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quarta-feira, 10 de abril de 2013

A partida da dor


(Imagem-Google Imagens)


Fiz um carinho na minha dor e ela me sorriu
Disse-me que não estava doendo tanto
E que eu não me preocupasse com ela
Pois brevemente ela entraria em toque de recolher
Nas asas da luz do sol de qualquer amanhecer
E a veria se espreguiçando no luar durante a noite
Só não garantia se controlar nas madrugadas frias
Pois gostava de sair para passear no silêncio
Pediu-me que eu a deixasse partir
Pois fazia tempo que eu a mimava e a pegava no colo
Disse-me que tinha crescido tanto que era hora de seguir a estrada
Que ela estava tomando vários compartimentos da minha morada
E sua partida daria lugar para o intercâmbio de outros sentimentos
Quem sabe, um dia, ela voltaria em forma de alegria?
Eu disse pra ela que não era simples assim
Eu precisaria perdê-la por partes
Ela não sabia mas ela me fazia companhia
E acionava lágrimas que lavavam os ciscos da alma.
Fizemos um trato: cada uma se esforçaria para se desligar da outra
E, um dia, eu chegaria em casa e perceberia que ela se foi
Mas ela retornaria, provavelmente, em forma de flor
E assim fizemos um pacto na noite
E estamos em trabalho de parto para sua partida

Maria Helena Mota Santos

27/10/2010

2 comentários:

  1. Uma magnífica maneira de falar de algo que afeta nós todos, e referindo a ela como uma amiga que voltara com a dignidade de uma flor, isso é legal.

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  2. Obrigada, Lu, pelo sábio comentário sobre a nossa companheira de alguns momentos da vida! Abraço!

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