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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Asas partidas


(Imagem-Google Imagens)

Bateu as asas e veio feliz pousar no seu ninho
e na chegada percebeu que algo estava no ar.
Intuiu que o gosto da realidade se fizera presente
e demorou a acreditar no quadro que estava pintado.
Teve que encarar a exposição que estava à sua frente,
e ficou sem respostas para um turbilhão de perguntas.
Mesmo perplexo com o novo cenário,
tornou-se lenço para enxugar muitas lágrimas,
enquanto via o seu castelo cair por terra.
Protegeu, escondeu sua dor e inverteu papeis.
Mas, inquietava-se no sono e dormia em pesadelos
e na noite era ele quem precisava de abrigo.
Percebeu sua impotência diante das circunstâncias
e suas lágrimas começaram a cair de forma invisível.
Rendeu-se ao que não podia ser mudado
e na sua inquietude, aquietou-se no braço do tempo.
Chegará a sua hora de alçar um novo voo.
E ao olhar para trás verá que não é mais aquele menino
que partiu um dia encantado com o mundo.
Verá que é um homem com as asas abertas
em busca do infinito de si mesmo.

Maria Helena Mota
(Postado diretamente de Copacabana)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Lágrimas


(Imagem-Google Imagens)

Lágrimas que caem
Chuvas ao vento
Tempestades iminentes.
Relâmpagos na avenida da alma
Com trovões abafando o sorriso.
A alegria adoece de frio
E fica encantada dentro do ser.
O vendaval derruba alicerce
E faz uma vítima na dor.
O outro dia chega
As pessoas também.
A missão é de salvamento.
Trazem as mãos
Para o afago
Para a ajuda na luta
Para acalento do choro.
Trazem os olhos
Para servirem de lamparina
No caminho escuro.
Trazem o coração
Para semear esperança.
Trazem a sua coragem
Sem medo do risco.
E no tempo certo
Na incerteza do tempo
A temperatura da alma aumenta.
As lágrimas se desencantam
Voltando para o cenário.
Abrem-se as cortinas!
O show do sorriso acontece!

Maria Helena Mota
(Postado diretamente da Praia de Copacabana)

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A catadora de luz


(Imagem-Google Imagens)

Seguia revirando a vida, em escombros, e encontrando sobreviventes
em lugares improváveis.
Levava na mão uma lamparina acesa que contracenava com a sua luz própria.
Desbravava pântanos para encontrar alicerce em terreno movediço.
Andava nos "becos e guetos" de si mesma para compreender
os que viviam na escuridão.
As mazelas da vida não lhe acionavam efeitos colaterais.
As dificuldades lhe davam asas para sobrevoar e encontrar nova direção.
Era imunizada contra o ódio e muito vulnerável ao amor.
O amor a deixava em um estado febril, em êxtase!
Mesmo em dias de “asas tortas” ,ela voava em missão de salvamento.
Seguia catando luz nas tempestades e na escuridão.
Seguia iluminando as sombras e distribuindo luz.
Havia uma luz que não precisava ser encontrada.
Essa luz era parte do seu coração iluminado pelo amor.

Maria Helena Mota
(Postado diretamente da Praia de Copacabana)

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Realidade e Fantasia


(Imagem-Google Imagens)

Todo dia cai uma gota de realidade na minha fantasia.
E eu me surpreendo revivendo dores, aparentemente, superadas.
Todo dia cai uma gota de carinho no meio da minha angústia.
E eu a absorvo como o remédio salutar pra minha dor.
Todo dia cai uma palavra no meio da minha história.
E eu tenho que redefinir conceitos e alterar capítulos.
Todo dia cai uma dúvida na certeza que eu tinha.
E eu tenho que rever paradigmas e aprender novas lições.
Todo dia sou afetada por uma corrente de amor.
Que vem de todos os lados e de todas as formas:
Amor em palavras,
Amor em lágrimas,
Amor em preces,
Amor no silêncio,
Amor na escuta,
Amor na compaixão,
Amor na cumplicidade,
Amor no coração!

Maria Helena Mota
(Postado diretamente da Praia de Copacabana)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A cor do amor


(Imagem-Google Imagens)

Desperto com o gosto amargo do ontem
que teima em se fazer hoje.
Eu o dissolvo em lágrimas:
caídas como bocejos,
como engasgo da “saliva” da alma,
como infiltração no "canto do olho" do meu ser,
como emoção ao ver a flor se abrindo,
com o embalo da rede na varanda,
que faz um balanço da vida.
Ouço música,
leio livros,
e escrevo.
Encontro-me em melodias,
em parágrafos já escritos,
e em parágrafos do meu ser.
Escuto a canção do outro,
e imagino o sentimento,
dos seres que passam,
na mesma hora do meu caminho.
Começo a divagar,
e a mente surta no infinito.
Fico quantificando o amor,
como uma medida mensurável.
Mas não existe porcentagem para amar!
O amor é infinito,
é plenitude,
é impreciso,
carrega todos os cheiros,
todos os sabores.
É feito da mistura de todas as tintas,
não tendo cor definida.
O amor é uma aquarela,
da cor da alma de quem ama.

Maria Helena Mota

( Postado diretamente da praia de Copacabana)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O ventre do mundo


(Imagem-Google Imagens)

Do meu ventre brotou um único filho que é o meu maior orgulho.
Do ventre do mundo brotaram inúmeros filhos que me adotaram como mãe e eu os acolhi como se fossem gerados no meu próprio ventre.
Sem esses filhos, do meu ventre e do ventre do mundo, a minha força seria fraca.
Um dos meus filhos, do ventre do mundo,deu-me de presente uma obra de arte que será inesquecível para mim. Ele a escreveu utilizando partes de todos os meus escritos postados no blog.
A obra prima veio através do meu filho Danilo ,gerado no ventre do mundo, que através da sua sensibilidade postou o seguinte comentário:
DANILO CHAPADA disse...
Mãe, quando eu nasci ganhei de Deus um estoque de raios de sol. Percebi que era preciso iluminar o universo, então, nas asas do destino uma borboleta pousou e me convidou a alçar voo pelos jardins. Fui e em meio às rosas mais belas e cheirosas, notei coisas aparentemente inacreditáveis. Vi que o vazio pode ser cheio e existe tristeza da paz. Com o paradoxo entendi que quando as cortinas se fecham é que o espetáculo de si mesmo acontece. Depois de voar pelos jardins notei que faltava o pedaço de mim. Quem encontrou algum pedaço de mim? Ninguém me respondeu, fiquei triste e então compreendi que na vida há o silêncio de uma nota só e que era hora de agir para a tristeza não achar que minha alma é lugar cativo. A dor foi inevitável, mas eu sublimei e aprendi a dançar ao compasso da dor e consegui convencê-la a dançar de outro jeito. Dançamos, pedi ao sambista para abrir alas para alegria que a tristeza queria passar. Cansei. Pus o dia em pauta e percebi que cada dia é um projeto sem garantias. Segurei o por do sol para a chuva não cair. Caiu. E em meio à cinza que restou vi que tinha outras cores no meu ser para pintar uma nova tela e assim, entre os quadros borrados da vida, divaguei em novos sonhos e embarquei em recomeço. Feliz

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A queda do dia


(Imagem-Google Imagens)

Sonhei que o dia estava caindo numa velocidade inalcançável.
Tentei convencê-lo do quanto ele poderia ser encantado pelo sol.
Orientei-o a tomar banho de mar para lavar os resquícios da noite escura.
Mostrei a beleza dos campos e dos pássaros que voavam com direção.
Dei-lhe a mão para que ele pudesse aterrissar e ofereci uma bebida quente.
O dia sentou ao meu lado,cabisbaixo, e reclamou da escuridão da noite passada.
Disse-me que a lua adoeceu,acometida por um eclipse, e tirou folga, impedindo-o de armazenar luz.
Então emprestei os meus olhos para que ele pudesse enxergar a luz própria.
Falei da beleza da sua companhia e que já não me sentia só.
O dia me olhou cheio de promessa e resolveu cumprir sua missão.
Ergueu-se! Buscou o sol armazenado dentro de si e abriu um belo sorriso.
E soltou da minha mão para entrar no seu turno até ser rendido pela noite.
E foi sorrindo numa claridade impressionante e inimaginável.
E depois virou noite para no outro dia amanhecer.

Maria Helena Mota Santos

domingo, 21 de fevereiro de 2010

No compasso da dor


(Imagem-Google Imagens)

É preciso acolher a dor , colocá-la no colo
e niná-la com a canção da saudade dos melhores dias.
É preciso acolher a dor e enxugar as suas lágrimas
E deixá-la convalescer com o chá da esperança
De um novo sol do amanhecer.
É preciso abrir a porta para a dor que bate
Pra que ela não o acorde nas madrugadas
Fazendo do seu sono um constante pesadelo.
É preciso entender a dor e escutá-la com paciência
Para decifrar a mensagem dos seus gemidos.
É preciso dançar com a dor e ensiná-la novos passos
Para convencê-la a dançar de outro jeito
No palco impreciso da vida.

Maria Helena Mota

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Na ciranda do tempo


(Imagem-Google Imagens)

Penso que há um tempo, no tempo, para viver tudo que der tempo.
Penso que já foram derramadas todas as lágrimas estocadas para esse tempo.
Penso que é hora de limpar os resquícios da tempestade e arrumar um novo tempo.
Penso que é preciso treino para transformar derrotas em vitórias, com o tempo.
Penso que há uma senha, a ser descoberta, para entrar num outro portal do tempo.
Penso que tudo depende de como se reage ao enfrentar cada estação do tempo.
Penso que passado, presente e futuro brincam, de realidade e sonho, todo tempo.
Penso que a semente que se planta, inevitavelmente, será fruto com o tempo.
Penso que perder ou ganhar é pura questão de tempo.

Maria Helena Mota

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pedaços de mim


(Imagem-Google Imagens)

Quem encontrou algum pedaço de mim?
Por favor, devolva-me!
Nele tinha sonhos,
Ingenuidade,
Confiança,
Companheirismo.
Não poderei gratificá-lo!
Pouco levo nas mãos.
Só um frio imenso no coração.

Quem encontrou algum pedaço de mim?
Por favor, devolva-me!
Nele tinha minha história,
Regada de dificuldades vencidas.
Tinha o sonho de uma menina,
Que trazia na essência,
A sensibilidade de uma flor.

Quem encontrou algum pedaço de mim?
Por favor, devolva-me!
Hoje não poderei gratificá-lo!
Só levo nas mãos a força que restou.
Mas passarei num outro tempo,
Trazendo o resgate da dor.
Então, ofertarei parte de mim
E do que fiz com o que sobrou.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Vazio cheio


(Imagem-Google Imagens)

Não é o tempo
O tempo sobra.
É vazio interior!
Um vazio cheio
De ansiedade
De desequilíbrio
De inconstância
De dor.
Não são as pessoas
Elas permanecem.
É solidão
Com companhia
Com as palavras
Com os gestos
Com a vida.
Não é desamor
O amor está em volta!
Em Deus
Na família
Na natureza
No mundo.
É um momento inconstante
De busca
De "não sei o quê"
De "nem sei pra quê"
O olhar exterior vislumbra
Vida organizada
Ideais conseguidos
Família carinhosa
Dias tranqüilos.
Mas o ser de dentro
Quer "não sei o quê"
E "nem sei pra quê"
Só quer!
O ser está febril
Em delírio constante.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A cinza que restou


(Imagem-Google Imagens)

Da cor cinza do passado que restou,
Percebi no coração muitas dores,
Afaguei o meu peito em combustão,
E fui seguindo pra encontrar novas cores.

Encontrei a cor e a beleza da amizade,
E misturei no meu rosto choro e riso,
Vi que eu tinha outras cores no meu ser,
Pra pintar uma nova tela, se preciso.

Percebi o quanto tinha de amigos,
Com silêncio e palavras me embalaram,
Traziam sementes através da esperança,
E um novo mundo colorido me mostraram.

A dor que hoje mora dentro do meu peito,
Tira folga e outro sentimento me aquece,
Quando imagino que ela pra sempre se foi ,
Pela manhã ,quando acordo, ela aparece.

Vou alugar um barquinho bem colorido,
Pra encobrir a cor cinza que restou,
Vou navegar pela vida e pelo mundo,
E vou doar para o mundo o meu amor.

Maria Helena Mota

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Entre nuvens


(Imagem-Google Imagens)

“Com o sol que estava fazendo hoje, quem diria que ia chover?”
Ao escutar esse murmúrio no mundo foi inevitável essa divagação:
A imprevisibilidade é a marca registrada do estar no mundo.
Percebo que estou embaixo de um ceu que me serve de útero.
Eu sou embrião da eternidade.
Alguém do outro lado, certamente, está grávido de mim.
A minha contagem começou a ser regressiva desde que fui concebida.
Sou itinerante e estou em viagem permanente.
O meu parto acontecerá ,inevitavelmente, em um dia impreciso.
O parto de lá pra cá se chama de vida e o de cá pra lá se chama de morte.
Mas é tudo face da mesma moeda.
Só sei que um dia terei que partir sem a minha prévia autorização.
Ficarei em "coma" para a vida e presente na lembrança das pessoas que amei.
Mas as marcas que deixarei não foram feitas só pelo caminho do amor.
Há pessoas que ficarão marcadas pelo caminho da dor que causei.
O quanto ficará de mim aqui quando me for?
Ficará a alegria ou a tristeza que semeei?
As lágrimas que fiz cair ou as lágrimas que enxuguei?
A desunião que provoquei ou a reconciliação que intermediei?
A inimizade que disseminei ou a amizade que cultivei?
A dor que causei ou as feridas que curei?
Não sei o quanto de mim terei doado quando me for.
Só quero que as pessoas de mim se lembrem,
Como um ser humano que, acima de tudo, amou!

Maria Helena Mota

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O amanhecer da dor


(Imagem-Google Imagens)

Todo dia ela amanhece no meu peito,
Pra lembrar que ainda está dentro de mim,
Eu a apago com a luz de cada dia,
Mas ela mostra sua força mesmo assim.

Enfrento a lágrima colocando um sorriso,
Faço planos e vou pro mundo distrair,
A ressonância aponta manchas lá no peito,
É uma luta que não sei se vai ter fim.

Sei que existem situações durante a vida,
Que transcendem a nossa compreensão,
Se não quisermos perder tempo pra entendê-las ,
É melhor enfrentar outra questão.

A minha vida está num jardim suspenso,
Estou num palco e não sei o meu papel,
Eu costumava durante a minha vida,
Representar num lugar que era o céu.

Percebi ondas que pareciam bem tranquilas,
Aproximei e dei um mergulho bem profundo,
Ao abrir os olhos me deparei bem assustada,
Com um "tsunami" que mudou todo meu mundo.

E minha vida segue na ciranda da espera,
De resolver passo a passo essa questão,
Sou otimista e não me rendo aos obstáculos,
Voar mais alto, talvez seja a solução.

Maria Helena Mota

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Abre alas


(Imagem-Google Imagens)

Abre alas alegria que a tristeza quer passar.
O tempo da tristeza está expirando,
E o bloco da alegria quer entrar.
Escuto o eco do som que vem chegando,
Com prenúncio de sorriso, esperança e euforia.
A tristeza faz um eco lá no túnel da saída,
A vez é da alegria que se prepara pra entrar.
Abri alas na minha passarela para a alegria dançar.
E danço na avenida estreita dos dias,
E algo de novo se forma me enchendo de magia,
E o novo astral me convida pra dançar.
O contraste da tristeza com a alegria,
Dá um toque especial ao meu olhar.
Num malabarismo nunca imaginado,
Faço piruetas com passos cadenciados,
E o recomeço me convida pra sambar.
Eis que o bloco da travessia vem chegando,
Trazendo uma ponte no carro abre-alas.
A hora agora é da travessia.
A alquimia está no ar.

Maria Helena Mota

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O novelo e a vida


(Imagem-Google Imagens)

Meu novelo caiu ladeira abaixo,
Nas pedras do caminho se enroscou,
Eu desci correndo ao seu encontro,
Nem a dor da descida me parou.

Sentei nas pedras do caminho,
E peguei o novelo com cuidado,
Peguei fio por fio com muita calma,
Para consertar os fios embaraçados.

Olhei minha vida ladeira acima,
E o novelo era todo organizado,
Mas foi a partir da sua queda,
Que obtive um novo aprendizado.

Não sabia desembaraçar esses nós,
Que a descida da ladeira acrescentou,
E nas tentativas de erro e acerto,
Desfiz os nós que a dor em mim deixou.

Das pedras eu fiz uma construção,
Pra me abrigar das possíveis ventanias,
Pois a vida não é só paz e bonança,
É uma ciranda de tristeza e alegria.

O pódio nem sempre está no alto,
Há pódios que se instalam na descida,
É subindo e descendo as ladeiras,
Que se ganha resistência e sobrevida.

Maria Helena Mota

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dualidade


(Imagem-Google Imagens)

Uma criança grita, dentro de mim, noite e dia
e se assusta com fantasmas que a escuridão deixou.
Eu a pego no colo e a embalo com carinho
ela faz beicinho e se enrosca toda em mim.
Digito a senha do cofre que reservei luz
ela aponta sombras que a luminosidade fez surgir.
Digo pra ela que nada na vida é permanente
que até o sol todo dia é poente.
Digo que nada é tão real que não possa virar sonho
e que a vida é um quebra-cabeça infinito.
Ela me escuta com um ar reflexivo
e eu a embalo com a canção do novo dia.
Ela se acalma no meu olhar pro infinito
e se espreguiça com o ser mais relaxado.
E num abraço aconchegante e carinhoso
O sono chega e ela dorme nos meus braços.

Maria Helena Mota

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Tristeza da paz


(Imagem-Google Imagens)

Amanheceu em mim
Uma tristeza calma
Que não tem pressa
Que se basta
E não precisa de parceria
Com outros sentimentos
Para existir.
Tristeza genuína
De tons neutros
Que para o tempo
Que sobrevive ao sorriso `
À euforia
Que não precisa ser embalada
Pra viver.
Tristeza inversa
Da alegria calma
Que ficou no patamar
Dos melhores dias.
Tristeza que não arrasa
Não causa dor
Só nivela o prazer com a inércia.
Tristeza que torna tudo igual
Como se o mundo fosse uma linha reta
Com a visão da linha de chegada.
Tristeza resistida
Sem pressa
Sem sonhos
Que não mexe
Nem remexe
Tristeza da paz
Perdida
No labirinto dos dias.

Maria Helena Mota

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O dia em pauta


(Imagem-Google Imagens)
Cada dia cai como um laço envolvente nas "teias" do cotidiano.
Cada dia chega como um convite para um baile de máscaras.
Cada dia nasce para os atores da vida independente do seu “script”.
Cada dia segue no seu compasso sem a chance da espera.
Cada dia nasce e segue na valsa da alegria ou da dor.
Cada dia dança e impõe sua marcha sem prévia autorização.
Cada dia leva para o lugar da imprevisibilidade.
Cada dia é de todos e de ninguém.
Cada dia é um elo de uma corrente sem fim previsível.
Cada dia reflete o olhar caleidoscópico dos seres coloridos.
Cada dia é uma invenção e uma reinvenção.
Cada dia é labirinto de uma vida sem desfecho anunciado.
Cada dia é um canteiro de obras de um edifício incerto.
Cada dia é um projeto sem garantias.
Cada dia é uma senha pra vida ou um xeque-mate.
Cada dia é luz ou sombra.
Cada dia nasce com novas tintas para os quadros borrados pelo tempo.
Cada dia é um pincel que redesenha o passado.
Cada dia é o prenúncio do futuro incerto.
Cada dia é o resgate do passado com as armas do presente.

Maria Helena Mota

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A flor e o espinho



(Imagem-Google Imagens)

Era uma vez uma mulher que tinha a ingenuidade de uma menina e, de repente, foi convidada a acordar de um sonho encantado.
Acordou assustada, esfregando os olhos, pra ver melhor o que estava por detrás das cortinas daquele palco e cenário que lhe indicaram.
Percebeu um cenário disforme e seus olhos não acreditavam naquela peça que escreveram pra que ela representasse, sem terem pedido a sua permissão.
Não tinha mais volta. Já estava acordada. O susto era real. Já estava no palco. A plateia já estava presente! Todos já sabiam que ela era coadjuvante de uma história que fora escrita com pinceladas de silêncio!
Nem precisou se beliscar pra ter certeza que a história era real. Teve que representar! Já não tinha escolha!
Escolheram por ela enquanto, com abraços silenciosos e manifestações de apreço, embalavam seus dias de sonho.
E ela que vivia num palco encantado só tinha percebido, no jardim da vida, a beleza da flor. Faltava aprender uma grande lição: algumas flores têm espinhos mesmo que estejam nas “entrelinhas do sorriso”.
Negou o espinho e o cenário. Ficou estática! Ficou perplexa! Ficou em “coma” emocional.
Aquela flor tinha enfeitado sua vida por longos anos. Era inacreditável que tivesse espinhos imperceptíveis!
Após o primeiro momento, a dor provocada, despertou-a para a selva.
E ela atônita procurou o ombro de si mesma. Não conseguia verbalizar tamanha dor.
Foram dias de chuvas torrenciais que inundaram o seu jardim florido.
Mas as cortinas novamente se abriram e o diretor cobrou a sua atuação.
Ela fora obrigada a entrar no palco com o coração em pedaços. E sua alma tímida quase abortou com a exposição.
Mas ela se encantou com a dor e o parto aconteceu! Com a ajuda das flores da amizade ,de jardins bem próximos e distantes ,transformou a dor numa mágica ponte para um renascimento.
E, sobreviveu........
E já ensaia projetos de viver a vida intensamente!!!!!!!

Era uma vez.... e a história continua.....


Maria Helena Mota

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Todos são iguais



(Imagem-Google Imagens)

Impossível saber do que o ser é capaz!
Impossível saber a fronteira que se ultrapassará!
Impossível antever o grau de erro e acerto na vida!
Todos são capazes de tudo.
Todos são iguais
Até que se faça a diferença

Ser diferente é perceber:
A fragilidade como o reverso da força
O erro como o reverso do acerto
O ódio como reverso do amor
A guerra como o reverso da paz
A morte como o reverso da vida

Impossível saber o que virá
Na virada da esquina da vida.
Impossível seguir sem tropeços
Na “gangorra” dos dias.
Impossível se sentir pleno
No palco desse cenário


Maria Helena Mota

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Paradoxo


(Imagem-Google Imagens)

É quando não se tem quase nada pra dar
que brota o melhor que se tem.

É quando as cortinas se fecham
que o espetáculo de si mesmo acontece.

É quando o barco afunda
que se descobre nadadeiras invisíveis.

É quando se está à beira do abismo
que se descobre os pés voadores.

É quando se está na escuridão da noite
que as estrelas se tornam visíveis.

É quando cai chuva torrencial
que o sol aparece mais quente.

É quando a vida traz as dores
que se descobre a força que se tem.


Maria Helena Mota

Silêncio de uma nota só!



(Imagem-Google Imagens)

Meu silêncio ,de uma nota só ,recebeu ecos do barulho do mundo.
Fechei os olhos e escutei o murmúrio da vida em notas dissonantes e imprecisas.
Voltei o olhar pra enxergar a minha alma ferida e fiz varredura no vírus da inércia.
Olhei nos olhos da vida e vi o presente numa embalagem de cores tristes.
Tentei mudar a embalagem mas não encontrei cores disponíveis.
Levantei-me pro futuro!
É hora de agir pra tristeza não achar que minha alma é seu lugar cativo!
Da varanda enxerguei outro ângulo da vida.
Olhei o sol se pondo! Lindo!
Despertou-se em mim uma nostalgia gostosa. Saudade de um tempo de verão intenso.
Segurei o pôr–do- sol pra chuva não cair.
Olhei um pássaro voando , aparentemente, livre!
Tive vontade de ser pássaro! Voar......Liberar...Cantar...
Quero ver o mundo, lá de cima, pelo ângulo das alturas
Olha só! Minhas asas estão se abrindo!
Estou voando! Vou conhecer novas paisagens!
Viajarei, em minha companhia, em busca das infinitas possibilidades de vida!

Maria Helena Mota

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Nas asas do destino


(Imagem-Google Imagens)

Uma borboleta pousou no meu destino e me convidou a alçar voo pelos jardins.
Pousei nas suas asas coloridas e acordei da letargia do casulo.
Indicou-me caminhos já esquecidos e colocou óculos de outra dimensão.
Acordei de um pesadelo, que era sonho, e suspirei um alívio inesperado.
Belisquei-me e percebi que era eu quem ousava viajar perto do céu.
O sorriso se tornou uma gargalhada e se vestiu de uma leveza esquecida.
Fiz piruetas com as nuvens e aparei gotas de chuva para regar o jardim da minha vida.
A chuva era formada de gotinhas de sol e dava uma cor especial as flores do meu jardim particular.
Soltei os gritos entalados e as correntes que me prendiam a antigas convenções.
Meus pés valsaram no tablado do Universo numa sincronia inesperada.
Ensaiei passos de uma dança esquecida e compus versos que cicatrizavam feridas.
Pude perceber o que já estava escrito e vislumbrei novas ideias para futuras postagens.
E a borboleta, vez por outra, me soltava das asas e um “medo corajoso” não me fazia cair.
Percebi o meu projeto de asas que precisava do lubrificante da coragem.
Acessei minha memória de criança e voei nas asas da minha fantasia.
E rodopiei, dancei, cantei, murmurei e......amei

Maria Helena Mota

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quadros borrados da vida


(Imagem-Google Imagens)

A vida me deu de presente um quadro borrado de cores frias.
Fiquei perplexa diante do cenário sem cor e sem magia.
As lágrimas caiam como uma canção sem nota certa.
Era um emaranhado de tons e sons perdidos na imensidão de um oceano de tristeza.
Aparei as lágrimas num pote mágico e as transformei em um rio para minhas travessias.
Peguei um barco sem vela e atravessei para a outra margem da vida.
Olhei a nova paisagem e desbravei possibilidades. Sorri!
Percebi cores de um matiz inimaginável. Arco-íris!
Divaguei em novos sonhos e embarquei em recomeço. Feliz!
Fiz no presente um pacto com o futuro. Esperança!
O passado foi para o portal da saudade. Arquivo!
Brinquei de roda no presente e ensaiei a dança do futuro. Horizonte!
Coloquei lunetas na minha alma e vi a felicidade montada na tristeza do agora. Mudança!
Fiz a metamorfose e as asas se abriram. Novos voos!
Corri para o novo como criança feliz com o novo brinquedo. Conquista!
Vislumbrei terra à vista com novas paisagens. Avante!
Naveguei novos mares e conheci novas terras. Aventura!
Retomei o quadro borrado e imprimi novas cores. Obra Prima!
Enfim a metamorfose! Nova pele!

Maria Helena Mota

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Raios de Sol


(Imagem-Google imagens)

Acredito que ao nascer comprei um estoque de raios de sol para gastar nos dias nublados da vida.
Abrindo-me em sorrisos fui caminhando pelas estradas e bifurcações da vida.
Encontrei pelo caminho situações e pessoas que me acrescentaram pelo amor ou pela dor.
Hoje num dia pálido e chuvoso, em pleno verão, não consigo encontrar o meu estoque de raios de sol.
Olho pra dentro, mexo e remexo, contorço-me, vou para lá e para cá no canto da alma e meu estoque parece que acabou, sem aviso prévio.
Concentro-me, mentalizo luz, aciono palavras iluminadas, e as nuvens continuam insistindo em ficar.
Nada se traduz como prenúncio de claridade.
Coloco lentes coloridas, sorrio e abro os braços, num ângulo de cento e oitenta graus, para abraçar a vida.
Olho para o céu na esperança de novas cores e ele permanece da cor da tristeza.
Contorço-me! Não caibo em mim.
Não é da minha natureza essa tristeza intensa que queima no meu peito como fogo ardente em estado de combustão.
Espero! As horas não passam! O telefone não toca! A vida está em coma!
O tempo parece infinito diante do meu desejo de que ele passe rápido.
Vislumbro um novo ano em pleno janeiro da vida.
Saio correndo de mim e vou buscar raios de sol nas calçadas da vida, nas amizades, no amanhecer de cada dia.
Encontro a luz em lugares inesperados.
Nos passantes solitários, nos olhares tristes, na dor da despedida, num olhar pueril, no sorriso inocente de uma criança, num gesto amigo e delicado, na vida....
Resolvi sair do meu caos e passear no caos do mundo e, certamente, renovarei meu estoque de raios de sol.

Maria Helena Mota