Licença Creative Commons
O Blog é licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported.
Baseada no trabalho presente em http://www.pintandoosetecomavida.blogspot.com.
.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A dupla face do eu


(Imagem-Google Imagens)

Agora as duas faces são reconhecidas.
Uma constante briga acontece entre as duas que são antagônicas e paradoxalmente harmoniosas.
Uma não é completa sem a outra. Dançam e lutam na valsa do dia a dia.
Uma traz consigo a inquietação e o movimento para a mudança.
A outra traz o gozo e a gostosa inércia de um sentimento de poder e de prazer perante a vida. Com ela a vida baila numa permanência que parece viver a constância.
É gostoso sentir o equilíbrio das duas.
Na ponte que serve de intermediação entre as duas, há um vazio tão cheio que não cabe dentro do espaço da vida do momento.
É um vazio tão forte que a vida não se desenha como obra mutável, mas como quadro definitivo e irremediável.
Mas a dor chega para movimentar o prazer.
É um doer tão constante que parece ficar sobre um patamar no gráfico da vida.
É um momento já conhecido mas assim como um camaleão parece trazer nova roupagem que intercepta o caminho das águias.
Crê-se que é impossível voar e transpor o muro que levaria a um outro possível caminho.
Mas a coragem chega e leva o ser nas suas asas para enfrentar a travessia.
Ao transpor a ponte o ser se reveste de vitória e experimenta o sentimento de poder e acredita que nenhuma força fará com que experimente o fel contido nos dias da tela da vida.
É uma força tão indescritível que faz o ser perder a medida da proporção do que realmente é.
É o beber na taça de Deus e pensar ter se tornado um deus no olimpo da vida.
É por vezes um engano e uma traição a sua condição humana.
Mas acontece o encontro!
O encontro das duas faces traz o real e o pódio sem poder, mas com propriedade sobre a vida.
Traz a sabedoria e o despertar para uma visão especial do céu da Alma sem o engano da constância de céu sem nuvens e trovoadas.
É o despertar sem idade e sem tempo.
É o troféu dos que ousam fundir os sentimentos antagônicos da Alma.
É um alvorecer com sol e chuva mesclados, transformando-se numa maravilhosa sinfonia do ser.

É pois a arte... É pois a vida...

Maria Helena Mota

Nenhum comentário:

Postar um comentário