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sábado, 31 de março de 2012

Silêncio inacabado


(Imagem-Google Imagens)

É um silêncio inacabado
daquele de ato falho
Silêncio que ecoa barulho
tal qual a queda de um raio

É um silêncio da cor bege
que com melodia se une
Silêncio que cheira a jasmim
e deixa rastro de perfume

É um silêncio lá de longe
que captura imagens mil
Silêncio que borbulha a mente
e dá a cor de tom febril

É um silêncio que para as horas
e mergulha no túnel do tempo
É um silêncio acompanhado
que atrai mais sentimento

É um silêncio do universo
que se alimenta de energia
É um silêncio que pausa o mundo
sem tirar a sinergia

É um silêncio sem fronteiras
que viaja sem permissão
É um silêncio que invade as áreas
onde pulsa um coração

Maria Helena Mota Santos

12/11/2011

sexta-feira, 30 de março de 2012

Andança


(Imagem-Google Imagens)

Andava diferente na mesma trilha que caminhara outrora
Escutava os ecos dos seus passos em companhia da aurora
Não chorava, não sorria, nenhum sentimento aparecia
Não havia sonhos, nem encanto e nem magia
No passo rápido abrigava a lentidão das horas
Num tempo que não lhe trouxe glória
Tinha pressa mas não queria correr com o vento
Preferia esperar a inexatidão do tempo
E no paradoxo do viver
Mesclava o escuro da noite com o amanhecer
E entristecia com o sorriso aberto
Embalando as lembranças do seu universo
E, assim, caminhava para o acaso
Sem a certeza de quem se tornou de fato

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 29 de março de 2012

Novo dia


(Imagem-Google Imagens)

Há dia que é senha
de passagem
E abre portal
pra nova viagem

Há dia que a dor
é alvissareira
Trazendo roupagem
pra nova fronteira

Há dia que cai
a gota d'água
Que faxina
e lava a alma

Há dia de pesadelo
que vira sonho
E é esboço
de um futuro risonho

Há dia que alforria
o coração
E leva a saudade
para outra direção

Há dia de desatar
todos os nós
E sair cantando
igual a um rouxinol

Há dia que o amanhecer
é o que seduz
E que se faz a sombra
virar luz

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 28 de março de 2012

O parto nosso de cada dia


(Imagem-Google Imagens)

No início de cada manhã
há de se assumir a gravidez dos sentimentos
e não provocar aborto no que é indesejado.

No início de cada manhã
há de se assumir o embrião do ventre da alma
e encará-lo como parte do seu ser.

No início de cada manhã
há de se acompanhar os sinais que vêm de dentro
e acompanhar preventivamente a gestação
para facilitar o trabalho de parto.

No início de cada manhã
há de se escutar os ruídos da alma
com as contrações que vêm de dentro
e facilitar a dilatação dos sentimentos.

No início de cada manhã
há de se aceitar a dor presente
e acarinhá-la para facilitar a passagem
que levará a outro canal da vida.

No início de cada manhã
há de se agradecer por estar pulsando
e abraçar com carinho a dor ou alegria
como parte vital dessa grande travessia.

Maria Helena Mota Santos

09/04/2010

terça-feira, 27 de março de 2012

Somos irmãos


(Imagem-Google Imagens)

Sua origem não importa
Estamos sob o mesmo céu
Se acumulou muitas feridas
Se sentiu gosto de fel

Se só enxerga o pôr do sol
Se do sol se arrefeceu
Se o gigante da tristeza
Se apoderou do corpo seu

Se nem mais uma lágrima cai
Se o sorriso se escondeu
Se já trilhou muitas estradas
Se o marasmo é o pouso seu

Se é refém nessa vida
Das teias do ódio insano
Se o amor lhe abandonou
E lhe deixou cambaleando

Não importa sua idade
Ou o que fez de maldade
O que importa nessa vida
É viver sua verdade

Os rótulos são perecíveis
E cada dia se renova
E na ciranda dessa vida
Há de vencer muitas provas

Enquanto o coração pulsar
E se assim o desejar
Há de seguir nova rota
E em outra paisagem andar

Vem, vem caminhar comigo
Não serei sua consciência
Prometo ouvir sua voz
E lhe escutar com paciência

Nossa estrada se cruzou
Tenho na bagagem muito amor
Dê-me sua mão e vem comigo
Tem no meu coração um abrigo

Vem, vamos seguir um caminho
Vou lhe embalar numa canção
Seguiremos de mãos dadas
Afinal, somos irmãos!

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 26 de março de 2012

Raiou o sol


(Imagem-Google Imagens)

Num lugar imprevisível
Sem visibilidade
Cheio de nuvens
Com chuvas torrenciais
Com a lentidão do tempo
Com a inércia das palavras
Com a palidez do sorriso
Com a fraqueza do corpo
Com a desolação da alma
O dia raiou

Raiou o sol
Montado nos raios da esperança

Chegou a brisa
Montada numa rajada de vento

Chegou a bonança
Desfazendo a tempestade

Chegou a ajuda
Vinda de outras paragens

A inundação seguiu o curso do rio
O lamaçal foi absorvido pelo chão
Casas caídas renasceram em construção
Os desamparados se agruparam em união

E a aurora da esperança apareceu
A fé do povo a todo mundo comoveu
Pois sem ter nada as mãos para o céu ergueu
E em sinceras preces suplicou o olhar de Deus

Maria Helena Mota Santos

12/07/2010

domingo, 25 de março de 2012

Agora


(Imagem-Google Imagens)

Não sei
O que talvez
Não precise saber

Não sei se a hora é de ir
ou de ficar
É tudo tão difícil
de decifrar

Não sei do amanhã
Nem do depois
Preciso saber
do que ainda não foi?

Quero apenas
não saber
o que não é
da minha hora

Quero o segundo
e o minuto
que convencionamos
de agora

Maria Helena Mota Santos

sábado, 24 de março de 2012

A cor do amor


(Imagem-Google Imagens)


Não importa a cor
Se só tem um tom
Ou é multicolor

Não importa a cor
Se do coração
Vem o matizado

Não importa a cor
Se é tom vibrante
Ou de tom desbotado

Não importa a cor
Que borda cada dia
Com seu drapeado

Não importa a cor
Se traz na essência
O tom do amor

Maria Helena Mota Santos

A fragrância da alma


(Imagem-Google Imagens)

Entre cheiros de vida
E sentimentos no peito
Uma trilha é construída
Com centelhas de sorrisos
E gotas de lágrimas

Entre os cinco sentidos
E os reflexos da alma
Uma trilha é construída
Com a luz do prazer
E com a sombra da dor

Entre os rios da viagem
E as paisagens costeiras
Uma trilha é construída
Para enfrentar os desafios
E vencer os obstáculos

Entre os dias que passam
E as fragrâncias sentidas
Uma trilha é construída
Perpassando o jardim
Das sementes plantadas

Entre o dia e a noite
Entre o céu e a terra
Uma trilha é construída
Por entre o corpo e a alma
Em busca do infinito do ser.

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 23 de março de 2012

Viagem infinita


(Imagem-Google Imagens)

O que se leva para uma viagem
onde a bagagem não é aceita?
Leva-se os sonhos sonhados
ou realidades desfeitas?

O que se leva para uma viagem
que não se tem companhia?
Leva-se uma seleção musical
ou a trilha sonora da vida?

O que se leva para uma viagem
sem um retorno marcado?
Leva-se o coração tatuado
ou o aconchego de um abraço?

O que se leva para uma viagem
cujo transporte é a solidão?
Leva-se as melhores lembranças
ou a amizade no coração?

O que se leva para uma viagem
cujo destino é o infinito?
Leva-se lembranças de outrora
ou a senha do paraíso?

Maria Helena Mota Santos

29/10/2011

quinta-feira, 22 de março de 2012

Anjo humano


(Imagem-Google Imagens)

HOMENAGEM A TODOS OS ANJOS QUE FACILITAM A MINHA CAMINHADA AQUI NA TERRA.


Sua alma é leve como uma pluma
Mas o seu corpo sofre a lei da gravidade
E padece com as mazelas da vida

Sua palavra é originada do dicionário dos Anjos
E segue o destino com suavidade e luz
Mas a sua fala é cheia das regras humanas

Seu sorriso esboça o sorriso de Deus
E ilumina os caminhantes da estrada
Mas seu rosto traz o vinco de humanidade

Seus passos são leves e sutis como de uma garça
E mudam a paisagem por onde anda
Mas seus pés trazem os resquícios das pedras do caminho

Sua vida é de serviço e doação à humanidade
Sem acumular tesouros aqui na terra
Mas as necessidades humanas são iminentes

Ele está em cada ponto do mundo
E recebe rótulos por onde anda
Rótulos de pais
Rótulos de filho
Rótulos de amigo
Rótulos de companheiro
Rótulos de professor
Rótulos de missionário
Rótulos de líder

Eles são presentes de Deus para a humanidade

Maria Helena Mota Santos

Cenas do cotidiano


(Imagem-Google Imagens)

Passava
Distraidamente
E quase não percebi
Um ser humano sentado
Em frente a um edifício
Próximo a minha residência

Esperando a hora do lixo
Carrocinha no acostamento
"Sonhava"
Com as surpresas do dia

Já trazia algumas peças
No estoque que selecionara
Em outra parada na calçada

Dei "Bom dia" e um sorriso
E ele quase não respondeu
De susto

Acostumado a invisibilidade
Tal qual alma penada
O meu cumprimento
Foi como um choque
De realidade

Ali sentado
Queria ser o primeiro
A fazer a busca do que fora
Descartado
Por outro ser humano
Superior
Na escala dos valores materiais

E eu passei
Mas fiquei perdida
Naquele lugar desencantado

Refleti
Ponderei
E sofri

Enfim
Uma conclusão
Ele não precisa apenas
Do meu compadecimento

Só a atitude
Vai amenizar o sofrimento
Que paira no universo
A cada esquina da vida

Vaguei
Divaguei
Chorei lágrimas internas
Por ele
Por mim
Pelo mundo...

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 21 de março de 2012

O mundo gira


(Imagem-Google Imagens)

O que ontem era verdade
Hoje pode ser apenas uma lembrança
Porque a vida é uma roda que gira
E nem sempre se está do lado da luz
Luz e sombra se revezam todo tempo
O que foi um dia ainda poderá ser
Só o tempo é uma caravana que passa
E não dá chance pra quem perdeu a viagem

O que ontem era tristeza
Amanhã pode ser o palco da alegria
Pois as lágrimas são reversos de sorrisos
A dor é o terreno fértil do prazer
E a saudade é um tempero necessário
Para quem embarcou nas teias do amor

O que ontem era fundo do poço
Hoje pode ser um despertar luminoso
Pois quem chega lá no fundo
E conhece o mais profundo
Pode descobrir novas sementes
Dentro do espaço solitário da dor

E nessa ciranda da vida
Cada ser é eco das suas palavras
Cada ser patenteia a sua ação
E cada dor ou amor que se espalha
Vai impregnando seu percurso
Fundamentando o seu discurso
Enquanto a vida segue seu curso

Maria Helena Mota Santos

12/09/2010

terça-feira, 20 de março de 2012

Encontro marcado


(Imagem-Google Imagens)

O mundo desaparece
As vozes silenciam
E tudo se resume
A uma só companhia

Os sentidos se entrelaçam
Em clima de comunhão
Os olhos tocam a alma
E invadem o coração

O encontro está marcado
Numa estrada sem fronteira
A história de um instante
Vale por uma vida inteira

Não há nada que atrapalhe
Ou que cause sofrimento
Tudo é da cor do amor
No recorte do momento


Maria Helena Mota Santos

Metamorfose da dor


(Imagem-Google Imagens)

O que é a dor
Senão um aperitivo
Do amor
Um pré-requisito
Da experiência
Um trilhar no túnel
Da sabedoria?

O que é a dor
Senão um encontro
Com o avesso
Com o lado imperfeito
E com o quadro pintado
Sem cor?

O que é a dor
Senão um linimento
Que provoca ardor
E aponta caminho redentor?

O que é a dor
Senão a bússola do homem
Em busca de um caminho profundo
Precursora dos grandes versos
E mãe de todos os poetas?

O que é a dor
Senão um passaporte
Para o mundo
Que toca bem lá no fundo
Trazendo à tona
O néctar do SER?

O que é a dor
Senão o caminho inverso
Da mediocridade
Que dá cor
A qualquer saudade
Sem escolher idade?

Sem idade
Chega a dor
Trazendo histórias
Cantadas e encantadas
De amor.

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 19 de março de 2012

São José e o Sertanejo


(Imagem-Google Imagens)

HOMENAGEM AO DIA DE SÃO JOSÉ!


O sertanejo olha pro céu
Catando nuvens alvissareiras
Que tragam uma tromba d’água
Pra ter colheita de primeira

Entoa cânticos e vai orando
Andando com o pé no chão
Se São José não mandar chuva
Será um ano de aflição

Acorda com uma euforia
Que na luz do sol pode morrer
Porque pra ele o dia lindo
É quando começa a chover

Ele fica o dia todo
Olhando para as alturas
Pois se hoje tiver chuva
Será um ano de fartura

E entre terços e novenas
Seu destino vai desfiando
Se chover tem sobrevida
E boa colheita todo o ano

Se não bastasse o sacrifício
Tem uma promessa pra fazer
Faz um sorteio de uma fruta
Que passa o ano sem comer

Se cair chuva vai ter festa
Tem samba de roda e forró
Mas se o sol prevalecer
Fica triste que dá dó

E São José seu Protetor
Teve com Deus uma conversa
Pedindo que mande chuva
Pra que hoje haja festa

Maria Helena Mota Santos

domingo, 18 de março de 2012

Corredor da vida


(Imagem-Google Imagens)

Sonhei
que escorregava
no corredor da vida
De pés descalços
eu percebi a estrada íngreme
que trilhava

No chão
visualizei pessoas
à distância
E começou a nascer no peito
um gostinho de esperança

Uma delas veio correndo
e me deu o socorro
Após o susto
esbocei um sorriso
no meu rosto

Conheci o Anjo
que denominei de amigo
Desde então eu o tenho
como a certeza
de um abrigo

Ensaiei novos passos
com sapatinhos resistentes
Aprendi que a estrada
é um caminho que pode mudar
de repente

Conheci o ninho
que me acolheu
e também o descampado
Mas nada que supere
o valor de um abraço

Maria Helena Mota Santos

Amores e Amores


(Imagem-Google Imagens)

Não tenho medo dos amores que se consumam e que se consomem com o tempo.
Tenho medo dos amores que não acontecem fora do coração e nos acompanham, ao longo da vida, queimando no íntimo do ser.
Tenho medo dos amores que não são consumidos pelo cotidiano e crescem puro como na idealização de um sonho.
Tenho medo dos amores que tal como uma sombra acompanham as nossas relações e espreitam a nossa cama.
Tenho medo dos amores que estão entre as relações, mas não se tem como provar porque não é uma traição de fato.
Tenho medo dos amores que ficam intactos no ser e se alimentam e se acendem a cada olhar reacendendo com a chama do tempo.
Tenho medo dos amores velados que nunca serão revelados nem desvelados.
Tenho medo dos amores perfeitos que invalidam o verdadeiro amor que conhece o cotidiano das dores e aflições.
Tenho medo dos amores que se apresentam como salvação nas crises e que aparecem como algo inatingível e infindável.
Tenho medo do amor fruto proibido porque resiste ao longo dos dias.
Tenho medo dos amores que se escondem, na maioria das vezes, usando a máscara da amizade.
Não tenho medo da traição que se efetiva e que atrai uma atitude.
Tenho medo da traição velada que nunca se tem certeza da sua existência e transcende as leis da justiça.
Tenho medo dos amores sem amarras , sem superego e sem fronteiras
Tenho medo do amor platônico que é encoberto pelo medo da realidade.
Não tenho medo da traição que é inerente ao ser humano.
Tenho medo da traição perfeita porque tem álibi e não tem culpa.
Tenho medo dos amores que tiram o ser amado da sua presença sem tirá-lo do seu lado.

Maria Helena Mota Santos

Fev/2009

sábado, 17 de março de 2012

Santa


(Imagem-Google Imagens)


Santa
Não sou!
Mas carrego na bagagem
Um tanto assim de amor.

Santa
Não quero ser!
Pois cheguei aqui no mundo
Com a missão de aprender.

Santa
No mundo não há!
Se somos todos humanos
Temos virtudes a alcançar.

Santa
Não sou!
Sou um poema em construção
Numa rima inexata de amor.

Maria Helena Mota Santos

A colina dos meus sonhos



A CIDADE DE ARACAJU FAZ HOJE 157 ANOS


No alto foi concebido um sonho.
Olhando do alto se vislumbrou uma linda cidade que foi parida pelo reflexo da luz que emanava do alto da Colina de Santo Antônio.
As casas, as ruas, as avenidas, os bairros foram se desenhando no dia a dia de uma gente hospitaleira e vencedora.
As poeiras que flutuavam na colina foram se transformando em lindas arquiteturas.
As águas da chuva que escorriam lá do alto foram formando as lindas praias.
E o povo foi descendo para desfrutar desse mundo novo. Dessa nova princesa que se erguia esbelta.
E assim, a cada amanhecer, se sentia o cheiro da etnia do seu povo.
Sentia-se o murmúrio de amor pela cidade.
Sentia-se o cheiro do seu tempero de diversidades.
E assim a Colina se orgulhava da sua gestação, do seu feito.
E a Colina chorava de alegria e suas lágrimas enchiam a cidade de um orvalho que embelezava cada manhã.
E a Colina até hoje chora na emoção de cada aniversário.
O seu sonho se transformou em alento também para outros filhos vindos de outras terras.
A Colina abriga sonhos, desperta poesia e enche a cidade de magia.
E no bailar do cotidiano mesclamos cheiros, amor, lágrimas, dor, alegria e transformamos tudo na mais linda poesia.
Colina de Santo Antônio é o verso da poética Aracaju.

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 16 de março de 2012

Amanheci assim


(Imagem-Google Imagens)

Amanheci assim
tão pequenina
Que não sou vista
em nenhuma esquina
Meu coração transcende
e se agiganta sobre o corpo
O vento me roça
e sinto frio até no osso

Amanheci assim
com tanta sutileza
Que não perco de vista
a real beleza
Dos poros da vida
percebo as sementes
Que se fazem frutos
docemente

Amanheci assim
tão desigual
Que não sei a proporção
do sentimento atual
Da vitrine da alma
puxo parte de mim
E compartilho com o mundo
o que ainda não conheci

Amanheci assim
tão humanamente real
Que me misturo ao mundo
de uma forma original
Ouço os gritos inaudíveis
e com eles me envolvo
Sou sorrisos e lágrimas
Sou a emoção do novo

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 15 de março de 2012

Solidão


(Imagem-Google Imagens)

A solidão
É uma asa solta que paira no universo
É flor sem jardim encharcada de orvalho
É uma folha solta esquecida numa estrada
É um mar sem onda onde o sol se escondeu

Se ser só é uma das facetas da vida
Se já se sente como pássaro na gaiola
Se já se encontra em estado de apatia
Se a solidão já é a causa de agonia

Pegue sua asa e siga em direção ao vento
E num vai e vem entre erros e acertos
Uma asa perdida virá livre ao seu encontro
E ao se tocarem já serão um par de asas
Que se eternizarão num longo e profundo abraço
E voando juntas com a leveza da alegria
Deixarão a palavra AMOR escrita no seu rastro


Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 14 de março de 2012

Sou assim


(Imagem-Google Imagens)


Eu não vejo a luz da vida
Pela lente da tristeza
Extraio de cada fato
A essência da beleza

E se as lágrimas transbordam
Faço o esboço de um sorriso
Acalento as minhas dores
E busco ajuda se preciso

Não desperdiço a luz do sol
Que a minha alma enxerga
Concentro-me no privilégio
De estar em paz na terra

Não coloco a tristeza
Num patamar superior
Decepções são enfrentadas
Com o antídoto do amor

Foi assim que aprendi
A viver a vida cada dia
Nas asas de uma criança
Encho meu mundo de magia

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 13 de março de 2012

Amizade


(Imagem-Google Imagens)

Emprestarei meus olhos pra você enxergar na escuridão
Emprestarei minha mão para lhe guiar nesse caminho
Emprestarei minha fé para reacender sua esperança
Emprestarei os meus pés para seguir uma nova estrada

Para as suas lágrimas eu serei o seu lencinho
Para a sua dor eu serei o seu bálsamo
Para as tempestades eu serei o seu abrigo
Para as vitórias eu serei o seu aplauso

Se estou aqui você não está só
Pois ter amigo
É ter uma luz na escuridão
É ter a certeza de uma mão
É ter um lugar quentinho no coração

Maria Helena Mota Santos

26/10/2010

segunda-feira, 12 de março de 2012

Encanto de viver


(Imagem-Google Imagens)

De tantas horas
desencantadas
recebi o encanto
que me fascina
Recebi a maturidade
de mulher
e a pureza
da menina

Recebi o colo
do tempo
e dei colo
aos sentimentos
E não perco
as viagens
com prazer
ou sofrimento

Pois viver
é sinfonia
com notas fortes
ou pianíssimas
É desbravar
É esperar
O novo canto
que se aproxima

Maria Helena Mota Santos

02/10/2011

domingo, 11 de março de 2012

Cotidiano


(Imagem-Google Imagens)

Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher,passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que doi em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota Santos

sábado, 10 de março de 2012

Naquele dia


(Imagem-Google Imagens)


Olhando para o céu naquele dia
Eu tive a plena certeza
De que a certeza não existe
Na neblina que embaçava o sol
Percebi uma cortina improvável
Embaçando o meu olhar
E ofuscando a minha luz

Olhando para o céu naquele dia
Eu tirei a conclusão
De que é melhor ter saudade
Do que conviver com a ausência
Pois sentir saudade aproxima
Mas a presença da ausência
Faz distante quem está perto

Olhando para o céu naquele dia
Eu percebi claramente
Que em alguns momentos da vida
O silêncio é cheio de palavras
E as palavras são cheias de silêncio
E cada ação implica uma reação
Que cala fundo no coração

Olhando para o céu naquele dia
Eu desenhei o meu destino
Entre as nuvens que passavam
Planejei minhas viagens
Pra esperança dei passagem
Embarquei num pé de vento
E fui conhecer outra paisagem

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 9 de março de 2012

Tristeza da paz


(Imagem-Google Imagens)

Amanheceu em mim
Uma tristeza calma
Que não tem pressa
Que se basta
E não precisa de parceria
Com outros sentimentos
Para existir

Tristeza genuína
De tons neutros
Que para o tempo
Que sobrevive ao sorriso
À euforia
Que não precisa ser embalada
Pra viver

Tristeza inversa
Da alegria calma
Que ficou no patamar
Dos melhores dias

Tristeza que não arrasa
Não causa dor
Só nivela o prazer com a inércia

Tristeza que torna tudo igual
Como se o mundo fosse uma linha reta
Com a visão da linha de chegada

Tristeza resistida
Sem pressa
Sem sonhos
Que não mexe
Nem remexe

Tristeza da paz
Perdida
No labirinto dos dias

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 8 de março de 2012

Um anjo chamado mulher!



(Imagem-Google Imagens)

Homenagem às mulheres que estão aqui na terra, em outra dimensão e, em especial, a minha linda amiguinha Marizinha(minha fadinha) que aos 27 anos foi morar no céu no dia 04/03/2012!

Ser especial e encantador
É o canal que acessa a vida
Com a sensibilidade de uma flor
E a leveza de um anjo
Torna a vida uma cauda colorida
Torna possível o improvável
Torna problema em solução
Torna o árido em oásis
Com uma varinha de condão
Sai encantando o caminho
Veste-se de fada
Para fazer milagres
Veste-se de brisa
Para enfrentar tempestades
Veste-se de sabedoria
Para vencer desafios
Veste-se de carinho
Para acalentar sofrimento
Veste-se de intuição
Para evitar catástrofes
Veste-se de amor
Para encantar o universo
Veste-se de guerreira
Para defender a paz
Mulher
É verso
É poesia
É canção
É melodia
É a palavra
É a escuta
É o amor
Na sua melhor versão

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 7 de março de 2012

A rosa e o botão


(Imagem-Google Imagens)

Meu jardim era um dos mais lindos
Várias flores cresciam formosas
Veio um vento inesperado e veloz
E feriu a mais linda das rosas

O vento forte levou-a consigo
Perplexa olhei as pétalas no chão
Agachei-me e apanhei uma a uma
Transformei-as em um lindo botão

Para livrá-lo da força do vento
Coloquei um selo de proteção
Guardei-o com cuidado e carinho
Num cantinho do meu coração

Mesmo o botão não sendo a rosa
Contento-me em ter dela a lembrança
O botão que a partir dela surgiu
É o que me faz ter na vida esperança

O meu jardim continua bonito
Mas há silêncio ao entardecer
As outras flores têm saudade da rosa
E não conseguem dela se esquecer

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 5 de março de 2012

Uma fadinha se mudou para o céu!





Mariana Aribé se mudou para o céu mas deixou em nós um rastro de sorriso que nunca será apagado do nosso coração! Vá com Deus minha jovem Psicóloga! Te amooooooo!!!

Enquanto as nossas lágrimas caem
Os anjos do céu abrem um sorriso
E abrem um tapete de flores
Para receber a fadinha Mariana Aribé

No tempo que passou aqui na terra
Fez nascer flores por onde pisou
E deixou plantado no coração da gente
O sentido real da palavra amor

Vai Mari
Fazer parte da equipe de Deus
Encante o céu com seu sorriso
E com sua varinha de condão
Faça mágica lá no paraíso

Vai Mari
Você ficará sempre aqui
Num lugarzinho bem aconchegante
Que você ajudou a construir

Vai Mari
Abre as asas
Voar sempre foi o seu destino

Vá nos braços de Deus, minha fadinha

Com lágrimas de saudade da sua borboletinha

Maria Helena

domingo, 4 de março de 2012

Incógnita


(Imagem-Google Imagens)

Era pra ser apenas uma pausa
Na eternidade do sentimento
Era pra ser apenas um flash
No raio infinito que circunda a luz
Era pra ser apenas um momento
Na longa estrada do horizonte
Era pra ser o que se foi sem ser
E se dissipou sem acontecer
Era pra ser o retorno do caminho
E o início de um caminho novo
Era pra ser a incógnita na equação da vida
E a exatidão na indecisão da estrada
Era pra ser a força da fragilidade do instante
E a sensatez na efemeridade da euforia
Era pra ser uma demão nas tintas do amor
Numa obra de arte que o tempo desbotou

Maria Helena Mota Santos

05/02/2011

sábado, 3 de março de 2012

Divagações


(Imagem-Google Imagens)

O que você faria
se fosse sua eterna companhia?
Buscaria um alguém pra caminhar
ou só a sua sombra bastaria?

O que você faria
se pudesse antecipar o seu futuro?
Abriria o portal do seu destino
ou seguiria desvendando cada segundo?

O que você faria
se pudesse abrir as asas e voar?
Permaneceria em terra firme
ou voaria para outro lugar?

O que você faria
se pudesse apagar o seu passado?
Apagaria algum momento
ou valorizaria o aprendizado?

O que você faria
se pudesse reescrever sua história?
Aperfeiçoaria os momentos já vividos
ou deletaria alguns capítulos da memória?

O que você faria
se nada pudesse fazer?
Morreria nos braços do tempo
ou deixaria a esperança florescer?

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 2 de março de 2012

Incertezas


(Imagem-Google Imagens)

No terreno fértil
dos porquês
descobri a sabedoria
das perguntas
sem respostas

Em terreno íngreme
e nas pausas
para as esperas
encontrei
o silêncio salvador

Percebi
nas entrelinhas
que as respostas
desencantam o fascínio
do saber

As perguntas
abrem caminhos
e aguçam um tempo
aprendiz
de incertezas

Maria Helena Mota Santos

11/09/2011

quinta-feira, 1 de março de 2012

Silêncios e palavras


(Imagem-Google Imagens)

São os silêncios
Que compõem as palavras
Presas no coração

São os silêncios
Que enviam os sentimentos
Para a cristalização

São os silêncios
Que falam de amor reprimido
Nas entrelinhas de uma canção

São os silêncios
Que se revestem de palavras
E fazem rebelião

E os silêncios alforriados
Atravessam a solidão
Caem nos versos e reversos
E publicam sua paixão

Maria Helena Mota Santos

26/09/2011