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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Nasce um artista


(Imagem-Google Imagens)

Escondeu a gestação e passou parte da vida em trabalho de parto.
Sua calma era o esconderijo do que fervia por dentro.
Mas as bolhas poéticas, em estado de ebulição, inquietavam a alma.
Por detrás dos bastidores se fez assessor da arte dos seus pares.
A paz exterior escamoteava a inquietude da arte querendo sair.
No olhar sincero trazia uma terna poesia em forma de doação.
Era um enigma a ser decifrado pelos olhares mais atentos.
Quando parecia que já tinha se rendido ao tempo, explodiu!
Pegou "carona" numa forte emoção e foi para o mundo.
No "colo" do mundo travou um duelo com a sua verdade.
E se fez palco quando só exercitava plateia.
E se fez dor quando só exercitava linimento.
E se fez palavra quando só exercitava a escuta.
Colocou-se em reverso quando só atuava em verso.
Contraiu-se de dor e percebeu a iminência do parto.
Dia após dia, as contrações ficavam mais fortes.
A hora do nascimento se aproximava.
Enfim pariu a arte!
Pariu a si mesmo!
Pariu a vida!

Maria Helena Mota Santos

07/05/2010

2 comentários:

  1. Arrepiou; fiquei totalmente evolvido com a leitura, não queria perder nada de nada, enfim um monte de pensamentos direcionados, e um deles é a parição da minha ARTE.
    Abraço

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  2. Lu, obrigada pelo comentário. Fico feliz que tenha gostado da poesia. Parir a arte é começar realmente a enxergar a beleza que está ao nosso redor e dentro de nós mesmos! É ser livre dos grilhões! Abração!

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