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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Heróis do anonimato

(Imagem-Google Imagens)

Há poucos minutos, de volta para casa, percebi um homem estendido no chão com algumas pessoas em volta.
Aproximei-me e perguntei a um rapaz se foi acidente. Ele me disse que ele ia andando e desmaiou.
Assustada e vendo que alguns heróis anônimos já estavam tomando providências para o socorro, olhei-o e continuei meu caminho com lágrimas caindo da minha alma.
Comecei a refletir sobre a solidão e como nem sempre podemos proteger os nossos entes queridos dos imprevistos do dia a dia.
Nenhuma pessoa da intimidade daquele senhor estava perto. Foram os estranhos que se tornaram íntimos.
A partir da minha reflexão brotou de mim a inspiração que postarei.
Para não perder o que me vinha à mente comecei a escrever no meu celular, enquanto andava, em plena calçada da vida.
Eis a minha poesia itinerante que é fruto de um quadro real do cotidiano!



Somos alheios
a tantos quadros
que são pintados
a uma distância
na qual a alma
nem o olhar
alcançam

Vamos seguindo
num sorriso calmo
com a alma em festa
sem perceber
que em algum lugar
outra alma escapa
pela fresta

Quando nos deparamos
com um imprevisto
que da vida brotou
Percebemos
que num mesmo instante
a alegria pode se revezar
com a dor

E assim
Tornamo-nos íntimos
de estranhos
na avenida
E com eles contracenamos
numa peça
chamada vida

Maria Helena Mota Santos

2 comentários:

  1. Helena,

    Bem! desta superaste
    com tanto talento,
    que, a bem dizer
    transformaste
    por um momento
    dor em alento.
    A intimidade de que falas
    é, podes crer
    cimento e cal
    com que se constrói
    a humanidade,
    tempero,sal
    e, se a solidão mói
    a vida entra em cena
    e, sobram corações.

    Um abraço e BFS

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  2. Vejo nitidamente, amigo Adriano, na cena que pude assistir, algo que para mim é um sentimento maravilhoso:a solidariedade!
    Obrigada pela poesia belíssima!

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