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quarta-feira, 31 de março de 2010

A paz


(Imagem-Google Imagens)

A paz:
É um acordo incondicional com as diferenças.
É a escuta de todo e qualquer pensamento com o ouvido da tolerância e do respeito.
É respeitar os limites do outro e não forçá-lo a olhar o mundo com as suas lentes.
É entender as etapas e o processo de quem caminha ao seu lado.
É saber que cada um é uma obra inédita e sem réplica.
É olhar o ser humano com as lentes da temperança, da solidariedade, da compaixão e do amor.
É olhar para o outro como parte de si mesmo.
É a sintonia com as melhores melodias do universo.
É a carta de apresentação para a felicidade.
É o oásis da vida.

Maria Helena Mota

terça-feira, 30 de março de 2010

Alegria


(Imagem-Google Imagens)

A alegria entrou de "carona" numa sábia palavra proferida por um desses anjos que a gente encontra na vida.
A sábia palavra inundou, com cuidado, a tristeza e a afogou sem violência, de uma forma pacífica e paulatina, sem maiores sofrimentos.
A alegria agradeceu a tristeza pelos serviços prestados e pela sua presteza em preparar devidamente o seu reinado.
Falou do quanto ela era necessária mesmo causando dor.
Falou do seu poder de burilamento interior e da sua condição de adubo para as novas plantações.
A tristeza escutou lânguida e quase sem vida e foi entrando no portal do ontem e ficou lá estática num sono profundo.
Foi apenas uma palavra proferida pela pessoa certa, com a entonação certa, na hora certa que se transformou na senha de entrada para uma nova visão de mundo.
A alegria chegou suave, em câmera lenta, compenetrada e com muito cuidado para não entrar no portal da euforia.
Deitou-se suavemente no peito e fez seu trabalho utilizando as ferramentas que alicerçavam o coração.
E, assim, calma e sem pressa do outro dia, ela se fez plena e agradecida por estar no palco desempenhando novamente o seu papel.
E assim, a visão de novas perspectivas foi se apresentando e uma aquarela se insinuava no quadro manchado pelo tempo.
Era urgente pintar um novo quadro da vida.
A cada traço, um sorriso de agradecimento.
A cada cor, uma oração ao universo.
Em cada desenho um ode ao amor.
Em cada paisagem um pedacinho do céu.

Maria Helena Mota

segunda-feira, 29 de março de 2010

Faxina da alma


Faltam-me palavras para expressar o sentimento que se apoderou de mim neste dia que apenas começa.

O tal sentimento, espreitou-me durante a noite passada e se infiltrou nos meus sonhos , transformando-os num emaranhado de informações que não se apresentaram com clareza à realidade.

Embora as imagens não estivessem nítidas na mente, ao amanhecer, algo dava sinal de que algumas visitas indesejáveis teriam reclamado atenção, durante o sono.

Quando despertei, o meu circuito interno, de mecanismo de defesa , já emitia um sinal de alarde aconselhando um toque de recolher.

Mentalizei pensamentos coloridos e iluminados para contrastar com as cores apresentadas na alvorada.

Mas as visitas me seguiam como se fossem prolongamentos do meu corpo.

Enfrentei-as e aleguei que elas já não seriam necessárias.

No entanto, elas apresentavam uma tese de que ainda eram minhas inquilinas e que eu não poderia despejá-las sem aviso prévio.

Argumentei com veemência, mas foi em vão!

Outros acompanhantes chegaram, em forma de lembranças, para me convencer de que era cedo pra "cantar" vitória sobre a realidade.

Eu me rendi as suas argumentações e deixei que elas atuassem para que pudessem extravasar os resquícios que ainda estavam presentes.

Fiquei na plateia e, perplexa, percebi que o enredo era profundo e que era urgente a apresentação da peça.

Relaxei e deixei fluir as emoções que se traduziam em sorrisos e lágrimas.

Após uma catarse pude enxergar outro portal que me conduzia a um novo caminho.

Na entrada do novo portal fui carregada nos braços da esperança, da fé e do amor.

Maria Helena Mota Santos


O texto abaixo foi escrito por um dos meus filhos, do ventre do mundo, que abre as asas para a poesia.

ROTINA

Todos os dias acordo com a esperança de que a vida é uma dança entre pares.
Escovo os dentes com a certeza de que não existe na natureza algo capaz de me sabotar.
Tomo banho com a leveza, me livro das incertezas e parto para o novo desabrochar.
Bebo um pouco de alegria, deixo em casa as agonias que insistem em me acompanhar.
Saio e encontro uma natureza com encantos e belezas e homens a trabalhar.
Vejo crianças sorridentes, pobres, ricas ou carentes todas podem me encantar.
Caminho pela cidade, me alegro com as bondades que da dor faz brotar.
Me encontro com um amigo, um passante ou conhecido e vejo a luz do seu olhar.
Se percebo uma tristeza, falo da vida, suas belezas e começamos a cantar.
Ouça o som da natureza, viva, ame e com certeza, a sua vida vai se alegrar.

Danilo Aguiar

domingo, 28 de março de 2010

As mãos e a vida.


Hoje, ao andar na praia, acenei para alguém que passava.
Foi numa fração de segundo que congelei na minha mente essa imagem.
E percebi um prolongamento do meu corpo que pedia atenção especial.
As minhas mãos estavam ali o tempo inteiro e eu nem prestava atenção.
Olhei para elas, afaguei-as e disse: muito prazer!
Percebi que para afagá-las precisei delas!
Fui seguindo meu caminho focada no seu desempenho.
E percebi o seu trabalho árduo para me manter em equilíbrio.
Percebi que ela serve como um remo enquanto ando.
Serve para indicar caminhos para os desorientados.
É a protagonista do aperto de mão gostoso e amigo.
Acarinha com suavidade as pessoas queridas.
É o velcro que sela um abraço apertado e gostoso!
É cúmplice na escrita de todas as histórias.
Com as mãos eu posso ganhar ou perder a vida.
Com as mãos eu posso causar ou curar feridas.
Com as mãos eu posso matar ou dar a vida.
Com as mãos eu posso aprisionar ou libertar.
E, sobretudo, com as mãos eu posso amar!
E ,por fim, eu percebi o mais importante:
As mãos é a extensão da minha alma no palco da vida.

Maria Helena Mota

sábado, 27 de março de 2010

Na janela da vida


Quando despertei pela manhã acordei para a vida.
Enxergava além da trilha que meus olhos alcançavam.
Escutava de uma forma inédita e diferenciada.
Ouvia os sons inaudíveis presentes no meu universo.
Os meus gestos já não precisavam de palavras para fundamentá-los.
A sincronia entre mente e corpo me dava uma paz inimaginável.
Olhei o mundo lá fora, pela minha janela particular, e vibrei!
Havia um sol visível e dourado que não ofuscava o meu olhar.
Nossos raios se encontravam e não entravam em choque.
Da janela da minha alma pude olhar também pra dentro de mim.
E me enxerguei mais do que eu queria mostrar.
Estive em minha companhia por um longo tempo.
Fiz reparos e renovei as antigas estruturas.
Sem pressa de voltar à margem fui me ninando e me encantando.
Adormeci nos braços do tempo e fui carregada pra outra paisagem.
Fiquei assim, sem pressa... sem ontem... sem amanhã...

Maria Helena Mota

sexta-feira, 26 de março de 2010

Abraçada com a vida


(Google Images)

Hoje dei um abraço carinhoso e aconchegante na vida.
Fiz reverência ao seu poder e me deitei no seu colo sedenta por um afago.
Convidei-a a passear comigo pelas minha avenidas.
Percebi a beleza das flores e o encanto dos brotinhos ainda nascendo.
As árvores que circundavam os canteiros eram frutíferas e esbeltas e quase tocavam o céu.
No canteiro dos sentimentos retiramos algumas ervas daninhas que faziam com que o sol fosse visto parcialmente.
O que estava lindo e viçoso era o canteiro da alegria pois era imune aos visitantes indesejáveis.
Sentamos um pouco à sombra das árvores e ,no aconchego do abraço, observamos a beleza em volta.
No canteiro da alegria, os sorrisos pegavam impulso no balanço do vento e valsavam com uma melodia linda e encantadora.
A energia era contagiante e fomos tomadas por um sentimento divino.
Resolvi convidá-la para se banhar nas praias privativas e mostrei as águas puras e cristalinas.
Era dia de um sol confiante com garantia de que não iria brincar de se esconder.
Fiz piscininhas em pontos estratégicos e sentei com a vida para um papo reflexivo.
Agradeci a preferência que ela sempre teve por mim.
Reconheci as oportunidades e os dias maravilhosos que ela me ofertou no meu percurso.
Relembrei os tempos de sorrisos e de muita felicidade.
Relembrei das lágrimas que se transformaram em rios para as travessias.
Relembrei das pontes construídas com os obstáculos do caminho.
Relembrei dos banquinhos construídos com as pedras do percurso.
Relembrei das dores, dos amores, das glórias, das tristezas, das alegrias, das lutas e das vitórias.
E ficamos por um longo tempo confabulando sobre as passagens decisivas e pitorescas do caminho.
Agradeci o privilégio de poder abraçá-la e fiz um pedido para que ela me concedesse muitos encontros ao seu lado.
Por fim, convidei-a para ir ao infinito de mim mesma.
Pude, então, perceber um horizonte claro e promissor me convidando a seguir em busca das infinitas possibilidades.

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 25 de março de 2010

Amarras da alma


Escutar o que não se quer ouvir
Ficar inerte quando o corpo é movimento
Andar por caminhos que não se quer desbravar
Ficar sem brilho por fora e "ferver" por dentro
A tarefa sem prazer
É a crucificação dos minutos das horas da vida
É congelar o coração com lágrimas internas
É beber o fel
Quando há no canto da vida o mel
É prender o ser nas amarras do racional
É fazer da vida
Um significado de morte
De talentos singulares
De poemas originais
É fazer do corpo um peso
Preso à terra
Sem correntes de fato
É não deixar o corpo sutil bailar
Nos ensaios dos voos exploradores
É fazer uma escolha
Pelo ponto de referência da massificação
Do racional e do lógico
O viver sem referência
Leva a lugares únicos
Inéditos
Singulares
E até exóticos
Quão poucos escolhem uma passagem
Sem ponte visível
Esses poucos viram
A cauda colorida
Que há na poesia do imprevisível
Sentiram o êxtase
No caminho onde a terra voa pelos ares
Em forma de borboleta
Procurando um jardim temporário para pousar.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 24 de março de 2010

O jardim dos meus sonhos


Cochilei no colo do tempo e adormeci nos braços dos sonhos.
Sonhei com o jardim da utopia com flores lindas e sem espinhos.
Podei e reguei as flores sem usar nenhuma luva de proteção.
Algumas flores mostraram seus espinhos e me apresentaram a dor.
Com essas flores aprendi a necessidade de uma segunda pele.
Outras flores me ofertaram sua beleza e enfeitaram meu dia.
Com elas aprendi a agradecer e a enxergar a beleza da amizade.
Umas rosas meninas passaram brincando entre minhas mãos.
Na sua inocência, ensinou-me a transformar tudo em sorriso.
Uma florzinha em botão se protegia entre as flores imponentes.
Na sua discrição me ensinou o valor da proteção e da humildade.
Um grupo de flores , concentradas , não se afetavam com o vento.
Elas me ensinaram o valor da reflexão, do silêncio e da paz.
Mas, a grande lição veio da flor rasteira que embelezava o chão.
Ela me ensinou a beleza de cair e se fazer semente para florescer.

Maria Helena Mota

terça-feira, 23 de março de 2010

Teatro itinerante



Hoje acordei com vontade de atuar no palco da vida.
Saí dessa ciranda e peguei “carona” nas histórias contadas, ao vivo, no picadeiro da vida.
E, assim, nesse teatro itinerante que é o mundo, fui registrando os retratos da vida que encontrava em cada sinal vermelho do caminho.
O teatro , em fragmentos, se apresentava como ingrediente para o preparo de uma receita que desse sentido a vida.
Fui apanhando sonhos nas mãos de um malabarista que trocava seu talento por uns trocados.
Aparei gotas de esperança de uma garota que vendia balas, no semáforo, para a sua sobrevivência.
Peguei várias pitadas de otimismo no rapaz que lavava um carro entoando uma canção.
Armazenei a compaixão de um menino que atravessava um cego para o outro lado da rua.
Assimilei a determinação do rapaz paraplégico que fazia acrobacia usando sua cadeira de rodas como suporte.
Peguei um exemplo de amor de um senhor que arrecadava dinheiro para sua creche.
E, assim,captei a energia resultante da alquimia de todos os sentimentos percebidos nesse itinerário.
Após ter completado o meu percurso coloquei em prática os passos da receita de vida que aprendi com aqueles heróis do anonimato.
Juntei tudo que armazenei num grande reservatório interior e processei por algum tempo.
Após a mistura e assimilação dos ingredientes, acrescentei algumas gotas de confiança e gratidão pela vida.
E para ter certeza da consistência da receita, acrescentei o fermento do sorriso.
E, então, coloquei no sol para dourar enquanto preparava uma cobertura com a calda da alegria.
E, num momento bonito, daqueles que a gente se emociona tanto que perde a respiração, eu degustei o primeiro pedaço dessa receita infalível que dá sentido a vida.


Maria Helena Mota

segunda-feira, 22 de março de 2010

Amigo



Amigo é um acorde suave que orquestra os melhores momentos da vida e embala os piores com canções de ninar.
No aconchego das palavras ou, simplesmente, do silêncio, a sua companhia é uma partida para um lugar infinitamente confortável.
Nesse lugar há um encanto e uma magia que fazem das horas momentos imperdíveis.
Ao lado dele, ouve-se o canto dos pássaros e o convite para voar sem, necessariamente, precisar de asas.
A sua companhia é sentida a quilômetros de distância no território da saudade.
Ao lado dele a paz se faz presente imunizando a turbulência interior.
No seu olhar há o convite para a travessia em busca de um mundo novo.
Ter amigo é ter uma asa para voar quando se está no chão da vida.
Ter amigo é ter um abraço quentinho e aconchegante nas noites frias da vida.
Ter amigo é ter um lencinho disponível para enxugar as lágrimas.
Ter amigo é bailar nas alturas tendo um porto seguro para pousar.
Ter amigo é ter um paraíso disponível quando se está no terreno da tristeza.
Ter amigo, sobretudo, é ter uma parte sua guardada, no cofre de um outro coração, para ser utilizada nos acidentes do percurso.

Maria Helena Mota Santos

domingo, 21 de março de 2010

A greve das letras


As letras fizeram greve
E não formavam palavras
O escritor ficou perplexo
Mas elas nem se importavam

Deitaram no alfabeto
Quase que em câmera lenta
O escritor as cutucava
E elas estavam sonolentas

O escritor ficou olhando
Com uma grande aflição
Como iria entregar no prazo
A sua composição?

Ficou tentando entender
O motivo do levante
Será que estavam deprimidas
E lhes deram algum calmante?

Só a letra S muito sensível
Acordou meio sinuosa
E chamou o escritor
Para um dedinho de prosa

Disse que estavam estressadas
De tanto ir pra lá e pra cá
Só andavam entre os dedos
Nem com os pés podiam andar

Eram acordadas qualquer hora
De dia ou de madrugada
Às vezes estavam exaustas
E ninguém se incomodava

Às vezes caiam em mãos
Que a elas maltratavam
Elas ficavam sem sentido
E até o acento lhes tiravam

Alguns deles nem sabiam
O seu sentido aplicar
Faziam tanta confusão
Que as faziam desmaiar

Elas também tinham direito
De ir e vir quando quisessem
Aí entraram numa oração
E Deus atendeu suas preces

Tinham o sonho de voar
E conhecer o infinito
Queriam na mão do vento
Ser um poema bem bonito.

Maria Helena Mota

sábado, 20 de março de 2010

A caravana do tempo



Burlei o tempo e capturei um momento bonito que passava.
A caravana do tempo , lá na frente, virou-se para olhar o que ficara no passado.
Viu-me com o seu momento bonito prisioneiro nas minhas mãos.
Não pôde mais voltar porque o tempo não sabe andar de ré.
O tempo seguiu em marcha lenta na esperança de que o momento o alcançasse.
Mas o momento já tinha ficado congelado na minha história.
E eu vibrei com a minha astúcia e habilidade de enganar o tempo.
Comecei a andar , depois do tempo, pra que ele não me fizesse cobranças.
Um dia acordei cansada daquela valsa lenta imposta pelo ritmo de quem fica na inércia.
Para não encontrar o tempo, criei uma passarela, por cima do seu caminho, e tentei ultrapassá-lo.
Seria outra astúcia! E, finalmente, burlei novamente o tempo!
E eu fiquei à frente do tempo impondo o meu ritmo e as minhas regras.
Fiquei fora das convenções, dos padrões, do compasso, do comodismo, da mesmice......blá, blá, blá.
Muito bonitinho, muito avançado, muito “papo cabeça”, muito alto astral, muita liberdade...Mas, cansei!
Não estava feliz em estar na linha de frente do tempo.
Sentei um pouco no caminho e esperei ,pacientemente, o tempo , que me desse tempo, de ser alcançada novamente pelo tempo.
Queria, apenas, o tempo de viver no presente , degustando os sabores da vida, sem pressa de viver o momento seguinte.
Aprendi com o tempo que tudo dá tempo se não houver desperdício de tempo na tentativa de burlar o tempo.
E aí virá um bom tempo pra celebrar todo tempo.

Maria Helena Mota

sexta-feira, 19 de março de 2010

São José e o Sertanejo



O sertanejo olha pro céu
Catando nuvens alvissareiras
Que tragam uma tromba d’água
Pra ter colheita de primeira

Entoa cânticos e vai orando
Andando com o pé no chão
Se São José não mandar chuva
Será um ano de aflição

Acorda com uma euforia
Que na luz do sol pode morrer
Porque pra ele o dia lindo
É quando começa a chover

Ele fica o dia todo
Olhando para as alturas
Pois se hoje tiver chuva
Será um ano de fartura

E entre terços e novenas
Seu destino vai desfiando
Se chover tem sobrevida
E boa colheita todo ano

Se não bastasse o sacrifício
Tem uma promessa pra fazer
Faz um sorteio de uma fruta
Que passa o ano sem comer

Se a chuva cair vai ter festa
Tem samba de roda e forró
Mas se o sol prevalecer
Fica triste que dá dó

E assim vai caminhando
Com bravura e oração
E não perde a esperança
De ter milho no São João

E assim o sertanejo
Embala a vida em prece
Se tem chuva é alegria
Se tem sol ele entristece

E São José seu Protetor
Teve com Deus uma conversa
Pedindo que mande chuva
Pra que hoje haja festa

Maria Helena Mota

quinta-feira, 18 de março de 2010

Meu barquinho


(Imagem-Google Imagens)

Meu barquinho, o que espera?
Aqui estou há tanto tempo!
O barqueiro não chegou?
E se depois não tiver vento?

Meu barquinho, o que espera?
Está findando o verão.
Vem barqueiro, não tenha receio.
Não há perigo de tufão.

Meu barquinho, o que espera?
Eu estou aqui de passagem.
Vem barqueiro, vem e me leva.
Preciso fazer uma viagem.

Meu barquinho, o que espera?
Minha paciência esgotou.
Vem barqueiro, vem depressa.
Já não suporto o calor.

Meu barquinho, o que espera?
Eu estou aqui desde ontem.
Vem barqueiro, vem e me leva.
Preciso ver o horizonte.

Meu barquinho, o que espera?
Já está completa a lotação.
Vem barqueiro, vem ligeiro!
Vou pra outra estação.

Meu barquinho, o que espera?
Ah... O barqueiro chegou!
Ele atrasou tanto tempo
Só pra trazer meu amor.

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 17 de março de 2010

A Colina dos meus sonhos


(Texto que foi selecionado como um dos ganhadores da Campanha: Faça uma declaração de amor à Colina de Santo Antônio no ano de 2004. Publicado no Jornal Correio de Sergipe no dia 11 de maio de 2004. Eu usei o pseudônimo Lena Mota)

POSTADO EM HOMENAGEM AOS 155 ANOS DE ARACAJU.


No alto foi concebido um sonho.
Olhando do alto se vislumbrou uma linda cidade que foi parida pelo reflexo da luz que emanava do alto da Colina de Santo Antônio.
As casas, as ruas, as avenidas, os bairros foram se desenhando no dia-a-dia de uma gente hospitaleira e vencedora.
As poeiras que flutuavam na colina foram se transformando em lindas arquiteturas.
As águas da chuva que escorriam lá do alto foram formando as lindas praias.
E o povo foi descendo para desfrutar desse mundo novo. Dessa nova princesa que se erguia esbelta.
E assim, a cada amanhecer, se sentia o cheiro da etnia do seu povo.
Sentia-se o murmúrio de amor pela cidade.
Sentia-se o cheiro do seu tempero de diversidades.
E assim a Colina se orgulhava da sua gestação, do seu feito.
E a Colina chorava de alegria e suas lágrimas enchiam a cidade de um orvalho que embelezava cada manhã.
E a Colina até hoje chora na emoção de cada aniversário.
O seu sonho se transformou em alento também para outros filhos vindos de outras terras.
A Colina abriga sonhos, desperta poesia e enche a cidade de magia.
E no bailar do cotidiano mesclamos cheiros, amor, lágrimas, dor, alegria e transformamos tudo na mais linda poesia.
Colina de Santo Antônio é o verso da poética Aracaju.

terça-feira, 16 de março de 2010

Corrida da vida.


Respire fundo!
Pode começar a hora que você quiser!
A partida começa na rua da saudade.
E a chegada é lá na rua da esperança.
No percurso, hidrate-se com lembranças.
E não esqueça do bloqueador da tristeza.
Use as roupas leves da alegria.
E proteja os pés contra a monotonia.
E para dar mais energia durante o percurso,
não esqueça da pitadinha de sonho.
Corra! Mas não perca o compasso.
Pise! Mas deixe bons rastros.
Beba o líquido da moderação.
E embale tudo com uma canção.
Promova abalos sísmicos nas camadas internas.
E após a acomodação das falhas causadas pela erosão da dor,
entre nos escombros e traga o troféu de si mesmo.
Após o resgate, siga a seta, vire a outra esquina
e aguarde instruções para a próxima corrida da vida.

Maria Helena Mota

segunda-feira, 15 de março de 2010

A floresta perdida



A floresta era tão fechada que causava arrepios.
O medo era tão grande que causava fascínio.
O escuro era tão intenso que se tornava foco de luz.
As uivadas eram tão altas que viravam canção.
O vento era tão forte que acabava em brisa.
O frio era tão intenso que soltava fumaça.
As árvores eram tão altas que reverenciavam o chão.
As lendas eram tão assustadoras que despertavam coragem.
As bruxas eram tão más que despertavam piedade.
O desbravar era tão urgente que não esperava a razão.
O momento era tão breve que merecia o risco.
Pois, se o risco de morte é companheiro da vida,
o medo é a condição da coragem,
o escuro é a sombra da luz,
a altura é o chão da vertigem,
a lenda é o despertar do real,
a bruxa é o avesso da fada,
e a razão é a emoção ferida,
o que seria a vida,
senão uma busca às florestas perdidas?

Maria Helena Mota

domingo, 14 de março de 2010

O voo do papel



No chão, em frente a um prédio, uma pichação: TE AMO.
Num salão de festa, no mesmo prédio, as cadeiras esperam, "pacientes", pelos convidados.
No céu nuvens bordadas insinuam esboços humanos se amando.
Dois pássaros passam brincando de esconde-esconde como meninos arteiros.
Um adolescente passa cabisbaixo, provavelmente, pensando o que fazer sábado à noite.
Uma jovem senhora passa puxando pelo braço seu filho “doentinho”.
Vários carros passam em fila, na avenida, como se tivessem marcado a hora do encontro.
Pessoas passam arrastando as sandálias com a falta de pressa do sábado.
A tarde fica sonolenta e o divagar ,do poeta, é inevitável e sem pressa.
O poeta fica na letargia do tempo, da rua, da avenida e da cidade.
Assume o embalo calmo das pessoas que passam na rua.
Assume o palpitar macio do pulso da rua que ecoa no coração da cidade.
O poeta quer olhar pra rua e não quer olhar na sua própria avenida.
Assume a dinâmica do movimento que não para, embora pareça lento.
Resolve emprestar o seu olhar pra vida cirandar como quiser e quando quiser.
Subitamente, um papel sai do chão e voa e volta e, depois, cai para voar de novo.
O papel desperta um fascínio no poeta que resolve acompanhar sua trajetória.
O papel traz de volta um brilho “travesso” no seu olhar e desperta a criança adormecida.
O poeta resolve sair de si e divagar nos braços da sua alma pueril.
Deixa-se guiar pelas asas do papel que sobe ou desce conforme a direção do vento.
Assume a condição de papel, que o vento leva, e põe sua alma nessa vida itinerante e imprevisível.
Não sabe quando vai parar e o quanto vai aprender, nessas passagens, nos braços do vento.
Vai se deixando levar , sem controle, esquecendo o que acontece na periferia.
Vai sentindo a leveza de ser papel e voar, cair, voar, cair...voar!

Maria Helena Mota Santos


sábado, 13 de março de 2010

O encanto de ser




Tinha as asas de um pássaro e pousou perto do céu.
Escolheu uma estrela e a trouxe pra sua estrada.
Pegou uma nuvem branca e se deitou sobre ela.
Brincou com o sol e bronzeou os seus dias.
Esperou pela lua e a fez iluminar suas noites.
Encontrou um cometa e embarcou na sua cauda.
Encantou-se com Saturno e usou o seu anel.
Encontrou um arco íris e ganhou um pote de ouro.
Viu o esboço de Deus e desenhou sua fé.

Tinha os olhos coloridos e enxergou o invisível.
Escolheu ver as cores nos quadros neutros da face.
Pegou uma varinha mágica e encantou corações.
Brincou com a incerteza e enfrentou a viagem.
Esperou a alegria e dispensou a tristeza.
Encontrou um atalho e preferiu um caminho.
Encantou-se com a vida e enfrentou os percalços.
Encontrou um anjo e herdou sua leveza.
Viu o esboço de Deus e desenhou seu amor.


Maria Helena Mota

sexta-feira, 12 de março de 2010

Cotidiano


Passa um ônibus, passa um caminhão tocando alto uma canção.
Passa um ambulante numa bicicleta e ao seu lado passa um atleta.
Passa uma mulher,passa um cidadão e uma menina com pé no chão.
Passa um garoto levando uma bola e vai seguindo para a escola.
Passa um segundo, passa um minuto e eu daqui olhando o mundo.
Passa a lembrança, passa a saudade e a dor que doi em qualquer idade.
Passa um casal e passa um só e um pobrezinho que me dá dó.
Passa um bêbado soltando gritos e deixa um homem um pouco aflito.
Passa um louco com seu delírio prometendo Deus e o paraíso.
Passa o relâmpago, passa o trovão e o vento deixa flores no chão.
Passa o destino , passa voando e meu poema eu vou compondo.
Passa você e tudo passa. Não espere não! Senão se atrasa!
Passa o mundo pra quem se foi ou pra quem deixa pra depois.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 11 de março de 2010

Malabarismo


Olha a moça! Com malabarismo, levando seu cesto, entoa uma canção.
Olha a moça! Morrendo de frio no meio da chuva do seu coração.
Olha a moça! Com seu cobertor, cobrindo seu mundo, não perde o gingado.
Olha a moça! Cabelo molhado e os pés bem cansados do sapateado.
Olha a moça! Olhar no presente, o futuro distante, mas tem fantasia.
Olha a moça! Visitar a cidade, conhecer as paisagens, é o que mais queria.
Olha a moça! Com grande equilíbrio desfila na vida carregando seu pote.
Olha a moça! Que mata a sede, ajuda o vizinho e faz o que pode.
Olha a moça! Vestido pintado, do dia suado , de tanta labuta.
Olha a moça! Ficar sem comida, sem água da chuva é o que lhe assusta.
Olha a moça! Que quando nasceu já foi escolhida a sua profissão.
Olha a moça! Não tem depressão porque no sertão não tem disso não.
Olha a moça! Que olha pro ceu e fica perplexa ao ver um avião.
Olha a moça! Que brota bonita , é a paisagem mais linda que há no sertão.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 10 de março de 2010

Pensamentos


Os pensamentos que se seguem são pedacinhos do meu crescimento e traduzem as fases da minha vida.
Eles iluminam a minha metamorfose e são como águas cristalinas.


Saber ouvir é estar atento na hora do desabafo e ter amnésia a seguir.


O ato de nascer é solitário, apesar das ajudas.
O ato de morrer também é solitário,apesar das ajudas.
O ato de viver é ilusoriamente acompanhado até que você descubra que jaz numa solidão profunda.


A angústia é uma relva que ,paradoxalmente, para de florescer se constantemente for regada por lágrimas.


Um momento é uma nota que compõe a sinfonia de uma vida.


O tempo desenha quadros mas você dá o contorno.


Quero ser apenas uma nota na canção da vida.


Cometa para não ser acometido.


Embarquei numa rajada de vento e voltei numa tempestade.


Não defina ninguém, nem a si mesmo.
A mudança poderá ocorrer no minuto seguinte.


Nem sempre a nostalgia é tristeza.
Pode ser saudade de uma alegria que passou.


Não mexa no arquivo dos meus sentimentos se não puder reorganizá-lo.


Viva com tudo, mas não se apegue a nada.


Não dê importância a importância que não lhe deram.


O grande desafio do homem é voar sem asas.


Antes só do que na solidão de muitos.


Amar é não chegar nunca ao limite do amor.


Ter olhos coloridos é enxergar o azul do céu em dia de trovoada.


Eu sou o que mostro e o que escondo.


Há pessoas que se a gente der muita entrada fica difícil encontrar uma saída.


A vida é um ensaio de erros e acertos.



Maria Helena Mota

terça-feira, 9 de março de 2010

Entre o sol e a lua


Entre o sol e a lua

Acordo com o sol me chamando feliz
Mas o gosto de lua ainda me invade
O sol me promete dia lindo lá fora
E a lua minguante em mim se abate

O sol me sorri e mostra alegria
A lua me mostra a noite e a penumbra
Eu fico em dúvida a quem atender
Mas o dia de sol é o que me deslumbra

Acordo e levanto com gosto de lua
E o sol é minha sombra pra onde eu vou
Eu fico perplexa com aquela disputa
Mas o sol com seus raios já me cativou

Eu fico olhando os resquícios da lua
Mas a promessa do sol é o que me tentou
Eu digo pra lua que volte à noite
Pois de dia o sol é o meu protetor

A lua esperneia e sai chateada
E vai com a sombra desaparecendo
O sol radiante minha lágrima enxuga
E mostra feliz um novo dia nascendo

E eu abraço o dia cheia de esperança
De que à noite a lua nova no céu apareça
E eu possa de novo enxergar as estrelas
Pra que eu durma feliz com tanta beleza

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 8 de março de 2010

Um anjo chamado mulher


Ser especial e encantador
É o canal que acessa a vida.
Com a sensibilidade de uma flor
E a leveza de um anjo
Torna a vida uma cauda colorida.
Torna possível o improvável
Torna problema em solução
Torna o árido em oásis.
Com uma varinha de condão
Sai encantando o caminho.
Veste-se de fada
Para fazer milagres.
Veste-se de brisa
Para enfrentar tempestades.
Veste-se de sabedoria
Para vencer desafios.
Veste-se de carinho
Para acalentar sofrimento.
Veste-se de intuição
Para evitar catástrofes.
Veste-se de amor
Para encantar o universo.
Veste-se de guerreira
Para defender a paz.
Mulher:
É verso
É poesia
É canção
É melodia
É a palavra
É a escuta
É o amor
Na sua melhor versão.

Maria Helena Mota

domingo, 7 de março de 2010

Recaída


Parece que a dor voltou para sempre
Que a apatia nunca será movimento
O olhar se fixa num ponto sem vê-lo
As palavras se afogam no poço das lágrimas
Um grito abafado ecoa no peito
E queima enjaulado querendo sair
Os passos do tempo são lentos e tristes
E trazem uma canção sem nota e sem ritmo
A dor toma o corpo, a alma, o infinito
E se faz única dona de um terreno baldio
É preciso chegar um pronto-socorro
E um soro amigo que hidrate a alma
É preciso esperar pela força do tempo
Se houver tempo pra essa força brotar
É urgente catar esperança agora
E tentar liberar essa dor de sofrer
Deixar se render é perder toda graça
De desvendar o mistério que há pra viver.

Maria Helena Mota

sábado, 6 de março de 2010

Possibilidades



Que tal dançar com alegria e dar um chá de cadeira na tristeza?
Que tal sair da inércia e correr para viver a vida?
Que tal reacender a luz que se apagou com a ventania?
Que tal dissolver a dor com lágrimas de alegria?
Que tal gritar ao vento e deixar a tristeza partir?
Que tal fazer esse olhar opaco ganhar um novo brilho?
Que tal se deixar guiar pelas mãos de um amigo?
Que tal seguir caminhando sem destino?
Que tal se encontrar com os acasos da vida?
Que tal se permitir a andar solto na direção do vento?
Que tal seguir em busca das infinitas possibilidades?
Que tal se vestir de brisa e dançar na leveza da paz?
Que tal?

Maria Helena Mota

sexta-feira, 5 de março de 2010

A valsa do dia


A valsa lenta desse dia que começa
Faz-me dançar acompanhando as mãos da vida
Que traz o tempero específico do momento
Sem levar em conta se machuca minha ferida.

É a sensação de um novo dia que começa
Onde se nasce para uma dança com o universo
Onde sonhando posso negar o que está óbvio
E desviar pelos caminhos mais diversos.

Um calafrio na hora da dança se apresenta
E uma febre ao bailar meu corpo toma
Eu sinto forte a dor que queima no meu peito
E minha vida fica dançando numa redoma.

O sol anêmico me parece tão distante.
Mas com a lua o amanhã logo virá
Se estiver viva terei que comparecer
Pra outro ritmo dessa dança acompanhar.

E a vida segue sem trazer nenhum desfecho
É uma suspensão temporária e salutar
Recarregando a energia salvadora
Pra novamente em outro palco aterrissar.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 4 de março de 2010

Irmãs gêmeas


(Imagem-Google Imagens)

A tristeza e a alegria
dançam no compasso do tempo
no palco dos nossos dias
São irmãs gêmeas
que se revezam no cenário
de acordo com o enredo

A tristeza e a alegria
dançam com harmonia
na desarmonia de cada ser
São emoções nos dias quentes
São fronteiriças nos dias mornos
São faces da moeda da vida

A tristeza e a alegria
Valsam conosco no dia a dia
São presentes e envolventes
E são protagonistas
nas contrações do parto
para a metamorfose

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 3 de março de 2010

Passagem


Já se formou um rio com a chuva que jorrou
Já há motivo para atravessar pra outra margem
Do outro lado há um sol quente e afetuoso
Que bronzeará o momento frio dessa viagem

Já se formou uma ponte da queda de alicerces
Já há um bom motivo de fazer essa passagem
Do outro lado há uma paisagem verdejante
E um lindo jardim que enfeitará essa viagem

Já se formou um oásis do deserto que ficou
Já há um motivo pra areia quente abandonar
Do outro lado há o frescor tão desejado
E muita água fresca pra essa sede saciar

Já se formou aquarela com as tintas que restaram
Já há um bom motivo pra outro quadro começar
Misturar tintas para imprimir novas cores
E pintar uma tela pra outro momento enfeitar

Já se formou no universo um novo dia
E um novo sol no horizonte despontou
Se na bagagem está presente a esperança
A hora agora é de viver com muito amor

Maria Helena Mota

terça-feira, 2 de março de 2010

Choque térmico


Alma em estado de combustão
alimentada pela sensibilidade
pelo calor de sua história
de estrada florida
e com cenas coloridas.
Sem medo nem culpas
expõe para os passantes
sua alegria de estar viva
e acompanhada de fato.
Fala de felicidade
de companheirismo
de confiança
de cumplicidade
de amizade.
Alma enfrenta tempos gelados
onde a fumaça traduz
a neve dos seus dias.
E o degelo acontece
através das lágrimas.
Tateando em busca
dos dias quentes de verão,
levanta-se e caminha.
Alonga o corpo apático
em busca de combustível
para aquecer um outro momento
de dor ou de amor

Maria Helena Mota

segunda-feira, 1 de março de 2010

De frente pra vida


De frente pra vida
Com o passado em versos
Vou construindo estrofes
Em cada estrada que passo.
Faço de cada dia
Uma intensa poesia
De tristeza ou alegria.
Lembro do que ganhei
quando perdi
E do que perdi quando ganhei.
De frente pra vida
Enxergo além do horizonte
E construo sonhos todo tempo.
Reverencio agradecida
a quem passou no meu caminho
Com sua parcela de amor
Ou com sua parcela de dor.
Reciclando os sentimentos
Que as mãos da vida oferecem
Vou embalando o meu presente
Bem em frente ao meu futuro.
De frente pra vida
Pego na mão da paz
E vou....

Maria Helena Mota
(Postado diretamente da Praia de Copacabana)