todas as mulheres
Deu a cada uma
Esse poder maternal
De gerar um ser
No próprio ventre
Ou no ventre do mundo
E só assim descansou
Por saber
Que no mundo
Há um Anjo incansável
Que faz plantão
Em cada esquina
Da vida
Seja dia
Seja noite...
Maria Helena Mota Santos
quarta-feira, 6 de maio de 2015
Verso em flor
(Google Images)
Era pra ser uma poesia
Versificada no pra sempre
Mas o verso eternamente
Desfez-se da estrofe
De repente
E a poesia teve fim
Lá na estrofe recomeço
Os versos de outra época
Mudaram de endereço
E a nova poesia
Teve espinhos a lhe ferir
E da dor brotou a flor
Que enfeitou novo jardim
A poesia agora escrita
Tem na lágrima o regador
Chove verso no inverso
Do sentimento que brotou
E no novo há o alento
De saber-se beija-flor
Que visita outros jardins
Sem encontrar a sua flor
Maria Helena Mota Santos
16/10/2011
sábado, 2 de maio de 2015
Linha do tempo
(Google Images)
Não teço
cada dia
com linhas quebradas
pelo tempo
Em cada amanhecer
pego outra linha
e bordo
novo momento
Às vezes
de cores pálidas
Às vezes
de cores firmes
Eu valorizo
cada cor
A cor alegre
e a cor triste
Às vezes
teço pelo avesso
com as mãos trêmulas
de frio
Às vezes
tenho pouca linha
mas encaro
o desafio
Às vezes
penso que teço
um caminho
que escolhi
Mas percebo
que havia esboço
do bordado
que teci
Às vezes
fico perplexa
meus bordados
não reconheço
Mas não deixo
um só dia
Sem tentar
um recomeço
Teço
desde que acordo
e só paro
quando adormeço
Mas em sonho
sou intuída
e para o novo dia
eu amanheço
Maria Helena Mota Santos
02/04/2012
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