Licença Creative Commons
O Blog é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Baseada no trabalho presente em http://www.pintandoosetecomavida.blogspot.com.
.

terça-feira, 30 de abril de 2013

Sou eu?

(Imagem-Google Imagens)

Sou ingênua?
Sou menina?
Sou um acorde
com tom da cor da inocência?
Sou um verso
que atrai os reversos?
Sou alvo fácil
por ser um abraço infinito?
Sou uma criança
que na mulher fez morada?
Sou um cálice
de bebida doce ou amarga?
Quem sou eu?
Sou o que penso
ou sou um poema inexato?
Sou uma pessoa feliz
ou sou carente de um abraço?
Quem sou eu?
Sou uma pausa
ou sou um lugar infinito?
Quem sou eu?
Uma asa sem pássaro
ou um pássaro sem ninho?
Um mar bem revolto
ou um coração em desalinho?
Quem sou eu?
Um eu sem você
ou um você com ausência?
Quem sou eu?
Neste vale que se perde de mim
e me traz um sofrer sem fim?

Maria Helena Mota Santos

28/10/2011

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Paixão

(Google Images)


Alguém se apaixonou por mim
Alguém que andava ao meu lado
Mas só conseguia me ver
Por um espelho quebrado

Alguém se apaixonou por mim
Alguém que às vezes me acusava
De não ser boa o suficiente
Para amar e ser amada

Alguém se apaixonou por mim
Alguém que nasceu comigo
Mas me pegava pela mão
Só pra mostrar o labirinto

Alguém se apaixonou por mim
E já morava no meu ser
Mas buscava outras companhias
Apenas por medo de sofrer

Alguém se apaixonou por mim
E era eu mesma no espelho
Feliz só pela minha companhia
Sem precisar do consentimento alheio

Maria Helena Mota Santos

21/07/2012

Quase

(Imagem-Google Imagens)

Eu quase clareei
as sombras
com o reflexo do sol
pela fresta da janela
Eu quase as pintei
de cores
tão bonitas
matizadas
como as cores
de uma aquarela

Eu quase clareei
as nuvens
de uma tempestade
iminente
Só com o sorriso
dos olhos
que olhavam
e fixavam
no reflexo de sol
da minha mente

Eu quase
clareei o escuro
que acometeu
parte do caminho
Usei o farol
da minha alma
que enxerga flores
no lugar
onde antes
havia espinhos

Maria Helena Mota Santos

27/08/2012

domingo, 28 de abril de 2013

Amor


(Imagem-Google Imagens)

Que emoção é essa
desconhecida no peito
sem ser fogo, arde
sem ser água, congela
invade o lado esquerdo
e faz metástase
em todo o ser?

Que emoção é essa
desconhecida no peito
que faz transcender
o limite do outro ser
e como se fosse neblina
no amanhecer
faz anoitecer?

Que emoção é essa
que faz descer
estando em cima
e faz sofrer
sem sofrimento
e se chega ao céu
por um momento?

Que emoção é essa
que não se sabe a cor
nem o real sabor
que se renova
em cada melodia
que conta uma história
de amor?


Maria Helena Mota Santos

sábado, 27 de abril de 2013

Você e Eu



(Imagem-Google Imagens)


Você
mito dos meus dias
protagonista dos meus versos
e dos meus reversos

Você
suavidade encantadora
que muitos sonhos povoam
e enche os dias de mistério

Você
nota que dá tom à melodia
que vive em perfeita harmonia
na mais bela sinfonia

Você
canção que muitos comporiam
luz que ilumina meus dias
versos que compõem o meu poema

Você
que me faz ser canção todo tempo
e brincar de viver sem sofrimento
e me completa em todos os momentos

Você e Eu
um encontro de individualidades
que a vida escreveu
um poema na areia
que o tempo não removeu

Maria Helena Mota Santos


junho/2006





sexta-feira, 26 de abril de 2013

O poeta e a canção




(Imagem-Google Imagens)


O poeta
Canta em letras
A melodia de uma canção

Canta a dor
Canta o amor
Canta a saudade
Que ficou

O poeta
capta sonhos
da realidade percebida

Capta o amor
Distrai a dor
Pinta um sorriso
em quem chorou

O poeta
escreve em versos
a partitura de uma canção

Suaviza o tom
do sustenido
Em tom mais baixo
libera o grito


Maria Helena Mota Santos



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Espetáculo


(Imagem-Google Imagens)

Às vezes penso
que viver
é sonho
e se eu acordar
perderei o espetáculo
dos enredos
que escrevi

Às vezes penso
que moro
num palco
e se não atuar
perderei meu papel
e serei
só plateia do que fui

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Eco do silêncio

(Imagem-Google Imagens)

No meu silêncio
estava o seu silêncio
embutido na pintura
de uma tela
que se tornara
aquarela

E no grito mudo
das paisagens toscas
e de traços sutis
estava o caminho
rodeado de flores
e improváveis espinhos

E no silêncio
o barulho se perdeu
sem saber
que o eco se corrompeu
no túnel imenso
do infinito tempo

Maria Helena Mota Santos

29/09/2012

Solidão


(Imagem-Google imagens)

A solidão
É uma asa solta que paira no universo
É flor sem jardim encharcada de orvalho
É uma folha solta esquecida numa estrada
É um mar sem onda onde o sol se escondeu

Se ser só é uma das facetas da vida
Se já se sente como pássaro na gaiola
Se já se encontra em estado de apatia
Se a solidão já é a causa de agonia

Pegue sua asa e siga em direção ao vento
E num vai e vem entre erros e acertos
Uma asa perdida virá livre ao seu encontro
E ao se tocarem já serão um par de asas
Que se eternizarão num longo e profundo abraço
E voando juntas com a leveza da alegria
Deixarão a palavra AMOR escrita no seu rastro


Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 23 de abril de 2013

Incertezas

(Imagem-Google Imagens)

No terreno fértil
dos porquês
descobri a sabedoria
das perguntas
sem respostas

Em terreno íngreme
e nas pausas
para as esperas
encontrei
o silêncio salvador

Percebi
nas entrelinhas
que as respostas
desencantam o fascínio
do saber

As perguntas
abrem caminhos
e aguçam um tempo
aprendiz
de incertezas

Maria Helena Mota Santos

11/09/2011

O dia em câmera lenta

(Imagem-Google Imagens)


O dia amanheceu em silêncio profundo.
Era possível escutar o som dos pensamentos que povoavam a mente.
Os murmúrios do mundo eram perceptíveis de uma forma nítida e amplificada.
Era possível escutar a queixa e a gratidão das batidas do coração.
Era possível olhar para si mesmo e com uma lupa enxergar pontos cegos.
Era possível sentir a palpitação da dor de uma forma exacerbada.
Era possível sentir a alegria com seus tambores entoando canções felizes.
Era possível sentir a solidão na sua forma mais solitária.
Era possível trazer o som do passado e dançar com o presente.
Era possível sentir compaixão pela dor e paixão pela alegria.
Era possível olhar para o céu e enxergar além do firmamento.
Era possível transformar o impossível e recriar o quadro congelado pelo tempo.
Era possível mesclar a dor com a alegria e experimentar a serenidade.
Era possível sair de si e ir passear em outras paragens transformando realidade em sonho.
Era possível imaginar o inimaginável e voltar o tempo para resgatar parte da história.
Era possível exercitar a esperança na desesperança da vida.
Era possível viver na sua versão mais plena e infinita.
Era possível voar e aterrissar em pleno ar.
Era possível voar com as asas do sonho e morar no infinito.

Maria Helena Mota Santos

02/04/2010

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Perspectiva


(Google Images)


Chegará o dia em que o raro se tornará comum
e que o comum parecerá raro.

Chegará o dia em que é preciso derrubar o muro
e experimentar o descampado.

Chegará o dia em que se estranhará a estranheza
diante de tudo que se desejou.

Chegará o dia em que se acordará atordoado
e pensará que a realidade é sonho.

Chegará o dia em que se buscará a parte perdida
do quebra-cabeça de si mesmo.

Chegará o dia em que se pensará ser outra pessoa
no reflexo do espelho da vida.


Maria Helena Mota Santos

16/08/2010

Canal do tempo

(Imagem-Google Imagens)

O canal do tempo anunciou
Tempestade iminente
Com chuva torrencial
E tufão inevitável

Mas o hábito de ser sol
Fez a chuva se esconder
A tempestade fenecer
O tufão arrefecer

Raio de luz se fez presente
E não deixou a inundação
Transformar-se em enxurrada
E no rio do caminho transbordar

E o sol nasceu bonito
Desfilando com seus raios
Aqueceu a luz do dia
E só à noite ele partiu

Mesmo assim ficou presente
No reflexo do luar
Coadjuvando com a lua
Foram no mar se encontrar

E dançaram toda noite
Numa alegria contagiante
E fizeram companhia
Aos corações itinerantes

Maria Helena Mota Santos

domingo, 21 de abril de 2013

Sol poente


(Imagem-Google Imagens)


Há momentos na vida
Que a roda gira
Do lado oposto ao sol

A sombra que acontece
Assombra os passos
E desestabiliza o compasso

Cada hora
É réplica da eternidade
Cada segundo dorido
Dá a verdadeira dimensão
De infinito

Cada lágrima sofrida
Cai na alma
Arde no peito
E após ser cachoeira
Abre um rio para travessia

Há momentos na vida
Que o sol nasce no poente
E não se diferencia
O dia da noite

O sol após convalescer
Das tempestades sofridas
Recebe os raios de luz
Dos outros astros
Acumula energia
Para então seguir
Rumo ao nascente

Maria Helena Mota Sanots

sábado, 20 de abril de 2013

Ombro amigo


(Imagem-Google Imagens)


Não precisa falar
Eu escuto seu som
Eu empresto meu ombro
Para ser seu divã

Não precisa dizer
O que não pode explicar
Se experimentar labirintos
Eu prometo lhe achar

Fique aqui ao meu lado
Nada vou perguntar
Sou o silêncio e a fala
Sou o que precisar

Não contenha as lágrimas
Libere toda emoção
Solte os gritos latentes
Presos no seu coração

Sou a amizade sincera
Sua felicidade desejo
Sou a palavra amiga
Sou o reflexo no espelho

Maria Helena Mota Santos

24/11/2010

Retrato pintado

(Imagem-Google Imagens)


Talvez eu não seja
este retrato
que você pintou
carregado de tintas
das cores
da perfeição

Não sou isso tudo
não
Sou tinta suave
que às vezes
desbota
e precisa do retoque
do tempo

Sou tinta de brisa
que às vezes
passa
como um tufão
derrubando polimentos

Sou um retrato
sem moldura
livre
para os traços
e detalhes
dos momentos

Pinto-me de verde
de lilás
de cinza
de amarelo
e do que é
sincero

Talvez eu seja parte
de tudo
que penso
que sou

Talvez eu seja
uma parte
de tudo
que você pensou

Talvez seja um pássaro
ou quem sabe
uma flor

Não sou isso tudo
não
Mas tenho a essência
do amor

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Verso e reverso

(Imagem-Google Imagens)

Um fiapo de sombra
invadiu a luz
fez rebelião
raptou a alegria
convocou a agonia
fez ameaças à paz
feriu a pureza
embotou a ternura
embaçou a felicidade
e fez de refém
uma vida

Um exército salvador
espreitou a sombra
estudou seus efeitos
aparou as lágrimas
injetou o silêncio
mediou a reflexão
cuidou das feridas
convocou a sabedoria
recuperou a alegria
e trouxe de volta
uma vida

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Cotidiano


(Imagem-Google Imagens)

Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher, passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que dói em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Solitude





(Imagem-Google Imagens)


Existe um lugarzinho
Bem lá dentro do meu peito
Que é preenchido de solidão
Alimenta-se com o olhar opaco
E com o sorriso lânguido

É o lugar da nostalgia
De uma saudade
Do que não aconteceu

Nele
a solidão é vitalícia
e nem o infinito preenche

É um cantinho solitário
Que mesmo que venha amor
Ou mesmo que o amor se vá
Ele continua intacto
Não se abala
É linear

Só eu
tenho a senha da sua passagem
Só eu
posso me perder nos seus labirintos

É o lugarzinho de onde partem as buscas
É o lugarzinho da incompletude
É o melhor deserto que há em mim

Maria Helena Mota Santos

Construção


(Imagem-Google Imagens)

Antes que a terra trema
E o mundo venha ao chão
Vou refazer os alicerces
E fazer nova construção

Antes do abalo sísmico
Antes da trepidação
Antes que o caos se instale
Vou buscar uma solução

Mas se o tremor chegar
Vou salvar o que restou
Recordações e histórias
De quem por aqui passou

Vou enxugar as lágrimas
De quem está desamparado
Vou distribuir sorrisos
Pra quem está desencantado

E nesse mundo caótico
Vou amenizando a dor
Doando a quem precisa
Muita paz e muito amor

Vou colher muitas flores
Do jardim que vou plantar
Vou cobrir o chão de rosas
Pra toda essa gente pisar

Maria Helena Mota Santos

19/04/2010

terça-feira, 16 de abril de 2013

Descoberta



(Imagem-Google Imagens)


Acordei num teatro
Deitada num tablado
Chamado vida

No desenrolar das peças
Onde cada dia é um ato
Fui fazendo descobertas

Descobri a cada passo
Que não sou nada sem o todo
E o todo sente falta de mim

Descobri que sou única
Que de mim não há réplica
Mas sou interligada ao todo

Descobri que sou uma letra
Contida dentro de um verso
Do poema Universo

Descobri que sou cúmplice
De todas as cenas exibidas
No teatro que é o mundo

Descobri que sou luz e sombra
E que se eu recusar uma cena
O teatro seguirá sem mim


Maria Helena Mota Santos

29/11/2010

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Vida

(Imagem-Google Imagens)


A vida é a fantasia
que se veste a cada dia
É o cenário que se enxerga
pelo ângulo da ilusão
É o enredo de uma novela
que põe em pauta o coração
É a verdade relativa
pelo foco de quem vê
É a estação de uma partida
que se tende a esquecer

A vida é o avesso
do lado oposto invisível
É saudade de um tempo
que talvez não se viveu
É a cadência e o descompasso
que sonorizam o tablado
É o rio que vira mar
com as chuvas de verão
É o sopro de um instrumento
que oxigena uma canção

Maria Helena Mota Santos

domingo, 14 de abril de 2013

Quantas vezes


(Imagem-Google Imagens)

Quantas vezes fico entre o sonho e a realidade buscando vislumbrar uma outra dimensão!
Quantas vezes me pergunto se a realidade é o que está diante dos meus olhos ou se é o que eu não consigo enxergar!
Quantas vezes fico agarrando sonhos e vou voando com eles para não colocar os pés descalços no chão gelado!
Quantas vezes olho para o céu e vejo as estrelas invisíveis através das nuvens carregadas de escuridão!
Quantas vezes olho sem ver e ouço sem escutar porque fui raptada para um lugar ali adiante que me puxa para o que era antes!
Quantas vezes sou como uma adolescente irreverente mudando o que está pronto para ter o prazer de descobrir o caminho das possibilidades!
Quantas vezes pego borboleta pelo prazer de soltá-la para contemplar o seu voo!
Quantas vezes choro sorrindo e sorrio chorando!
Quantas vezes me pego cantando uma canção que traduz meu pranto!
Quantas vezes acordo a alegria e adormeço a tristeza para aproveitar a chance da vida!
Quantas vezes sou coadjuvante no meu palco e plateia de mim mesma!
Quantas vezes sou tantas outras que não cabem em mim!
Quantas vezes sou inverno no verão e primavera no outono !
Quantas vezes me olho e me espanto com o tamanho da emoção que me faz pulsar amor...amor...amor...

Maria Helena Mota Santos

05/01/2011

Grafiteiros da saudade

(Google Images)

Fiz grafite na janela
Com matizes de saudade
Fiz rabiscos de um sonho
Sem objetivar realidade

Na linha mestra de uma asa
Esbocei um pássaro livre
Que me levava urgente
A lugares imperdíveis

Fiz grafite irreverente
De momentos distraídos
Fiz o meu eu se desnudar
E caminhar sempre comigo

Esbocei o improvável
Na linha imprecisa do tempo
Desmascarei as certezas
E passeei contra o vento

Fiz grafite no coração
Com matizes de alegria
Dei alforria à solidão
Parti em minha companhia

Maria Helena Mota Santos



sábado, 13 de abril de 2013

Pausa

(Imagem-Google Imagens)

A vida me chama para viver em atos
As letras me faltam
As emoções têm sede de lágrimas
O tambor rufa novo momento

Momento de partir
De ficar de longe
De ficar em perspectiva
De não dizer nada por dizer

Momento de despertar
A menina que abraça flores
E se fere com espinhos
E novamente abraça
E novamente se fere
E vem nova dor
E ainda assim, abraça...

O sino interior anuncia
É hora de olhar para si
De cuidar das suas flores
Plantar um livro
Sem letras
Sem versos
Sem pretensões
Sem divagações

Momento de ser
Apenas uma poesia

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Viagem


(Imagem-Google Imagens)

Os caminhos estão abertos
As saídas estão sinalizadas
Faça um giro no corpo
E fique de frente para o presente
Deixe o passado seguir sua viagem de volta
Não se prenda às amarras do que já está escrito
E retire apenas citações para fundamentar sua nova escrita
Na bagagem da vida só leve o necessário
Excesso de peso provoca dor na alma
E tornam letárgicas as passadas da vida
Deixe algumas companhias indesejáveis
E leve a esperança como companheira inseparável
Sorria em companhia da tristeza
Pois a tristeza é vulnerável a raios de sol
Dê tempo para o tempo mudar as paisagens
E construa sua moradia em outro ângulo da vida
Siga sempre em frente
Aproveite a viagem

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Momento




(Imagem-Google Imagens)


Não dá pra se perder
O espetáculo que veio ao ar
Quando o dia apareceu
Vencendo a escuridão da noite

Neste momento imperdível
Em que o agora é tudo que se tem
Não é preciso colocar o olhar na fresta
Para não perder o momento que se esvai

A ordem é se contagiar de sentimento
E caminhar ao lado do momento
Sem se prender as amarras do que se foi
Nem levitar para o que não se sabe se virá

Maria Helena Mota Santos

Carência


(Imagem-Google Imagens)


Careço
do meu silêncio
Careço
da minha paz
Pra me mostrar
um espaço novo
Pra vida
que se refaz

Careço
do meu olhar
pra via
da solidão
Para entender
estas linhas
Da palma
da minha mão

Careço
de ter saudade
de tudo
que já se foi
Careço
de viver o agora
Sem deixar nada
pra depois

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 10 de abril de 2013

A partida da dor


(Imagem-Google Imagens)


Fiz um carinho na minha dor e ela me sorriu
Disse-me que não estava doendo tanto
E que eu não me preocupasse com ela
Pois brevemente ela entraria em toque de recolher
Nas asas da luz do sol de qualquer amanhecer
E a veria se espreguiçando no luar durante a noite
Só não garantia se controlar nas madrugadas frias
Pois gostava de sair para passear no silêncio
Pediu-me que eu a deixasse partir
Pois fazia tempo que eu a mimava e a pegava no colo
Disse-me que tinha crescido tanto que era hora de seguir a estrada
Que ela estava tomando vários compartimentos da minha morada
E sua partida daria lugar para o intercâmbio de outros sentimentos
Quem sabe, um dia, ela voltaria em forma de alegria?
Eu disse pra ela que não era simples assim
Eu precisaria perdê-la por partes
Ela não sabia mas ela me fazia companhia
E acionava lágrimas que lavavam os ciscos da alma.
Fizemos um trato: cada uma se esforçaria para se desligar da outra
E, um dia, eu chegaria em casa e perceberia que ela se foi
Mas ela retornaria, provavelmente, em forma de flor
E assim fizemos um pacto na noite
E estamos em trabalho de parto para sua partida

Maria Helena Mota Santos

27/10/2010

terça-feira, 9 de abril de 2013

Senhora


(Imagem-Google Imagens)



Da minha janela posso ver
Uma senhora numa rua distante
Blusa preta e saia cinza
Cabelo preso
Sandália rasteira
Passos lentos
Aparente solidão à bordo

Parece levar consigo
Lembranças das suas dores
Lembranças dos seu amores
Lembranças da juventude
Lembranças dos dias felizes
E tantas lembranças perdidas
No arquivo das recordações

Andar de quem rema com a vida
De quem parece não saber o destino
Andar de “tanto faz”

Indiferente ao meu olhar
Sem mesmo saber que eu existo
Ela continua seguindo

Não leva uma bolsa
Não leva bagagem
Mas não parece ter leveza
Não aparenta ter acordo com a paz

Fico observando seus passos...

Dela, nada sei
Dela, eu apenas sei
Que segue em frente e nada mais.

Maria Helena Mota Santos


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Silêncio inacabado

(Imagem-Google Imagens)


É um silêncio inacabado
daquele de ato falho
Silêncio que ecoa barulho
tal qual a queda de um raio

É um silêncio da cor bege
que com melodia se une
Silêncio que cheira a jasmim
e deixa rastro de perfume

É um silêncio lá de longe
que captura imagens mil
Silêncio que borbulha a mente
e dá a cor de tom febril

É um silêncio que para as horas
e mergulha no túnel do tempo
É um silêncio acompanhado
que atrai mais sentimento

É um silêncio do universo
que se alimenta de energia
É um silêncio que pausa o mundo
sem tirar a sinergia

É um silêncio sem fronteiras
que viaja sem permissão
É um silêncio que invade as áreas
onde pulsa um coração

Maria Helena Mota Santos

domingo, 7 de abril de 2013

Da minha janela


(Imagem-Google Imagens)

Num domingo melancólico
Daqueles da cor da inércia
Chego na janela
Pouso meu olhar sobre o nada
E sem me dar conta
Percebo uma cena inusitada
Daquelas que não se tem certeza
Se um dia testemunhará
Outra igual
Um cachorro grande
Deitado no meio da rua
Aparentemente indefeso
Faz sua greve particular
Sem bandeiras
Ou palavras de ordem
Obstrui a rua estreita
E faz dela a sua propriedade
Um carro se aproxima
E precisa parar
O motorista desce
Tange o cachorro
E ele nem levanta a cabeça
Continua esticado
Faz a cena
Não estou nem aí
O motorista fica no meio da rua
À mercê da vontade do cachorro
Um outro carro se aproxima
E um motorista irritado
Mesmo num dia de domingo
Buzina assustadoramente
O animal não sai do lugar
O primeiro motorista
Bate palmas
Fala
Enquanto o outro buzina
Até que consegue fazê-lo
Levantar a cabeça
Olhar
E calmamente
No seu ritmo
Sem nenhum latido
Sem reclamações
Levanta-se
Olha pra todos
E sai
Em busca do seu destino
E ilustrando o meu dia
De domingo

Maria Helena Mota Santos

sábado, 6 de abril de 2013

Eu sou



(Imagem-Google Imagens)


Eu sou
Uma brisa suave
Que pousou no acaso
E se fez gente

Eu sou
Um tom solitário
Que pousou num acorde
E se fez canção

Eu sou
Um sentimento profundo
Que pousou em um verso
E se fez poesia

Eu sou
Um barquinho de papel
Que remou pelo mar
E se fez infinito

Eu sou
Uma pétala ao vento
Que pousou num jardim
E se fez flor

Eu sou
Um pedacinho de saudade
Que pousou num coração
E se fez amor

Maria Helena Mota Santos

17/10/2010

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Dá-lhe poesia!

(Imagem-Google Imagens)

Poderia me vestir
de apatia
a cada agonia
que me acometesse
de dor
nesta doce travessia

Poderia me vestir
de tristeza
e tratar
com aspereza
quem incomodasse
a minha solidão

Poderia me vestir
de julgamentos
e sem piedade
condenar cada passante
que viesse
na minha contramão

Preferi me vestir
de poesia
que retrata
minha dor
ou alegria
neste espaço
que me leva
a redenção

Maria Helena Mota Santos

31/10/2011

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Eu quase sei

(Imagem-Google Imagens)


Eu quase sei
que não mais quero
o que tanto tempo
esperei

Não quero o morno
o intervalo
de uma vida
que não planejei

Eu quero o ocaso
renascendo
sob a luz
do amanhecer

Eu quero a flor
de toda cor
que a cada espinho
me faz crescer

Eu quero a rima
imperfeita
e entoada
no meu canto

Eu quero as partes
encontradas
e libertadas
em cada pranto

Maria Helena Mota Santos

27/07/2012

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A noite da alma



(Imagem-Google Imagens)


Na calada da noite
Fala a voz da minha alma
Que insone flutua
Na inquietude da calma

No silêncio ensurdecedor
A alma perambula aflita
Busca motivos concretos
Para embalar essa vida

As marcas ficam visíveis
As indagações reaparecem
As sombras viram fantasmas
E no palco se aquecem

A noite é um cenário
Para o implícito atuar
Pois a luz do dia esconde
O que a escuridão quer mostrar

A noite retira a máscara
Que a alma usou pelo dia
Pois há de querer descanso
Para disfarçar a agonia

E o corpo quer dormir
Mas a alma quer vigília
E nessa briga pacata
Tem início um novo dia

Maria Helena Mota Santos

01/05/2010

terça-feira, 2 de abril de 2013

Viagens

(Imagem-Google Imagens)

Eram tantas viagens
e tantos prazeres
revezados
com
descontentamentos
e ilusões
frustradas
Que fui arremessada
para dentro
do meu mundo
sem me desligar
do sol lá fora

Encontrei
regiões montanhosas
de emoções
retesadas
e cristalizadas
Que foi preciso
utilizar
o conta-gotas
das lágrimas
para me libertar
dos grilhões
da escravidão

E a salvação
não era
dependente
de nenhuma gente
Era um palco
encantado
iluminado
pela essência
de um amor
latente

Vi um oásis
disfarçado
de deserto
E não acreditei
que estava
sempre
tão perto
da luz
que me traria
a salvação


Maria Helena Mota Santos

18/05/2012

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Verdades


(Imagem-Google Imagens)


Verdades sobre mim
são inverdades
que cabem no olhar
de quem me vê
nem sempre o sorriso
é alegria
e o silêncio muitas vezes
é prazer

Quando me vejo
sem a película da ilusão
e enfrento minha mutável
condição
Meus pontos cegos
roubam a cena e me ofuscam
Sempre me vejo
com alguma restrição

Mas se a verdade fosse
tão absoluta
e já nascesse conhecendo
o meu eu
Que graça tinha o viver
sem aprendizado
Se o bom da vida
é ser um eu inacabado!

Maria Helena Mota Santos

09/08/2011