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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Cores da vida


(Imagem-Google Imagens)


Estou à procura de uma cor
Que transforme uma tela
Dando um toque especial
De uma linda aquarela

Procuro uma cor marcante
Talvez seja a mais bela
A cor que enfeita o mundo
Quando se está na primavera

Quero uma cor estonteante
Que realize uma alquimia
Que traga em si a mistura
Da tristeza com a alegria

Quero a cor da cor dos olhos
De quem tem amor no coração
Quero a cor que de tão bela
Inspire a mais bela canção

A cor que eu tanto procuro
Nem é quente nem é fria
É a mistura de todas as cores
Que enche o mundo de magia

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cumplicidade mágica


(Imagem-Google Imagens)


Ela enxugava sua lágrima
Enquanto a dela caía
Uma estrela mudava de lugar
E um pedido ela fazia

Ela embalava sua insônia
E o sono dela se perdia
Partia na cauda de um cometa
Pra buscar a alegria

Ela escutava seu gemido
E o sorriso dela se esvaía
Então fazia uma prece
Pra acabar com a agonia

Ela escutava seu silêncio
E a voz lhe emprestava
Acendia uma estrela
E toda sombra clareava

E quando tudo era tristeza
Era uma mão a afagar
Veio com a missão de ser mãe
Para ao seu lado caminhar

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Amores e Amores


(Imagem-Google Imagens)

Não tenho medo dos amores que se consumam e que se consomem com o tempo.
Tenho medo dos amores que não acontecem fora do coração e nos acompanham, ao longo da vida, queimando no íntimo do ser.
Tenho medo dos amores que não são consumidos pelo cotidiano e crescem puro como na idealização de um sonho.
Tenho medo dos amores que tal como uma sombra acompanham as nossas relações e espreitam a nossa cama.
Tenho medo dos amores que estão entre as relações, mas não se tem como provar porque não é uma traição de fato.
Tenho medo dos amores que ficam intactos no ser e se alimentam e se acendem a cada olhar reacendendo com a chama do tempo.
Tenho medo dos amores velados que nunca serão revelados nem desvelados.
Tenho medo dos amores perfeitos que invalidam o verdadeiro amor que conhece o cotidiano das dores e aflições.
Tenho medo dos amores que se apresentam como salvação nas crises e que aparecem como algo inatingível e infindável.
Tenho medo do amor fruto proibido porque resiste ao longo dos dias.
Tenho medo dos amores que se escondem, na maioria das vezes, usando a máscara da amizade.
Não tenho medo da traição que se efetiva e que atrai uma atitude.
Tenho medo da traição velada que nunca se tem certeza da sua existência e transcende as leis da justiça.
Tenho medo dos amores sem amarras , sem superego e sem fronteiras
Tenho medo do amor platônico que é encoberto pelo medo da realidade.
Não tenho medo da traição que é inerente ao ser humano.
Tenho medo da traição perfeita porque tem álibi e não tem culpa.
Tenho medo dos amores que tiram o ser amado da sua presença sem tirá-lo do seu lado.

Maria Helena Mota Santos

Fev/2009

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Raios de sol

(Imagem-Google Imagens)

Acredito que ao nascer comprei um estoque de raios de sol para gastar nos dias nublados da vida.
Abrindo-me em sorrisos fui caminhando pelas estradas e bifurcações da vida.
Encontrei pelo caminho situações e pessoas que me acrescentaram pelo amor ou pela dor.
Hoje num dia pálido e chuvoso, em pleno verão, não consigo encontrar o meu estoque de raios de sol.
Olho pra dentro, mexo e remexo, contorço-me, vou para lá e para cá ,no canto da alma, e meu estoque parece que acabou, sem aviso prévio.
Concentro-me, mentalizo luz, aciono palavras iluminadas, e as nuvens continuam insistindo em ficar.
Nada se traduz como prenúncio de claridade.
Coloco lentes coloridas, sorrio e abro os braços, num ângulo de cento e oitenta graus, para abraçar a vida.
Olho para o céu na esperança de novas cores e ele permanece da cor da tristeza.
Contorço-me! Não caibo em mim.
Não é da minha natureza essa tristeza intensa que queima no meu peito como fogo ardente em estado de combustão.
Espero! As horas não passam! O telefone não toca! A vida está em coma!
O tempo parece infinito diante do meu desejo de que ele passe rápido.
Vislumbro um novo ano em pleno janeiro da vida.
Saio correndo de mim e vou buscar raios de sol nas calçadas da vida, nas amizades, no amanhecer de cada dia.
Encontro a luz em lugares inesperados.
Nos passantes solitários, nos olhares tristes, na dor da despedida, num olhar pueril, no sorriso inocente de uma criança, num gesto amigo e delicado, na vida....
Resolvi sair do meu caos e passear no caos do mundo e, certamente, renovarei meu estoque de raios de sol.

Maria Helena Mota Santos

04/02/2010

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Até que a morte nos separe


(Imagem-Google Imagens)

Ele a levava com um carinho imenso
Quase todos os dias
Seus passos lentos e trôpegos
Faziam com que ela marcasse passo
Tinha sido acometida por um AVC
Um dos braços estava paralisado
O seu rosto não tinha mais simetria
Sua fala já não tinha mais sons audíveis
Mas ele a levava todos os dias para ver o sol
Levava consigo uma cadeira de praia
E fazia da praça, em frente ao seu prédio, o seu mar
Ajudava-a a se sentar na cadeira
E ficava ali por um bom tempo
Para que ela pudesse se banhar de sol
Um dia fizera um pacto com ela
“Na alegria, na tristeza
Na saúde, na doença”
E hoje cumpria de uma forma
Que enternecia meu olhar
Observava-os nessas passagens
E esse carinho me inspirava
A acreditar no amor incondicional
No verdadeiro amor
Aquele amor que não se alimenta
Apenas de novos momentos
Mas da renovação
Diante das fases da vida
Diante dos obstáculos
Diante do imprevisível
Aquele amor verdadeiro
Que é companhia
Mesmo quando o outro
Só tem o silêncio
Para dizer suas palavras
Aquele amor infinito
Que pode acontecer
Em qualquer momento
Em qualquer lugar
No coração dos amantes
No coração dos pais
No coração dos amigos
No coração da humanidade
Aquele amor que transcende
E toca no coração de Deus

Maria Helena Mota Santos

17/11/2011

domingo, 25 de novembro de 2012

Faxina da alma

(Imagem-Google Imagens)

Faltam-me palavras para expressar o sentimento que se apoderou de mim neste dia que apenas começa.

O tal sentimento, espreitou-me durante a noite passada e se infiltrou nos meus sonhos , transformando-os num emaranhado de informações que não se apresentaram com clareza à realidade.

Embora as imagens não estivessem nítidas na mente, ao amanhecer, algo dava sinal de que algumas visitas indesejáveis teriam reclamado atenção, durante o sono.

Quando despertei, o meu circuito interno, de mecanismo de defesa , já emitia um sinal de alarde aconselhando um toque de recolher.

Mentalizei pensamentos coloridos e iluminados para contrastar com as cores apresentadas na alvorada.

Mas as visitas me seguiam como se fossem prolongamentos do meu corpo.

Enfrentei-as e aleguei que elas já não seriam necessárias.

No entanto, elas apresentavam uma tese de que ainda eram minhas inquilinas e que eu não poderia despejá-las sem aviso prévio.

Argumentei com veemência, mas foi em vão!

Outros acompanhantes chegaram, em forma de lembranças, para me convencer de que era cedo pra "cantar" vitória sobre a realidade.

Eu me rendi as suas argumentações e deixei que elas atuassem para que pudessem extravasar os resquícios que ainda estavam presentes.

Fiquei na plateia e, perplexa, percebi que o enredo era profundo e que era urgente a apresentação da peça.

Relaxei e deixei fluir as emoções que se traduziam em sorrisos e lágrimas.

Após uma catarse pude enxergar outro portal que me conduzia a um novo caminho.

Na entrada do novo portal fui carregada nos braços da esperança, da fé e do amor.

Maria Helena Mota Santos

sábado, 24 de novembro de 2012

À espera do sol

(Imagem-Google Imagens)

Era assim
quase todos os dias
nos tempos
de inverno

Acordava
o sol se escondia
e eu o sabia lá
amparado pelas nuvens

Esperava
que ele convalescesse
e retornasse
com mais brilho

Esperava
o seu tempo
sem ter tempo
de espera

Já era quase
primavera
e as flores
amarelavam
de anemia

Por vezes
as suas lágrimas
transcendiam as nuvens
e desaguavam em mim

E mesmo assim
eu esperava o sol
se render
à beleza da vida
e aparecer...

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Renascer


(Imagem-Google Imagens)

Ainda dá tempo de recuperar o encanto e seduzir a vida por aí afora.
O frescor que vem de dentro hidrata os poros e favorece a segunda pele.
A criança interior coloca o olho na fechadura e faz festa com as novas possibilidades de pintar o sete com a vida.
E a porta da alma se abre após um tempo de clausura nas teias do sofrimento.
A alma leve e esbelta levita e apura o olhar na visão do ângulo das alturas.
As lições aprendidas entram no portal da sabedoria e favorecem viagens mais seguras.
O amor intacto ,na sua essência, alimenta o olhar embevecido e deslumbrado com a beleza da vida.
Cada dia traz o renascer e as possibilidades infinitas de gastar cada segundo.
O próximo dia é utopia que se transformará em realidade quando entrar no portal do agora.
E os dias se desenrolam e se desvelam e se tornam história.
E a história ganha uma nova página cada dia.
E a cada dia é escrita uma poesia do cotidiano com as tintas do sentimento.
E a vida continua fascinante e alicerçada no passo do hoje e no mistério do amanhã.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A arte tecida

(Imagem-Google Imagens)

Degustar da vida
os vários sabores
da arte tecida
é deixar de ser ilha
e partilhar a bebida
na amarga doçura
do néctar que cura
as feridas latentes
na alma da gente

Degustar das canções
das emoções contidas
regadas por lágrimas
num céu de sorrisos
e se for preciso
acender a estrela
que de frio apagou
e sentir no desfecho
o desvelo do amor

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Busca


(Imagem-Google Imagens)

Enfim
partiu
e não se deixou ficar
Enfim
buscou
o que não conseguiu encontrar
Enfim
cedeu
e parou de questionar
se era dor
se era marasmo
se era hábito
ou amor de fato
Enfim
fechou as fronteiras
do coração alado
Enfim
ensurdeceu o grito
que ecoava no descampado
Enfim
sonhou com um mundo novo
e caminhou sem direção
Enfim
capturou o tempo
e congelou numa canção

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O encanto de ser

(Imagem-Google Imagens)

Tinha as asas de um pássaro e pousou perto do céu
Escolheu uma estrela e a trouxe pra sua estrada
Pegou uma nuvem branca e se deitou sobre ela
Brincou com o sol e bronzeou os seus dias
Esperou pela lua e a fez iluminar suas noites
Encontrou um cometa e embarcou na sua cauda
Encantou-se com Saturno e usou o seu anel
Encontrou um arco-íris e ganhou um pote de ouro
Viu o esboço de Deus e desenhou sua fé
Tinha os olhos coloridos e enxergou o invisível
Escolheu ver as cores nos quadros neutros da face
Pegou uma varinha mágica e encantou corações
Brincou com a incerteza e enfrentou a viagem
Esperou a alegria e dispensou a tristeza
Encontrou um atalho e preferiu um caminho
Encantou-se com a vida e enfrentou os percalços
Encontrou um anjo e herdou sua leveza
Viu o esboço de Deus e desenhou seu amor

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Meu retrato


(Imagem-Google Imagens)


Abandonei um par de lentes
Que ganhei lá no passado
Com elas eu via o esboço
Do meu retrato borrado

As lentes do meu passado
Tinham manual de instrução
Que prometia com o tempo
Aperfeiçoar minha visão

Usando as duas lentes
Tive meu olhar viciado
Eu seguia só uma reta
Nem olhava para o lado

Um dia lá pela noite
No colo da solidão
Meus olhos indignados
Fizeram revolução

Foram noites mal dormidas
E dias mal acordados
Mas a rebelião aconteceu
E as lentes se ajustaram

Olhei nos olhos do tempo
E com alegria percebi
Um retrato bem pintado
Que a vida fez de mim

Nunca tinha me visto antes
Da forma que vejo agora
Sou um retrato pintado
Com as tintas de cada hora

Hoje busco as minhas tintas
Pra pintar os novos quadros
Vivo nas asas do universo
Criando meus matizados

Maria Helena Mota Santos

sábado, 17 de novembro de 2012

O princípio e o fim


(Imagem-Google Imagens)

O princípio e o fim
Intercalam o meio
Onde tudo acontece

Na ilusão do amanhã
Delega-se ao depois
A tarefa do agora

Ser feliz é lá adiante
E o hoje é embaçado
Pela visão do futuro

Busca-se a profecia
Do que vai acontecer
Nos dias que virão

Na correria frenética
O real é o passado
E o presente é invisível

E a vida se esvai
Numa linha imprecisa
Que um dia se desfaz

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Amar

(Imagem-Google Imagens)

Amar
o impossível amar
e semear a luz
de um doce olhar

Amar
o infinito ser
e semear concórdia
pra não anoitecer

Amar
o que está à margem
e estender a mão
pra seguir viagem

Amar
o rastro da escuridão
e infiltrar luz
pra salvar o irmão

Amar
um amor salvador
e deixar aqui na terra
um jardim pleno de amor

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Efêmero


(Imagem-Google Imagens)



Após o efêmero vem o gosto cinza da realidade, o despertar amargo, a lentidão dos músculos e o olhar opaco.

Após o efêmero, o dia fica da cor da Alma, agora incolor, e os ruídos da alegria postiça do ontem ecoam como uma tristeza oculta sem pressa de aterrissar e levantar voo.

Após o efêmero as flores parecem murchas. O tempo parece ter parado com o dia e dança uma valsa anêmica no pôr do sol da hora da saudade. Os pássaros acompanham a dança piando seu choro lânguido.

Após o efêmero, o amor não parece reluzir e nem os estímulos estimulam. Catam-se detalhes e se balbuciam palavras soltas e preguiçosas, como se nada mais pudesse jorrar da Alma. É como se o reservatório da alegria tivesse esgotado e toda reserva fosse para o túnel da tristeza.

Após o efêmero, a primavera parece sem flor e sem cor. A dor dói sem arte. Ela faz ressonância no lado esquerdo do peito e nem se sabe se é dor ou se uma pausa da euforia.

Após o efêmero, não há encontro. Os sentimentos desfilam, mas não se identificam. Não se sabe qual a cor, a idade, a procedência e a vida útil. Só se sabe que esses sentimentos não são precursores da alegria.

Após o efêmero, vive-se apenas o morrer da fantasia que se usou nos carnavais da vida.

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Vida em poema

(Imagem-Google Imagens)


No passado só pude ser
quem eu fui
Não há sombra
que não traga
o reflexo de uma luz

Se de um poema
eu hoje sou um verso
Fui concebida
nos caminhos
adversos

Se sou riso
foi na lágrima
que ancorei
Vivo pintando
cada dia de uma vez

Sou a nota da canção
que não tem fim
Faço a sinfonia
do grande amor
que mora em mim

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Atitude

(Imagem-Google Imagens)

Prefiro ser a ausência
Do que a presença não consentida

Prefiro a distância que aproxima
Do que a proximidade que afasta

Prefiro caminhar sozinha
Do que ser eco de outros passos

Prefiro chorar minhas lágrimas
Do que sufocar meu sorriso

Prefiro encarar minha dor
Do que maquiar o prazer

Prefiro enfrentar a verdade
Do que me aliar à mentira

Prefiro sofrer decepção
Do que me prevenir do amigo

Prefiro a lentidão dos minutos
Do que embriagar minhas horas

Prefiro esperar o meu tempo
Do que abortar uma vida


Maria Helena Mota Santos

domingo, 11 de novembro de 2012

Verso e reverso

(Imagem-Google Imagens)

Um fiapo de sombra
invadiu a luz
fez rebelião
raptou a alegria
convocou a agonia
fez ameaças à paz
feriu a pureza
embotou a ternura
embaçou a felicidade
e fez de refém
uma vida

Um exército salvador
espreitou a sombra
estudou seus efeitos
aparou as lágrimas
injetou o silêncio
mediou a reflexão
cuidou das feridas
convocou a sabedoria
recuperou a alegria
e trouxe de volta
uma vida

Maria Helena Mota Santos

sábado, 10 de novembro de 2012

Falar ou calar?

(Imagem-Google Imagens)

Se eu calo as vozes me sufocam
Se eu falo o silêncio me atordoa
Falar?
Calar?
O que é falar?
O que é calar?
Se às vezes falo muito no silêncio
e digo pouco com as palavras?
Como dizer no tempo certo
o que é pra se dizer?
Como calar no tempo certo
o que não é pra se falar?
Onde está o justo equilíbrio?
Que elo existe na fronteira
do falar e do calar?
Elo do bom senso?
Elo da experiência?
Elo da sabedoria?
Elo da generosidade?
Elo da empatia?
Elo do amor?

O que é falar?
O que é calar?

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Liberdade

(Imagem-Google Imagens)

Pare tudo
Eu quero descer
Quero sentir o prazer
De andar sem rumo e sem pressa
Da alvorada até o anoitecer

Pare tudo
Eu quero crescer
Quero sentir a minha dor
Sem escondê-la no escuro
Até a luz reaparecer

Pare tudo
Eu quero viver
Quero sentir o gosto de chuva
Quero me inundar de esperança
Até o sol se acender

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dualidade


(Imagem-Google Imagens)

Uma criança grita, dentro de mim, noite e dia
e se assusta com fantasmas que a escuridão deixou.

Eu a pego no colo e a embalo com carinho
ela faz beicinho e se enrosca toda em mim.

Digito a senha do cofre que reservei luz
ela aponta sombras que a luminosidade fez surgir.

Digo pra ela que nada na vida é permanente
que até o sol todo dia é poente.

Digo que nada é tão real que não possa virar sonho
e que a vida é um quebra-cabeça infinito.

Ela me escuta com um ar reflexivo
e eu a embalo com a canção do novo dia.

Ela se acalma no meu olhar para o infinito
e se espreguiça com o ser mais relaxado.

E num abraço aconchegante e carinhoso
o sono chega e ela dorme nos meus braços.

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Amor e saudade

(Imagem=Google Imagens)

ABRO ESPAÇO PARA O MEU QUERIDO POETA, JOÃO PAULO CORUMBA!

Sinto saudade
Choro pelos poros
Não é suor envenenado
É calor do querer estar perto

Na cor que me abriga
O tom se dispersa efusivo
Talvez a falta de despedida
Me tocou deixando-me pálido

Não pude acenar
Sua viagem não me foi revelada
A data é coisa que cultivo
Mas ainda posso reviver memórias

Nunca encaro
Como entrando em museus
É sempre um contar de você
Num filme do peito que não há fim

Te espero em angústia
Mas não em nome dela
Te espero em nome do que arde
Em nome do amor em sua cautela!

João Paulo Corumba

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Magia


(Imagem-Google Imagens)

Se a rosa se abrir
No novo amanhecer
Há de se enfeitar o jardim
E ter cuidado com os espinhos
Para de dor não mais sofrer

Se o Pôr do Sol for lindo
No novo entardecer
Há de se guardar o momento
Fotografado na mente
Pra um dia se rever

Se no céu tiver estrelas
No novo anoitecer
Há de se reacender cada uma
Para não ter mais perigo
De novamente escurecer

Se a saudade se instalar
Na madrugada da vida
Há de se fazer uma magia
E com cada gota de lágrima
Compor uma linda poesia

Maria Helena Mota Santos

domingo, 4 de novembro de 2012

Um dia de domingo


(Imagem-Google Imagens)

De uma fresta do infinito
Vejo a varanda do mundo
Percebo nuvens estagnadas
Pintando o céu azul
De branco cor de cinza

Ventos passam
Numa sinfonia dissonante
Esvoaçam os sonhos
E apanham recados
Endereçados aos céus

Pássaros lânguidos
Piam choro de saudade
Em voos rasantes
Sussurrando o amor
Que está no ar

Vejo as habitações
Cúmplices da dor
E do prazer
Dos bastidores
Do viver

Pessoas quase não passam
Perpassam
A linha tênue
Da quase inércia
De um dia
De domingo

Maria Helena Mota Santos

16/11/2011

sábado, 3 de novembro de 2012

Silêncio inacabado

(Imagem-Google Imagens)


É um silêncio inacabado
daquele de ato falho
Silêncio que ecoa barulho
tal qual a queda de um raio

É um silêncio da cor bege
que com melodia se une
Silêncio que cheira a jasmim
e deixa rastro de perfume

É um silêncio lá de longe
que captura imagens mil
Silêncio que borbulha a mente
e dá a cor de tom febril

É um silêncio que para as horas
e mergulha no túnel do tempo
É um silêncio acompanhado
que atrai mais sentimento

É um silêncio do universo
que se alimenta de energia
É um silêncio que pausa o mundo
sem tirar a sinergia

É um silêncio sem fronteiras
que viaja sem permissão
É um silêncio que invade as áreas
onde pulsa um coração

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Partida

(Imagem-Google Imagens)

Homenagem aos que partiram e aos que estão experimentando o sentimento da saudade.

"TUDO O QUE AMAMOS PROFUNDAMENTE CONVERTE-SE EM PARTE DE NÓS MESMOS."
(Helen Keller)



Partiram
ou se tornaram
invisíveis?

Partiram
ou transmutaram
para outra dimensão?

Uns partem
e ficam
mais perto

Outros partem
e deixam
um deserto

Alguns partem
sem partida
andam sem rumo na vida

Outros partem
e não se vão
porque ficam no coração


Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Solitude


(Imagem-Google Imagens)

Existe um lugarzinho
Bem lá dentro do meu peito
Que é preenchido de solidão
Alimenta-se com o olhar opaco
E com o sorriso lânguido

É o lugar da nostalgia
De uma saudade
Do que não aconteceu

Nele
a solidão é vitalícia
e nem o infinito preenche

É um cantinho solitário
Que mesmo que venha amor
Ou mesmo que o amor se vá
Ele continua intacto
Não se abala
É linear

Só eu
tenho a senha da sua passagem
Só eu
posso me perder nos seus labirintos

É o lugarzinho de onde partem as buscas
É o lugarzinho da incompletude
É o melhor deserto que há em mim

Maria Helena Mota Santos