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segunda-feira, 31 de maio de 2010

A luz de cada ser


(Imagem- Google Imagens)

Se uma luz está acesa aqui nesse cantinho do mundo
O reflexo pode chegar ao outro extremo do universo
Porque a soma das tochas que cada ser acende na vida
Forma um clarão que dissipa a escuridão do caminho.

A chama pode estar num sorriso
A chama pode estar numa lágrima
A chama pode estar numa palavra
A chama pode estar no silêncio
A chama pode estar no carinho
A chama pode estar num olhar

Não há ser sem luz
Não há ser sem amor
Não há ser irrecuperável
Não há ser sem possibilidades

Há ser que se perdeu no caminho
Há ser que desconhece o amor
Há ser que não foi amado
Há ser que só conheceu a escuridão
Há ser precisando de uma mão

O combustível da chama é retirado:
Das mãos que se aconchega na vida
Das luzes que se ajuda a acender
Das lágrimas que se propõe a enxugar
Do sorriso que se ajuda a cultivar
Da esperança que se propõe a semear.
Do amor que se resolve ofertar.

Maria Helena Mota

domingo, 30 de maio de 2010

Acordei!


(Imagem-Google Imagens)

Enfim acordei para um novo dia
Entre horas inertes e sem sonho
Na letargia de quem partiu
Nada era garantia de retorno ao túnel da vida
O suspense se desfaz nas primeiras horas da manhã
Quando abro os olhos e me percebo aqui
Viva! Pulsando! Sentindo!
Nova oportunidade
De continuar a caminhada
De iniciar um novo caminho
De pedir perdão e ser perdoada
De perdoar e dispensar a mágoa
De ajudar e aliviar o peso da dor
De sorrir pra o meu reflexo no espelho
De chorar para afogar a angústia
De dar e receber amor
De abraçar a felicidade
De aproveitar cada minuto do dia
De desfrutar do sol, da chuva, do mar, do céu, da lua...
De planejar o dia seguinte antes da letargia do sono
De sonhar para não perder o encanto
De adormecer para no outro dia renascer.

Maria Helena Mota

sábado, 29 de maio de 2010

Dançando no compasso da vida


(Imagem- Google imagens)

A vida brinca de roda na ciranda da espera.O novo minuto é o tempo da esperança . É o ponto de referência do ser que vislumbra uma alternativa para seguir sem se virar para olhar o passado.

O agora é a imagem do ontem que se foi. O passo adiante é a perspectiva de que algo novo apareça para pôr brilho no passo que ficou na calçada da virada da esquina.

Olhar para o passado significa se encantar e talvez ficar. E ficar significa muitas vezes ser feliz. O que foi aprendido é que a felicidade não se encontra no agora. A felicidade está sempre no passo seguinte.

Então, o ser vai em busca do que ,às vezes, já encontrou e enfrenta obstáculos , vencendo-os , para depois descobrir que o prêmio estava à beira da estrada que trilhou nos passos do passado.

Ele procura, então, a viagem de volta ao túnel do tempo ,mas no retorno tudo já está modificado pela avalanche de rios que trilharam o caminho.

No reencontro com partes perdidas percebe a beleza que outrora não enxergara quando passara por esse caminho, tal era o afã de procurar a felicidade.

Feliz é quem procura no seu próprio passo a felicidade de estar aqui.

Feliz é quem saboreia a doçura de olhar em volta de si mesmo conquistando suas pérolas no caminho da sua própria vida.

Feliz é quem não precisa, necessariamente, andar para encontrar.

Feliz é quem vai porque há prazer no ir para descobrir o novo, o imprevisível dos caminhos da vida.

Feliz é quem não busca obsessivamente a felicidade.

Feliz é quem a encontra apenas no descobrir que nesse minuto se pode respirar e viver.

(Escrito em 12 de janeiro de 1999)

Maria Helena Mota

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Adolescer


(Imagem-Google Imagens)

Cerram-se os ouvidos
Sobressaem-se os gritos
Ira muda no olhar
Ao escutar voz de comando.
Fortalecem-se em grupo
Cantam a liberdade
Lutam contra a forma
E endeusam a irreverência.
Ouvidos pedem ruídos
Cada vez mais altos
Para não escutar
A sua pioneira dor
Dor de crescer
Dor do adolescer.
Dor de ter que se definir
Sozinho
Na solidão de muitos.
Quem sou?
O que serei?
Voz interior dilacerante
Que puxa para o contato
Para o desacato de si mesmo
E dos outros.
Sem tato
Sem porto seguro
Vão desabrochando
No jardim da selva da vida.
Nem todos conseguem
Abrir-se em flor.
Alguns ficam
Eternamente plantados
No jardim
Prisioneiros dos espinhos
Da vida.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Destinos


(Imagem-Google Imagens)

A cruz
Balança corpo
Balança alma
Peso diferente
Momentos diferentes.
Carrega tesouro
Da experiência
Da poesia.
Carrega revolta
E ostracismo dos dias.
Uns
Enfeitam a cruz
Com brilhantes
Ou pedras falsas.
Outros
Põem peso
De pedras brutas
E de dores.
Poucos
Levam-na saltitantes
Como atletas da vida.
Levam a sua
E amenizam a do outro.
Esses fazem da cruz
Um trampolim
Para lugares mais altos
E enxergam das alturas
Com novo olhar.
Do alto
Enxergam as pontes
E as travessias.
Descem
Transformados!
Cegos para cruz
Vislumbram
Possibilidades
Novos caminhos
Vários horizontes.
Vivem o agora
Sem apropriação
Do dia seguinte.
Enxergam além da cruz
Que limita.
E encontram
Suas partes perdidas
No quebra cabeça da vida.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Parabéns meu filho



Como imaginar o meu mundo sem a sua presença?
Como imaginar o meu mundo sem o seu sorriso?
Como imaginar o meu mundo sem o seu carinho?
Como imaginar o meu mundo sem o seu apoio?
Como imaginar o meu mundo sem o seu amor?

Sem você eu seria
Uma árvore sem fruto
Um mar sem onda
Um céu sem estrelas
Um dia sem sol
Uma primavera sem flores
Um verso sem poesia
Uma canção sem melodia

Você me trouxe a senha da felicidade
O amor incondicional
O olhar protetor e amigo
A cumplicidade em todos os momentos
E o orgulho de ser sua mãe.


Que nesse dia, meu filho, se abra para você um portal de possibilidades de viver com intensidade cada minuto que a vida lhe oferece.
Vá filho! Vá em busca dos seus sonhos. O nosso elo é indestrutível e permaneceremos ligados em qualquer dimensão.
Que entre as alegrias e dores da vida você nunca se perca de si. Pois você é uma pérola rara que Deus me presenteou para enfeitar para sempre a minha vida.
O amor que tenho por você é indefinível, infinito, incomensurável... É um amor que não cabe no meu peito e extravasa pelos poros.
Tenho o maior orgulho do mundo de ser sua mãe!
Parabéns pelo seu aniversário!

Maria Helena Mota

terça-feira, 25 de maio de 2010

Nudez


(Imagem-Google Imagens)

Despojar-se das vestes do dia
Despojar-se das sequelas da vida
Despojar-se das mágoas contidas
Despojar-se do ódio entalado
Despojar-se da raiva entranhada
Despojar-se do ego inflado
Despojar-se da defesa e do ataque
Despojar-se da ferida exposta
Despojar-se dos arquivos letais
Despojar-se da capa que esconde
É chegar na nudez almejada
É ficar na nudez sem limite
A nudez de quem tem liberdade
A nudez de uma alma volátil
Que levita sempre nas alturas
Que tem ímã pra o amor e a alegria
Que tem sonho e tem fantasia
Que agradece a Deus cada dia
Que faz da vida uma sinfonia

Maria Helena Mota

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Cada dia


(Imagem-Google Imagens)

Cada dia
É sol
É chuva
É vento
É brisa
É tempestade
É bonança

Em cada dia
Passam-se os segundos
Passam-se os minutos
Passam-se as horas
Passa a vida

Em cada dia
Busca-se o presente
Busca-se o futuro
Busca-se o começo
Busca-se o recomeço
Busca-se o fim

Cada dia é
Um sorriso de chegada
Um choro de partida
Um esperar
Um desesperar
Um separar
Um reatar
Um mistério

Cada dia é seu
Na solidão
Na cumplicidade
No acordar
No adormecer
No partilhar
No nascer
No morrer

Cada dia é um coringa
Ou um xeque-mate

Cada dia é um verso
Num encontro de amor

Cada dia é um reverso
Na composição de uma dor

Da dor ou do amor de cada dia
Nascem as mais belas poesias

Pois todo poeta
E da dor
É da solidão
É do amor
É da paixão
É da emoção
É da criação


Maria Helena Mota

domingo, 23 de maio de 2010

A máscara


(Imagem-Google Imagens)

Entro no quarto
A máscara cai
O riso se veste de pranto
A fala se veste de silêncio
Os passos se vestem de inércia
O cansaço se veste de apatia
O dia se veste de noite

O teatro acabou
O palco mudou de lugar
A peça agora é só minha
Sem coadjuvantes
Só com ator principal

Acendo a luz no escuro
Sento num outro tablado
E uso uma lupa pra enxergar
As letras minúsculas do meu íntimo.

Os sentimentos bailam soltos
Sem fronteiras
Sem amarras
Sem censura
Sem medo
Sem ponderação

Só eu sou ator
Só eu sou plateia
Só eu sou o julgador
Só eu sou choro
Só eu sou riso
Só eu sou aplauso

Aparecem cenas novas
Cenas que não quero rever
Cenas esquecidas
Cenas preferidas
Cenas de lembranças
Cenas de esperança
Cenas de amor

No palco da madrugada
Vou compondo essa peça
De capítulos diários
De companhia
De solidão
De dor
De recordações
De alegria
De amor
De paz
De esperança
De vida.

Maria Helena Mota

sábado, 22 de maio de 2010

Uma linda homenagem


(Imagem-Google Imagens)

Estado de graça é a emoção que posso descrever nesse momento. Foi com um sorriso no olhar que li essa linda homenagem feita no Recanto das Letras pelo meu amigo José Nilson Vieira Mendes.
Pessoa especialíssima que me conquistou pela forma suave com que fala do subjetivo.
Esse meu amigo é de uma pureza de sentimentos que me encanta. A sua simplicidade o faz dono de uma modéstia incomparável. Mas o valor que tem, mesmo que ele tente esconder, sai pelos seus poros e inunda, em forma de luz, o Universo.
Eu fui inundada por essa luz em forma de poesia!
Obrigada meu amigo pela linda homenagem!


CÉUS NOTURNOS

NUM OLHAR
INOCENTE
DE SOMENTE
CONTEMPLAR

NÃO COABITA
A ILUSÃO
NA EXTENSÃO
INFINITA;

LUZ QUE ENCERRA
NÃO VÊ-LA
O QUE VALE:
NO CÉU ESTRELA
E NA TERRA
UM DETALHE.

A uma constelação de amigos que me sustentam...
Aproveito e direciono-a a uma amiga do recanto pelo qual tenho muita estima
-Maria Helena Mota. Abraços.


José Nilson Vieira Mendes
(Publicado no Recanto das Letras)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Voando feliz


(Imagem-Google Imagens)

Se minha lágrima cai respinga no mundo
Se um sorriso se abre enxuga o respingo
Se eu sou tão pequena em relação ao Universo
Com o fermento do amor cresço até o infinito

Se eu ando calada ouço as vozes de dentro
Se eu ando falando o silêncio se instala
Se eu sou obra inédita e de mim não há réplica
Eu preciso ter fé pra vencer a batalha

Se uma estrela cadente se muda do céu
Se eu faço um pedido pra chuva passar
Se a estrela descer enxugando as gotas
Eu já tenho certeza que o sol vai raiar

Se eu estou num cantinho bem particular
Se vislumbro um mundo que vou conquistar
Se na selva não tem animais predadores
Vou mudando de pele e me deixo guiar

Se uma luz me aponta um caminho no mundo
Se uma voz de comando me manda partir
Se eu sou ser alado sem pressa e sem medo
Vou voando feliz num mundo sem fim

Maria Helena Mota

quinta-feira, 20 de maio de 2010

A voz do silêncio


(Imagem-Google Imagens)

O silêncio transcende o barulho de mim
E se faz presente na apatia da voz
Faz-se representar pela linguagem das lágrimas
Que se debulham em silenciosas sílabas.
O silêncio pede passagem para uma dança sem sincronia
E pinga cada letra do seu alfabeto interno
Lavando os poros do palco de um rosto sofrido
De uma alma encharcada por pensamentos
Agora calmos e profundos.
O silêncio transcende o barulho do mundo
Que se cala para ouvir a minha voz sem som
E os ruídos existentes são só do meu peito
E da canção solitária de uma alma em prantos
Que se abre para a passagem pra outros mares
Com mais acompanhantes da solidão.
O silêncio transcende o barulho da desilusão
E vem assim mesmo dançar na pista molhada
Que antes era aconchegante e segura
E agora insinua quedas a todo momento.
Mas o silêncio dança, dança...
Dança com a dor e as lágrimas
Dança com o mesmo par diferente
Com possibilidade de novos passos
Com novas sincronias
Com novas aprendizagens.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Um presente especial


(Imagem-Google Imagens)

Não foi necessário conhecê-lo pessoalmente para estabelecer uma belíssima amizade.
Esse meu amigo, que conheci no Recanto das Letras, é de uma sensibilidade inimaginável. Todas as suas virtudes são regadas com um toque de humor necessário para as travessias da vida.
Ele é um poeta de um grande talento que escreve com o coração.
Hoje ele me presenteou com um acróstico que me fez muito feliz e me sensibilizou bastante.
Agradeço a Deus pela oportunidade de ter encontrado mais uma pessoa amiga na minha vida.
Obrigada meu amigo Bob Carlos



M uito além da inspiração
A lguém consegue escrever
R ara e bela inspiração
I ntensamente viver
A mor, ternura, paixão
H oje e sempre conhecer
E la é simples, natural
L enamota com certeza
E seu coração, sem igual,
N asceu no amor, na beleza
A lma pura, alegria
M ulher, poeta, criança
O seu verso, poesia
T razem consigo a esperança,
A paz, a luz, a magia...

Com um abraço do amigo ,,,Bobcarlos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Um olhar no espelho


(Imagem-Google Imagens)

Dei um doce sorriso para mim
E o espelho refletiu uma imagem cálida
Em contraste com a languidez dos dias.
O espelho não refletiu a minha idade
Mostrou apenas as rugas da alma
Refletida no meu olhar profundo e linear.
O espelho não refletiu meu futuro
E não me trouxe lembranças do passado.
Mostrou o meu coração pulsando
E as imagens do presente da minha vida.
Pude ver meus olhos piscando
Meu peito arfando
A boca esboçando um sorriso
Minhas mãos na posição de doar
E minha postura, em movimento, pronta pra partir.
Mas o espelho, de repente, transcendeu!
Colocou-me em outra dimensão e eu pude ver:
O caminho infinito de mim mesma
As estradas se abrindo em bifurcações
Os dias se desenhando coloridos
A vida, como cauda de pavão , se abrindo
E um camaleão à minha espera trazendo novas roupagens.
E me percebi, momentaneamente, mágica
Com uma varinha de condão
Pronta para dar os primeiros toques
Para encantar o caminho da mudança.
Nessa magia dei a minha nota de partida
E fui em direção ao espelho da vida.

Maria Helena Mota

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Simpatia virtual


(Imagem-Google Imagens)

Algumas pessoas entram na nossa vida, aparentemente por acaso, e mudam sobremaneira a cor dos nossos dias. No início de maio do corrente ano, através do Recanto das Letras, eu tive a graça de conhecer, virtualmente, uma pessoa especialíssima que já posso chamar de amiga.
Ela é uma pessoa que tem uma luz especial e de um talento incomparável. É daqueles anjos que vivem acendendo a luz dos que andam na escuridão.
Hoje ela me deu um dos mais belos presentes que já recebi: o poema a seguir.



Naquele dia você surgiu.
Não foi pessoalmente
Nem por acaso, certamente,
Jamais te vi, apenas senti
Que afinidades existem entre nós.

Li tuas palavras empolgadas
Ri do seu jeito empolgante
Admirei sua forma carinhosa de ser.
E perguntei-me várias vezes:
Por que terá me escolhido?
Por que a mim se ligou?

Foi meu anjo que me disse
"Precisa mesmo saber?
Não te basta ser fraternal?
Não te convém ser incondicional?
Não te importa que seja sincero?
Valeria menos por ser virtual?"

E eu calei, então,
Os meus questionamentos
Apenas aproveito o momento
E abraço-te como amiga
Lembrando que distância não há.

Vitória Luz

domingo, 16 de maio de 2010

Sonhar é preciso!


(Imagem-Google Imagens)

Rasgou com violência o seio da minh’alma
e plantou sementes desconhecidas e imprevisíveis.

Rasgou com violência a minha boa fé
e me deixou suspensa em estado de choque.

Rasgou com violência a minha ingenuidade
e me deixou ouvindo gritos na noite escura.

Rasgou com violência a minha confiança
e me deixou com o olhar fixo no horizonte.

Rasgou com violência a minha alegria
e me deixou em lágrimas num rio desconhecido.

Rasgou com violência a tela da minha vida
e me deixou com cores frias e tristes.

Rasgou com violência os castelos construídos
e me deixou transitando em areia movediça.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha sensibilidade.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha esperança.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha ética.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha compaixão.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha ternura.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha temperança.

Mas não rasgou o melhor de mim
o meu seio materno.

Mas não rasgou o melhor de mim
a minha humanidade.

Mas não rasgou o melhor de mim
o meu amor.

Mas não rasgou o mais precioso em mim
a minha capacidade de sonhar.


Maria Helena Mota

sábado, 15 de maio de 2010

Espelho


(Imagem-Google Imagens)

Tire a sombra do espelho
E se veja nitidamente
Sua imagem está inteira
Deixe-a refletir livremente

Não deixe que a tristeza
Turve a cor da alegria
Pois a vida é uma ciranda
Tudo tem seu próprio dia

Siga catando estrelas
Pra acender a escuridão
E vá distribuindo alegria
Pra quem está na contramão

Siga e olhe em sua volta
Veja tudo que plantou
A verdadeira vitória
É alicerçada no amor


Maria Helena Mota

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Cumplicidade


(Imagem-Google Imagens)

Eu aparo a sua dor
Você apara a minha
E juntos vamos viver
Regados por canteiros e flores
Da estufa da nossa vida comum.

Eu percebo seu olhar triste
Você percebe o meu
E juntos numa cumplicidade muda
Vamos brincar de esconde-esconde
Com o passado
E de ciranda com o futuro.

Eu aparo gotas de amor
Dos melhores momentos
E você apara o orvalho
No amanhecer de cada sorriso
E colocaremos num reservatório
Para o tempo árido da vida.

Eu aparo suas lágrimas
Você apara as minhas
Juntos construiremos um mar
Que abrirá passagem
No deserto da dor.

Eu aparo raios de sol
Você apara raios de lua
E juntos colocaremos luz
Na estrada escurecida
Pela tempestade do caminho.

Eu amparo suas horas
Você ampara os meus dias
E juntos construiremos os anos
Usando novos pincéis e cores
E com a matéria prima do amor
Pintaremos novos quadros da vida.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Cem dias


(Imagem-Google Imagens)
Hoje comemoro a centésima postagem.
A cada dia, com uma lágrima ou um sorriso, com a dor ou a alegria, em qualquer companhia, promovi um encontro com a minha essência.
E assim, hoje, eu estou visualizando dias de sol e esperança.
Aprendi muito nessa fase. Chorei muito! Sofri muito!
Mas, sobrevivi!
Hoje, sinto-me mais apta a caminhar com quem sofre, a entender a dor e a angústia dos meus companheiros de viagem.
Quero ser colo para os feridos do caminho.
Quero ser um abraço para os solitários.
Quero ser um amigo para os desiludidos.
Sou um ser sensível e continuarei com essa minha essência.
Meu coração continua amando intensamente a vida.
Continuarei abraçando num ângulo de cento e oitenta graus.
Porque essa sou eu!
E ninguém no mundo vai me roubar de mim.
Nada me fará deixar de seguir e amar o ser humano.
Confio na humanidade! Confio no amor! Confio na vida!

Venci mais uma etapa.
Vamos para a próxima fase.
Obrigada a cada um que me acompanhou. Gostaria que vocês continuassem me emprestando a luz nos momentos difíceis e se alegrando comigo nos dias felizes, como o de hoje!
Que hoje os fogos dentro de minh'alma ecoem anunciando um novo momento.
Vamos continuar juntinhos no mundo da poesia




Cem passos ininterruptos
Numa estrada íngreme e cheia de obstáculos
Levantei-me antes da queda
E fui sem olhar para trás
Em busca da linha do horizonte.
Ordenei ao meu corpo que não sucumbisse
Informei a minha mente do poder que ela tem
Extravasei minhas lágrimas e transformei-as em rio
E fiz minha passagem para a outra margem da vida.
Sorri para o espelho com lágrimas no olhar
E disse pra mim, você vai superar
E em infinitas noites escuras da vida
Procurei em meu ombro a força perdida.
Fui alentada por amigos e recebi carinho
Percebi que na vida nunca estamos sozinhos
Com o meu filho andei embalando a dor
Com afago e afeto e o mais puro amor.
Recebi da vida os espinhos das flores
E fiz dos espinhos uma cerca de proteção
E foi nesse cercado que plantei meu jardim
E hoje já tenho flores pra quem precisar de mim

Maria Helena Mota

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Unidos para sempre


(Imagem-Google Imagens)

Unidos por um fio invisível
Que nos une em qualquer dimensão
Unidos antes do ventre
Onde o início da vida aconteceu
Se você chora
Sua lágrima pinga em mim
Se você sorri
sua luz me ilumina
Se você fica em silêncio
Ouço o eco de sua voz
Se você sofre
A dor se irradia no meu peito
Se você fica feliz
Eu fico em primavera
Somos parceiros da vida
Unidos para sempre
Unidos pelas lágrimas
Pelas alegrias
Pelas tempestades
Pela bonança
Pelas surpresas
Pelas decepções
Pela dor
Pela esperança
Pelos afagos
Pelo carinho
Pela ternura
Pelo amor incondicional

Maria Helena Mota

terça-feira, 11 de maio de 2010

Abrindo as asas


(Imagem-Google Imagens)

Filho
Abra as cortinas do mundo
O palco agora é seu
A hora é de criar a sua própria peça
De mudar a iluminação e o cenário
É hora de se perder pra se achar
De errar pra aprender
De cair pra levantar
De olhar na linha do horizonte
E se encantar com as possibilidades do infinito
Construa sua história com novas cenas
O ator principal é você
Não tema as novas sementes
Elas trazem o encanto de novas flores
Vá filho
Busque a sua essência
Não se perca de si
Compre a sua própria briga
E se a luz do palco se apagar
Estarei na plateia
Com holofotes a lhe guiar
Na busca de uma nova direção

Maria Helena Mota

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Para onde?


(Imagem-Google Imagens)

Para onde?
Para onde foram os que nunca saíram de si?
Para onde?
Para onde foram os que não quiseram ir?
Para onde foram?
Encontraram caminhos ou atalhos?
Caminhos?
O que são caminhos?
Atalhos?
São nascentes de caminhos?
São labirintos?
São elos perdidos ?
Indicativos de novos caminhos?
São subterfúgios?
Sempre se trilham caminhos?
Ou os caminhos são atalhos
que cresceram e se tornaram adultos?

Maria Helena Mota

domingo, 9 de maio de 2010

Mãe do infinito


(Imagem-Google Imagens)

Mãe!
Sua voz se perdeu no infinito
Mas ouço o seu eco no meu coração
Agora o nosso encontro é em sonho
E a realidade se transformou em saudade.

Mãe!
Levo-a sempre no coração para onde for
Igual quando você me levava no seu ventre
Agora está onipresente em minha vida
E agora sabe de todos os meus segredos.

Mãe!
Ontem eu chorei bem baixinho
Queria seu colo e sua sabedoria
E eu percebi sua presença sutil
Afagando meu coração com carinho

Mãe!
Onde você estiver nesse dia
Receba a minha gratidão pela vida
Receba a minha lágrima de saudade
Receba o meu amor incondicional.

Mãe!
Que nesse seu dia você possa se orgulhar
De tudo que aqui na terra semeou
Eu sou o fruto do que você plantou
E através de mim você se faz presente.

Maria Helena Mota

sábado, 8 de maio de 2010

Transparência


(Imagem- Google Imagens))

Quero olhar dentro de mim
Sem máscara
Sem caleidoscópio
Sem subterfúgio
Sem brincar de esconder.
Quero encarar o que dói
O que cicatrizou
A ferida que apenas fechou
Mas desperta a cada pesadelo.
Quero dançar comigo mesma
Na sinfonia do momento
Sem valsa encobrindo samba
Sem samba encobrindo valsa.
Quero bailar no salão da vida
Vida Real sem fronteiras
Vida sem grilhões.
Quero dar o grito certo
No lugar certo.
Quero sonhar
Sem me esconder de mim.
Quero ir
Quero vir
Quero falar palavras presas.
Quero falar de pensamentos
De sofrimento
De alegria.
Quero escutar o companheiro
Sem misturá-lo comigo mesma.
Quero passear com o amigo
Sem interferir no seu mundo.
Quero ser eu
Sem pedir desculpas.
Quero ser autêntica.
Quero partir do mundo um dia
Sem a sensação de agonia
Ao descobrir que vivia
Uma utopia

Maria Helena Mota

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nasce um artista


(Imagem - Google Imagens)

Escondeu a gestação e passou parte da vida em trabalho de parto.
Sua calma era o esconderijo do que fervia por dentro.
Mas as bolhas poéticas, em estado de ebulição, inquietavam a alma.
Por detrás dos bastidores se fez assessor da arte dos seus pares.
A paz exterior escamoteava a inquietude da arte querendo sair.
No olhar sincero trazia uma terna poesia em forma de doação.
Era um enigma a ser decifrado pelos olhares mais atentos.
Quando parecia que já tinha se rendido ao tempo, explodiu!
Pegou "carona" numa forte emoção e foi para o mundo.
No "colo" do mundo travou um duelo com a sua verdade.
E se fez palco quando só exercitava plateia.
E se fez dor quando só exercitava linimento.
E se fez palavra quando só exercitava a escuta.
Colocou-se em reverso quando só atuava em verso.
Contraiu-se de dor e percebeu a iminência do parto.
Dia após dia, as contrações ficavam mais fortes.
A hora do nascimento se aproximava.
Enfim pariu a arte!
Pariu a si mesmo!
Pariu a vida!

Maria Helena Mota

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Despertar


(Imagem- Google Imagens)

Hoje eu acordei
Desenhou-se mais um dia
Rara oportunidade
De rever a vida
De rever feridas
De rever o amigo
De perdoar o inimigo
De olhar a flor
O murmúrio do mar
O irmão à beira do caminho
A criança que jaz na alma
A criança que esperneia
Sufocada
A criança querendo sair
Para se reconciliar
Com o tempo perdido
No labirinto do castelo particular
A criança que quer despertar
Andar
Encontrar-se com elos perdidos
E trilhar o seu próprio caminho
Hoje eu refleti
Sobre os dias
Os verdadeiros dias
De vida
Sobre os dias de morte
E os dias acumulados
No vazio da Alma
Hoje eu dei o primeiro passo
Para o reencontro
Com o que não sei se encontrei
Hoje é uma incerteza
Amanhã é o além
É o enigma
É o saldo
É a saída
Ou a partida
O que será o amanhã?

Maria Helena Mota

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Metamorfose da dor


(Imagem-Google Imagens)

O que é a dor
Senão um aperitivo
Do amor
Um pré-requisito
Da experiência
Um trilhar no túnel
Da sabedoria?

O que é a dor
Senão um encontro
Com o avesso
Com o lado imperfeito
E com o quadro pintado
Sem cor?

O que é a dor
Senão um linimento
Que provoca ardor
E aponta caminho redentor?

O que é a dor
Senão a bússola do homem
Em busca de um caminho profundo
Precursora dos grandes versos
E mãe de todos os poetas?

O que é a dor
Senão um passaporte
Para o mundo
Que toca bem lá no fundo
Trazendo à tona
O néctar do SER?

O que é a dor
Senão o caminho inverso
Da mediocridade
Que dá cor
A qualquer saudade
Sem escolher idade?

Sem idade
Chega a dor
Trazendo histórias
Cantadas e encantadas
De amor.

Maria Helena Mota

terça-feira, 4 de maio de 2010

Viagem


(Imagem-Google Imagens)

Os caminhos estão abertos
As saídas estão sinalizadas
Faça um giro no corpo
E fique de frente para o presente
Deixe o passado seguir sua viagem de volta
Não se prenda às amarras do que já está escrito
E retire apenas citações para fundamentar sua nova escrita
Na bagagem da vida só leve o necessário
Excesso de peso provoca dor na alma
E tornam letárgicas as passadas da vida
Deixe algumas companhias indesejáveis
E leve a esperança como companheira inseparável
Sorria em companhia da tristeza
Pois a tristeza é vulnerável a raios de sol
Dê tempo para o tempo mudar as paisagens
E construa sua moradia em outro ângulo da vida
Siga sempre em frente
Aproveite a viagem

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Ciclos


(Imagem-Google Imagens)

Ciclo se abre
Ciclo se fecha
A dor chega
Desestrutura
Para nova construção

O sofrimento aparece
Com uma nova lição
Aponta novos caminhos
Abre novas passagens

O coração sangra
E alerta o corpo
Para a mudança
Para a metamorfose
Para o novo momento
Para a viagem

Os olhos marejam
E enxergam
O óbvio
O inusitado
O inexplicável
O indecifrável
O mistério

O dia chega
E traz
O amanhecer
O entardecer
O crepúsculo

A hora chega
Em companhia
Do segundo
Do minuto
Do momento

A superação acontece
E antecede
O aprendizado
A força
A determinação
A alegria

O tempo traz
Novo brilho
Nova perspectiva
Novo ciclo

Maria Helena Mota

domingo, 2 de maio de 2010

Somatização


(Imagem-Google Imagens)

A febre extrapola a alma e invade o corpo.
As lágrimas internas vazam pela cavidade ocular.
Sem controle
Sem ponderação
Sem censura
Sem pudor
A hora é oportuna para deixar vazar.
Lágrimas desse momento
Lágrimas acumuladas ao longo do tempo.
Elas se misturam
E uma torrente causa dilúvio.
Alívio!
A coriza se instala e violenta a pele.
A pele se fere e se torna solidária à alma.
A febre aumenta.
Sinaliza a necessidade de ser cuidada.
Carinho à vista
Aconchego na cama
Remedinho para o corpo
Afago para a alma
Lanchinho bem nutritivo
Carinha de dengo
Que se passa?
Revolução interna?
Mecanismo de defesa?
Pedido de socorro?
Uma virose da alma?
Difícil se precisar o subjetivo.
O corpo apenas fala.
Não suporta mais calar.
Está em erupção.
Sinalizou por muito tempo
E sua linguagem não foi decifrada.
Mas é imprescindível que fale.
Que se mostre
Que reclame
Que grite
Que reivindique
Que seja escutado
Que seja cuidado
Para seguir o curso da viagem.

Maria Helena Mota

sábado, 1 de maio de 2010

A noite da alma


(Imagem-Google Imagens)

Na calada da noite
Fala a voz da minh'alma
Que insone flutua
Na inquietude da calma

No silêncio ensurdecedor
A alma perambula aflita
Busca motivos concretos
Para embalar essa vida

As marcas ficam visíveis
As indagações reaparecem
As sombras viram fantasmas
E no palco se aquecem

A noite é um cenário
Para o implícito atuar
Pois a luz do dia esconde
O que a escuridão quer mostrar

A noite retira a máscara
Que a alma usou pelo dia
Pois há de querer descanso
Para disfarçar a agonia

E o corpo quer dormir
Mas a alma quer vigília
E nessa briga pacata
Tem início um novo dia

Maria Helena Mota