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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Construção



(imagem-Google Imagens)

Antes que a terra trema
E o mundo venha ao chão
Vou refazer os alicerces
E fazer nova construção

Antes do abalo sísmico
Antes da trepidação
Antes que o caos se instale
Vou buscar uma solução

Mas se o tremor chegar
Vou salvar o que restou
Recordações e histórias
De quem por aqui passou

Vou enxugar as lágrimas
De quem está desamparado
Vou distribuir sorrisos
Pra quem está desencantado

E nesse mundo caótico
Vou amenizando a dor
Doando a quem precisa
Muita paz e muito amor

Vou colher muitas flores
Do jardim que vou plantar
Vou cobrir o chão de rosas
Pra toda essa gente pisar

Maria Helena Mota Santos

19/04/2010

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Entre o sol e a lua


(Imagem-Google Imagens)

Entre o sol e a lua

Acordo com o sol me chamando feliz
Mas o gosto de lua ainda me invade
O sol me promete dia lindo lá fora
E a lua minguante em mim se abate

O sol me sorri e mostra alegria
A lua me mostra a noite e a penumbra
Eu fico em dúvida a quem atender
Mas o dia de sol é o que me deslumbra

Acordo e levanto com gosto de lua
E o sol é minha sombra pra onde eu vou
Eu fico perplexa com aquela disputa
Mas o sol com seus raios já me cativou

Eu fico olhando os resquícios da lua
Mas a promessa do sol é o que me tentou
Eu digo pra lua que volte à noite
Pois de dia o sol é o meu protetor

A lua esperneia e sai chateada
E vai com a sombra desaparecendo
O sol radiante minha lágrima enxuga
E mostra feliz um novo dia nascendo

E eu abraço o dia cheia de esperança
De que à noite a lua nova no céu apareça
E eu possa de novo enxergar as estrelas
Pra que eu durma feliz com tanta beleza

Maria Helena Mota Santos

(14/03/2010)

OBS: Hoje, eu só vou ler os comentários à noite pois vou passar o dia fazendo o tour do vinho na serra gaúcha. Então, não estranhem se seus comentários não aparecerem logo.Bjs(29/12/2010)


Maria Helena Mota Santos



Querido Lupo, no seu comentário você percebeu um ângulo que eu não percebi. Obrigada novamente por ser o prolongamento do meu olhar poético!


Que casal lindo né? Se amam, mas só se encontram de vez em quando... E quando isso acontece, tudo fica escuro para que ninguém veja os detalhes desta comunhão.

Mas é aí que todos olham para o céu, e ficam imaginando na noite do dia como é bom amar, mesmo sabendo que o instante do encontro pode ser raro.

É por isso que eu amo tanto e não cobro a presença... Sigo o exemplo do sol e da lua.

Bjo Lena!

O dia em pauta


(Imagem-Google Imagens)

Cada dia cai como um laço envolvente nas "teias" do cotidiano.
Cada dia chega como um convite para um baile de máscaras.
Cada dia nasce para os atores da vida independente do seu “script”.
Cada dia segue no seu compasso sem a chance da espera.
Cada dia nasce e segue na valsa da alegria ou da dor.
Cada dia dança e impõe sua marcha sem prévia autorização.
Cada dia leva para o lugar da imprevisibilidade.
Cada dia é de todos e de ninguém.
Cada dia é um elo de uma corrente sem fim previsível.
Cada dia reflete o olhar caleidoscópico dos seres coloridos.
Cada dia é uma invenção e uma reinvenção.
Cada dia é labirinto de uma vida sem desfecho anunciado.
Cada dia é um canteiro de obras de um edifício incerto.
Cada dia é um projeto sem garantias.
Cada dia é uma senha pra vida ou um xeque-mate.
Cada dia é luz ou sombra.
Cada dia nasce com novas tintas para os quadros borrados pelo tempo.
Cada dia é um pincel que redesenha o passado.
Cada dia é o prenúncio do futuro incerto.
Cada dia é o resgate do passado com as armas do presente.

Maria Helena Mota Santos

14/02/2010


Meu amigo MARCOS AQUINO chegou fazendo uma linda interação

Cada dia é uma pessoa nova, diferente, ou desconhecida, que a gente aprende a admirar pelo seu trabalho ou pela sua magia transmitida atráves de escritos como o seu.
Cada dia és um dia Maria, é importante viver um pós o outro neh.
Lhe sigo.Beijos



E chega meu grande e inesquecível amigo LUPO e faz uma intração imperdível!

Dia e momento... Eis que o agora é tanta coisa! Mas é simples também, não é? Ainda mais quando existe na mente e no coração a certeza do amor.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Poesia


(Imagem-Google Imagens)

Queima-me
Não sei se é fogo
Inunda-me
Não sei se é água
Emociona-me
Não sei se é ternura
Entristece-me
Não sei se é dor
Alegra-me
Não sei se é prazer
Veste-me
Não sei quais as cores
Arrebata-me
Não sei se é paixão
Extasia-me
Não sei se é amor

Só sei que é poesia

Maria Helena Mota Santos

14/07/2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

Acima das nuvens


(Imagem-Google imagens)

(Poesia feita hoje durante o voo de Brasília para Porto Alegre rumo a Gramado)

Acima das nuvens
Com a vida em pauta
Sou um recorte de vida
Sou uma reflexão incontida
Usando o céu como espelho
Sou refém das alturas
Na paisagem linda de algodão
Brinco com as palavras
Na sutileza do momento
Viajo em asas artificiais
Nas mãos de um desconhecido
Quase tocando o céu
Vejo minha asa pequena
E uma miniatura de mim
Sinto meus pensamentos voando
Minha alma aterrissando
Na imensidão dos confins

Maria Helena Mota Santos

(Poesia postada diretamente de Gramado)

sábado, 25 de dezembro de 2010

Cores da vida


(Imagem-Google Imagens)

Caminhando pela estrada
Visualizo muitas cores
Cores alegres
Cores tristes
Cores quentes
Cores frias

Nas cores alegres amanheço
Nas cores tristes amadureço
Nas cores quentes me aqueço
Nas cores frias eu padeço

E da janela dessa vida
Nessa imprevisível viagem
Com os olhos de arco-íris
Vou colorindo a paisagem

E nessa linda aquarela
Que eu pinto todo dia
Vou acrescentando meu tom
E o meu toque de magia

Maria Helena Mota Santos

31-07-2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O amor


(Imagem-Google Imagens)

Que as luzes do Natal iluminem o Universo e nos tragam dias de alegria, esperança, paz, compaixão, solidariedade, renascimento, perdão, compreensão e, sobretudo, amor.
Um Natal iluminado para todos!


O que é o amor senão
Uma amizade sem limite
Um sofrimento prazeroso
Uma comunhão na diferença
Um esperar desesperado?

O que é o amor senão
Um caminhar sem um padrão
Um palpitar no infinito
Uma doação sem ter estoque
Um levitar na multidão?

O que é o amor senão
Um lugar do paraíso
Um coração em disparada
Uma chuva de sorrisos
Uma saudade acompanhada?

O que é o amor senão
Um deserto com oásis
Um labirinto com passagem
Uma felicidade indefinida
Uma essência colorida?

O amor é lágrima revertida em alegria
É viagem sem destino e sem roteiro
É desatino que equilibra as travessias.
É a magia que encanta o mundo inteiro.


Maria Helena Mota Santos

08/04/2010

LUZES PARA CAROL!!!

Hoje as luzes são para a Fofa que roubou a cena do meu dia me fazendo mais feliz!
Sou uma pessoa mais feliz porque você existe!
Destaco a Fofa para agradecer a todos os meus amigos que me ensinaram a trilhar a estrada da vida com mais alegria.
Bjs


Minha linda, o que é o amor? Ontem o seu texto terminava assim: Quando amar? Sempre que o coração pulsar... O texto do Lupo, terminava com: "Um beijo, deste ser imperfeito e cheio de defeitos, mas que ninguém no mundo tem o direito de dizer que não é capaz de amar." O meu texto tbm falava sobre amor, q descobri o amor do mundo em mim. Descobri o amor em pessoas como vc e ele. Fiquei pensando, pensando e acho que apesar de ter tanto amor no coração, eu não sei amar. Eu não sei ao menos explicar o q é o amor. E por isso tantas vezes me sinto um peixe fora d'agua. O seu poema é lindo. O de hj, o de ontem, todos que vc escreve. Consigo entender, mas não consigo compreender.Hj estou confusa.O Natal me lembra meu pai e eu acho q ele era a pessoa que eu mais amava. E não vou poder abraça-lo e nem falar td q eu gostaria a ele. Qd ele se foi, estava triste, pq acho q não conseguiu enxergar esse amor que eu tinha por ele, pq eu andava sem tempo p ele.Na confusão dos meus sentimentos, termino com um trecho de uma música do teatro mágico: "Eu não sei na verdade quem eu sou, já tentei calcular o meu valor..." Te amo Maria Helena. Vc é lindaaaaa

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Indagações


(Imagem-Google Imagens)

O que dizer?
Nem sempre se tem palavras
Quando calar?
Nem sempre se tem silêncio
Quando seguir?
Nem sempre se tem estrada
O que fazer?
Nem sempre se tem clareza
Pra onde ir?
Nem sempre há um lugar
Como ajudar?
Nem sempre se tem a forma
Quando mudar?
Nem sempre se tem coragem
Quando amar?
Sempre que o coração pulsar

Maria Helena Mota Santos

02/06/2010

ACONCHEGO

Meu querido Lupo, coloquei seu recadinho aqui bem pertinho da minha poesia, que já é nossa porque respingou em você, na Fofa..., não para fazer com que faça sol ou que os espelhos fiquem intactos , pois às vezes precisamos de mudança de estação. Coloquei só pra você saber que faça sol, faça chuva, caia raios...você tem um cantinho aconchegante no meu coração que poderá se abrigar incondicionalmente.
Amo você, meu amigo lindo, sensível, sábio, filósofo, poeta e, sobretudo, um ser humano generoso!
Se está chovendo aí e aqui está fazendo sol, poderemos deixar o dia nublado ou, quem sabe, ensolarado ou chuvoso, por que não?

Ai está o recadinho de Lupo e espero que ele fique bem vermelho de vergonha!rsrs



Oi Lena,

Sem amor, eu nada seria... Acredito nisso. Hoje chove aqui, e em tudo o que eu olho vejo chuva. Se eu fosse um pouquinho mais autêntico, quebraria meus espelhos.

Às vezes, como hoje, fecho os olhos para não enxergar... Não ouço, não sinto e não penso. Só amo, e isso me completa, me basta e me faz ser um pouco melhor do que eu sou.

Sua poesia é meu espelho hoje. Não sei nada, e - que triste - não quero nada. Só quero amar, não quero amor.

Bjo doce!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em companhia de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

Já não há mais vazio no lugar desocupado
Uma presença invisível faz companhia à solidão

Já não há mais solidão na companhia de si mesmo
A agradável intimidade abre um monólogo eficaz

Já não há mais busca incessante e intempestiva
A pausa entra no palco se vestindo de estratégia

Já não há mais dor que esperneia dentro d’alma
A tristeza se acalma com o desfecho da história

Já não há mais pressa de chegar lá no futuro
O presente é o bastante pra recriar cada momento

Já não há mais medo de perder uma batalha
A vitória é muito mais do que ganhar uma partida

Já não há mais medo de enfrentar a dor da morte
Pois morrer é escutar o pulso e não sentir mais emoção

Já não há mais medo de perder a liberdade
Pois ser livre é ter asa pra buscar o infinito

Já não há mais medo de viver intensamente
Pois a vida é um espetáculo sem roteiro e sem “script”

Maria Helena Mota Santos
29/04/2010

Meu querido Lupo,

Não há presente maior do que aquele que faz o coração sorrir.
Obrigada Lupo! Você acionou minhas emoções. Chove alegria no meu ser.
Obrigada pela linda homenagem!


FELIZ ANIVERSÁRIO MARIA HELENA


Quero nascer de novo
cada dia que nasce
"Quero nascer de novo cada dia que nasce.
Quero ser outra vez novo,
puro, cristalino.
Quero lavar-me,
cada manhã,
do homem velho,
da poeira velha,
das palavras gastas,
dos gestos rituais.

Quero reviver a primeira manhã da criação,
o primeiro abrir dos olhos para a vida.
Quero que cada manhã,
a alma desabroche do sono como a rosa do botão,
e surja, como a aurora do oceano,
ao sorriso dos teus lábios,
ao gesto de tua mão.

Quero me engrinaldar para a festa renovada
com que cada dia nos convidas
e desdobrar as asas como a águia em demanda do sol.

Quero crer, a cada nova aurora,
que esta é a definitiva,
a do encontro com a felicidade,
a da permanência assegurada,
a de teu sim definitivo."

(Chico Xavier)
Postado por Lupo, em homenagem ao meu aniversário no
http://pensamentosdolupo.blogspot.com

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Chamado


(Imagem-Google Imagens)

Vem!
Quero lhe mostrar o que já vi
Dê-me sua mão
Vamos tentar caminhar por aqui

Vem!
Você não nasceu para letargia
Pode confiar em mim
Serei sua companhia

Vem!
Eu quero lhe guiar
Até a tempestade passar
Já sei como se "brisa" o vento

Vem!
Não se culpe por não saber
O caos pode ser o caminho
Para a ordem acontecer

Vem!
Perdoe a dor por lhe fazer sofrer
Dê alforria para a nostalgia
E vamos em busca da alegria

Vem!
Permita-se pintar seus quadros
A vida é um pincel
Que sempre acorda ao seu lado

Maria Helena Mota Santos









Vejam a interação do meu seguidor número 100!!!!
O nome dele? José Vitor


Vou!
preciso ver o que ainda não vi
Dê-me sua mão
Vou viver tudo que não vivi.

Vou!
quero conhecer tal sorte
seguir uma direção
esbarrar-me tal Sul, tal Norte.
Vou! volutearei o coração.


Maria Helena, desculpe a brincadeira dos versos, deveria comentar e não dar uma de poeta, mas, teus versos estão lindos, me emboquei.

Obrigado pela amizade e pelo fato de ser o centésimo. Em mim também há um orgulho, você é das minhas primeira!

Estamos caminhando para as Boas festas

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Lembranças


(Imagem-Google Imagens)

Lembrei-me de vocês
Nem mesmo sei o motivo
Dois pontinhos luminosos
Embarcaram para a minha vida
Num voo em direção à terra
Repousaram no meu ventre
E me encheram de esperança
De ter duas novas crianças
Para enfeitar o meu jardim
Um irmãozinho aqui esperava
Seríamos cinco na nossa casa
Vocês se foram tão de repente
Só três meses no meu ventre
E partiram pra outra dimensão
Jorraram lágrimas sentidas
E muita dor no coração
Vejo-os em qualquer criança
Que toca na minha mão
Hoje acordei tão diferente
Sentia uma emoção urgente
Que chegou tão de repente
Daquela que não se pressente
Pensei como teria sido
Se vocês não tivessem partido
Pensei no meu filho
Que nasceu do meu ventre
Pensei nos meus vários filhos
Que nasceram do ventre do mundo
Agradecimentos
Divagações
Sensações
Pulsações
Reflexões
Recordações...
Que pena...
Não posso mais continuar
Já não consigo ver as letras
O meu teclado começou
A embaçar...

Maria Helena Mota Santos


Mais uma vez, meu querido Lupo, sua história se toca com a minha.
Tenho que fazer do seu comentário uma ramificação da minha poesia.
Comovente, sua história!
Depois você me cobra!


Oi Lena... Hoje conto uma parte minha aqui, posso?

Disse certa alguém que sou diferente porque não tenho o "deferente". Tentei duas vezes passar por um tal de tratamento... Punsaram-me, cortaram-me e na primeira vez sem anestesia! Doeu sabe? Esta dor no corpo demorou um mês para me deixar.

Não deu certo na primeira. Deu na segunda. Eram três crianças, que não suportaram o segundo mês e se foram. Doeu.

Esta dor dura até hoje, mas é uma dor serena, que se transformará num pedaço de amor no dia em que conseguir adotar minha pequena. Seu nome? Ainda não sei... Talvez Laura, ou Luara.

Bjo doce!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Partes


(Imagem-Google Imagens)

Se eu estou aqui e agora lhe percebo
No meu mundo há você e todo mundo
Quem não me vê me circunda e me ignora
Mas pode um dia atuar na minha história

De muita gente eu tenho partes sem saber
Se soubesse quem de mim tem uma parte
Eu iria procurar pra conhecer
E o meu vazio nessa busca preencher

Mas como o enigma é a chave de uma vida
Vou ter sempre por aí partes perdidas
E vou em busca dessas partes sem saber
Que toda busca é uma forma de aprender

E na busca das minhas partes espalhadas
Que estão com os passantes da estrada
Em cada encontro vou formando um novo elo
Pois ter amigo é na vida o que mais quero

Maria Helena Mota Santos

sábado, 18 de dezembro de 2010

Instante


(Imagem-Google Imagens)

No passar das horas
Que antecedem outro instante
Eu sou um pé adiante
Do que era antes
Sou a interrogação sem pausa
E a possibilidade das reticências
Não marco limites no caminho
O mundo é o meu ninho
Quando não estou nas alturas
A terra é meu porto seguro
Se desço pra superfície
O universo me chama
E algumas vozes clamam
Pra me vestir de infinito
Olho pro chão e fico zonza
Com a habitualidade da dança
Que rodopia no mesmo lugar
E quando olho pro alto
O meu ser já fez o traslado
E me chama pra voar

Maria Helena Mota Santos


Lupo, amei a frase! Empresta-me?

Meu porto seguro ainda não é o universo... Apenas eu sou um universo.


By Lupo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A flor da amizade


(Imagem-Google Imagens)

Homenagem a cada amigo que me empresta um pontinho
de luz para iluminar minha vida.
Sem vocês, eu não seria, apenas passaria!

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na solidão
Regada com toda lágrima
Que verteu do coração

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na euforia
Regada com meu sorriso
Que verteu da alegria

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei no desalento
Regada com a esperança
Que verteu do sofrimento

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na adversidade
Regada com todo apoio
Que verteu da amizade

Eu guardei a flor mais linda
Que plantei na gratidão
Para dar a cada amigo
Que me afaga o coração

Maria Helena Mota Santos


Linda interação da minha amiga, Carol(Fofa)


Maria Helena se plantou no meu coração
Regando com carinho e amizade
Transformando essa minha alma
num jardim de felicidade... rs

By Carol

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pequenina flor


(Imagem-Google Imagens)

Seria uma parte ingênua e romântica
Se não tivesse caído nas mãos do tempo
E não se fizesse dor e sofrimento
E renascesse para outro portal da vida

Seria apenas uma flor de asa pequenina
Que nem tomaria consciência que voa
E se prenderia ao chão por muito tempo
E não conseguiria ultrapassar fronteiras

Foi quando caiu nas mãos do tempo
Das dores e das tempestades
Que conheceu o sol mesclado com chuva
E a brisa misturada com ventania

Conheceu terras áridas e jardins
E espinhos morando em flores
Em busca da paz encontrou guerra
E conheceu as noites sombrias

Nas voltas que o mundo dá
Conheceu a luz e a sombra
Conheceu a imensidão e o vazio
E o rio que virou mar

Nas mãos sábias do tempo
Conheceu lugares imperdíveis
Fez-se canção todo tempo
Com as notas de cada momento

E a parte ingênua abriu asas
E agora voa pelos cantos do mundo
Com a leveza de uma águia
Em busca do eu mais profundo

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Será?


(Imagem-Google Imagens)

Do jeito que foi
nunca será
do jeito que teria sido
se não fosse

Do jeito que é
nunca poderá ser
do jeito que seria
se não tivesse sido

Do jeito que seria
Nunca teria sido
Se não fosse
Do jeito que é

Será que o que foi
teria sido
do jeito que é
Se não fosse?

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Travessia


(Imagem-Google Imagens)

Numa torrente de lágrimas
Providenciou uma travessia
Para a margem encantada do sorriso
As ondas chegaram ferozes
Cobriram o ser de nostalgia
Entre o naufrágio e a margem
Houve um encontro
Chorou um choro salvador
Com lágrimas de libertação
Enquanto as lágrimas caíam
E a dor sangrava no peito
Pensava com sabedoria
E pra si mesmo dizia
Lágrimas trazem asas
Lágrimas é o inverso da alegria
Assim foi construindo uma paisagem
Que enfeitou sua viagem
De lágrima, de sorriso e de alegria
Esperava cada dia
Com sua tempestade ou bonança
Esperava cada dia sem esperar
Esperava como quem sabe
Que se está num intercâmbio
No qual a realidade
É o prolongamento do sonho

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Nova pele


(Imagem-Google Imagens)

Não dava mais pra marcar aquele passo
Não dava mais pra seguir nesse compasso

Não dava mais pra olhar pro mesmo lado
Pois seu olhar já estava viciado

Não dava mais pra viver sem emoção
Não tinha prazer de pisar no mesmo chão

Não dava mais pra olhar e enxergar
De tanto que já tinha visto esse lugar

Não dava mais pra ouvir e entender
Usar a palavra já não dava mais prazer

Não dava mais pra sorrir com alegria
Já não tinha encantamento e magia

Não dava mais pra chorar as mesmas lágrimas
Novas torrentes por ali já transitavam

Não dava mais pra amar do mesmo jeito
Outro amor já pulsava lá no peito

Não dava mais pra viver sem direção
A bússola do infinito já estava em suas mãos

Maria Helena Mota Santos

UMA LINDA INTERAÇÃO DA MINHA AMIGA CAROL(Meu anjinho alado)


Não dava mais p aceitar o que feria
não dava mais p ter uma vida tão vazia
não dava mais, maria Helena
p ficar sem sua poesia

By Carol(Fofa)

domingo, 12 de dezembro de 2010

Fizeram festa no meu coração



Brota de dentro de mim
Uma emoção diferente
Que caiu no meu coração
Não tão de repente
Chegou como gotas de carinho
Em doses sutis e diárias
Numa cadeia mágica
Num fio imantado de amor
Que acendeu a luz do meu ser

Brota de dentro de mim
Uma infinita vontade de abraçar
Lá bem no centro do universo
Com todos os planetas em volta
Em companhia da lua e das estrelas
Com nuvens de algodão doce
Com pássaros e borboletas em volta
Sentada na cauda de um cometa
E os pensamentos fazendo piruetas

Brota de dentro de mim
Uma vontade infinita de agradecer
Com a emoção do infinito do meu ser
Com os meus melhores versos
E um coral com todas as vozes do universo
A dois seres extremamente especiais
Que só posso homenageá-los juntos
Pois não consigo separá-los
Sem que não sinta solidão

Brota de dentro de mim
Uma vontade de publicar
Na minha melhor voz
Na minha melhor poesia
Na minha melhor roupagem
Na minha melhor canção
Na minha melhor emoção
A faixa que tem no meu coração:
CAROL E LUPO, EU AMO VOCÊS!

Maria Helena Mota Santos

sábado, 11 de dezembro de 2010

Resgate de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

Sem sua própria companhia
Acompanhou-se da solidão
Mendigou sorrisos
Mendigou afetos
Mendigou amor

Ficou de peito aberto
Com o coração à mostra
Na vulnerabilidade do mundo

Como se sentia só
Em sua própria companhia
Mergulhou em sua alma
E quase se afogou nas mágoas
De uma tristeza arrebatadora

No mergulho encontrou a senha
Que liberou partes presas
Nos grilhões da inadequação

E em sua própria companhia
Criou sua própria arte
E se fez seu próprio brinquedo
Fazendo encaixes perfeitos
No jogo de cada dia

E hoje dança com leveza
Buscando suas próprias certezas
Nas asas da poesia


Maria Helena Mota Santos


Minha gente , o comentário de Lupo precisa ficar entranhado na minha poesia!Que emocionante! Estou em asas! Não consigo aterrissar!

Não sei qual é minha preferida de todas as suas criações, mas esta está entre as que mais gosto, com certeza.

Não me identifico só como personagem, mas também como alguém que pensa da mesma forma, e que também procura compartilhar esse pensamento com o mundo.

Maria Helena, nem eu nem você somos os donos da verdade, mas percebendo as nuances comuns dos nossos versos, é fato que temos muita coisa para mostrar (e aprender é claro) neste universo. Eu me sinto seu aprendiz, e amo isso!

Pra mim, seu blog não é apenas um adendo da minha própria casa e nem somente um lugar onde a arte, a inteligência e a sensibilidade predominam (não só em você como também nos seus visitantes).

Para mim, seu blog é principalmente um lugar de utilidade pública, que deveria ser divulgado pelo governo brasileiro para que muitas e muitas pessoas tivessem acesso a suas palavras. O brasileiro não é burro, só não tem oportunidade. Eu acredito muito na palavra, e a sua é uma das melhores.

Você combate com unhas e dentes (e de forma estupenda) o mal do século, e nem sei se tem consciência disso.

Bjo grande!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cores da vida


(Imagem-Google Imagens)

(Escrevi Cores da vida, especialmente, para as pessoas que, em contraste com as cores e alegria do Natal, sentem-se num quadro, de cores pálidas, que torna a vida apática.)

Há um quadro pintado em mim
Com uma cor que não planejei
Como mudar o quadro agora
Se com a cor eu não me encantei?

Fiz meu desenho com traços suaves
E um bordado com as linhas do tempo
Fui pintando os espaços vazios
E colorindo todos os momentos

E agora há uma cor neutra e fria
Que destoa com todo meu ser
Eu pintava um dia de sol
E o sol resolveu se esconder

A cor fria não encanta minha alma
Ela fez a minha luz se esconder
Eu preciso encontrar uma forma
De novamente minha luz acender

Vou misturá-la com verde-oliva
E uma alquimia eu vou realizar
Vou retocar os espaços sem vida
E novamente o sol vai brilhar

Maria Helena Mota Santos

É impossível, para mim, não colocar o que Lupo escreveu como ramificação da nossa poesia.

Nossa obra-prima vamos pintando um pouquinho a cada dia com as pinceladas que escolhemos...

Mas não é que temos um limite de cores que podemos usar a cada dia? Tem gente que só tem o azul e o amarelo, mas nem por isso deixa de pintar o verde!

Outras não tem o rosa, mas emprestam um pouquinho do vizinho para criar uma bonita aurora!

Outro dia conheci uma pessoa que só tinha o preto, então o que ela fez? Pintou a tela toda, mas deixou de pintar o lugar da lua e os das estrelas. Sua idéia era a de completar a paisagem num outro dia, quando ela tivesse outras cores disponíveis... Mas sabe que mesmo antes de pintar esses astros o quadro já tinha ficado bonito?

Sabe Maria Helena, eu viajo nos seus versos!

Olha em mim, pois o "eu" que está vendo,
Não é esta figura em preto e branco:
Escondo, num tom cinza, o meu encanto,
Mas há cor aqui dentro do meu peito. (Lupo)

Bjo querida!

O que Talles escreveu, no comentário, faz interação com as cores da vida.

"...saiba que quando a vida está com cores pálidas
pegamos doi baldes de vermelho e de azul e jogamos em cima
e formamos
lilasés
nas nossas vidas..."

By Talles Azigon

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Saudade


(Imagem-Google Imagens)

Ando de frente pra vida
Mudando minha roupagem
Pinto as tristezas de cores
Meu acessório é a saudade

Saudade é sempre a ausência
De uma presença querida
Só quem preencheu espaços
É quem tem saudade na vida

Saudade de quem se foi
Saudade de quem não veio
Saudade da esperança
De ser feliz por inteiro

Saudade de abrir as asas
E voar sem direção
Saudade de ter saudade
Bem dentro do coração

Saudade de uma criança
Que no tempo se perdeu
Saudade de brincar de roda
E de achar quem se escondeu

Saudade da fantasia
Que alicerça a realidade
Saudade é dor de amor
Que chega em qualquer idade

Saudade me acompanhe
Só não obstrua meus passos
Saudade, eu lhe aceito
Venha aqui, quero um abraço

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

À minha amiga Sônia Cristina


(Imagem-Google Imagens)

Numa via casual
Do universo virtual
Ela se fez presente
Na minha cena diária
Eu cliquei na sua foto
Num fascínio inexplicável
Por aquele rosto suave
Que mesmo com um sorriso
Refletia a intensidade
Da presença de uma dor
Cheguei em sua casa
Encontrei a porta aberta
Entrei e me fiz presente
Sem bater nem anunciar
Encontrei uma mulher
Vestida de poesia
Que exalava sua dor
Sem perder a simpatia
Trazia um filho no colo
Chorava o amor que partiu
Para uma outra dimensão
Deixando um infinito vazio
O seu coração sofrido
Chorava o amor que se foi
E com o seu filho ao lado
Fazia malabarismo
Na corda bamba da dor
Quisera ser um curativo
Para cicatrizar sua ferida
Quisera ser um linimento
Para aplacar seu sofrimento
Como não tenho o poder
De curar sua nostalgia
Fiz uma prece infinita
Nas asas de uma poesia

Maria Helena Mota Santos

SOBRE SÔNIA CRISTINA

Conheci Sônia Cristina, no dia 01 de dezembro de 2010,de uma forma bastante inusitada. Acessei o blog de Leonardo B. ,um poeta que segue o meu blog, e, dentre seus vários seguidores , eu tive um fascínio especial pela imagem dela. E daí nasceu um encontro que o universo programou.
Seu blog http://sniacristina.blogspot.com A História de Santhiago

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Luzes do Natal


(Imagem-Google Imagens)

Eu passava por ali
Passos lentos
Distraída
Pensando na vida

Ele estava lá
Deitado na calçada
Na penumbra da noite

Cabeça apoiada num bornal
Barbas compridas
Pele morena
Roupas surradas
Cabelos opacos
Silhueta magra
Olhos fechados
Rascunho de gente

Olhei para a praça
E as luzes piscavam
Anunciando o Natal

Enquanto a sua luz apagava
As luzes do Natal reluziam

As luzes anunciavam o Salvador
E ele precisava de salvação

As luzes anunciavam confraternização
E ele precisava de um pedaço de pão

As luzes anunciavam o amor
E ele precisava de um cobertor

As luzes intensificavam afetos
E ele precisava de um teto

As luzes anunciavam o Redentor
E ele precisava de amor

Enquanto a sua luz apagava
E as luzes do Natal reluziam
A sua esperança tirava férias
E a solidão assumia o posto

Estava ali naquele dia
Não sabia onde estaria no outro
E as luzes do Natal que reluziam
Só encandeavam seu rosto

Maria Helena Mota Santos




Não me é possível deixar de destacar o comentário do meu querido amigo Lupo.
As ponderações e informações que ele nos passa é de muito interesse para que sejam amenizadas as mazelas da vida.
Mais uma vez, obrigada Lupo!
Bjs


Oi querida!

Desigualdade social, falta de oportunidade, desvio comercial do sentido do natal (amor, fé, caridade, comunhão...), tantas coisas podem ser vistas nessa sua poesia.

Não pude deixar de reparar a ligação forte deste texto com o meu "Do Outro Lado da Calçada" e principalmente com a maravilhosa crônica feita ontem pela Fofa "Papai Noel no Brasil".

Apesar de mostrar uma realidade dura e dolorida, adorei sua poesia e penso que todos devem lê-la com o coração, imaginar a cena e principalmente se colocar no lugar deste senhor, imaginar sua história e o que o levou a chegar a este ponto. Também penso que muitos de nós podemos fazer "um pouquinho a mais", sem esperar pelo governo (apesar de ser sua obrigação). Existem diversas ONGs nas cidades que ajudam os excluídos, não só os indigentes.

Em Santos, cito a ACAC e a TAMTAM. Quem quiser mais informações pode entrar em contato comigo. A Carol (que certamente comentará seu texto) também pode falar algo da instituição que ela ajuda.

Fico muito feliz quando vejo esses laços de pensamento nas coisas que escrevemos. De formas diferentes, percebemos as mesmas coisas, olhamos para a mesma direção.

Um beijo grande querida!



Comentários de Carol do Blog da fofa

Impossível não chorar diante de um comentário que é pura poesia da realidade.
Quero compartilhar, com cada um de vocês, a pessoa maravilhosa que conheci no mundo virtual! Minha amiga Carol, do blog da fofa(http://carolcorderosa.blogspot.com) , é imperdível!
Sou sua fã, minha querida! Bjs


Ah Maria Helena, até me arrepiei. Sei que "ele estava lá deitado nas calçadas" representa um conjunto dos "eles que existem nesse mundão". Mas, o "rascunho de gente" do seu poema, me lembrou um rascunho que eu conheci pessoalmente, que já era um senhorzinho. Eu tinha uns doze anos, e roubava comida da geladeira da minha mãe com um copo de coca-cola, e todo dia levava pra ele. Em um desses dias, o último que eu o vi, ele fez para mim dois desenhos, um do meu rosto, o outro do "Charles Chaplin". Como o Lupo disse todos têm uma história e a dele era muito triste... As vezes me pego pensando o que será que aconteceu com aquele rascunho, mas ainda guardo os desenhos da despedida. No caso das Ongs, a que eu trabalho ajuda dependentes químicos, que se tornaram escravos de substâncias químicas por não aguentarem conviver com a própria realidade. Identifico-me com eles. Não uso drogas ou qualquer coisa do gênero, mas criei o meu mundinho cor de rosa, por não aceitar a vida como ela é... Maria Helena, o nosso encontro de almas acho que vem se repetindo por várias vidas. Linda a forma como sentimos as coisas do mesmo jeito e nos expressamos com a mesma dor ou alegria. Amei o seu poema, "viajei" nele. Sua sensibilidade a flor da pele, suas comunidades do orkut (participo inclusive da "Estrela Maria Helena")só me aumentam o desejo de conhecer essa pessoa tão linda, tão pura que é você. Já te amo, minha amiga.Baijos no seu coração.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Alegria


(Imagem-Google Imagens)

Sorria,como nunca tinha sorrido antes
Sua alegria molhada de "lágrimas sorridas"
lavava o templo ressecado das emoções
Não imaginava que chegaria o tempo de sorrir
em horas tão impróprias
Não imaginava que se renderia tão cedo
ao fascínio do sorriso
num tempo de erosão interior
Não imaginava que a alegria viria ao seu palco
na imprevisibilidade de um momento
A alegria não estava escalada para a cena
Veio com uma roupagem multicolorida
embelezando o preto e branco do cenário
Chegou sorrindo
e foi sugando as lágrimas torrenciais
Sorria , como nunca tinha sorrido antes
Sorria para os acompanhantes indesejáveis
Sorria pra si mesma
Sorria de si mesma
Sorria pro mundo
Sorria do mundo
Sorria pra tristeza
Sorria pro sofrimento
Sorria sem nenhum motivo especial
Apenas sorria...

Maria Helena Mota Santos

domingo, 5 de dezembro de 2010

Emoções adormecidas


(Imagem-Google Imagens)

As emoções estavam adormecidas
Num cantinho esquecido do ser
Despertaram com banhos de chuva
Que caíram logo ao amanhecer

Uma emoção foi tocando a outra
E assustadas ficaram em fila
E com a rapidez de uma águia
Acionaram sensações esquecidas

Foram preenchendo os espaços
Dominaram o portal da razão
Um grito de vitória se ouviu
Quando chegaram até o coração

Morando num órgão vital
Sentiram-se fortes de fato
Ditaram suas ordens ao ser
Que estava bem fragilizado

Ficaram impregnadas na pele
O maior órgão existente no ser
Queriam dominar toda área
Pois, o mundo, queriam rever

Finalmente quando conseguiram
Trazer à tona o eu mais profundo
Aliadas com as emoções latentes
Encenaram sua peça pro mundo

Desfilaram causando espanto
A plateia foi o pano de fundo
Uma catarse coletiva aconteceu
E extravasaram a sede de mundo

Depois que encenaram a peça
Retornaram para o interior
Já não tinham a mesma roupagem
Vestiam-se agora de amor

Maria Helena Mota Santos

Querido Lupo, seus comentários são partes adormecidas em mim que acordam nas suas palavras.
Pode parecer redundância, que importa?
O que importa é deixar sua interação ramificando na minha poesia pois fiquei acometida de emoção, quando li:

Haverá um dia em que todo sentimento humano trará consigo pelo menos uma parte de amor maior. Neste dia, até as tristezas serão felizes.
(By Lupo)

Não há como minhas tristezas não serem felizes com um amigo como você!

Beijos!


Que linda interação da poetisa Catiaho.
Obrigada, querida!

E assim a vogal
se junta a consoante.
Sílabas a outras
vão se juntando,
então surgem as frases
e delas o versos
então como aurora
se faz dia
o texto
poema se faz...
assim é viver em poesia

sábado, 4 de dezembro de 2010

A criança e eu


(Imagem-Google Imagens)


Uma criança
Me chamou
Pra cirandar
Puxou minha mão
E me emprestou
O seu olhar

Disse-me:-Vem!
Eu vou mostrar
O que é a vida
Sente ao meu lado
Respire fundo
Não se aflija

Solte o corpo
Libere a mente
E se permita
Solte os grilhões
Não se acorrente
Isso é a vida

Só quem é livre
Pra cirandar
Com os momentos
Já descobriu
Como se cura
Um sofrimento

Venha comigo
Olhe pro céu
Veja as nuvens
Elas cirandam
Com a cor do céu
Não se confundem

Olhe pro mar
Sinta a areia
Pule as ondas
Tenha coragem
De se soltar
Não se esconda

Agora sorria
Dê uma gargalhada
Invente uma dança
E mergulhe fundo
Na sua alma
De criança

Faça piruetas
Sinta a brisa
Vamos correr
E nesse embalo
Vai descobrir
O que é viver

Maria Helena Mota Santos

Querido Lupo, perdão!
Utilizei seu comentário pra fazer interação
com a minha poesia que agora é nossa.

Quero mais é pular
e fazer piruetas
em cima da cama!
E fazer um bolo
bagunçando
a cozinha
e a casa toda!
E quem sabe,
encontrar alguém
e brincar de amarelinha?

By Lupo


Linda interação de Guará Matos

Então vamos cirandar...
De mãos dadas
Na roda, rodar.


Obrigada!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Meu retrato


(Imagem-Google Imagens)

Abandonei um par de lentes
Que ganhei lá no passado
Com elas eu via o esboço
Do meu retrato borrado

As lentes do meu passado
Tinham manual de instrução
Que prometia com o tempo
Aperfeiçoar minha visão

Usando as duas lentes
Tive meu olhar viciado
Eu seguia só uma reta
Nem olhava para o lado

Um dia lá pela noite
No colo da solidão
Meus olhos indignados
Fizeram revolução

Foram noites mal dormidas
E dias mal acordados
Mas a rebelião aconteceu
E as lentes se ajustaram

Olhei nos olhos do tempo
E com alegria percebi
Um retrato bem pintado
Que a vida fez de mim

Nunca tinha me visto antes
Da forma que vejo agora
Sou um retrato pintado
Com as tintas de cada hora

Hoje busco as minhas tintas
Pra pintar os novos quadros
Vivo nas asas do universo
Criando meus matizados

Maria Helena Mota Santos


OBRIGADA, TALLES AZIGON!

Hoje acordei com um matizado bem bonito proveninete das tintas felizes que ganhei do meu amigo Talles no dia de ontem.
Com as tintas de um coração sensível e generoso ele me fez um afago poético postando no seu blog(http://tallesazigon.blogspot.com) a minha poesia, que já é nossa,"Desafio".
Talles, hoje envio pra você uma porção de tinta da gratidão, outra da emoção e uma porção maior da minha amizade.
Obrigada por existir e pincelar o quadro da minha existência com a marca da seu talento, sabedoria e amizade.

Um abraço pintado das minhas melhores emoções!

Maria Helena

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A luz e a sombra


(Imagem-Google Imagens)

Você que me habita
É a sombra do que fui
E a sombra do que sou
Você que me habita
É também a minha luz
E a luz que se apagou
Você que me habita
É a minha companhia
E também a solidão
Você que me habita
É a minha salvação
E também a perdição
Você que me habita
É a minha incompletude
E a minha perfeição
É o positivo
É o negativo
É o verso
É o reverso
É o atalho
É o caminho
E também é a certeza
De que nunca estou sozinho.

Maria Helena Mota Santos

Linda interação, em forma de comentário, do meu querido amigo Lupo

Você que me habita é quem eu olho no espelho quando atravesso a minha casca com um olho do coração e outro da mente. Posso jurar que você que me habita, que amo e odeio tanto, é até mais eu do que eu mesmo.

By Lupo

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Comemoração: Trezentas postagens!


(Imagem-Google Imagens)

Hoje comemoro trezentas postagens.
Aqui todos os sentimentos se transformaram em poesia e foram pintados com as tintas do meu coração e brincaram de ciranda comigo e com todos que acessaram o blog.
Agradeço a cada um que, com sua luz, iluminou o meu ser para que fluísse a poesia que mora em mim.
A vitória é nossa!
Obrigada!

Acabo de receber um presente lindo, em comemoração ao post 300, de um filho, do ventre do mundo, que eu amo muito!
O nome dele? Danilo Aguiar de Melo.

FEVEREIRO de 2010
: O sol brilhou mais intenso. Uma fada descobriu que tinha um estoque ilimitado de RAIOS DE SOL e começou a distribui-lo pelo universo. A partir daí aprendemos muito.

MARÇO: Aprendemos que na CORRIDA DA VIDA a partida começa na rua da saudade e a chegada é lá na rua da esperança.

ABRIL:
Aprendemos a andar em COMPANHIA DE NÓS MESMOS

MAIO:
Todos agora entendemos que na vida OS CICLOS SE ABREM E CICLOS SE FECHAM.

JUNHO:
Em plena copa, a lição foi de que Ser brasileiro é ser uma canção alegre mesmo nas notas tristes

JULHO:
Chegamos à conclusão de que Quanto mais oferecemos flores que nosso caminho fica florido.

AGOSTO:
Com as lições das crianças entendemos que É preciso, quando possível, se despedir de momentos tristes com a leveza de uma criança e a rapidez de uma águia.

SETEMBRO:
Me emocionei ao entender que Partes de mim são casulos Que preparam o momento De ser borboleta no mundo.

OUTUBRO:
Pegamos carona nas asas de um anjo e conhecemos a perfeição

NOVEMBRO:
DESCOBRIMOS ALEGRES E REFLEXIVOS QUE SOMOS LUZ E SOMBRA E QUE SE RECUSARMOS UMA CENA, O TEATRO SEGUIRÁ SEM NÓS.

DEZEMBRO:
Ainda não li a poesia, mas sinto uma certeza em meu coração: APRENDEREI MUITO COM ELA PORQUE SÃO ESCRITAS COM TINTAS DE AMOR EM PAPÉIS DE SABEDORIA NOS CADERNOS DA FELICIDADE.

MEUS PARABÉNS PELO POST 300. QUANTAS AMIZADES MARAVILHOSAS NASCERAM DESTE BELÍSSIMO BLOG, HEIN? QUE ELE SEJA CADA DIA MAIS ABENÇOADOR E QUE GANHE O MUNDO.

HOMENAGEM DO BLOG DA FOFA

Fiquei imensamente feliz de ter recebido de Carol, do Blog UM UNIVERSO COR DE ROSA(Blog da Fofa) http://carolcorderosa.blogspot.com, um selo pelo fato de O Pintando o sete com a vida ser um dos blogs da sua preferência.
Obrigada querida amiga Fofa. A comemoração também é sua!



EIS A PRIMEIRA POESIA DO MÊS DE DEZEMBRO!

DESAFIO


(Imagem-Google Imagens)

O que dizer diante de um labirinto?
O que dizer diante do que não sei se sinto?
O que dizer diante do que pressinto?
O que dizer diante de uma interrogação?
Que sentimento colocar numa canção?
Como falar de asas pra quem está numa prisão?
Só se eu falar das asas da imaginação
E cada dia for uma nota de uma canção
E a interrogação se transformar em exclamação
E não trilhar os caminhos da previsão
E voar livre independente do que sinto
E encontrar a saída do labirinto
E de braços abertos voar pro infinito

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Nas asas de uma criança


(Imagem-Google Imagens)

E se amanhã eu acordar
E tudo for diferente
Se o azul for amarelo
E se o sol for arco-íris?

E se amanhã eu acordar
E tudo estiver igual
Se o verde for esperança
E se o branco for a paz?

E se amanhã eu acordar
E não houver igual ou diferente
Se o nada não existir
E se o tudo for ausente?

E se amanhã eu acordar
E não tiver mais lembranças
Se eu começar a minha vida
Nas asas de uma criança?

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Descoberta


(Imagem-Google Imagens)

Acordei num teatro
Deitada num tablado
Chamado vida

No desenrolar das peças
Onde cada dia é um ato
Fui fazendo descobertas

Descobri a cada passo
Que não sou nada sem o todo
E o todo sente falta de mim

Descobri que sou única
Que de mim não há réplica
Mas sou interligada ao todo

Descobri que sou uma letra
Contida dentro de um verso
Do poema Universo

Descobri que sou cúmplice
De todas as cenas exibidas
No teatro que é o mundo

Descobri que sou luz e sombra
E que se eu recusar uma cena
O teatro seguirá sem mim


Maria Helena Mota Santos

domingo, 28 de novembro de 2010

Fundo do poço


(Imagem-Google Imagens)

Caiu no fundo do poço
Da sua própria solidão

Experimentou o vácuo
E encheu o vazio da alma

Arou o terreno baldio
E preparou o plantio

Aprendeu a prever
Tempestades iminentes

Aprendeu a se abrigar
Nas horas dos vendavais

Do lugar improvável
Fez brotar um jardim

E as flores cresceram
Buscando a direção do sol

Quando a chuva caía
Elas se erguiam viçosas

As flores não se curvavam
Erguiam-se à procura da luz

E quando encontraram a saída
Floresceram enfeitando a vida

Maria Helena Mota Santos

O comentário do meu amigo Lupo transcendeu e fez ramificação na minha poesia.

Imaginei agora, por algum motivo, uma criança plantando uma flor sem colocar a semente, que não tinha. Foi regar todos os dias aquele pedaço de terra, e passou anos esperando que ela brotasse. Um dia uma flor brotou, pois o cuidado da criança fez a terra fértil, e o vento tratou de colocar a semente que faltava. Aquele espaço ficou com tanto amor! E agora, além de amor também tem uma flor. Pelo menos na minha imaginação rs...

Obrigada Lupo

sábado, 27 de novembro de 2010

Celebração


(Imagem-Google Imagens)

Queridos companheiros da estrada da vida,

Hoje quero compartilhar, com cada um de vocês, uma vitória que é nossa.

Há alguns dias atrás fiz a inscrição da poesia Partes de mim para participar de um Concurso de Poesia na Oficina da Palavra com inscritos de Portugal e de todo Brasil.

Ontem , felicíssima, constatei que eu, dentre os cinco vencedores, fui a primeira colocada, ou melhor, nós fomos!

Vencemos, pois eu não cheguei aqui só!

Eu sou mosaico de partes das contribuições das pessoas que passaram no meu caminho.

Não importa se me deram amizade, alegria, dor, amor, companheirismo, cumplicidade, decepção , carinho...

O que importa é que cada uma deu o que foi possível no momento, diante das circunstâncias.

O que sei é que todos foram importantes para mim e me ajudaram a ser quem eu sou.

Quero, no meio do universo que me acompanha, destacar a amiga Betty Gaeta pois foi a partir do seu olhar para a poesia Partes de mim que eu fiz a inscrição no Concurso.

Ela publicou a poesia no seu blog e, a partir daí, a poesia ganhou uma luz especial.

Percebo que a amiga Betty tem o dom de transformar tudo o que toca em algo reluzente.

Através de Betty, quero agradecer a cada um que faz parte do meu caminho, seja qual for o seu papel.

Quero, também, agradecer, através de CATIAHO, à OFICINA DA PALAVRA por ter promovido o Concurso.

Eis o resultado divulgado ontem.

CONCURSO DE POESIA OFICINA DA PALAVRA 2010 COM INSCRITOS DE PORTUGAL E DE TODO BRASIL

1º Lugar: MARIA HELENA MOTA-
Texto Partes de Mim
2º Lugar: CELIA RIOS-
Texto Ponto de Partida
3º Lugar:DANY BORGES-
Texto Vida
4º Lugar:LAURIMERI-
Texto Quem Sou Eu
5º Lugar:ROBERTO STABEL-
Texto Notívagos




EIS A POESIA


Partes de mim


(Imagem-Google Imagens)


Partes de mim estão livres
E fazem redemoinho
No vento das emoções

Partes de mim são aladas
E se emparelham com o tempo
Nas asas da imaginação

Partes de mim são partidas
Que enfrentam tempestades
Em busca de um novo sol

Partes de mim são como águias
Que voam sempre mais alto
Em busca do infinito

Partes de mim são casulos
Que preparam o momento
De ser borboleta no mundo

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Alegria


(Imagem-Google Imagens)

Lupo disse:No final, tudo acaba bem. Hoje recebi uma ótima notícia que me deixou muito feliz. Quero compartilhar o fato contigo pois esta notícia foi um presente para mim. Penso que eu estar feliz faz as pessoas que gostam de mim felizes também =)

Bjo grande na alma!


A minha postagem de hoje é uma forma de compartilhar
com a felicidade do meu querido amigo LUPO.



Alegria é um pássaro de asas abertas
Que voa com a leveza de uma pluma

Alegria enxerga sol em tempestade
E transforma a vida numa aquarela

Alegria é uma estrada linda e luminosa
Que tem flores entre as pedras do caminho

Alegria é uma luz caleidoscópica
Que ilumina e matiza a cor da alma

Alegria é uma luz que vem de dentro
É a paz pousando num momento

Alegria é um sentimento infinito
É um pássaro que pousa no paraíso

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O fantasma de si mesmo


(Imagem-Google Imagens)

O duelo começou
Não se pode adiar
O fantasma onipresente
Traz sintoma recorrente
Contamina qualquer sonho
Construindo um pesadelo
Assume todos papeis
Comanda toda ação
Dita todas palavras
Controla o pensamento
E exacerba o sofrimento
Sem haver consentimento

O duelo começou
Não se pode adiar
O fantasma se apresenta
Usa o medo como arma
Se agiganta e se disfarça
E se reveste de poder
Mas o eu se desconstrói
E se coloca em pedaços
E em meio ao próprio caos
Encontra a peça principal
E brota uma força infinita
Que faz o resgate da vida

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ombro amigo


(Imagem- Google Imagens)

Não precisa falar
Eu escuto seu som
Eu empresto meu ombro
Para ser seu divã

Não precisa dizer
O que não pode explicar
Se experimentar labirintos
Eu prometo lhe achar

Fique aqui ao meu lado
Nada vou perguntar
Sou o silêncio e a fala
Sou o que precisar

Não contenha as lágrimas
Libere toda emoção
Solte os gritos latentes
Presos no seu coração

Sou a amizade sincera
Sua felicidade desejo
Sou a palavra amiga
Sou o reflexo no espelho

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A máscara do eu


(Imagem-Google Imagens)

Vesti-me de flores
Pra atrair a alegria
Andei pelo mundo
E me fiz fantasia

Coloquei uma máscara
Que meu rosto escondeu
Caminhei pela vida
Buscando o meu eu

O eu rebuscado
De tanta inferência
O eu maltratado
Pela obediência

O eu remexido
Pelas dores sentidas
O eu naufragado
Nas lágrimas contidas

Escutei minha voz
E de frente me olhei
Eu era tão simples
E me compliquei

Agora sou várias
Nenhuma delas sou eu
Preciso encontrar
O que em mim se perdeu

Tirei minha máscara
E no espelho me olhei
Examinei o meu rosto
E não me encontrei

No reflexo do espelho
Encontrei uma menina
Que não mais chorava
Que não mais sorria

Peguei-a no colo
E embalei o seu sonho
Ela mora comigo
E não mais a abandono

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Palavra


(Imagem-Google Imagens)

Era apenas uma palavra
Que adormeceu verso
E acordou poesia
Fez-se estrofes
E espalhou alegria
Palavra embalada
Palavra adormecida
Palavra sonhada
Palavra sentida
Palavra poética
Palavra feliz
Palavra serena
Palavra mágica
Palavra afável
Palavra amiga

Era apenas uma palavra
Que sugou o néctar
De uma flor
E se tornou um jardim
Enfeitou as estradas
Desencadeou emoções
Falava do sim
Falava do não
Falava do céu
Falava do mar
Falava da tristeza
Falava da alegria
Falava de bonança
Falava de paz
Falava de paixão
Falava de amor

E era apenas
Uma palavra

Maria Helena Mota Santos

domingo, 21 de novembro de 2010

Discutir relação


(Imagem-Google Imagens)

Hoje chamei minha vida
Pra discutir relação
Queria saber como estava
Essa nossa parceria
Se foi assim que planejou
Na terra a sua estadia

Ela falou dos grilhões
Que eu a ela impusera
Eu vivia na realidade
E ela na fantasia
Que se sentia muito só
Sem a minha companhia

Eu escutei atentamente
Seu desabafo sincero
Depois fiz uma reflexão
Sobre o que ela me dizia
Então lhe dei um abraço
E uma carta de alforria

Ela ficou tão surpresa
E um belo sorriso me deu
Com uma imensa euforia
Nem um minuto esperou
Pra viver novos momentos
Bateu asas e voou

Parti ao seu encontro
Mas não mais a alcancei
Ela então me esperou
Pediu perdão pela pressa
É que a liberdade a encantou
E a fez voar tão depressa

Segurou-me no seu colo
E de mãos dadas partimos
Levando apenas os sonhos
E o amor que sentimos
Em busca do horizonte
Seguimos nosso destino


Maria Helena Mota Santos

sábado, 20 de novembro de 2010

Mundo Paralelo


(Imagem-Google Imagens)

Viver num mundo
Plantar jardins
Distribuir flores
Abrir os braços
Ser puro afago
Pisar em solo firme
Fechar a guarda
Confiar na exatidão
Da amizade
Da lealdade
Da cumplicidade
Da felicidade
E perceber
Com assombro
O mundo paralelo
Da sombra
Do sofrimento
Da competição
Da inexatidão
Da imprecisão
Da incerteza
E inexoravelmente
Perder a leveza
Perder a ingenuidade
Perder a afabilidade
Perder-se dentro de si
E se descobrir
Como parte de um plano
E experimentar
A perplexidade
A decepção
A crueza da dor
A solidão
E mesmo assim
Não sucumbir
Não desesperar
Não perder a fé
Respeitar
Silenciar
Juntar as partes
E seguir

Maria Helena Mota Santos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dilema do cotidiano


(Imagem-Google Imagens)

Domingo passado, em torno das treze horas, estava me dirigindo ao aeroporto para levar uma amiga, do Rio de Janeiro, que estava em minha casa.
Numa avenida próxima à minha casa percebi um aglomerado de pessoas.
Pensei: um acidente!
Acertei!
Era um acidente de um carro com uma moto.
O meu olhar foi parar num olhar de uma senhora, aproximadamente sessenta e cinco anos, que estava no acostamento sentada num banquinho improvisado e com um corte na cabeça que sangrava.
Uma emoção me tomou rapidamente!
O meu olhar no olhar dela se encaixou!
Nada mais enxergava: só o olhar dela e o meu!
Um olhar de solidão , de um medo traspassado, de um silêncio inexpressivo, de um abandono ao acaso, de um coma temporário.
Ela não reclamava de dor, não chorava, só esperava.
Provavelmente, passou por tantas dores que aprendeu a enfrentá-las com resignação.
Imaginei que ela esperava o SAMU para levá-la ao hospital.
O que eu poderia fazer?
Tive vontade de tocar na sua mão e dizer: vai ficar tudo bem!
Percebi que não poderia fazer nada a não ser ficar do ladinho dela para acalentá-la com palavras de esperança , enquanto o socorro não chegava.
E a minha amiga, perderia o voo?
Que dilema!
Venceu minha amiga!
E a senhora ficou como sombra me acompanhando.
Aquele olhar não me abandonou até agora.
Lembro-me do seu vestido rosa, seu sapatinho preto e baixinho, seu cabelo preso para trás e, sobretudo, a expressão da sua face.
E agora várias perguntas me acompanham:
O que será que aconteceu com ela?
Estará em sua residência?
Estará internada?
Teve alguma sequela?
Sobreviveu?

Maria Helena Mota Santos

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Ando na vida


(Imagem-Google Imagens)

Ando na vida
De fronte erguida
Olhar bem sereno
E não olho pra trás
A chuva que cai
Não molha minha alma
Só lava os ciscos
E me deixa em paz
O sol que me chega
Apenas me aquece
E ilumina o meu dia
E não me esmorece
Só olho pros lados
Pra ver poesia
No lugar da tristeza
Eu ponho alegria
Ando sem pressa
Mas não ando lento
Sou parte da brisa
Sou filha do vento

Maria Helena Mota Santos

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Da minha janela


(Imagem-Google Imagens)

Da minha janela posso ver
Uma senhora numa rua distante
Blusa preta e saia cinza
Cabelo preso
Sandália rasteira
Passos lentos
Aparente solidão à bordo
Parece levar consigo
Lembrança das suas dores
Lembranças dos seu amores
Lembranças da juventude
Lembranças dos dias felizes
E tantas lembranças perdidas
No arquivo das recordações
Andar de quem rema com a vida
De quem parece não saber o destino
Andar de “tanto faz”
Indiferente ao meu olhar
Sem mesmo saber que eu existo
Ela continua seguindo
Não leva uma bolsa
Não leva bagagem
Mas não parece ter leveza
Não aparenta ter acordo com a paz
Fico observando seus passos
Dela, nada sei
Dela, eu apenas sei
Que segue em frente e nada mais.

Maria Helena Mota Santos

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Silêncio


(Imagem-Google Imagens)

Silêncio que pousa na alma e me equilibra
E faz conexão com as energias
do infinito
É o silêncio onde as palavras adormecem
E sonham em silêncio na imensidão
do paraíso

Silêncio que me arrebata para a paz
E me leva a passear nas nuvens
em pensamento
É o silêncio que não me rouba a alegria
E me faz aprender lições
sem sofrimento

Silêncio que quando chega é companhia
E me faz refletir e ponderar
sobre o meu ser
É o silêncio reflexivo e indolor
É o silêncio que transforma
e faz crescer

Meu silêncio salvador
onde é a sua casa?
Dá-me a chave da entrada
E me ensina a viver
Empresta-me a sua asa
Eu não quero mais sofrer

Maria Helena Mota Santos

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A rosa e o botão


(Imagem-Google Imagens)

Meu jardim era um dos mais lindos
Várias flores cresciam formosas
Veio um vento inesperado e veloz
E feriu a mais linda das rosas

O vento forte levou-a consigo
Perplexa olhei as pétalas no chão
Agachei-me e apanhei uma a uma
Transformei-as em um lindo botão

Para livrá-lo da força do vento
Coloquei um selo de proteção
Guardei-o com cuidado e carinho
Num cantinho do meu coração

Mesmo o botão não sendo a rosa
Contento-me em ter dela a lembrança
O botão que a partir dela surgiu
É o que me faz ter na vida esperança

O meu jardim continua bonito
Mas há silêncio ao entardecer
As outras flores têm saudade da rosa
E não conseguem dela se esquecer

Maria Helena Mota Santos

domingo, 14 de novembro de 2010

Cumplicidade Mágica


(Imagem-Google Imagens)

Ela enxugava sua lágrima
Enquanto a dela caía
Uma estrela mudava de lugar
E um pedido ela fazia

Ela embalava sua insônia
E o sono dela se perdia
Partia na cauda de um cometa
Pra buscar a alegria

Ela escutava seu gemido
E o sorriso dela se esvaía
Então fazia uma prece
Pra acabar com a agonia

Ela escutava seu silêncio
E a voz lhe emprestava
Acendia uma estrela
E toda sombra clareava

E quando tudo era tristeza
Era uma mão a afagar
Veio com a missão de ser mãe
Pra ao seu lado caminhar

Maria Helena Mota Santos